Poisonous escrita por AleyAutumn


Capítulo 17
Poisonous eyes




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Poisonous eyes

Os olhos da mulher se fecharam por breves segundos, sorriu jogando a cabeça contra o travesseiro enquanto sentia a adrenalina correr por seu corpo, estava irritada e muito cansada nos últimos dias. As viagens se tornaram longas e mais cansativas já que dificilmente os dois paravam quietos em algum lugar, sabiam que logo Niklaus os encontraria. Era só uma questão de tempo para que a jovem mulher se tornasse novamente uma prisioneira, ela sabia que Elijah não iria a poupar. A 

final ela ainda não era uma transformada completa, ainda poderia ser morta. 

— Está tudo bem? - Finn passou a mão pelo rosto de Marjorie que apenas se levantou rapidamente da cama enquanto lia as pilhas de papéis espalhadas pela mesma. 

— Estou lendo tantas coisas que não parecem fazer sentido algum, então acredito que não. Me pergunto o quanto meu avô pode saber dessas coisas. Acho que deveria ligar para o presidente da empresa dele, talvez... ele tenha algo para me contar. – a jovem foi em direção ao telefone, mas parou quando ele chamou a atenção dela. 

— O que não faz sentido? 

— Uma empresa de turismo, que administra hotéis, bares, lojas e restaurantes.... pedir... hum, madeiras e correntes de bronze. – olhou para uma das folhas.  

— Correntes de bronze são neutralizantes da sua espécie, não mata e nem machuca, mas te deixa mais lenta e menos forte... Reconsiderando... se usada da forma certa pode te causar muita dor.- ele falou despreocupadamente a observando com cautela vendo a morena apertar os lábios. 

— Por que ele iria querer algo assim? Já sabia o que eu era? – perguntou confusa, provavelmente seu avô imaginava que um dia Jorie seria desperta disso. 

— Provavelmente imaginava que um dia seria,  a maldição dele não deve ter sido ativada, mas mesmo assim não deixa de passar para os seus descendentes.- Finn explicou rapidamente - Quando iremos retornar para o meu irmão? 

— Eu devo ficar longe. Depois de tanto tempo eu finalmente consegui me livrar deles… já passei coisas piores nas mãos da minha família, mas não vou me sujeitar a essa dor novamente. E nem mesmo as vontades de Niklaus, ele não tem que decidir minha vida por mim. 

— De fato, então por que não volta e mostra que você tem o poder? 

— Finn, eu sei o que está fazendo… mas você não vai conseguir isso… não vai me usar para chantagear Niklaus e muito menos adquirir poder pelas minhas costas. Eu estou cansada dessas traições, ser meu amigo não torna isso mais fácil de lidar, muito pelo contrário.- ela o olhou contrariada e levemente irritada pensando nos últimos acontecimentos. 

— Eu compreendo Marjorie, a decisão é sua, mas não a seguirei para sempre e muito menos ficarei a guiando, existem pendências com os meus irmãos que eu preciso resolver.- ele a olhou sério e ela devolveu o olhar. 

— E por algum motivo eu sinto que eu faço parte disso. – ela sussurrou, custava-lhe muito tentar destruir Mikaelson’s enquanto era ajudada por um deles. 

Deveria apenas o mandar embora logo. 

— Finn... Eu quero que vá embora, não vamos poder continuar trabalhando em conjunto dessa forma. Minha intenção agora não é me aproximar de Klaus, se você tem alguma pendência para resolver com ele... vá e o faça agora. Você não vai me manipular e nem decidir o que eu faço aqui. - os olhos amendoados se encontraram por um breve segundo antes do loiro suspirar e fechar os olhos, sua expressão se tornando irritada por alguns segundos antes de o mesmo resmungar baixo e apontar em direção a porta.  

— Eu vou buscar o nosso jantar. - avisou saindo do quarto e indo em direção ao restaurante que havia visto mais cedo.  

— Isso vai me trazer sérios problemas. - resmungou baixo balançando a cabeça enquanto se voltava aos milhares de papéis espalhados pelo colchão. - Enrick Palles, quem é você ? - olhou o nome no papel – Vice-presidente da empresa... 

A jovem resmungou se dirigindo até a varanda do hotel e encarando a chuva fraca que começava a cair sobre a pequena cidade, os olhos escuros rondando o local enquanto sentia a pressão densa ao redor do mesmo. Naturalmente sentira as pequenas presas nos lábios e o rosto se retorcer instintivamente enquanto sentia o perfume doce tão conhecido. Se lembrava de o sentir sempre em toda a casa Mikaelson, mas nem ao mesmo saberia dizer a quem aquele cheiro pertencia.  

— Mas que merda. - rapidamente fechou a pasta com todos os documentos da empresa e a jogou dentro do tubo de ventilação após fechar as cortinas do quarto e se esgueirou para fora do mesmo silenciosamente antes de invadir o quarto ao lado. Sabia que não demoraria muito para ser descoberta ali, mas sua mente insistia em lhe dizer que não deveria abandonar o quarto no momento.  

Fechou os olhos se lembrando do quão pouco tempo tivera de liberdade e suspirou ligando para a empresa de taxi, teria de arrumar uma forma de sair despercebida pelo local. Pensara se Finn haveria a traído e chamado o irmão para o local e se remoeu por isso, definitivamente ela não deveria confiar em nenhum deles.  

Se esgueirou pelos corredores e correu até a saída de emergência que consistiam em escadas atrás do imenso prédio, seus passos sendo rápidos e vacilantes enquanto fugia da chuva e de seu inimigo e saia sentindo o cheiro de terra molhada, o cheiro desaparecendo de seu arredor indicando que quem quer que fosse já estava no interior do prédio. Os músculos tensos de seu rosto já estavam doloridos quando finalmente encontrou o táxi no beco onde havia combinado, o homem nem mesmo a questionou, apenas acelerou em direção ao estádio da cidade. 

— Senhorita. - a voz baixa do mesmo chamou sua atenção algum tempo depois, o veículo estava parado em meio a centenas de pessoas que caminhavam pelo local, era o suficiente por hora. Se misturar a manteria segura até traçar um plano diferente do qual possuía com Finn. 

— Obrigada. - jogou o dinheiro para o homem e saiu rapidamente do veículo indo em direção ao imenso estádio, os olhos escuros averiguavam a todo o momento a densa mata que o rodeava, comprou algumas camisetas de um time qualquer e a vestiu junto de um boné, e logo em seguida entrou no local passando despercebida pelos seguranças. 

— Alô. Matt... - falou quando atendeu a ligação em meio a partida de baseball. 

 – Eu não deveria estar falando sobre isso, mas... Niklaus está indo para ai. Tome cuidado, Damon ainda parece estar atrás de você, ele não voltou com a Caroline. Então... bem, eu, Stefan e Elena estamos indo para ai pra tentar o tirar de perto de você, antes que Niklaus o mate e ai... Stefan se torne um problema. 

— Stefan... - sussurrou se lembrando das breves conversas que tivera com Klaus a respeito do loiro, sabia que o mesmo com raiva não era a melhor coisa de ser vista – Eu estou fugindo, de quê e do quê... eu não sei... - suspirou cansada - Não acho que vou conseguir ir muito longe dessa forma.  

—  Tente... antes que ele consiga te achar Jorie. Tente... e o mais importante, jamais morda Klaus, ou você estará em sérios problemas

A morena desligou o celular apressadamente enquanto aguardava o fim do jogo, assim que o mesmo acabou se escondeu por de trás do boné de cor vermelha, os olhos escuros vagando por todo o local a medida que a mesma se misturava com centenas de torcedores que saiam apressadamente do local. A morena suspirou prestes a se aproximar de uma família para pedir uma carona quando sentiu o braço ser puxado de forma agressiva, o mesmo se deslocou fazendo um barulho quando a mulher sentiu seu corpo bater com força contra um carro estacionado ao longe, o alarme soando por todo o local enquanto se levantava vagarosamente sentindo os cacos de vidro perfurarem sua pele.  

— Sua pequena vadia. - sentiu a pancada forte quando o punho de Damon se chocou contra seu rosto fazendo com que a cabeça batesse contra a lataria.  

— Você não aprende mesmo não é? - a morena sussurrou sentindo seu corpo se aquecer a medida que a fúria lhe atingia, as pequenas e frágeis presas se destacando em seus lábios enquanto os mesmo se esqueciam que estavam em meio a um estacionamento razoavelmente cheio. 

— Foi você que ainda não aprendeu, que não se mexe com gente grande. - o mesmo sussurrou, seu solhos pareciam uma névoa densa e sem brilho algum.  

Damon estava pálido, o rosto suado e veias escuras apareciam sob sua pele, algumas pareciam saltar de seu rosto. Era como se o mesmo estivesse definhando lentamente, mas mesmo assim a moça ficara na defensiva, afinal Damon era bem mais velho que ela e infinitamente mais experiente. O mesmo parecia saber com o que estava lidando e o fato do mesmo estar ali atrás dela e não abraçado a sua família pela sua provável morte, era um exemplo disso.  

— Qual é a porra do seu problema? - o tom nada simpático o fez rir e a morena teve certeza de que ela poderia sentir um ódio maior ainda do que o que nutria pelos seus sequestradores. - Você está morrendo! Me deixe em paz! - a morena gritou enquanto parecia entrar em uma espécie de frenesi, o surto se mostrando ao moreno.  

— Oh... não é uma lenda então?- o moreno falou ofegante passando a língua pelos lábios secos e gelados notando o quão perturbada a figura estava a sua frente, o mesmo acreditando se tratar do medo ou estresse da mesma, mas ele nem ao menos imaginava o quão ele estava contribuindo para o descontrole da mesma e sua fúria desenfreada, além da evolução do monstro que a mesma guardava dentro de si. 

Os olhos brilhavam ao extremo enquanto as mãos iam em direção aos ouvidos, os olhos vasculhavam todo o ambiente enquanto sua mente parecia se encher de informações, ela notara os pássaros ao longe que passaram por suas asas com um bater de asas suaves que ecoou em sua mente, seus ouvidos se desligando das palavras do vampiro enquanto alcançavam a outra parte da cidade no último andar de um arranha-céu onde homens discutiam os últimos detalhes de um negócio, captou o som ensurdecedor das turbinas de um avião que decolava a mais de 20 km de distância, sentira os pulmões incharem e ficarem bloqueados ao sentir o cheiro de borracha queimada que os veículos deixavam no asfalto do centro da cidade a uma distância considerável, sentira o sangue coagulado de Damon correr como se o mesmo estivesse em seu próprio corpo, ouvira o barulho ensurdecedor das conversas e dos gritos de crianças que brincavam em um parque ao longe. Sua visão se tornara fosca com pequenas manchas de sangue que cobriam levemente suas íris que buscavam freneticamente por um alvo ao qual ela pudesse destruir.  

Mas tudo isso parou com um estalo quando Damon se aproveitou do som alto dos fogos de artifícios para enfim golpear sua cabeça com força logo recolhendo o corpo que parecia estar em combustão. 

O som baixo de um suspiro ressoou no quarto escuro e empoeirado de uma cabana qualquer em meio a mata, os sons de madeira estalando despertou a jovem que tentou erguer a cabeça rapidamente, mas sentiu o baque forte quando as correntes de bronze a apertaram provocando uma grande ardência em sua pele a ponto de fazer a mesma sentir o cheiro do próprio sangue.  

— Olá linda borboleta Mikaelson, que vergonha... como você é fraca. - a morena abriu os olhos encarando a imensidão azul que eram as orbes de Damon. - Eu esperava mais, mas parece que não tentaram nem ao menos adestrar o cãozinho deles... um desperdício.  

— Bem... não sou eu que estou morrendo pra um cãozinho. - ironizou – Qual é o plano garotão? Vai esperar algum milagre? Por favor... - fechou os olhos enconstando a cabeça na mesa a qual estava acorrentada. 

— Mas é claro que não... 

— Vai fazer experimentos comigo? Por favor Damon, não é como se isso fosse te salvar. Você é um tremendo de um imbecil. - gritou irritada chutando a corrente em seu pé para longe, a mesma caiu com um estrondo quando se desprendeu da jovem.  

— Por favor, fique quieta. - a voz suave de Elena preencheu o local e Jorie viu os fios loiros de Matt surgirem por um corredor escuro - Não quero mais problema, não sabe como foi difícil fazer Damon parar com essa loucura.  

— Sério? - a morena olhou para a outra que estava visivelmente tensa enquanto olhava entre ela e o namorado, era óbvio que Damon poderia a machucar muito em pouco tempo de vida que o mesmo teria, era melhor que Jorie aprendesse a se calar, ela estava em uma clara desvantagem.- Ok.  

— Klaus está vindo. - Matt se pronunciou lançando um olhar solidário para a jovem – Vamos nos encontrar um pouco longe daqui, ele precisa nos entregar uma resposta pra reverter o que está acontecendo com Damon. 

Marjorie não era burra, sabia muito bem que a última coisa que Matt faria era salvar Damon, então era mais do que óbvio que o acordo deles era muito mais do que a vida do imbecil de Damon.  

— O que é tão importante que fez com que você se aliasse ao Klaus? Sei que não é pela vida do cara que você mais odeia, não é?  

— Klaus tem... algumas formas de... fazer negócios. Ele te quer de volta, Damon quer viver e nós queremos os Mikaelson o mais longe daqui possível... é um trato.- os olhos azuis se desviaram para longe com vergonha e a mesma não o culparia por querer ficar longe daquela família desgraçada, se ela tivesse a chance, provavelmente faria o mesmo. Jorie não havia nem ao menos vivido um terço da maldade que o mesmo poderia proporcionar a si, os 3 pareciam desesperados para os ter longe, afinal estavam a ponto de entregar para Niklaus uma arma potencialmente perigosa ao invés de a usarem contra ele. 

— Você é um demônio, um monstro volátil do qual não queremos proximidade. Você é um problema que aquela maldita família tem de lidar. - Damon fora enfático. - Você será o maior castigo que poderemos dar a eles, claro... - os olhos azuis vibravam em fúria enquanto o mesmo aproximava seu rosto do da morena – Depois que eu te destroçar e te fazer se engasgar com o próprio sangue, você vai achar que eu sou mal... mas vai perceber que preferia ficar comigo ao ter que voltar com Klaus. Eu quase consigo chorar por você.


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Notas finais do capítulo

Oi eu sou uma anta.
Pois é, eu tinha um capítulo desse pela metade, basicamente. Mas eu tinha sumido com ele, e fiz esse e depois achei o outro no computador do meu irmão. Fiquei em dúvida em qual das versões eu colocaria no site, se iria ou não acrescentar algo do antigo no novo ou vice-versa. Decidi colocar o novo, o antigo estava meloso e fora do contexto.



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