Fire and Gasoline escrita por Baunilha0106


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

CARACA, EU NÃO ACREDITO QUE ISSO TÁ ACONTECENDO MESMO! EU REALMENTE TÔ POSTANDO ESSE CAPÍTULO E, COM CERTEZA, NINGUÉM VAI LER PORQUE DESISTIRAM GRAÇAS A DEMORA!
Tá, eu tenho motivos. Estudos e blá, blá, blá mas logo isso vai acabar — ainda bem — e minha inspiração perdida voltará, assim espero. Meu Deus, vou chorar, ainda não tô acreditando.



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 Era como se eu tivesse morrido. Podia sentir o sangue esfriar dentro de mim, mesmo sem saber se isso era possível. Quis desmaiar, quis ter morrido lá, ao lado de Steve mas estava aqui, ouvindo que um possível assassino sabia onde estava Amara! Tem coisa mais louca que isso?

— C-como assim você sabe onde ela está? — Ele riu antes de responder. Só assim que eu percebi o quanto ele era alto. Me afastei dele, indo até a cama. Jeff não me acompanhou, apenas ficou parado ali, olhando-me com seus enormes olhos. Aquilo já estava me dando medo só de olhar...

— Eu a sequestrei.

— O QUÊ!? — Minha visão embaçou na hora. Eu não era de chorar muito, mas aquelas lágrimas que estavam prestes a sair não eram de tristeza, mas sim de raiva. Como alguém pôde ser capaz de sequestrar uma garota que não devia nada a ninguém? Bem, pelo que eu saiba ela não devia nada a ninguém...

Sem consegui me controlar, me levantei e fui até ele, erguendo a mão para dar-lhe um tapa mas ele a segurou quando estava perto disso. Arregalei os olhos surpresa e ao mesmo tempo espantada enquanto ele segurava o meu pulso com força. Por fim, sorriu e me empurrou, fazendo-me cair de bunda no chão.

— Ai! — Gemi. Jeff soltou uma gargalhada e andou até a minha cama, acomodando-se por lá como se já fosse de casa.

— Uma dica, nanica: não tente me atacar sem me conhecer, nem sem ter experiência para isso. — Debochou ele, colocando os braços atrás da cabeça. Revirei os olhos e me levantei do chão, sentindo a raiva pelo garoto diminuir.

— Por que sequestrou a minha prima? — Perguntei, calmamente, sentindo o ar frio que vinha da janela aberta me arrepiar. Estremeci mas não me importei muito. Jeff, por outro lado, paralisou por completo, não parecia nem respirar. Seus olhos passaram por todo o quarto, por mim e por fim, pela janela.

— O que foi?

— Fique quieta. — Sussurrou ele. Não entendi muito bem mas me calei. Com certeza eu não arriscaria a minha vida por causa da minha voz.

Jeff foi até a janela e apreciou a vista por um tempo, em silêncio. Por fim, ele veio até mim e pegou a minha mão. Meu coração acelerou de medo e por um momento pensei que ele fosse me matar, mas ele apenas me puxou para fora do quarto, fechando a porta logo em seguida.

— Por que você...

— Temos que sair daqui. — Ele me olhou de cima a baixo. — Mas acho melhor você vestir uma roupa apropriada, porque vamos correr e muito. — Agora que eu havia percebido que estava com uma camiseta comprida que ia até os meus joelhos. Parecia mais um vestido do que uma simples camisa. Senti meu rosto esquentar.

— M-minhas roupas estão no quarto. — Gaguejei. Jeff bufou e passou a mão pelos cabelos escuros.

— Merda. — Praguejou ele. — Fique aqui ou...no quarto dos seus pais, não sei! Só fique longe do quarto, está bem? — Concordei com a cabeça e comecei a andar pelo corredor. Pude escutar Jeff abrir a porta e levei um susto quando ele a bateu com força. Bem, agora eu estava sozinha...

Andei pelo corredor escuro da casa e tentei descer as escadas com cuidado mas acabei tropeçando no penúltimo degrau, indo de encontro com o chão. Senti uma dor forte na minha barriga e percebi que tinha caído em cima do degrau antes de ir ao chão. Gemi de dor e me sentei no carpete áspero da sala, com um pouco de dificuldade. Olhei ao redor mas não consegui ver nada. Ah, claro. As luzes estão apagadas, por isso eu não consigo ver.

Ouvi um barulho vindo do meu quarto, como se fosse algo pesado caindo no chão, depois vidro quebrando. O que estava acontecendo lá em cima e o que diachos Jeff estava fazendo? Só espero que os meus livros e CD's estejam bem...

Me levantei do chão, me segurando para não gemer de dor ou fazer algum barulho — mais do que eu já fiz, na verdade —, e fui até o sofá da sala. Talvez tudo isso seja um pesadelo e irei acordar quando ele acabar. Agora quando ele irá acabar...isso é complicado. É como se você estivesse consciente de que tudo o que você está vivendo não é real e quisesse escapar, mas você não consegue por mais que tente. Sei disso até mesmo quando estou acordada.

Assim que deitei no sofá e fechei os olhos, os barulhos do andar de cima pararam. Bem, talvez Jeff e tudo o que causou aquela barulheira sejam ilusões e eu esteja ficando louca. Ou estou dormindo pouco, também é uma opção. Talvez tudo isso seja um sonho dentro de um pesadelo e, quando eu acordei, estarei na minha cama, pronta para enfrentar mais um dia de aula e uma rotina entediante como sempre...

E, com certeza, eu não quero fazê-lo mais uma vez.

Levantei rapidamente do sofá e subi, mancando e aguentando a dor na barriga, a escada. Quase tropecei novamente mas consegui me equilibrar e evitar uma perna quebrada. Respirei fundo e fui até a porta do meu quarto, me apoiando na parede e tomando cuidado para não fazer barulho.

Quando eu finalmente cheguei à porta do quarto e toquei a maçaneta, fui puxada para longe dela por mãos frias que taparam a minha boca. Me contorci e tentei escapar, sentindo meu corpo esquentar graças a adrenalina e a minha barriga doer. No calor do momento, acho que dei um soco na cara de quem estava me segurando e consegui cair de cara no chão. Fui me arrastando, morrendo de dor pelo chão do corredor mas todo o esforço foi em vão, já que o meu agressor me puxou pelas pernas e deu um golpe certeiro em mim, que me deixou completamente paralisada. Não conseguia mover meu corpo, apenas ver tudo o que estava ao meu redor.

Escutei um barulho de vidro quebrando e tudo escureceu logo em seguida, mas eu ainda estava acordada. Talvez tenham apenas colocado uma venda em meus olhos. E então senti meus braços sendo puxados para trás e cordas amarrarem os meus pulsos e minhas pernas. Ótimo, sem escapatória.

— O que você pensa que está fazendo? — Aquela voz tinha o mesmo tom que a de Jeff, mas era um pouco mais rouca e monótona. Aquela venda estava me deixando agoniada, mesmo que eu não conseguisse raciocinar direito me sentia incomodada com o ambiente estranho e incomum ao meu redor. Eu queria me mover mas não conseguia de jeito nenhum, como se eu fosse uma alma dentro de um corpo morto e imóvel. — Não podemos levar a garota!

— Mas ela daria um belo jantar. — A voz que disse isso me fez estremecer por completo. Eu não gostava tanto assim da minha vida, mas não queria virar comida de sei lá o quê!

— Leve-a para a cozinha. — Comecei a entrar em desespero e tentei, inutilmente, me mexer e claro, sem sucesso. Então era isso, esse será o meu fim? Iria morrer sendo devorada por um canibal ou, quem sabe, vários? Nem tinha completado dezesseis anos ainda e nunca irei, pelo visto. E o pior de tudo: não encontrarei Amara. Eu não podia morrer, realmente não podia mas como vou me defender se não consigo me mover ou sequer falar?

Comecei a pensar em quinhentas mil coisas mas apenas cinco se repetiam em minha cabeça. A primeira era que eu não devia ter confiado em Jeff, já que ele me colocou nessa situação; a segunda era que eu não deveria ter confiado naquele policial filho da mãe que tentou me estuprar e, se eu não tivesse confiado, Jeff não estaria aqui.

A terceira era que eu devia ter ido dormir na casa de Amara na noite em que ela foi sequestrada, mesmo que isso mudasse todo o curso até aqui. Não me importaria de ter morrido naquela noite ou ter sido sequestrada no lugar dela; a quarta era que eu ia morrer e sempre me culpar no Inferno por não tê-la procurado melhor. Vou me arrepender disso até a minha alma queimar e nunca mais renascer em outro corpo.

A quinta era que eu tinha que agir, mas como?

De repente, uma música veio à minha mente. Não lembrava o nome e nem de quem era, apenas a melodia. Era irritante mas, ao mesmo tempo contagiante, tão contagiante que fiquei pensando nela enquanto o suposto canibal descia a escada comigo em suas costas. Dururu, durururu duru...

Quando percebi, já estava cantando a música em voz alta.

— Mas o que você está fazendo? — Disse a coisa que me carregava, parando e me tirando de suas costas. Ele me colocou no chão e supus que estávamos na cozinha, já que ele parecia ser alguém que obedecia às ordens da voz rouca e monótona, além do mais o chão estava gelado. Como a sala tem carpete e o corredor também, dava para diferenciar o chão dos cômodos por causa do piso.

— Cantando. — Falei quase sussurrando. Ouvi passos e a venda foi tirada dos meus olhos, revelando um ser que fez meu coração quase pular pela boca. Ele tinha cabelos loiros que iam até os seus ombros e enormes olhos azuis que me lembravam o céu. Era tão bonito que não conseguia me conformar com a ideia de que comia humanos no jantar. — Uau. — Ele riu e aquilo me deixou um pouco assustada. Cara bonito, voz e risada completamente assustadoras.

— Pensei que você ficaria em posição fetal e imploraria pela sua vida. — Disse ele, examinando o meu rosto como se tivesse procurando alguma coisa. As roupas dele estavam manchadas de sangue e sua pele era pálida, muito pálida. Não sei por que mas aquilo me deixou um pouco enjoada — o estranho era que eu já estava acostumada com sangue e não havia motivos para isso acontecer.

— Eu não faço esse tipo de coisa. — Minha voz saiu rouca, fazendo a minha garganta coçar um pouco. Tossi umas cinco vezes antes de o garoto à minha frente voltar a falar. Acho que, por um momento, ele pensou que eu fosse morrer tossindo. Até eu cogitei essa possibilidade!

Ele ia dizer algo mas um barulho vindo da sala chamou a nossa atenção, fazendo o garoto tirar uma faca do bolso rapidamente. Observei enquanto ele se erguia — o garoto, por sinal, era muito alto, tão alto que parecia UM POSTE — e esgueirava pelo vão da entrada da cozinha, tentando ver alguma coisa. De repente, ele saiu correndo, me deixando ali sozinha e amarrada no chão. Ótimo, não consigo me mexer, estou amarrada e tem gente se matando na minha casa! Só sei que não irei limpar a bagunça.

Passos rápidos começaram a se aproximar de mim, fazendo meu coração parar por alguns instantes e a minha respiração também. Por favor, não seja ninguém perigoso, não seja ninguém perigoso...

Jeff surgiu da escuridão da sala, coberto de sangue e uma cara nada agradável de se ver, sendo que a cara dele nunca foi agradável — ótimo momento para fazer piada, Lolitta! — por causa do sorriso duradouro estampado nela. Ele veio até mim e cortou as cordas que me amarravam com sua faca.

— Temos que correr. — Disse ele, guardando a faca e me pegando no colo.

— Correr para onde?

— Longe, muito longe. — Não sei o que aconteceu depois, pois fechei os olhos e apenas escutei o barulho de vidro quebrando, pessoas ou criaturas gritando e o vento em meus ouvidos.


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Notas finais do capítulo

Desculpem-me por esse capítulo sem muitos detalhes e tals, é que eu realmente preciso de um sorvete de baunilha para me inspirar :v



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