Data marcada escrita por Brisa


Capítulo 1
Data marcada


Notas iniciais do capítulo

Uma one bem curtinha.



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Existem apenas algumas verdades universais. Todos os seres vivos possuem ancestrais, aquilo que nasce morre e por algum motivo inexplicável todos os seres humanos nascem com uma sequência de números escritas em sua pele.

Em algum momento do desenvolvimento social os caracteres normalmente localizados no antebraço esquerdo foram considerados como a identificação do momento em que a pessoa encontrou sua alma gêmea. O conceito de ter alguém destinado a si foi tema de debates acalorados em todos os círculos, mas era um senso comum ensinar aqueles mais jovens a maravilha de encontrar aquele que “o completaria”, para ansiar o dia marcado profundamente em sua pele.

Entretanto, como toda regra as exceções, temos os irmãos Holmes compartilhando seus próprios ideais. Mycroft, como o irmão mais velho que era, encorajou se irmãozinho ao pensamento crítico. A cada relacionamento –romântico ou amistoso – experimentado pelos dois a realização de que a dor e complicação de tais apegos não compensam. O sentimento foi tratado primeiro como um traço curioso, mas a cada ano, a cada mágoa foram sendo levantadas barreiras. Erro, defeito, perdedor.

— Sentimento, irmão?

—Sentimento, Sherlock.

Eram Mycroft e Sherlock contra o mundo, o mais novo dos Holmes acreditava que a união forjada pelos seus cérebros incomuns e contestação de algo tão bobo como predestinação amorosa seria indestrutível... Então aconteceu, ele nunca tinha visto a data, mas ele pode perceber a mudança. Mycroft tentou disfarçar que algo tinha ocorrido, tentou com muita persistência agir como normal, não enganou os olhos azuis que tentavam desvendar tal comportamento. A descoberta não o surpreendeu, não realmente, mas a atitude do seu irmão mais velho para iniciar um “melhor conhecimento” deste tal Gregory Lestrade foi sentido como uma traição. Claro que o avanço deste relacionamento iria ser gradual, mas qualquer um poderia ver onde eles acabariam.

Ainda faltavam alguns anos para sua própria data, mas ele jurou a si mesmo que não importaria o que acontecesse não iria mudar sua posição. O discurso que ele passou ouvir de sua antiga contraparte foi amenizado, afinal sentimento era sim uma desvantagem. Envolver-se ainda era arriscado, poderia ser usado contra aqueles implicados... Entretanto era despossuído da força apaixonada de antes, parecia mais uma lembrança esmaecida.

Quando chegou seu dia, resolvido a agir como sempre. Correu as ruas de Londres, irritou o Grande Irmão, arranjou outro nome para Lestrade e decidiu invadir outra autópsia do doutor Perretti. Avançando ele percebeu quatro coisas: repentinamente ele estava experimentando uma reação incomum de contentamento, não estava na presença do doutor Perretti, quem quer que fosse tinha sido apanhado de surpresa e que sua pele queimava.

Saindo apressadamente da sala, de forma que o rosto mascarado ainda não teria chance de se recuperar, sua mente corria para refutar o que tinha acontecido. Ninguém falou que para completar a marca teria uma reação! Na segurança de seu apartamento, buscando por baixo de sua camisa, pode ler em letra cursiva e delicada o nome de Molly Hopper. 


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Notas finais do capítulo

Sim, decidi deixar os nomes dos personagens sem o nome do meio. ^^ Deixem sua opinião e críticas, elas são sempre bem vindas.



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