I Hate Everything About You escrita por DarkAngel


Capítulo 8
Gisele


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Para que saibam eu sou de PT então algumas palavras serão diferentes em BR. Alguma dúvida nao hesitem em perguntar :D



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"Eu encontrei o amor onde não deveria estar"

I found- Amber Run

 

O carro continuava a ser conduzido pelo Nathan, a velocidade moderada. Estávamos em silêncio. Mas era incomodativo. Queria falar, fazer perguntas. Saber mais sobre o que acabara de ouvir. Paramos num semáforo vermelho. Nathan passou os dedos pelo cabelo e apertou o canto dos olhos por baixo dos óculos, parecia cansado.

—Nathan.

Falei quase num sussurro, achando que nem ele mesmo tinha escutado, mas ele desviou o olhar para mim.

—Fala.

Apertei as mãos um pouco nervosa. Ele acelerou quando o sinal se tornou verde, voltando com o olhar para a estrada, vi essa oportunidade para falar.

—Fala-me sobre a Gisele.

Pedi com algum medo. Eu queria saber, mas eu duvidava que ele me contasse algo.

—Porque haveria de contar?

Como calculei. Ele não ia falar.

—Tens razão. Eu não tenho nada a ver com isso.

Ele suspirou e passou de novo a mão no cabelo. Abrandou a velocidade do carro.

—Conheci-a naquela mansão onde estivemos à pouco.

Ele começou a falar. A sua voz melódica era muito agradável de ouvir. Um lado meu estava contente por ele me contar, mas o meu outro lado dizia que iria entristecer.

—Tinha 21 anos. Foi praticamente à 3 anos. Ela apareceu na mansão à procura de uma companhia agradável para uma festa, já que o seu marido não era muito aceite em festas ou bailes. O James perguntou-me se estaria interessado. Eu aceitei. Claro que aceitei. Uma mulher daquelas devia ser uma bomba em prazer, se é que me entendes.

Sorriu de lado meio perverso e irônico.

—Mas enganei-me. Quando a vi a minha opinião dela era a mesma, uma bela mulher, alta, grande peito, loura de olhos cor de mel. Nunca vi ninguém tão bonito na minha vida. Ela é o teu oposto Hannah.

Riu da minha cara. Fiquei ofendida com aquelas palavras. Eu não era suficiente para ser uma mulher boa? Que desagradável.

—Mas quando começamos a falar foi totalmente do que imaginei. Ela era educada, inteligente. Muito culta. Contou-me factos do mundo que ainda hoje me lembro de alguns. Foi uma das noites que passei com mais agrado. Ela era meiga e muito feminina. Ao lado dela, nenhuma mulher poderia ser comparada. Era bem diferente, sabes? Ela mexeu completamente com o meu mundo.

Ele tinha um olhar de tristeza no rosto, os seus lábios faziam uma linha perfeita. Ele estava a reviver as memórias em sua mente. E parecia triste, mas um pouco feliz por ver que não a esquecera completamente.

—Nesse dia a noite passou muito rápido. E eu não queria que ela acabasse a musica era perfeita, a festa era um clima criado na perfeição. Acho que naquela altura todos os detalhes me saltaram a vista.

Ele olhou-me e sorriu de canto. Eu estava séria com a conversa que estávamos a ter. Ele ainda a amava, eu podia sentir isso.

—Naquele momento eu encontrei o amor, num lugar onde não deveria existir. Fiquei completamente apaixonado e cego por ela. A imagem dela ainda é tão clara na minha mente. Como se o que vivemos, tivesse acontecido ontem.

Ele parou o carro na frente do prédio onde eu vivia. Desligou o carro e deixou os braços cair ao lado do corpo como se tivesse exausto.

—Nunca vai haver ninguém que eu ame tanto como a amei.

Ele tirou os óculos e encarou-me de frente. Aquele olhar cortou-me o coração, ele olhava para mim, mas não estava a ver-me a mim, mas imaginando Gisele sentada no meu lugar.

—Depois dessa festa eu pedi a ela para nos encontrarmos mais vezes. Ela discordou de início, afinal era casada. Casada mas não era feliz. Estava com aquele idiota.

Falou com raiva e apertou o volante com as mãos, desviando os olhos para os pedais.

—Até que um dia, depois de sair do trabalho a encontrei na rua. Estava a chorar e disse que o marido lhe tinha batido. Eu fiquei cego de raiva, mas ela impediu-me. Depois disso, acabamos por nos encontrar quase todos os dias. Desmarcava clientes para estar com ela. Até que ela me fez uma proposta. Ela ficava comigo, se eu largasse o trabalho.

Arregalei os olhos. Fiquei admirada com aquelas palavras. Era o obvio que uma pessoa que se ama pede, mas nunca achei que o Nathan iria por uma mulher na frente do trabalho. Na minha perspectiva, ele era apenas um mulherengo.

—Eu aceitei. Estava ansioso por me despedir e começar a minha vida com ela ao lado. Mas no final não correu como nós queríamos. Fomos descobertos nessa noite. Ela foi obrigada a ficar recolhida em casa até me esquecer completamente. E eu fiquei sem emprego, sem casa. Fiquei na miséria. Só de pensar no que ela deve ter sofrido, dá-me muita angustia.

—Ainda a amas?

Aquela pergunta saiu da minha boca como uma bala. Foi sem pensar e talvez um pouco rude demais. Mas eu queria saber. Queria saber e muito.

—Não. Eu não a amo mais. Mas também não a esquecerei nunca. Ela foi uma peça muito importante na minha vida.

Ele abriu a porta do carro e saiu. Eu fiquei sentada dentro do automóvel à espera de alguma coisa, ou simplesmente ainda estava a absorver as palavras que tinha ouvido. Ele bateu na janela e fez sinal para eu sair.

Voltei à realidade e sai do carro. Subimos para casa.

—Nathan?

—Uhn?

Não olhou para mim. Eu parei o passo antes de abrir a porta de casa. Estava de costas para ele, parado em frente à porta do meu apartamento.

—Achas que irás amar outra pessoa?

Sentia o meu queixo a tremer ao de leve. Eu realmente queria fazer aquela pergunta sem sentido? Porque queria tanto saber?

—Porque perguntas isso? Eu não sei como responder. É difícil. Não se escolhe isso né?

Tentei sorrir mas saiu tão forçado que nem uma criança iria achar aquilo verídico.

—Tens razão. Era bom que pudéssemos escolher quem amar.

Rodei a chave para entrarmos em casa, mas ele agarrou o meu pulso, não me deixando abrir a porta.

—Ei.

Ele falou. A voz estava séria e o seu rosto muito próximo do meu. Conseguia sentir a respiração dele ao de leve a bater na minha cara e o seu cheiro peculiar a entrar-me pelas narinas. Cheirava a baunilha e um pouco a suor. Provavelmente se tinha lavado com o meu gel de duche, por isso o cheiro era tão familiar.

—Tu amas-me?

Aquela pergunta caiu que nem uma bomba no meu cérebro. Senti o coração a acelerar e o rosto a queimar um pouco. Ama-lo? Nunca! ... era talvez provável demais que isso acabasse por acontecer.

—Convencido. Achas mesmo que me iria apaixonar por ti?- Sacudi a minha mão e entrei em casa. Falei sem pensar de novo, desmentindo os meus sentimentos de verdade. Ainda era cedo para confirmar que era amor, mas sem duvida que ele não me era indiferente.

Ele entrou seguido a mim e fechou a porta. Ficou em pé, apenas encostado ao sofá enquanto eu entrei no quarto para fazer um telefonema.

Digitei o numero do meu escritório e esperei que alguém atendesse.

—Sim?

—Bom dia, daqui é a Hannah Moris.

—Hannah, está atrasada.— era supostamente, o meu supervisor. Era superior a mim e era a pessoa que me dava as ordens do que fazer no meu posto.

—Desculpe aconteceu uns imprevistos e não deu para ir hoje.

—Se continuar assim nem se preocupe a voltar.

—Como?

—Acha que faltar sem justificação trás beneficio para si?

Engoli em seco, ele tinha razão. Mas realmente fui impedida de contatar antes. E por causa desses “imprevistos” o meu posto de trabalho estava em perigo.

—Lamento imenso o que aconteceu Sr.

—Lamentes se depois de perder o emprego, se amanhã não estiver cá a horas, pode dizer adeus ao seu lugar.

Desligou bruscamente na minha cara. Sentei-me em cima da cama a olhar para o ecrã do telefone. Estava um pouco chocada com as palavras do supervisor. Mas ele tinha razão. Desde que Nathan apareceu na minha vida, deixei o pensamento sobre ele influenciar no meu desempenho. E agora poderia ser despedida, se amanhã não fizesse algo produtivo.

Suspirei fundo. Deixei o meu corpo cair em cima da cama, ficando a olhar para o teto. Era branco, quase amarelo por culpa da umidade. O som de batidas na porta ecoou no quarto.

—Posso?

A voz de Nathan fez-se ouvir do outro lado. Levantei-me a abri a porta. Ele encarou-me, era realmente bem mais alto que ele. Quase dava um mau jeito no pescoço para conseguir encontrar-me com os olhos dele.

—Está tudo bem?

—Sim. Só quase fui despedida hoje. Nada de mais.

Afastei-o para conseguir sair do quarto e sentei-me no sofá. Ele seguiu-me de perto e sentou-se do meu lado.

—Hannah, o que achas de me deixares viver aqui e eu ajudar no aluguer?

Aquelas palavras foram ditas tão rapidamente que julguei ter ouvido errado. Mas quando o olhei vi que ele estava serio sobre o assunto.

—É sério isso?


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Notas finais do capítulo

Está bonzinho? ^-^
Espero que sim kk'
kissus



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