Poisonous escrita por AleyAutumn


Capítulo 14
Heart in fire




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Heart in fire

 

Elijah olhava com suspeita para a jovem que lia uma revista despreocupadamente com as pernas cruzadas, Rebekah tinha o mesmo olhar assim como Kol. Jorie realmente não estava incomodada e muito menos preocupada com nenhum deles e isso era motivo para desconfiança, a jovem exibia um pequeno sorriso satisfeito enquanto via aqueles pares de olhos frios a analisando de cima a baixo.

— Quê? - questionou se voltando para todos eles.

— Viu Niklaus? – Rebekah questionou e ela apenas deu de ombros como se realmente não se importasse com nada disso - Preciso alimentar Matt.

— Já o fiz. - a interrompeu sem se incomodar em a olhar.

Os três suspiraram e Elijah se sentou de maneira despreocupada próximo a ela enquanto a analisava completamente, Jorie parecia estar sendo uma outra pessoa. Parecia estar intimidada enquanto tentava de todas as formas possíveis mostrar confiança para todos eles, Elijah era esperto o suficiente para ver algo que seus irmãos não enxergavam.

Jorie estava extremamente tensa pensando na briga que havia comprado com Niklaus, era mais do que claro que aquilo a traria grandes problemas depois, estava mais do que na cara. Ela simplesmente havia o acorrentado, ela sabia que o loiro estava apenas brincando com ela, se ele quisesse realmente se soltar ele já o teria feito. Estava mais do que claro que ele a queria assustar quando ela retornasse para o ver, Jorie tinha que estar preparada ao máximo para quando esse momento fosse ocorrer.

— Como está se sentindo hoje?- o moreno questionou ao ver que ela estava vestida como se estivesse pronta para uma corrida.

— Estou bem. - os olhos verdes se prenderam ao dele que apenas sorriu de maneira calorosa e sincera fazendo o coração dela se agitar, Jorie nunca tinha recebido sorrisos tão intensos - E você?

— Estou ótimo Jorie. - ele respondeu suspirando - Gostaria de ir a algum lugar mais tarde? - ela escondeu o sorriso desviando o rosto para o lado, fato que não passou desapercebido por Elijah.

— Sim, eu adoraria. - ela largou a revista e cruzou as pernas o olhando atentamente.

— Perfeito, estive pesquisando um pouco mais sobre você... mas ainda não encontrei muita coisa. - o moreno se preparou - Talvez em algum momento devêssemos tentar isso, vamos aproveitar que Niklaus desapareceu e não irá interferir em nada.

— É, seria ótimo. - confirmou com o olhar perdido ainda imaginando o que o loiro estaria preparando para ela.

Sem dizer nada a morena lançou a revista na mesa e se levantou rapidamente o deixando no local e correndo até a cela do loiro o encontrando completamente sério, ele encarava o teto com raiva nítida e isso fez todo o interior dela se retorcer. Assim que entrou no local Niklaus se sentou completamente livre de suas correntes enquanto via o terror estampado no rosto da jovem mulher, mas diferente das outras vezes ela não parecia que iria recuar.

Marjorie andou lentamente até ele e se sentou ao lado dele despreocupadamente como se não o tivesse deixado quase 12 horas preso em uma cela, como se não tivesse o enganado e o acorrentado. E pior ainda, ajudado o seu prisioneiro a escapar.

— Eu estou cumprindo com a minha palavra. Eu não te enganei, sempre deixei claro que o faria. - ela sussurrou e ele a olhou.

— Sim, você deixou. Eu só não sei se devo te odiar mais ainda por isso Marjorie. - ele confessou encarando a parede cinzenta.

— Não me odeie ainda mais, já não acabou com a minha vida o suficiente?

— Ontem você disse que se eu tivesse feito você me amar teria sido mais fácil, mas não seria. Seria ainda mais cruel. - ele a olhou sombriamente - Você vai pagar por isso que fez comigo Marjorie. Teria sido cruel que você tivesse se apaixonado por mim, mas sabe oque é realmente cruel nisso tudo? Você está se apaixonando pelo meu irmão... ele sim será cruel com você. Eu não desço tão baixo assim ao ponto de brincar com os sentimentos de ninguém, você vai pagar por isso e vai ser pelas suas próprias mãos. - o loiro se levantou e saiu da cela a deixando chocada com suas palavras, mas ela não acreditaria nele, Elijah sim era um homem de palavra e confiável ao contrário de Niklaus.

Como ele sempre consegue fazer com que eu me sinta culpada pelas coisas que ele fez comigo?

— Niklaus volte aqui. - Jorie seguiu o loiro e chutou a porta dele quando ele a fechou - Nem sonhe em tentar fazer com que eu me sinta mal, você me sequestrou! Me torturou, me bateu e me prendeu em um covil. Quem tem que estar irritada sou eu e não você! – gritou.

— Você ainda não se tocou que eu estou te dando poder? - ele berrou chamando a atenção de todos da casa e Jorie cerrou os olhos correndo atrás dele sem se preocupar com a ira do híbrido.

— Você não se tocou que está me transformando em um monstro? - ela gritou novamente e ele ergueu um dedo.

— Se você sabe o que está se tornando e não está parando é por você gostar disso.

— Que belo argumento Niklaus, que argumento fabuloso. - riu de maneira irônica.

— Vamos sair. - ele a puxou com força pela mão em direção a saída deixando o pequeno grupo de vampiros em choque.

°°°

— Eu gostaria de entender o que te faz insistir tanto. - sussurrou parando ao lado dele vendo o lago iluminado pelas lamparinas espalhadas por entre os corpos, os dois passaram a caminhar por dezenas de jovens espalhados pelo local que conversavam e dançavam despreocupadamente.

— Eu também gostaria querida, mas nem sempre temos a resposta para tudo, - ela o olhou de lado suspirando enquanto sua mente vagava pelas lembranças de sua antiga vida, ela não estava nada ruim, mais ainda preferia sua vida antiga ao invés do banho de sangue que estava se tornando.

— Porque você me odeia tanto? - ele parou de frente para ele.

— Não a odeio, é você quem me odeia. - ela pensou por um breve momento tentando buscar essa sensação em seu corpo, mas não a encontrou, ela teve medo de Niklaus, repudiou suas atitudes, mas nunca o odiou. Odiara apenas a si mesma por se deixar levar e interagir com os irmãos, odiou não ter tentado fugir antes... mas Jorie pensou por um breve momento, mas não conseguira imaginar sua vida sem tantos problemas, parecia que quando tentava voltar a sua antiga vida e a ser quem ela realmente era, tudo deixava de existir. Tudo perdia um sentido, era como se seu antigo eu se tratasse de uma casca inutilizada.

Ela apenas deu um pequeno sorriso em resposta e se afastou  sendo seguida por ele enquanto ia para o fundo da praça e sentava entre um amontoado de flores, a musica suave saindo das imensas caixas de som enquanto a banda tocava animadamente sendo rodeada pelos presente.

— Você é tão ruim quanto me disseram. Não tem como gostar de você. - isso o irritou, mas ele apenas riu da atitude dela em desviar os olhos.

Se tinha algo que Niklaus não vinha sendo, era ruim, muito pelo contrário. Ele não conseguia o fazer de maneira alguma, pelo menos com Jorie. Tudo o que reprimia com a jovem ele descontava em seus inimigos causando dor inimaginável, seus sentimentos aflorados mais do que o comum, ele era um homem em perigo. Sentia isso em cada fibra de seu ser, ousava dizer que a culpa era de Jorie, ele conhecia aquele sentimento como ninguém e acreditava estar terrivelmente certo. Ele não suportava mais as rejeições e o ódio das mulheres que passaram por sua vida. Ela não seria outra, afinal ele não estava disposto a contar a verdade.

— Niklaus. - Jorie chamou a atenção dele - Tudo bem?- perguntou ao ver o olhar perdido dele - Tem alguém aqui?

— Não. - ele ergueu os olhos apontando para o céu escuro onde dezenas de meteoros caiam.

— Não... para? - os dois se olharam e ela decidiu dar de ombros vendo que ele preferia o silêncio - Eu sempre coloco a culpa em você, por causa dos meus problemas... e eu acho que você é mesmo o culpado por tudo, mas sabe... Talvez eu não devesse ficar tão presa as essas coisas, se eu for útil a você e tentar descobrir o que eu sou, me deixará ir ou eu terei que força-lo a isso?

— Não pense nessas coisas Jorie, apenas abra os olhos e veja o que estou fazendo por você. Não se cegue por Elijah e nem o veja me transformar em seu inimigo, todos nós estamos querendo saber o que você é. – ele a olhou com firmeza esticando a mão em direção a ele – Me deixe te mostrar mais sobre mim.

°°°

Soltou o pescoço de Niklaus rindo e se apoiou nele tentando não cair, o loiro riu e a segurou pela cintura a aproximando do banco, do qual ela escapou rapidamente enquanto olhava em direção a floresta escura.

— Que outras aventuras vampiras você tem guardadas ai? - os dois riram enquanto caminhavam pela floresta escura.

— Algumas cabeças rolando, corações sendo arremessados, acredito que nada que vá te interessar muito querida. - Jorie apoiou a mão no ombro dele para saltar um tronco, algo que fez com facilidade.

— Você não suspeita nada, sobre o que sou? - ele negou com a cabeça - Nada? -os dois olharam a imensa mansão que estava completamente iluminada e silenciosa.

— Algo há anos atrás, talvez uma história, talvez algo semelhante. - ele abriu a porta para que ela entrasse na mansão e ela o fez.

— Então vamos pesquisar. - ela falou animadamente subindo as escadas correndo com ele logo atrás e entrando na biblioteca imensa - Talvez tenha algo por aqui, uma memória. Nos seus diários. ou alguns livros.

— Agradeço sua dedicação querida - ele arrancou seu diário da mão dela com delicadeza animado por ela se distrair - Mas eu já li e reli tudo e não apareceu nada, absolutamente nada. - os dois suspiraram.

— Todos os livros?

— Sim. Boa parte. - corrigiu.

— hum.- resmungou e se aproximou de um quadro vendo a bela mulher loira sorrindo em uma pintura perfeitamente realista - Caroline. - se lembrou do nome da loira - Eu nem sonhava que eram amigos.

— Não somos amor. - a jovem deu de ombros entendendo do que se tratava.

— Você desenha e pinta muito bem. - o elogiou vendo outros quadros espalhados pelo local e alguns desenhos pelos quais ela passou os olhos rapidamente.

— Sim. Rebekah sempre o diz. - o loiro viu os olhos da jovem escurecerem.

— Rebekah. - sussurrou desgostosa.

— Sim. Perdoe minha irmã, tenho certeza que ela não esperava ser esfaqueada daquela forma, as pessoas não costumam tentar isso contra nós. - Marjorie riu com sarcasmo e negou com a cabeça, ela tinha que deixar aquilo de lado, Rebekah só havia devolvido a agressão.

— Tudo bem... eu esquecerei. - o olhou firmemente - Deixe-me ir. - pediu sentindo o coração se apertar, a sensação estranha lhe invadindo enquanto os olhos se cravavam no dele - Por favor, esqueça de onde vim e o que sou, apenas me deixe.

— Não. - o loiro e respondeu se aproximando e tocando no rosto da jovem vendo os olhos clarearem e voltarem ao verde límpido.

— Precisa me deixar ir Niklaus. 

— Você não sairá daqui Jorie, nunca mais. Você pode ser o pior monstro que pisará na Terra, mas não deixarei você sair daqui. Eu não posso e não quero.

A jovem prendeu a respiração e fechou os olhos ao sentir os lábios de Niklaus entreabrirem os seus, o toque era quente e calmo e isso surpreendeu Jorie transformando sua mente em uma parede nebulosa. Ela poderia enganar sua mente, nas não seu corpo. Que sensações seriam essa que tanto ficaram adormecidas em seu corpo? O que a fazia ver o seu sequestrador com tanta clareza e... carinho? Ela não saberia dizer, pelo menos não agora.

— Niklaus. - os dois se afastaram ao ouvirem os saltos de Rebekah e a voz suave da loira - Stefan está lá embaixo. Com a Forbes.

O loiro riu e se virou para a morena antes de ir em direção a loira.

— Falaremos depois.

— Você prometeu sair comigo, achei que chegaria mais cedo. - a voz de Elijah se fez presente e ela se virou dando um sorriso sem graça enquanto ajeitava os longos fios.

— Klaus estava formulando hipóteses. Sobre mim. - ele apenas assentiu em compreensão sabendo que era verdade, ele estava focado em Jorie, mas não da forma em que ela imaginava, ele não estava mais preocupado em descobrir o que ela era. Niklaus estava empenhado apenas em a manter com eles.

— Podemos ir? - ele apontou em direção a porta e ela concordou com um aceno passando pelo local e saindo da casa sem tombarem com Caroline e Stefan.

— Me diga as novidades. – ela pediu e o moreno a encarou de lado.

— O quanto sabe sobre as empresas de seu avô? Sabia que ele tem uma com nome de Kropper? - ela confirmou com um aceno se sentando em uma cadeira no restaurante que ele mesmo havia puxado para ela - Isso me é familiar, ouvi falar muito sobre isso Marjorie e minhas suspeitas não são agradáveis. Pode ser uma coincidência, ou pode ser que não.

— O que foi Elijah?

— Você sabe que eu... que eu... gosto de você não é? - as palavras saíram duras, frias e calculadas. Ele se martirizava por isso, acreditava que tudo não passava de uma lenda boba.

— Não, eu não sabia disso.

— Mas posso ver em seus olhos o que sente por mim. - a jovem não negou e nem confirmou, esperava que realmente gostasse de Elijah, assim não se sentiria presa a Klaus. Se preveniria para que ela nunca fosse capaz de sentir nada por ele - E você faria algo por mim, se eu pedisse? Se eu te desse a chance de sumir daqui? - ele questionou sabendo que não seria capaz de a matar, algo não deixava que o fizesse - Você iria se eu dissesse que é o melhor? Pois por mais que você peça para ir, nós sabemos que você não quer ir.

— Não diga besteiras... eu quero ir. - sussurrou.

— Jorie quando você vai aprender a ver as coisas de maneira mais clara. - ele tocou o rosto dela com delicadeza - Não se faça de boba, não seja boba. Nós estamos vendo coisas grandes que talvez não devam ser descobertas, eu prometi que em algum momento te ajudaria a sair daqui e receio que esse momento esteja chegando. - ele sorriu vendo que a manipulava com perfeição - As pesquisas recentes que fiz me revelou algo... surpreendente sobre você.

— O quê? - se inclinou empolgada.

— Você não possui alma. - isso a chocou - Para ser mais claro, possui. Mas é uma fina ligação entre ela e seu corpo... você não possui total domínio sobre seu corpo.

— Isso me faz um monstro?- ela respirou fundo, sem alma? Domínio?

— Isso a separa de um monstro. - ela olhou para o lado completamente chocada - Mas ainda não tive as informações certas, é tudo muito vago. Eu só quero que saiba Jorie... que eu estarei te ajudando. - Elijah elegantemente a conduziu para longe da mesa em direção a varanda e tocou o rosto dela com carinho depositando um beijo em sua testa - Eu a protegerei.

Eu a ensinarei a não precisar ser protegida. - a voz de Klaus soou em sua cabeça a lembrando da conversa durante o breve passeio dos dois.

— Eu a guardarei. – o moreno sorriu.

Te transformarei em uma guardiã 

— Farei tudo por você. – sua expressão era carregada de doçura

Serei seu guia. —Klaus a olhava com ferocidade.

— Eu vou lutar por você.

Faremos isso juntos.

— Eu te amo Marjorie.

A jovem ergueu os olhos assustada apenas para sentir os lábios do vampiro pressionarem o seu, imediatamente ela soube que não era aquilo que desejava e se afastou de maneira involuntária com os olhos arregalados enquanto sentia aquele encantamento desabar aos seus pés. Jorie não queria esse tipo de amor, não queria ser guardada e protegida, sentia que isso não era para ela. Ela amava Elijah, mas de uma maneira totalmente diferente a qual se forçava a acreditar. Ele seria seu porto seguro, mas nunca a transformaria em alguém forte o suficiente para lidar quando esse porto desabasse.

— Eu vou ao banheiro. - se afastou do local rapidamente deixando Elijah parado na varanda enquanto corria para o lado de fora em direção a imensa fonte.

— Uau, estou surpreso em te achar aqui princesa sequestrada  - Damon surgiu com uma garrafa em mãos.

— Não parece. Na realidade, parece estar me espionando.

— O que? Você acha que eu vi aquele beijo de conto de fadas? Não. - ele riu abanando as mãos - O que sei sobre você não é suficiente.

— E vai fazer o que comigo? Me atacar? Descobrir o que sou dessa forma?- o encarou com os olhos negros – Não teste a minha paciência Damon. É o meu maior defeito.

— E eu sou burro a tal ponto? É claro que não, Peter por favor. Faça as honras, não deixe a dama esperando por mais tempo. – abanou com as mãos.

Jorie saltou para trás quando viu a lâmina brilhante vir em sua direção, ela não era boa de briga, mal sabia se defender. Apenas empurrou Peter para longe e sentiu a faca rasgar seu abdômen quando ele a puxou de volta, Jorie se virou vendo a lâmina vir em direção ao seu pescoço e sentiu o ódio lhe consumir o corpo e assim que sentiu as presas surgirem e os olhos coçarem, movimentou os lábios em direção ao pescoço do jovem e o mordeu com tanta força que um estalo ecoou por todo o quintal.

O grito de Peter fora o suficiente para ela o soltar e a fazer desabar no chão, o rosto de Jorie se tornou completamente horrorizado quando ela viu o corpo do homem se tornar preto feito em um breu incrível que quase desaparecia na noite escura, o corpo se enchendo de veias saltadas enquanto sangue escorria pelos buracos dos lábios, ouvidos, nariz e olhos antes do corpo entrar em combustão borbulhando até parar completamente e petrificar.

— Se isso aconteceu com um humano, não tenho que saber o que acontece com um vampiro. - Damon a olhou com uma expressão completamente sombria, os olhos escuros ameaçadores e ao mesmo tempo com medo - Será melhor se eu a matar logo, assim me poupa mais surpresas.

— Eu não faria isso. - a voz dura de Elijah soou pelo local - A vi derrotar até mesmo Kol, você não quer a ira dela para si. - o vampiro mais novo apenas suspirou a olhando no chão - Marjorie não incomodará, se não for incomodada.

— Monstruosidade. Não sei como me surpreendo.  

Marjorie o olhou assustada, o quê ela seria ao ponto de um vampiro a chamar de monstro?

O vampiro se afastou e Elijah continuou a olhar o corpo jogado no chão enquanto ajudava a jovem a se levantar que tremulava enquanto se revezava entre frieza e desespero sem saber como agir diante daquilo. Como ele ainda podia dizer que ela não tinha uma alma?

— O que eu sou? - ela o questionou sabendo que ele já sabia a resposta, ela podia ver em seus olhos.

— Uma Kropper. Uma Body Kropper, um corpo sem alma. Considerado um demônio até mesmo para os Mikaelson, para qualquer ser sobrenatural. - ele parou de respirar a encarando com uma seriedade nunca vista antes.

— Um demônio? Achei que não acreditassem nisso. - sussurrou.

— Acreditamos quando ouvimos falar de um Body Kroper.

— Precisa ir embora, quando Niklaus descobrir ele irá a matar. Irei te tirar daqui hoje. - era meia verdade, Elijah estava mais preocupado com a segurança da própria família do que da jovem – Vamos.

— Mas e se contarmos...

— Não é seguro Marjorie. – ele gritou se virando para ela e a assustando.

— Tudo bem.- ela concordou com um aceno, logo se veria livre deles, mas sentia que não era bem isso que desejava.

Ele acenou para ela em direção ao carro e ela seguiu rapidamente para o local deixando o moreno encarando o corpo petrificado. Elijah suspirou e sem fazer força alguma pisou sobre o corpo que se desmanchou completamente se tornando cinzas, isso o preocupou, ele já sabia o que ela era, mas ainda não entendia a dimensão dos seus problemas, somente sabia que era algo que não se poderia combater. Eram os únicos imortais que não  bebiam sangue, que não possuíam duplicatas, que não foram feitas por bruxas, que não se podia matar. Pelo menos não vampiros, nem humanos e muito menos lobisomens afinal... nem mesmo uma bruxa conseguiria acha-la, depois de completamente transformada se tornava um ser místico completamente anti magia.

°°°

— Seus documentos, roupas, joias... acredita que precisa de dinheiro?

— Não. - sussurrou brincando com uma pulseira que estava em seu braço - O que vou fazer? Como vou voltar pra casa?

— Quando viemos para cá deixei tudo pronto para você, mas espero que realmente não saia daqui, ele irá te procura por lá. - e se eu quiser que procure? - Você está aqui como uma moradora nativa, entretanto consegui outros documentos que deixam você como turista, estive o atualizando por muito tempo para que pudesse sair daqui quando quisesse.

— Obrigada Elijah. - então ela finalmente notou o quão sério e frio ele estava, não que não fosse antes, mas sua expressão sombria e determinada a assustava em demasiado, ela sentia algo escuro nele e isso começou a assustar, sabia que o jovem Peter não era nada comparada ao problema que teria com Elijah se ele decidisse fazer algo contra ela, mas ele disse que ele a amava não é?

— Vou a deixar em Utah, lembre-se pode ir onde quiser menos em Mystic Falls e Nova Orleans.

— Lembrarei. - o olhou de lado.

O moreno acelerou o carro e em algumas poucas horas os dois já chegavam na cidade, Jorie vira um imenso hotel logo na entrada e suspirou chamando a atenção dele que parou em um parque nacional próximo, ela só precisava atravessar a rua para chegar no local e ficar em segurança. Elijah sentira o peito apertar, mesmo que acreditasse que estava fazendo a coisa certa, sabia que não era. Afinal Marjorie fora sequestrada por eles, sofrera na mão de um deles e agora seria largada por ai a própria sorte em um país que não conhecia.

— É aqui. - ele sussurrou e os dois desceram do carro - A deixarei aqui.

— Eu não irei mais te ver?

— Não. - ele a olhou duramente - Eu sinto muito Marjorie, mas não podemos mais fazer isso. Você é perigosa, não tem controle sobre o que é e é um risco para todos.

— Você está brincando comigo? - a voz da jovem saíra sombria - Me jogou aqui, me condenou a esse lugar e a passar a minha vida inteira fugindo sendo um... demônio... e agora vira as costas pra mim! Você disse que... você não me ama não é? Já não bastasse tudo que passei você ainda teve coragem de fazer isso comigo? Se tivesse se dedicado tanto pra me deixar em minha casa como se dedica a sua família nada disso teria acontecido! - ela gritou com os olhos lhe enchendo de lágrimas a medida que os mesmos escureciam completamente.

— Marjorie se controle. Você é um risco, eu jamais... - a jovem sentira o ódio consumir seu corpo e ele fugira completamente de seu controle, as presas surgiram e ela se lançou em direção a ele e tentou o morder, mas o vampiro a empurrou com força e a jogou no chão - Fique longe de nós. Eu sinto muito.

Elijah virou de costas e fechou os olhos com força enquanto entrava no carro e desaparecia deixando a jovem jogada no chão enquanto olhava para tudo em confusão. Ela se ergueu rapidamente juntando suas coisas e foi em direção ao hotel sob os olhos azuis que se ocultavam na floresta.


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