Ciclo da Morte escrita por Twisted Little Brat


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Essa história começou como uma redação para minha aula de literatura! Ganhei um 10, então espero que gostem ~Tehee :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/676746/chapter/1

Nós viemos ao mundo com uma única certeza. Que tudo o que vive, conhecerá a morte. Isso nós temos por fato. A metafórica vida, é composta por momentos e incertezas, apesar de ter outras definições. Não vim procurando responder nada, muito menos obter respostas. Vim no intuito de depositar uma nova questão, um novo pensamento, daqueles que vem durante a madrugada. Existe uma pergunta que vem sendo feita desde de que o ser humano se apossou da razão. Existe vida após a morte? Pergunto-lhe então, existe morte após a vida?

De sua varanda via o mundo. Via as estrelas almejadas, fora de alcance. Via o Cristo, todo poderoso, em seu camarote. Via as luzes acesas, reconhecendo a vida de outros, outras histórias, outros passados, outras memórias. Ficava incomodada com o pensamento de que aquilo tudo era real e batucava em sua cabeça um outro, que sussurrava:  ‘Inocente. ’ Dizia, sem emoção. ‘Não sabes de nada. Tudo isso é uma ilusão. ’ E outra ainda, lhe prometia respostas ainda mais deprimentes. ‘Quer saber? Pois lhe digo então. Não há nada. Nada além disso. Além, está um lugar onde se sente, mas onde emoções não importam. Um vácuo, um vazio, um buraco sem fundo. Por onde você cai e cai, com muitas cores e ao mesmo tempo cor nenhuma. Sem peso, sem controle, sem corpo. Só a sensação de queda. ’ Essa era a que mais lhe assustava. Mas a que mais pesava. Uma outra, mais cruel, lhe dizia, perante o Cristo. ‘Irá para o inferno. Vai apodrecer, será torturada no fogo do inferno por ter teorias insanas que não as certezas que foram oferecidas na palavra de Deus, salvador. ’

            Uma pressão imensa em uma cabeça tão pequena. Depois de tanto pensar, a morte já não mais lhe assustava, e sim, seduzia. Na escola, lhe contavam sobre o ciclo da vida. Você nasce, vive sua vida com uma ilusão de controle e então se vai. Vai, mas vai para onde? Seu corpo é enterrado ou incinerado, de qualquer forma, volta a fazer parte da terra e então vira o alimento e solo de uma nova vida. Esse é o famoso ciclo. Sabemos o que acontece com a ‘casca’. Não somos um corpo com uma alma, somos uma alma com um corpo. E para onde essa tal de ‘alma’ vai depois? Essa essência?

            Voltando para o sedutor final, melhor que qualquer começo ou meio, a menina pensava e batia a cabeça, não chegando à lugar algum, tendo lugares demais para ir. Se ela desse fim a própria vida com a mentalidade de que tudo foi uma ilusão, acordaria em outro lugar? Acordaria de um coma em um hospital? Em uma imensidão branca? E mais, se estivesse errada desde o começo, seus familiares sentiriam sua falta, certo? Teria aquilo valido a pena? Ou uma das duas últimas vozes estava certa e ela teria que escolher entre um abismo e um fogão?

            Por esses muitos motivos, questionava a veracidade da única certeza que tinha. A menina já não mais possuía uma realidade na qual se agarrar. Não que quisesse, pois, essa realidade, essa ‘vida’, era cheia de dor, perda, mentiras, guerras, doenças, fome, tristeza, desastres, incerteza, omissões. E sempre deixava a desejar em questão de felicidade, coragem, esperança, desejo, amor, compaixão, cura. Humanidade.

            Talvez, pensava, talvez essas dúvidas frustrantes que geram esse vazio existencial sejam um tipo de punição pelos crimes cometidos. Pelas crianças e animais mortos. Pelos outros que ainda não morreram por falta de sorte. Pela ganância e o egoísmo que está presente dentro do ser humano. Veja pelo lado positivo, dizem aqueles que ouvem os pensamentos da menina. Não existe. E se existe, ela é incapaz de enxergar por si só. Prefere pensar que tudo isso é uma ilusão do que aceitar que ela é o que é. Um desses seres gananciosos muitas vezes incapazes de praticar o bem. Prefere a escuridão do abismo descrito do que aceitar essa realidade dolorosa e cruel. Não queria desistir da vida por tristezas ou amores não correspondidos. Não tinha nem coragem de tirar a sua própria. Deixaria que a vida, ou a morte, cuidasse do que tivesse de ser cuidado. Era apenas uma menina que pensava demais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Esse capítulo, minha redação inteira, explica um pouco da visão da menina sobre seus arredores. Importante ressaltar que a menina não tem nome. Se alguém tiver sugestões, sintam-se livres para deixá-las nos comentários. Algo Brasileiro, mas não muito comum, se possível. Talvez ela fique sem nome mesmo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ciclo da Morte" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.