Over x Lupus - Interativa escrita por Bonequinha De Porcelana, Kaonashi


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Hey, galera! Eu sei, eu sei, demorei absurdos com essa fic e acredito que ninguém mais lembre (eu não lembrava até resolver coisas de projeto da faculdade - e esse é meu motivo para ter pausado a história, :c). Mas agora as coisas já estão mais encaminhadas e conseguirei um tempo livre, de vez em quando, para escrever.
É isso. Espero que me perdoem (darei biscoitos de polvilho, cof) e boa leitura. K., (:



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A quadra ao lado não parava de receber olhares atentos e encantados. Aria, Marin e mais poucas garotas pareciam se esforçar para continuar a partida de handebol daquela aula enquanto suas companheiras de turma dividiam seus tempos entre jogar e assistir aos rapazes jogando o mesmo esporte na área próxima a quadra que usavam. As duas garotas do Over estavam no mesmo time e tentavam marcar gols junto com Adélie, uma garota que era da mesma sala que Aria, mas a quantidade de pontos que ganhavam não conseguia equilibrar o placar, diferenciando-se mais a cada olhar que sua goleira desviava para o lado. Marin estava acostumada. Seu time anterior, ainda no campus do Over, era composto por arquétipos de nerds— não que tivesse algo contra – e garotas frágeis. Ela também podia ser, mas adorava jogar e, mesmo com o nível baixo dessa equipe, dava seu melhor para alcançar a vitória.

Enquanto a bola voltava para o centro do campo após um gol inimigo, Marin se aproximou de Aria.

— A goleira delas está um pouco menos distraída que a nossa... – sorriu. – Pedirei para que troque comigo enquanto você continua com os gols.

— Eu farei o possível... – disse meio sem jeito, mas retornou o sorriso em seguida.

— Ei – tocou rapidamente o ombro da garota. – Você consegue, vamos ganhar isso – sorriu e foi para o fundo da quadra, aproximando-se da goleira e trocando poucas palavras antes de assumir a posição.

Então a bola começou a ser passada entre o time amigo até ser passada para Aria, que correu até a barreira inimiga e jogou para uma companheira. Esta recebeu desastradamente, perdendo a bola para uma garota mais alta, que correu até a área de Marin e lançou a bola, cortando velozmente o ar até o gol. Em segundos, a mão esquerda da asiática continha o arremesso no canto esquerdo antes de devolvê-la a Aria. Após instantes, um gol era marcado, mostrando um sorriso satisfeito no rosto de Marin.

Com o tempo, o placar foi se igualando, mas não possibilitava a Marin momentos em que pudesse se distrair. Queria ver Keith jogando – achava engraçada a forma desengonçada como o amigo se movia -, mas precisava continuar defendendo seu posto. Suas mãos estavam vermelhas graças à pele branca e sensível. Não sentia dor, mas sabia que até de noite começariam a arder, somando com as dores musculares causadas pela simulação. Mesmo assim, sorriu internamente. Os lances começaram a ficar mais fortes, porém previsíveis. As garotas começaram a cortar sua atenção nos garotos, parecendo cada vez mais frustradas por não marcarem gol. Focavam suas raivas na bola, lançando-a de modo aleatório e permitindo que Marin as defendessem mais facilmente. Algumas das adversárias já eram habituadas com as defesas rápidas da goleira, enquanto outras, transferidas para a turma, mostravam-se surpresas – e tão irritadas quanto. Devido a saída de diversos alunos durante a mudança de campus, o terceiro ano acabou fechando apenas uma turma, juntando estudantes de diversas salas anteriores. Apesar de estudar com Keith durante muito tempo, nunca estivera na mesma sala que Aria ou Dylan, que parecia um dos alvos dos olhares atentos. Por sua beleza e rosto jovial, sempre fora conhecido no internato. Assim como a inglesa, seu nome costumava estar no meio de conversas nos corredores do campus. Às vezes Marin se questionava se era estranha por conversar mais sobre coisas como games e histórias fictícias com Keith, mas o fato não a impedia de continuar. Afinal, comentar sobre a beleza de alguém não mudaria sua vida.

Até o fim da partida, a garota tinha defendido mais dez lances e perdido um, deixando o placar onze a oito para seu time. As alunas se dispersaram, indo até a quadra o lado para ver o jogo ainda incompleto dos companheiros de turma. Aria se aproximou de Marin, cumprimentando-a animada.

— Você foi incrível!

— Nossos oponentes só não eram tão bons – sorriu divertidamente.

— Você é fantástica, Marina, e nem tente discordar! – disse com teimosia enquanto Adélie concordava com a cabeça, mas riu. – Nunca me disseram que tínhamos uma goleira assim no colégio.

Encarou-a com falso descaso, ainda brincando, e guiou-as até o resto da turma, concentrada num jogo aparentemente disputado entre os meninos. Marin viu Keith perto de seu gol, esperando pelo ataque inimigo, enquanto mais dois o acompanhavam em cada lado da quadra. Dylan estava, junto com três rapazes altos, mais avançado e tentando fugir da marcação pesada de um adversário. A correria dos jogadores era mais frenética se comparada às garotas, que, ao redor da quadra, soltavam suspiros de vez em quando. Havia roubo de bola em intervalos pequenos de tempo e mais gols - os lances pareciam realmente difíceis, para ambos os lados, de se defender.

No fim, o time de Keith e Dylan saiu vitorioso. Os rapazes se cumprimentaram, elogiando o jogo disputado e divertido, e começaram a sair da quadra.

— Útil como em qualquer esporte. Hoje foi cosplay de que, abajur? - Marin alcançou o amigo.

O garoto a encarou amolado e se espreguiçou, tentando não encostar no mar de gente que também saía para o pátio.

— Realmente não vou conseguir ter um semestre decente - disse, relembrando a simulação.

— Caso se refira às suas notas, nunca teve - sorriu.

— Pelo menos sei calcular uma simples raiz de um polinômio - olhou-a provocativamente, arqueando a sobrancelha. - Quer dizer… Pelo menos sei o que é um polinômio.

— Você não consegue lembrar sobre a Rússia na Segunda Guerra Mundial - rebateu.

— Tiros, bombas, fumaça e tiros. Não preciso de mais nada - deu de ombros.

Marin sorriu mais uma vez. Assim como ela, Keith tinha seus pontos fracos nos estudos. Era um gênio na matemática - ou talvez ela só fosse realmente ruim -, enquanto não conseguia acompanhar as matérias de humanas. Por sorte sua situação era contrária, criando um sistema de ajuda entre os dois. Adorava contar as diversas guerras que viam durante as aulas, apesar do garoto sempre se apresentar chateado nessas sessões de estudo.

Fora dos campos deixados para a educação física, as pessoas começaram a se dispersar. Algumas iam em direção aos dormitórios, enquanto outras paravam ali mesmo, no pátio já barulhento com os alunos da Lupus. Parte deles se virou e, ao enxergar a turma que chegara, acenaram entusiasmadamente.

— Amanhã nós temos outra simulação, garotas! - Dojan exclamava.

— Alguém o pegue por trás! - um companheiro do aluno falou em seguida, provocando-o.

Risos ecoaram dos grupos perto e voltaram a conversar entre si. Keith e Marin caminhavam até uma mesa vazia num canto distante quando uma voz os chamou.

— Vão comer agora? - Dylan questionou e apontou para trás, onde um grupo médio de alunos parecia esperá-lo. - Nós vamos sentar ali, venham junto - sorriu.

Keith olhou para a amiga. Embora aparentemente confortável, sabia que, assim como ele, preferia estar em grupos menores.

— Nós vamos subir daqui a pouco, mas obrigado - deu de ombros.

— Ah, certo. E bom jogo hoje - sorriu e, olhando para os dois, despediu-se.

— Então esse é o nível de popularidade dele - Keith comentou enquanto voltavam a caminhar.

— Ele é simpático, certo? Até mentiu pra te deixar animado.

— Animado vai ser o estouro que deixarei no seu cérebro.

Os lábios de Marin começaram a se abrir para retrucar, mas se fecharam ao olhar para a cantina, onde um garoto alto e de olhos sérios parecia encará-la. Keith acompanhou o olhar e o reconheceu.

— Bem, eu já volto - Marin avisou antes de se afastar.

Perto o suficiente do rapaz, cumprimentou-o. Os olhos azuis de Nikolai a assistiam misteriosamente.

— Obrigado por oferecer o sorvete naquele dia. Irei te pagar hoje - sua voz era neutra.

— Ah, não se preocupe - Marin gesticulou com a mão e esboçou um sorriso. - Até que você deu um bom fim a ele.

Por segundos, a figura masculina pareceu sorrir com o olhar.

— Apenas escolha o que quer e pagarei.

— Pode ser outro dia então? Ainda não almocei.

— Sim, claro… Até mais então.

— Obrigada - sorriu rapidamente e se virou.

— E você foi bem ontem.

A jovem se voltou e enxergou Nik, agora já caminhando para longe. Fez o mesmo, andando pelo pátio enquanto procurava Keith. Estava no canto que escolheram antes e logo o alcançou, sentando-se na mesa mais afastada.

— Mais um te chamando pra almoçar?

— “Mais um”? - Marin questionou divertidamente.

— Dylan.

— Dylan? - agora ria com leveza. - Fique quieto, Keith.

— As pessoas ficaram interessadas depois da simulação - sua voz continha um tanto de chateação. - Uma aluna que parece um duende fez o time de perdedores ganhar. É surpreendente.

— Então concorda que salvei você e o resto? - sorria.

— Estou dizendo que você foi mais útil do que esperavam - arqueou a sobrancelha, mas depois relaxou. - Nenhuma garota veio falar comigo.

Marin o fitava, divertindo-se.

— E dizem que a melhor fase da vida é a adolescência.

Recebeu um olhar cansado do garoto, como se dizendo “infelizmente somos quase adultos. Ou eu sou”. Embora Keith não parecesse estar aproveitando a mudança para o Lupus, Marin ainda conseguia se sentir confortável. Alguns alunos reclamavam sobre a localização isolada do local, enquanto outros reclamavam por parte de seus amigos não estarem mais juntos. Sempre fora ela e Keith, então a última questão não a incomodava. Enquanto estivesse ao lado do garoto, tudo estaria normal.


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