Fast like a Rolling Thunder escrita por Tachibana Aoi


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Então, umas observações:
1 - teve uma parte que eu anexei um link porque SÉRIO EU NÃO RESISTI HUIHGIUHERIT é coisa meio comédia, se, sei lá, não quiser ver, não tem problema.
2 - Cê disse que amava essas UAs de pais e filhos e, bem, eu me deixei levar e... Não saiu muito bem aquela coisa de pais e filhos nem é UA, mas tem uma menininha no meio e eu coloquei o nome dela de Arisu hugrugire ;u;
3 - não vou falar mais senão eu conto a história inteira aqui dsclp hugiruit
Tipo, eu me esforcei pra escrever, sério, mas se não tiver ficado do seu agrado, eu até escrevo outra, pode falar. Pode me encher o saco, me pirraçar, puxar minhas orelhas, tá livre pra isso tudo fhurihuit mas espero que goste, mesmo, de coração.
Feliz amigo secreto! :D



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1

 

— Era uma vez, e eram muitas vezes, uma garotinha que ficou com muito sono e quer dormir — dizia Nishinoya, já quase se rendendo de cansaço. Estava quase dormindo sentado ali mesmo, na beirada da cama de sua prima, Arisu — totalmente elétrica, mesmo sendo tarde da noite.

— Nishinoya, conte uma história direito... — Asahi já tinha perdido as contas de quantas vezes Yuu já inventara fábulas sem noção como essa. Sentado no chão, perto de uma pilha de livros com contos infantis, pegou um deles e levantou-se.

— Tá tudo ok, não... — Bocejou. — Não precisa se preocupar.

Asahi se aproximou e Nishinoya tentou encará-lo, mas seus olhos não deixavam. Uma piscada aqui, duas ali, um olho estava menor do que o outro... No final, cedeu, queria muito dormir. Os dois moravam juntos, e Arisu também gostava muito de Asahi; vez ou outra como essas, ele quem acabava contando histórias para ela dormir, ou a ajudava com o dever de casa, então não era algo completamente estranho. Vendo o tacho que seu tio estava, deu-lhe um abraço bem apertado antes de ele sair.

— Boa noite, tio Noya! — A menina sorriu e recebeu um sorriso de volta, vendo um sonolento dobrar a porta, esfregando as mãos nos olhos. Por mais que fossem primos, ela o chamava assim.

Azumane já tinha saído do colégio e estava começando a cursar uma faculdade, mas Yuu não, e ele não se cansaria tão fácil somente por jogar vôlei, já que sua estamina era colossal. A questão era que faltava uma semana para as provas finais, e ele tinha que estudar, ler, estudar... O que não era o seu forte. Ele odiava literatura com todas as suas forças.

Asahi puxou a cadeira da escrivaninha e sentou-se perto da cama. Abrindo o livro, o primeiro conto era Cinderela; desimportante disso, o “era uma vez” já saía automaticamente. Porém, antes de começar a ler, fora interrompido.

— Tio Asahi — com o tempo, ela pegou o costume de chamá-lo de tio também —, você e o outro tio se dão muito bem pra morarem juntos, né?

— Acho que sim... Por que a pergunta?

— Porque se eu tivesse que morar com alguém da minha sala não ia ser legal! Todo mundo briga por qualquer coisa e quer as coisas tudo pra eles. Cada dia é um troço diferente... — bufou e cruzou os braços. Azumane riu e se deu conta do quanto o dia a dia de uma criança era diferente — e pensar que ele já foi assim! Não queria lembrar dos fiascos e micos que já passou...

— Não se preocupe, você não vai precisar morar com alguém, você tem sete anos. E eu moro com o Nishinoya mais pra poder dividir o aluguel, sabe...

Havia certas afirmações que não se afirmavam por completo. Além das memórias de criança, essas eram mais lembranças das quais ele se esforçava para não lembrar.

— O aluguel é tão caro assim, tio?!

— Um bocado... — Dito isso, o assunto esgotou-se. — Podemos ler a história?

— Sim!

 

1.1

 

Azumane deitou a cabeça no travesseiro e todos aqueles pensamentos vieram-lhe à tona mais novamente. Era uma vez e eram várias vezes.

Não era a primeira vez e estava longe de ser a última, e sempre seria assim enquanto aquela incerteza permanecesse dentro de si; seria incerteza quanto aos sentimentos, todavia era algo distorcido que ele não conseguia afirmar exatamente o que significava, diferente das coisas claras dentro dele, as verdades do mundo e de tudo — e essas, ele não escondia, uma vez que não havia nem uma única maneira de negá-las.

Ele era da Karasuno, ele estava cursando medicina, ele morava com um amigo — fatos. Assim como ele amava Nishinoya e não faria sentido guardar isso em algum canto obscuro e seguir sem essa parte de si. Ele tinha coragem para se confessar também, apesar de não saber o que aconteceria depois disso. Por passar tantas noites em claro pensando e se aceitando, ele começou a se questionar apenas uma coisa.

— Por quê...?

Por que ele não fazia nada, se sabia de quase tudo? Não era como se Noya fosse ter alguma reação homofóbica ou fosse criar algum clima estranho depois disso, principalmente do jeito que ele era. Mesmo que ele não aceitasse ficar junto de Asahi numa relação romântica, aceitaria o fato de que ele era amado.

Mas e se ele aceitasse? Era engraçado ele ter mais medo disso do que se fosse rejeitado.

 

2

 

Após uma semana, as provas finais acabaram e Nishinoya estava completamente livre. Ele já tinha até planejado ir comemorar, chamar todo mundo para comer fora ou fazer alguma coisa diferente. Arisu também entraria de férias e, a pedido de sua tia, ela passaria uma semana com ele.

A única coisa que ele não sabia é se faria faculdade ou não, porque ele queria passar o resto da vida jogando vôlei e não pensou em nada além disso. Os professores já tinham o alertado, mas ele não sabia nem o que era certos cursos, qual finalidade tinham, em qual área focavam... E ele não tinha muito tempo para decidir. Só sabia que, ensino médio, nunca mais.

E havia mais uma coisa que ele tinha se prometido a fazer há muito tempo, desde quando Asahi retornou a ser o ace da Karasuno.

 

2.1

 

Por prevenção de todo mundo estar desanimado (e por possíveis imprevistos de vai saber quando uma criança vai dar pane), ele passou numa loja de conveniência para comprar comida. Encheu as sacolas de besteiras e gordices e voltou pra casa caminhando.

No caminho, veio pensando sobre várias coisas, principalmente sobre o que falaria hoje a noite. Asahi terminou o ensino médio ano passado, eu terminei o meu esse ano, oportunidade perfeita!, mas só dizia isso por ter criado coragem agora.

Ele podia ter pavio curto com muitas coisas, mas conseguia ver a situação perfeita e calmamente. Ele morava embaixo do mesmo teto que seu melhor amigo, e se os dois brigassem, dependendo do que fosse, poderia resultar em uma tragédia... Porém, também se questionou mais; e por que brigariam? Ele conhecia Asahi melhor do que ninguém e sabia que ele era a pessoa mais gentil à sua volta. Foi quando passou a considerar expôr seus sentimentos — os mais fortes —, pois, no fundo, ele tinha aquela sensação de que tudo ficaria bem. E não era graças a ele mesmo.

Ah, e se continuasse pensando nisso, provavelmente começaria a suspirar no meio da rua...

 

2.3

 

Abriu a porta de casa, tirou os sapatos e colocou as sacolas em cima da mesa da copa. E ouviu sons de choro.

— Arisu?!

Não era somente de uma criança, eram de duas. E também havia alguns barulhos grossos, como se mais pessoas estivessem lá — e Asahi? Ficou com o coração na mão e seguiu até o quarto da garota, desesperado. O que teria acontecido?

Abriu a porta do quarto da garota, célere. A luz estava apagada, a televisão estava ligada, passando “Procurando o Nemo” e Hinata, Natsu e Tanaka também estavam lá, todos chorando.

— O que aconteceu?!

Arisu virou-se e saiu correndo em direção a Nishinoya e abraçou-o.

— Tio Noya, o peixe morreu! Aí só sobrou um ovo de peixe lá e o outro peixe disse que ia chamar ele de Nemo porque o peixe que morreu queria que um chamasse Nemo e foi muito triste!!

— Ah, era por causa do filme... — Suspirou, aliviado. Acalmou-se e até relaxou os ombros. — Mas por que o resto do pessoal tá... — Ah, o Asahi é de chorar com essas coisas mesmo... Acendeu a luz para tirar o breu. … Por que o Hinata e o Tanaka também estão chorando? — Ryunosuke, além de chorar, também já incorporava a posição de Buda.

Hinata apontou para Arisu e para Natsu e prosseguiu.

— Elas chamaram a gente... De insensíveis, porque a gente não tinha chorado quando os peixes morreram. Mas se parar pra pensar, é triste mesmo! — Limpava as lágrimas que escorriam em seu rosto com a manga do uniforme, e Natsu fazia a mesma coisa ao seu lado. Yuu não tinha assistido ao filme e tampouco fora convencido pelas meninas, então não conseguiu fazer outra coisa senão rir — ainda mais depois do desespero que passou.

Quando a euforia reversa de todos passou, eles começaram a conversar entre si. A visita veio por acaso, os três estavam passando pela rua e viram Asahi do lado de fora, papearam e, quando viram, já estavam dentro de casa.

— Aliás, Noya, parabéns por ter concluído o chugakko! — Tanaka o congratulou e Shoyo concordou, também dando-lhe o parabém.

— Thank ya! Dá uma sensação de felicidade ter conseguido passar por isso tudo, de ter conseguido passar pelas provas todas...

— Você se matou de estudar nesses últimos dias, então valeu a pena! — desta vez, Azumane disse, apesar de não ter lhe elogiado. — E você, Hinata, como foi?

— … Uma matéria, uma matéria... O Kageyama também... Falando nisso, a Yachi-san não vai poder ajudar a gente a estudar dessa vez, então eu tenho que pedir ajuda pra outra pessoa. — Tsukishima, mais especificamente. Sua cara não foi lá das melhores quando lembrou da última vez que tinham estudado juntos, ainda mais pela aura maligna de Tsukki versus Tobio, e por outras coisas que aconteceram no caminho... — Desculpem, mas eu já preciso ir! — Pegou a mão de Natsu, despediu-se todos e Asahi seguiu com ele até a porta. Arisu seguiu Natsu, e ficaram somente Tanaka e Yuu no quarto.

Nishinoya, uma vez, desabafou com ele, porque não entendia muito bem o que estava acontecendo consigo. Contou muita coisa do que sentia, porque os dois eram amigos próximos e porque ele não teria preconceito. Por isso, Tanaka sabia da situação e do porquê de os dois realmente estarem morando juntos da visão de Yuu, porque ele que havia sugerido isso para Azumane.

— E vocês, como estão? — questionou.

— Normal, eu acho... Hoje eu vou criar coragem pra falar alguma coisa.

— Entendo. Bom, boa sorte, vai dar tudo certo!

 

3

 

— Então a Arisu vai pra casa hoje? Por quê? Ela não ia passar uma semana aqui? — Asahi não se conformava em ela ir embora tão cedo. Essa não era as primeiras férias que ela passava com eles.

— Bom, minha mãe disse que ia vir buscar ela porque uma das amigas dela vai fazer uma festa de aniversário, e provavelmente ela pensa que eu vou sair com um pessoal também.

— Mas amanhã eu volto, tio, é só hoje! — Arisu descia as escadas com a sua mochila.

Eles foram para a sala esperar a mãe de Yuu vir buscar a garota. Sentaram-se e esperaram até o horário combinado, mas ninguém apareceu. Não que não fosse normal atrasarem, sempre era assim...

Nishinoya escorou o braço nas costas do sofá e olhou para o lado, e viu a bola de vôlei que costumava ficar em seu quarto ali. Já cansado de esperar por quinze minutos, levantou-se para pegá-la.

— Escute, Arisu. Acho que já está na hora de eu ensinar algo pra você — proferiu sério. A menina olhou atenta para ele e seus olhos até brilharam.

— Sério? E o que é? — Agora que sua curiosidade foi despertada, não havia volta.

— É algo que, a partir de hoje, deve ser passado de geração para geração na nossa família — com toda essa conversa, Asahi já descobriu o que era e começou a tirar tudo o que pudesse quebrar de perto —, é muito importante, então veja bem! É uma técnica muito poderosa!

— Mostra, mostra!

Nishinoya, com a bola em mãos, pediu para que Asahi fizesse uma cesta com os braços. Tomou distância, jogou a bola, virou uma cambalhota no ar, e...

— Rolling... THUNDER!!

Arisu sentiu como se a bola passasse em câmera lenta até cair entre os braços de Azumane. Para uma criança, aquilo era o máximo! Ela tinha observado cada detalhe, e ia tentar, apesar de não ter aprendido como fazer aquilo direito. Pediu a bola emprestada, deixou a mochila no sofá, e sentiu como se toda a agilidade do mundo estivesse com ela.

Isso não vai prestar... — Porque pensamentos negativos sempre eram uma opção, assim como poderiam ser a verdade. Ela era mais baixa do que Noya, nunca devia ter jogado vôlei na vida, não devia ter uma mira boa...

Pegou distância e tentou, mas só deu um giro no chão e lançou a bola. Foi mais parecido com um corte. Mas haja força para ela ter conseguido fazer aquilo! E ela acertou em algum lugar, porém... Esse lugar foi nos documentos de Nishinoya.

— … Arisu... — Ele foi se encolhendo de dor, até sentar no chão.

— Meu deus, eu não sabia que isso era tão poderoso! Obrigada, tio Noya! — Ela não ligou muito por ter machucado ele. Aliás, ela ainda não sabia dos pontos fracos de um corpo masculino.

Ouviram um barulho na porta, era a tia de Arisu. Asahi foi entender e, por ela estar um pouco atrasada para levar sua sobrinha, não entrou, só perguntou se seu filho estava bem. Ele está sim, só está no banheiro...

Quando eles se despediram, Azumane aproveitou para guardar na geladeira algumas das coisas que Yuu tinha comprado. Sabia que provavelmente ele gostaria de sair ou de fazer algo diferente e que comprou aquilo ou por impulso, ou pela Arisu.

 

4

 

Nishinoya ficou no chão até a dor passar — o que demorou um bocado. Asahi sentou-se ali perto e ficou distraindo-o para que o tempo passasse mais depressa. Mas não foi muito bem o que aconteceu. Os minutos passaram rápido para a dor; para o momento, o contrário, rendia bastante, só não parecia tão natural quando de costume. Ou poderia ser mais natural do que estavam habituados.

— Isso me lembra quando a gente começou a jogar na Karasuno... É meio nostálgico.

— Sim... Desde sempre o pessoal achava que você era mais velho e assustador. Até o diretor você assustou. — E era tanta coisa que já tinha acontecido e que acontecia, que lhes era bom tirar um tempo para lembrar.

— Lembro que você tinha dito que entrou na escola porque gostava do uniforme das meninas, não tinha acreditado quando você disse que cortava pros dois lad... — interrompeu-se. Achou que fosse meio estranho trazer aquilo à conversação daquele jeito.

— Como assim, Asahi? Eu sou líbero. — Depois de vê-lo rindo da resposta, pensou o que tinha dito de errado e se deu conta. — Aaah, no outro sentido... Não era pra eu cortar, mas aí depois eu cortei.

— Por quê? — Ele não sabia disso e ficou curioso sobre.

Nishinoya contaria toda uma longa história se realmente fosse explicar a trajetória evolutiva da sua sexualidade. Colocar pra fora que tudo começou por causa de Asahi, que ele foi se bagunçando por dentro depois de conhecê-lo, por causa de detalhes grandes e pequenos dentro e fora da quadra seria demasiado longo. E havia algumas coisas que ele não tinha as palavras exatas para descrever, ele só sentiu e sentia até hoje. Por isso, considerou que podia resumir em algumas palavras, até porque, ele faria isso de qualquer maneira hoje.

— Asahi, isso... Já entra junto com outra coisa que eu quero te falar.

— … E o que é?

Ele achava engraçado. Ficou com algumas expectativas de que toda uma grande e majestosa e milagrosa coisa aconteceria para que ele se confessasse, mas não. Os dois estavam sentados no chão, conversando como normalmente, lembrando sobre coisas do passado. Ele não sentia o mínimo de vergonha em pensar que abriria sua boca a qualquer momento para revelar seus sentimentos. O amor ficou parecendo uma coisa mais simples do que ele imaginava, o que não deixava de ser bom e confortável.

Talvez também fosse porque a pessoa que ele amava era muito simples, num apanhado, e não complicava quase nenhum tipo de situação. Para ele, Asahi era um sorriso para tudo.

— Eu gosto de você. Eu te amo, Asahi.

Azumane se surpreendeu com aquelas palavras. Não que fosse totalmente inesperado ouvir aquilo, contudo... Realmente ouvir era uma sensação completamente diferente. Aquilo significava uma aceitação automática da parte de Yuu, só restava a ele aceitar.

Diferente do que ele pensou, ele não sentiu medo. Afinal, o que ele temeu esse tempo todo? Seria a ficção dos seus pensamentos?

Ou seria uma realidade que ele ainda não havia imaginado?

— Eu também te amo, Nishinoya. E, aliás... Parabéns por ter concluído o ensino médio.

Dava-lhe tanto alívio saber que ele não tinha se esquecido daquilo e que ele também retornava seus sentimentos. Ele respondeu com tanta calma e naturalidade que nem parecia que aquela era a primeira vez que trocavam essas palavras. Foi algo totalmente confortável, ao menos para ele.

Aproximou-se de Asahi um pouco sem jeito, e ajoelhou-se do lado dele, que ainda estava sentado.

— Feche os olhos — disse com um sorriso que ia de orelha em orelha.

Ele fechou e já sabia o que aconteceria em seguida.

Todavia, era um pouco estranha a sensação de Nishinoya estar tão perto. Era estranho sentir aquele calor tão de perto, a respiração quente, e, finalmente, a sensação de ter alguém lhe beijando. A razão, quer fosse por nunca ter se aproximado assim de alguém, quer fosse porque ele temia o que aconteceria depois, ele desconhecia. Ele sentia que, normalmente, não era para ele pensar em tantas coisas assim, como se um beijo fosse mais romântico e o fizesse se perder entre seus pensamentos. Quando Yuu terminou, o abraçou em seguida.

Após aquilo, ainda lhe restaram-lhe algumas dúvidas, mas, depois de pensar um pouco, chegou a uma conclusão: Ele não tinha medo de beijar ou de ter Nishinoya por perto, e sim, do que viria depois daquilo. Realmente temia isso e sequer conseguia imaginar direito. E ficou se perguntando sobre o que ele faria depois daquilo, se continuaria ou se pararia... Estava perdido. Não sabia o que diria também, se seria estranho vir com todo esse assunto do vasto nada ou se teria a hora certa de falar sobre isso — ou se realmente sentia isso! Achou que seria certo esfriar a cabeça um pouco.

De repente, ouviu uma voz abafada.

— Saia comigo, tá bom? — Apertou mais o abraço e ficou ali por um tempo.

— Claro. — Por mais que estivesse no meio de uma bagunça, por ele, isso era algo que queria.

 

5

 

— Você guardou aquelas coisas na geladeira? Eu tinha comprado um tanto de refrigerante. — Ia secando os cabelos caídos no caminho, tinha acabado de se banhar.

— Ah, guardei sim, hora que sua mãe veio — disse enquanto os dois subiam as escadas. — E... O que você ia me pedir? — Ele temia sobre o que fosse. Fechou a janela do corredor enquanto aguardava a resposta.

— Então, eu ia te pedir pra dormir comigo.

Asahi congelou. Por que ele tinha que pedir justo aquele tipo de coisa naquele momento?!

— Nishinoya, mas... a gente se confessou tem só uns minutos atrás, entende...?

— Ah, não, não é nesse sentido! — Ele percebeu a ambiguidade de seu pedido e ficou totalmente embaraçado e sem graça. — Digo, dormir, encostar a cabeça no travesseiro, fechar os olhos e acordar no outro dia de manhã, sabe...

— Ah, se for assim, não tem problema. — Soltou um suspiro de alívio. Ele se sentiu mal por entender errado e Yuu se sentil mal por ter falado algo que podia ser interpretado de outra maneira.

Entrando no quarto, Azumane tirou algumas coisas que estavam em cima de sua cama e as colocou no chão, tirando algum assunto aleatório da cartola para poder quebrar a tensão. Era apenas um pequeno mal entendido, então aquilo passou fácil.

Quando terminou, Nishinoya deitou-se na cama e ele também. Era uma cama de solteiro nem tão grande e nem tão pequena — Ainda mais porque alguém ali não ocupava tanto espaço. Os dois se ajeitaram e ficaram de lado, virados um de frente para o outro.

— Nishinoya — Asahi sussurou, baixinho.

— O quê?

— Boa noite. — Tirou os cabelos do caminho e deu-lhe um beijo na testa. Noya sorriu e pegou na mão de Asahi.

— Boa noite. Durma bem!

E os dois dormiram de mãos dadas, com os dedos entrelaçados, e acordaram no outro dia de manhã.

 

6

 

Arisu havia voltado para terminar de passar a semana na casa de seu primo — ou de seus tios, como ela os chamava. Nem tinha tomado café da manhã direito na casa dela, pois queria muito voltar. Nishinoya estava fazendo alguma coisa instantânea para tomo mundo comer, e Asahi jogava damas com ela para esperar a comida ficar pronta.

— E então, Arisu, como foi a festa?

— Foi ruim. Eu te falei, todo mundo da minha sala briga por qualquer coisa e todo mundo queria comer mil pedaços de bolo... No final, eles enfiaram a cara no celular e eu fiquei brincando com a Natsu. — Enquanto ela falava, perdeu três peças no jogo. Mas em comparação com quantas peças Azumane já tinha perdido, ela não precisava se preocupar. Ele sempre perdia para ela em jogos de tabuleiro.

— Mas é por isso que eu falo que você e o tio se dão bem por morarem juntos, sabe. Nunca vi vocês brigando, nenhuma vez. — ela dizia isso, mas não tirava os olhos do tabuleiro por um segundo.

— É... Você tem razão. — Sorriu, ficou pensando naquilo. Em como confusões de muito tempo puderam ser esclarecidas em uma noite, e em como, em algum lugar, ele já sabia de tudo, mas nunca soube.

 

Fim.


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Notas finais do capítulo

e aí, perdoável? ;u;
Tinha uns números pra colocar umas notas de rodapé, mas depois que eu olhei eu ia colocar umas coisas tão bestas que preferi deixar pra lá, srry ;u;



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