Boys Of Reality escrita por Holliday


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu nunca sei exatamente o que dizer no primeiro capítulo, mas vamos lá...
Aos meus leitores antigos (se algum estiver despretensiosamente passando por aqui) espero que esteja feliz pelo meu retorno! ~ e não querendo me matar ~
Aos novos (torcendo os dedos pra que tenha algum) espero muito mesmo que goste!
A fanfic é inspirada no maravilhoso livro Amor Fora do Ar.



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Tarde demais percebi o meu nível de burrice. Não que eu seja burra, é claro. Foi algo inédito.

Tateei os bolsos do casaco na esperança de que meu pai tenha previsto este terrível erro e guardado ali uma foto da família que me receberia.

Nada. Lutei contra um habitual revirar de olhos, enquanto tentava permanecer confiante.

Sim, vamos permanecer confiantes de que nenhum estuprador vai me raptar com sua lábia convincente.

Tentei estimar quanto tempo teria de ficar pateticamente em pé até poder entrar em desespero, quando alguém pigarreou atrás de mim.

O meu primeiro pensamento foi... Bom, nada. Eu estava estática e muda; nada acostumada com o tipo de beleza exótica daquele garoto.

Era de se esperar que o interior da França tivesse um vasto repertório de garotos atraentes, o que não era o caso.

O garoto britânico estava parado com as mãos nos bolsos de sua calça jeans escura, descontraído de uma forma considerada maneira.

— Você deve ser Dominique – não parecia ser um palpite, ele só estava constatando um fato.

— Ah, então é você que veio me buscar? – perguntei com a minha usual arrogância herdada de minha mãe.

— Você devia ser mais cautelosa, eu podia ser um sequestrador.

— E como saberia meu nome? – perguntei descrente.

Então segui seu olhar petulante até minha mochila... Dominique Weasley. Escrito em enormes letras pretas numa plaquinha prateada.

Ótimo.

Obrigada, pai.

Senti minhas bochechas esquentarem e agarrei a mochila antes que ele pudesse oferecer ajuda. Se é que pretendia.

— Então, posso saber o seu nome para ficarmos quites?

— James Sirius Potter – ele respondeu desatento.

Alguém com um nome longo desses provavelmente tem apelido.

— Como posso chamá-lo?

— De James Sirius ou de Potter – ele respondeu igualmente arrogante a mim.

Certo. Dois podiam jogar seu joguinho estúpido. Eu conhecia muito bem aquele tipo de garoto... De filmes e livros, o que não vem ao caso.

Caminhamos em silêncio o restante do caminho até o estacionamento. Foi então que me dei conta do tipo de pessoa com as quais ficaria hospedada.

Paramos diante de uma BMW M3 branca em perfeito estado. Um carro excessivamente luxuoso para um adolescente indie rock, se quer saber minha opinião.

James – pois eu me recusava a chamá-lo pelo nome completo – pegou minha mochila e guardou no porta-malas antes de abrir a porta para mim, um gesto surpreendentemente cavalheiresco considerando a imagem que eu criei dele até então.

Descobri também que as BMW’s têm um excelente sistema aquecedor, que me libertou do meu pesado casaco de lã. James, contudo, não parecia a fim de se separar de sua jaqueta de couro no maior estilo levarei sua filha para casa depois do horário. Típico.

Quando percebi que não teríamos uma conversa calorosa sobre minha chegada à Londres, minha infância, cor predileta ou algo do gênero, eu me senti suficientemente confortável pra pegar o meu celular na bolsa e me perder no mundo tecnológico.

Dominique Weasley está presa no tráfego londrino com um garoto levemente alternativo e gato.

Atualizei meu status no Facebook, e em seguida mandei uma mensagem para o meu pai, avisando que eu estava viva e devidamente instalada em uma BMW.

Nos minutos seguintes abri e fechei aplicativos quaisquer, sem realmente nada pra fazer, mas me recusando a parecer desocupada.

Então olhei através da janela e percebi que tinha sim algo a ser feito. Londres era caótica e deslumbrante. O céu nublado, que alguns poderiam considerar deprimente, parecia se encaixar perfeitamente nas construções vitorianas a meu ver.

— Imagino que você queira ser batizada.

— O-o que?

Minha confusão era completamente genuína, pois tudo o que eu conseguia visualizar com “batizar” era bebidas alcóolicas e drogas ilícitas. Combinado com sua perigosíssima jaqueta de couro, um batismo não devia ser boa coisa.

James riu, aparentemente percebendo minha interpretação, e logo me tranquilizou:

— Considerando que você é a mais nova residente de Londres, apesar de ainda não ter sido residida, talvez você queira passar rapidamente pelo Big Ben.

— Ah sim, claro!

— É pertinho daqui, só não teremos tempo pra você ser uma completa turista e parar pra tirar fotos – ele diz rindo – Tudo bem por você?

Qual é a dele? Nem parece o mesmo garoto.

— Claro – resmungo em resposta, me decidindo se ele poderia ser... Sei lá, bipolar.

Assim como James prometeu, alcançamos o Big Ben em questão de cinco minutinhos. Era uma construção realmente impressionante! Mas ainda assim...

— Decepcionada?

— Um pouco, pra ser sincera – nada que os filtros do Instagram não tornem mais glorioso.

— Acredite, eu tento entender o fascínio dos turistas desde criança. Lá em casa tem um Darth Vader que eu fiz no quarto ano com papel de jornal e muita cola que é bem mais impressionante.

— Puxa! Eu jamais iria deduzir que você tem tais dotes artesanais – eu respondo rindo, repentinamente me sentindo mais à vontade ao seu lado.

— Há muitas coisas que você não sabe sobre mim, senhorita.

Seu tom era brincalhão, mas eu sabia que havia muita verdade por trás disso.

Quando finalmente chegamos a sua casa – ou talvez eu devesse começar a chamá-la de nossa – fiquei contente por ser afastada da loucura do centro da cidade, e menos espalhafatosa do que imaginei.

Era tão exuberante quanto o carro, mas de forma aconchegante.

— James, é você? – uma mulher com o cabelo tão ruivo quanto o do meu pai apareceu no batente da porta.

— Olá – eu acenei desajeitadamente.

— Ah, mas que maravilha! Meu irmão devia ter dito como minha sobrinha é crescida e bonita!

Eu realmente não estava pronta para ser chamada de sobrinha, infelizmente. Tentei lutar contra essa sensação de estranhamento, mas não teve jeito.

Gina Potter caminhou até mim dispensando qualquer formalidade, e deu um abraço logo de uma vez. Aquilo era realmente demais pra mim.

— Obrigada por me receberem, Gina – digo com a voz abafada.

— Ah, por favor! – finalmente me livro de seu aperto – Me chame de tia.

Talvez eu preferisse ser abraçada.

Gina Weasley Potter sempre foi um nome mencionado uma vez ou outra em nossa casa, e não uma constante em minha vida. Dou a ela o mérito por ter me visto quando eu estava nas fraldas, mas só isso.

Não que meu pai e Gina tivessem uma rixa de sangue ou algo excitante do tipo. Eles simplesmente passaram a viver em países diferentes, cada qual sendo exaurido por seu respectivo emprego.

— Agora que tal entrarmos? Eu estava prestes a pedir o jantar, e com você aqui fica bem mais fácil.

Após um pequeno interrogatório sobre minhas preferências, concordamos que pizza era um clássico e, portanto, uma ótima pedida.

— Pode deixar que eu cuido disso – digo para James quando o vejo entrar na sala de jantar com uma pilha de pratos.

Ele parece nervoso, por algum motivo, deslizando os dedos incessantemente por seu cabelo arrepiado.

— Hm, certo. Eu... Bem, vou levar sua mochila para o quarto de Albus.

Ainda era um pouco estranha a perspectiva de ficar hospedada no quarto de um garoto, espalhando minhas coisas femininas por seu espaço mais pessoal. Mas me garantiram que ele não iria ligar, já que está viajando ao redor do mundo sendo caridoso ou algo do gênero.

— Só, uma coisinha... – James nem sequer atravessa o batente da porta antes de se voltar pra mim novamente – Meu pai e minha irmã logo vão estar aqui, e tem algo que você talvez deva saber.

— Espere, você trouxe um prato a mais – interrompo antes que ele entre de cabeça em seja lá o que tenha a dizer.

— Não, essa é a questão. Droga, eu realmente não sei como dizer... Lily pode ser um pouco extravagante.

Eu realmente estava tentando acompanhar seu raciocínio, mas o que uma irmã extravagante pode ter de tão ruim?

— Olha... Eu também tenho irmãos – digo rindo para tranquilizá-lo – já experimentei de tudo quanto é coisa com eles, não precisa se preocupar com nada.

— Não é tão simples – James começa a dizer, quando ouvimos a porta da frente ser aberta – Caramba, eles chegaram.

Eu já estava ficando nervosa com seu nervosismo, porque tenho essa terrível mania de empatia, de vez em quando.

— Por favor, só promete que vai agir naturalmente.

Havia uma urgência em seu olhar, uma súplica desesperada como se seu mundo fosse desmoronar. É claro que eu prometi.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Estou torcendo pra que tenham gostado... Reviews, quem sabe? Espero vê-los lá, e mais ainda no próximo capítulo!
Beijos ♥



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