The Midsummer of the Dead escrita por Oul KZ


Capítulo 5
Capítulo 01.04




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Obito se permitiu ficar ali por mais alguns minutos. Observou as macas correndo para lá e para cá com seus pacientes, algumas paravam e se encostavam em qualquer espaço naquele corredor. O Hospital estava tão lotado que não existia quartos suficientes para atender todos e o mais interessante era que todos sofriam dos mesmo sintoma: cuspiam sangue, a pele levemente amarelada e a aparente dificuldade para respirar - Obito teve a leve a leve sensação de que só de olhá-los o oxigênio parecia contaminado. A gripe tinha então finalmente se alastrado.

Obito se encontrava em pé em frente ao balcão de atendimento onde a enfermeira chefe falava as orientações, ao seu lado, a menos de um passo de distância estava a porta de um dos quartos. Observou a enfermeira bater o telefone na bancada, os olhos brilhando de raiva. Soube que as linhas telefônicas tinham sido cortadas. Olhou o relógio, daqui algumas poucas horas seria a eletricidade e então aquele local se tornariam o inferno.

— Obito...

Ouviu um resmungo vindo do quarto e imediatamente entrou pela porta. Rin encontrava-se repousando na cama com olhos fechados. Usava oxigênio, e a sua volta existia uma especie de névoa, como se o suor estivesse impregnado no ar. Aproximu-se segurando suas mãos e ela o encarou, as palpébras pesadas. Ela duas torcidas forte antes de conseguir falar.

— Estou aqui. - ele ofereceu um copo d’agua e ela recusou desajeitada.

— Você não deve ir...

Ele piscou lentamente e acariciou sua mão. Rin não entendia, mas ele não tinha opção. Ela voltu-se para tras e respirou três vezes com profundidade e aprecente dificuldade.

— Eu tenho que ir.

— Ele está manipulando você, você sabe que eu odeio isso.

Abaixou os olhos, soltando um suspiro pelo nariz. Obito sabia daquilo, estava ciente de que seria manipulado a fazer coisas horríveis. Inclinou-se beijando a testa suada de Rin e ouviu alguem brigando lá fora. Olhou o relógio, precisava tirá-la daquele hospital o quanto antes.

— Kakashi… - Rin sussurou o fazendo segurar novamente sua mão. - Você vai ter que ajudá-lo.

Era claro como água que Rin lhe faria aquele pedido. Ela sempre insistiria nos dois, mesmo que estivesse a beira da morte. “Vocês serão sempre amigos de alguma forma… só esqueça isso, tudo bem?”. Nunca lhe dissera que o faria, respondia que daria tempo ao tempo. Um dia talvez perdoasse, no intimo sabia que não.

— Eu vou ajudá-lo, te prometo.

Ela tentou sorrir, mas ja tinha adormecido. Levantou-se da cama e olhou o relógio mais uma vez no celular. Madara estava demorando. Começou a andar para lá e para cá, e talvez fosse apenas por causa da ansiedade acabou escrevendo uma mensagem para Kakashi: “Tome cuidado, saia imediatamente da cidade”. O sinal estava fraco e provavelmente se tornaria limitado nas duas próximas horas. Sentou-se uma das cadeiras e simplesmente aguardou.

Vinte cinco minutos se passaram quando dois guardas chegaram. Obito saltou da cadeira enquanto eles faziam uma reverência. Eles apenas concordaram com a cabeça em um acordo mútuo, e então ele seguiu até a cama Rin e depositou-lhe um beijo nos lábios sem acordá-la.

Com ajuda dos guardas eles começaram a retirar Rin da cama e colocá-la em uma cadeira de rodas. Uma enfermeira chegou, viu a situação e abriu a boca para falar qualquer coisa, mas simplesmente desistiu deixando a porta aberta. Obito concluiu que ela não teria opção a não ser desistir de todos os seus pacientes como acabara de acontecer. No trajeto dos corredores do hospital o movimento era constante, duas pessoas vomitaram, outras pareciam sufocada em seus próprios fluidos, uma, Obito teve certeza, tinha acabado de falecer quando caiu próxima ao elevador pelo qual eles entravam.

— Ele entregou as armas que eu pedi?

— Ele pediu para lhe entregar esse bilhete. - Obito recolheu colocando-o dentro do bolso. Quando chegaram no oitavo andar a porta se abriu, se depararam com uma médica acompanhando um pai e sua filha pequena. Sequer deram o primeiro passo quando um dos guardas levantou uma das armas e apertou o botão para fechar a porta.

— Era uma criança. - Obito comentou, não para eles, mas como uma especie de lembrete mental. Olhou para Rin e a viu cabisbaixa sem forças para manter o peso do próprio corpo. Então se lembrou por que estava ali. - De qualquer forma ela está morta…

Chegaram no térreo do prédio, ele fez questão de empurrar a cadeira enquanto se aproximava de um helicóptero. O zunindo era suportável, mas de repente sentiu-se atordoado.

Estava indo embora, deixando Rin com um psicopata, provavelmente tornaria-se um.

Esses pensamentos duraram apenas até o momento em que percebeu Rin acordar.

— Obito… - ele não escutava por causa do barulho, mas entendeu perfeitamente quando ela dizia seu nome. - Obito…

— Tudo bem, vai ficar tudo bem, daqui algumas semanas estarei de volta. Trarei Kakashi também.

Ela esboçou um sorriso minimo e Obito levou suas mãos ao rosto para depositar um beijo. Em seguida a pegou na cadeira, levou-a até o helicóptero e a entregou. Permaneceu no térreo até o momento em que eles se tornaram um ponto ínfimo no céu, logo após atravessarem a ponte. Se permitiu ficar mais um tempo ali, observando a cidade, achou irônica que o céu sequer tinha se alterando, continuando quente e transbordando cores ignorando toda a transformação a sua volta. Os carros estavam agitados nas ruelas, dois pontos de fumaça subiam a paisagem. Um helicoptero do exercito passou bem acima dele e seguiu para o norte, provavelmente em direção a ponte. Lá embaixo, no estacionamento do hospital, duas ambulâncias chegavam e descarregavam pessoas feridas. O vírus tinha então se transmutado como Orochimaru tinha previsto. De adoecidas, fracas e momentamente mortas, tornariam-se agressivas.

Ignorou a paisagem por um momento e leu o papel antes enfiado no bolso. Teria então que buscar as armas. Desceu as escadas de acesso ao térreo e seguiu até o elevador enquanto pensava como ajeitaria o painel para que descesse diretamente até o subsolo. Talvez tivesse que simplesmente descer as escadas.

Entretanto, assim que apertou o botão, o apito soou e as portas do elevador se abriram. Ele não estava desocupado.

— Você, eu preciso de ajuda.


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