Um Encanto Para se Desapaixonar escrita por Van Vet


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Faz tempo que não escrevo uma short, mas é sempre bom fuçar na mente do Rony para descobrir o que ela acha de Hermione em qualquer um dos livros, não é mesmo?

Beijocas e ótima leitura!



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Humm... ok... isso é uma espécie de diário, não, diário não! Diário é uma coisa meio feminina demais. Eu nem sei porque estou escrevendo essa coisa, por Merlin...

Ok, vamos outra vez...

Eu me chamo Ronald Weasley e tenho catorze anos. Quinze daqui dois meses. Isso que estou escrevendo é uma espécie de relatos dos últimos acontecimentos em relação ao tal assunto. Li no Semanário das Bruxas, (minha irmã que lê isso, portanto foi totalmente acidental) que quando nós achamos que gostamos de alguém, alguém estupidamente improvável para se gostarmos, existe uma magia muito simples para se quebrar essa paranoia. Os trouxas chamam essa prática de simpatia (até que é interessante esse artigo), mas no nosso mundo são mais conhecidos como encantos de baixo escalão. Eu espero, DE VERDADE, que esse feitiço não seja de baixo escalão, estou ficando meio desesperado.

O feitiço consiste em você expor tudo o que sente pela pessoa que se está apaixonado, recitar “Abducere” sobre o pergaminho confesso e tacar no fogo no papel. Aparentemente esse encantamento funciona bem para casos esdrúxulos de apego.

Certo, vou começar (é tão estranho):            

Alguma coisa passou a dar muito errado nesse verão. Eu estava de férias de Hogwarts, quando soube que meu pai havia ganhado ingressos para a Copa Mundial de Quadribol. O melhor e o pior passeio da minha vida. Ele iniciou bem, mas acabou sinistro. Enfim, meu pai então disse que poderia levar meus amigos de Hogwarts para assistir ao jogo comigo. Eu tenho amizade com muita gente no castelo, mas somente duas pessoas que considero amigos de verdade. Chamei Hermione e Harry. O Harry é o garoto com quem eu fiz amizade instantaneamente desde o primeiro dia, no Expresso.

 Hermione... Com ela foi diferente. Eu detestei essa garota por um bom tempo até descobrir que ela era legal, inteligente, leal, bonit...

Er... continuemos... Hermione, que sempre foi minha amiga, embora eu achasse muito estranho quando ela me abraçasse ou mostrasse qualquer gesto exagerado demais a minha pessoa (fisicamente falando), recebeu um convite meu para preencher um dos dois ingressos da Copa Mundial de Quadribol.

Alguns dias antes do evento ela veio para minha casa e se hospedou lá. Além de ser minha amiga, Hermione tem um grande apreço por minha irmã, Gina, e ficamos todos muito bem, apenas recebendo uma amiga em casa. Porém, coisas começaram a acontecer comigo. A primeira vez foi quando Hermione acordou na sua primeira manhã na Toca e passou com roupas de dormir para a cozinha.

Ela não faz o tipo vestuário escandaloso nem nada, mas estava usando um pijama um pouco justo, tão diferente das longas vestes de escola, e meus olhos foram atraídos aquilo... Aquilo sabe? O corpo dela. Quer dizer, UAU! Esse era o corpo da Hermione?!

Minhas orelhas esquentaram na hora (irritante isso), mas ninguém percebeu, graças a Merlin, que meus olhos estavam nela. Eu fiquei brevemente abobado no momento e sumi da cozinha rapidamente.

Nos dias seguintes eu me esforcei para não olhar muito para Hermione daquele jeito e tive bom sucesso. Harry chegou para se unir a nós e por algum tempo ela se tornou apenas minha amiga, como Harry. Mas o dia da Copa chegou e eu, meus irmãos, papai, além de Harry e Hermione rumamos para o local do evento. Logo no caminho, encontramos Cedrico Diggory e seu pai, eles iriam dividir a mesma Chave Portal que nós.

Foi muito desagradável!

Todo o momento Gina e Hermione ficavam lançando olharzinhos cheios de significado para Diggory. Ok, o cara é o galã de Hogwarts, eu não acho ele bonito (eu lá vou achar homem bonito?!), mas as garotas, e eu tinha esperança que Hermione se incluísse fora dessa, ficam com os olhos desfocados como morsas encarando um cardume apetitoso.

E essa se concretizou como a segunda vez em que eu senti estranhos sentimentos pela minha amiga. Eu, absolutamente, não estava gostando nada daquele olhar de Hermione, e no fundo gostaria que ele estivesse se dirigindo para mim e não para Diggory.

A Copa Mundial terminou daquele modo terrível, noticiado com mais toques de horror do que o necessário pela espinhosa Rita Skeeter, e pouco depois regressamos para Hogwarts. A partir desse momento eu, sinceramente, já estava muito confiante que aquelas besteiras que senti pela Hermione durante as férias iam se esgotar.

Na escola tem meninas bonitas. Sempre achei Lilá Brown particularmente interessante, e com toda aquela oferta de paisagem minha amiga seria apenas minha amiga cê-dê-fê e implicante.

As coisas não melhoraram como imaginei.      

Foram muitas as ocasiões em que encarava Hermione levar o cabelo atrás da orelha e pressionar a pena ao redor dos lábios enquanto se concentrava na escrita das tarefas. Sem falar que (e eu não quero parecer um pervertido por isso) com ela usando aquelas vestes grossas da Grifinória, eu ficava imaginando os contornos do corpo dela como havia vislumbrado nas férias de verão.

Para todo esse tipo de idiotice eu tinha um macete: mordia meu lábio. Com força. A dor era suficiente para me distrair dos bizarros sentimentos e nossas brigas ajudavam mais a criar esse distanciamento. Hermione ficou bastante insuportável também com aquela história de fale, não, é F.A.L.E. Para não ser convertido a cada dez segundos para a causa dos elfos (que amam ser escravos, é sério!) eu me afastava em diversas oportunidades.

Fiquei tão possesso quando, no banquete da escola, Hermione cresceu de novo a moral de Cedrico dizendo, (tenho enjoos só de lembrar) que ele era um bom aluno. Naquela ocasião eu disse, joguei na cara dela com muito gosto, que ela só gostava do cara porque ele era bonitão. Vamos frisar que eu não acho NENHUM homem bonitão de verdade!

 Quando as escolas para disputar o Torneio Tribruxo chegaram eu fiquei muito, muito esperançoso. A garota meio veela, Fleur Delacour, ofuscou Hermione. Ela era linda. Eu babei, eu sonhei, eu fantasiei com aquela garota e meus devaneios foram bem criativos. Ela se transformou na minha musa e Hermione voltou ao seu papel de melhor amiga. Essa seria minha cura.

Depois disso eu banquei o babaca com o Harry e ficamos umas semanas sem nos falarmos, porque eu achei que ele colocou o nome do Cálice de Fogo sem me contar. Foi ruim ficar sem a companhia do meu melhor amigo, foi sim, mas no íntimo havia um lado bom: Hermione e eu ficamos mais próximos. Não era mais preciso dividir a atenção dela com Harry, e ao me dar conta disso tive a desagradável surpresa de que talvez estivesse gostando muito dela. Isso nunca me aconteceu antes. NUNQUINHA.

Quando a varinha de Malfoy acertou os dentes de Hermione eu senti um ódio tão grande daquela doninha, de Snape, e até de Harry, que fiquei o dia inteiro curtindo uma terrível dor no estômago. Muito estresse, Madame Pomfrey confirmou, quando eu já não aguentava mais e procurei a enfermaria em busca de um remédio para aliviar a dor.

Também passei umas quatro vezes na enfermaria para ver como Hermione estava, mas ela só permitiu que eu a visse na quarta, quando os dentes já estavam ao que eram. Pensei, porque muitos dias depois, após me dar conta que Harry não seria tão idiota o suficiente a arriscar se matar querendo participar do torneio, nós três íamos pelos corredores de Hogwarts e Hermione sorriu em nossa direção. Ao fazer isso notei, e comentei para ela, que seus dentes estavam mudados (o sorriso mais bonito sabe) e ela confessou que deixou Madame Pomfrey reduzi-los um pouco mais. Hermione ficou bem legal com aquele novo sorriso.

Eu ainda tentava a todo custo focar em Fleur. Ao anunciarem o Baile de Inverno (e esse evento vai ser catastrófico) procurei minha musa inalcançável e passei a maior vergonha da minha vida quando a garota nem se dignou a responder se iria ou não ao baile comigo. Fiquei muito tempo em choque com aquele desprezo, até notar que seria bastante útil convidar Hermione para o baile. Não que iria me aproveitar da minha amiga, nada disso (puff!), mas seria apenas diferente sabe, interessante. Faltando muito pouco para o baile, lancei o convite e primeiro ela ficou bem ofendida, depois disse que tinha companhia a noite. COMPANHIA PARA A NOITE? Até parece! Não acreditei nem um pingo. Quem ia convidar Hermione? Sem chances.

Daí passei por toda a humilhação de ter um convite arranjado por Harry com Padma. Padma era extremamente sem graça, mas fomos nós, eu vestido igual a minha vó, (obrigado mãe) para o salão principal que naquela noite era um salão de dança. Enquanto esperávamos no salão os campeões entrarem para a primeira valsa, procurei Hermione por todos os cantos, em todos os rostos, e fiquei bem aflito. Ela não viera ao baile, teve vergonha, ou sei lá, e agora estava trancada na torre da Grifinória bem chateada por isso. Eu poderia dar o maior balão em Padma a qualquer momento, verificar no salão comunal se ela estava por lá e me oferecer para salvar a sua noite. Íamos juntos, como um par (um par de amigos) aproveitar a noite.

Então as portas do salão se abriram, os campeões começaram a entrar e Fleur Delacour era um borrão perto da garota que vi ao lado de Vitor Krum. Meu queixo caiu e ficou pendendo por bastante tempo. E Padma fez o favor de comentar “Nossa, é Hermione Granger o par de Vitor Krum!” e eu poderia facilmente estrangulá-la pela observação óbvia.

É por isso que faço esse encantamento. A coisa que eu senti durante aquele Baile de Inverno parecia não fazer parte de mim. Hermione não era minha amiga ali, Vitor Krum não era meu ídolo ali, e eu queria sumir do castelo, mas antes estuporar eles por todos aqueles risinhos, conversinhas cochichadas e os toques... Krum com a mão na cintura de Hermione, Hermione pegando nos ombros de Krum e eles lá, como um casalzinho patético, saltitando pela pista de dança. De repente eu me peguei pensando que Krum era marmanjo demais para ficar se engalfinhando nela daquele modo. E Dumbledore? Como Dumbledore não via isso? Não falava nada? Deveria ter um limite de idade entre os casais!

Hermione se aproximou na minha mesa, e eu não tinha desgrudado da cadeira, (ainda paralisado pelo choque do fiasco da noite) e venho toda risos falar de Krum no primeiro nome e nos convidar a fazer parte do bando daquela escola de maus encarados. Então, eu finalmente descontei nela tudo que estava entalado na minha garganta. Não falei com as palavras reais que eu gostaria de usar, mas fui bem proficiente na arte das entrelinhas. Não sei se ela entendeu alguma coisa, não sei mesmo, (Hermione parece ser inteligente pra todo resto, menos para isso) mas na nossa última discussão na noite ela disse que deveria ser um pouco mais corajoso e convidá-la na próxima vez, e não como último recurso.

Eu destruí (naquela madrugada) o meu bonequinho de Vitor Krum. Ele me olhou carrancudo, como costumeiramente, mas me pareceu que suas expressões estavam eram bem vitoriosas para mim. Esmigalhei a miniatura e desde então não posso ver esse cara nem fazendo uma Finta de Wronski a favor do time da Grifinória.

Por tudo isso, mais o fato de no dia seguinte meu rosto corar loucamente pela ideia de Hermione tocar no assunto da minha fúria de ontem, eu me dei conta de que minha amizade com Hermione não está sendo mais possível. Eu não quero que a coisa legal que existe entre nós acabe, e tá bem difícil olhar para ela com indiferença. Sem contar que ela tava gata demais no Baile de Inverno.

Eu preciso fazer algo para restabelecer minha amizade no seu estado mais inocente com ela, e vendo essa revistinha de fofocas bruxas da minha irmã perdida no salão comunal, tive essa ideia. Eu tenho plena confiança que vai dar certo. Narrei os fatos como eles são e admiti estar gostando de Hermione. Dito tudo isso, desejo que meus sentimentos voltem ao normal.

Por favor!


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não gostaram?
Comentem leitores queridos e me façam muito mais feliz!

Até a próxima :***



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