Sabe aquele momento em que você não sabe o que está fazendo é certo ou errado? Pois bem, eu estou me sentindo exatamente assim. Olhei-me no espelho. Bufei em reprovação, aquela não era eu, simplesmente não era. Analisei minha roupa, trajava um longo vestido azul claro, bem justo que realçava minhas curvas, meu cabelo estava preso em um coque bem apertado no topo da cabeça.
Eu estava bonita, muito bonita. Porém aquilo não estava certo. Uma lágrima escorreu por minha face, eu logo tratei de limpa-la, olhei para a varanda e fui em sua direção.
- O que é que você está pensando Astoria? Aquilo foi só ilusão! – falei para mim mesma, contendo a vontade de fugir enquanto olhava o jardim da mansão.
-Ast! – alguém me chamou – Nott chegou! – Dafne falou da porta antes de sair.
- Chegou a hora Astoria! – falei enquanto saia do meu quarto em direção ao meu futuro.
O jantar estava ocorrendo muito bem na opinião dos meus pais. Mamãe só se importava com o dinheiro que a família Nott tinha. Já papai só se importava com a fama que eles trariam para nossa família. Fúteis.
Suspirei forçando um sorriso para a senhora Nott. Lembrei-me das várias histórias de romance que já li, agora era a hora em que o mocinho chegaria para salvar a pobre e indefesa donzela. Mas a quem eu queria enganar? Isso não é conto de fadas.
- SENHOR! SENHOR! – afoito, um dos seguranças entrou na sala – Há um rapaz lá fora, querendo falar com a filha do senhor. – mas antes que meu pai falasse algo, ele continuou – Com a senhorita Astoria.
Todos nós fomos ver quem era o rapaz. Meu coração batia incansavelmente em meu peito. Não pode ser ele! Ele não teria esta coragem! Teria?
- AST! – o rapaz gritou do portão. Mesmo sem ver seu rosto, por causa da escuridão, eu sabia que era ele, sua voz era inconfundível.
- DRACO! – gritei correndo em sua direção. Ele estava do lado de dentro, então pude jogar-me em seus braços.
- Mas eu posso saber o que está acontecendo aqui? – ouvi meu pai falar, já próximo de nós. Percebi que Draco falaria algo, por isso apertei sua mão, era a minha vez de falar.
- Sabe papai o senhor sempre mandou na minha vida; a escola, as, amigas, os namorados, as viagens, as festas... Tudo era o senhor que decidia, mas eu cansei! Eu tenho o direito de escolher pelo menos uma vez. E eu escolho passar o resto da minha vida com quem eu amo do que passar com um palerma idiota que é o Nott. Mas eu quero que saiba pai que, não importa a sua opinião, você querendo ou não eu irei sair daqui com o Draco.
- Mas ele é um Malfoy! – meu pai exclamou horrorizado.
- Para mim isso não importa! – apertei a mão do loiro novamente – O que importa é que eu o amo!
- Fique avisada de uma coisa. – meu pai começou – Se quiser continuar com essa brincadeirinha ridícula continue, mas esqueça que é minha filha!
Pensei que ficaria triste ao ouvir isso, contudo percebi que já esperava essa reação vinda de eu pai. Vi eles voltarem para a mansão.
- São seus pais e... – Malfoy começou, mas eu o interrompi.
- Eles nunca se importaram comigo! – declarei sem ressentimento algum por isso – Te amo!
- Te amo! – o loiro falou capturando meu lábios com voracidade.