"Quando o conheci, quem diria que ele mudaria a minha vida tão radicalmente? Aquele olhar fumegante que ele tinha. A aura que ele transmitia, tudo dizia para não me aproximar ou envolver com ele, pois sabia que iria me arrepender. Mas o meu cérebro falava uma coisa, enquanto o meu coração dizia outra. Então, por instinto, segui o meu coração.

Quando o conheci era Outono. A cidade estava coberta de folhas de cores vivas. Gostava muito desta altura do ano. Ia a caminho de casa. Passava sempre pelas mesmas ruas, pelas mesmas pessoas, pelos mesmos cheiros. O meu trabalho não era longe de casa, então nos dias que me era possivel eu ia a pé. 

Naquele dia, o meu instinto guiou-me para aquela rua, sabia que algo de errado se passava. 

Aquele era um beco sem saída. Havia sempre alguns encontros desagradáveis, então eu evitava ao máximo perder tempo naquele beco, passava rapidamente ou simplesmente mudava o sentido da rua, e ia pelo o outro lado. Mas ao passar por ele, nesse dia, dois rapazes sairam a correr. Não notaram que eu passava por lá, então chocaram contra mim. Estavam preocupados em fugir, então não se desculparam e continuaram a correr. Eu apenas revirei os olhos, ajeitei a camisa e continuei o meu caminho.

Mas, por alguma razão desconhecida, os meus olhos encontraram-se a olhar para o beco. 

Ela mal-cheiroso, não transmitia bom ambiente. Mas no fundo, junto a uns contentores, encontrava-se um corpo. Estava sentado, apoiando as costas contra o contentor do lixo. Parado. Nem parecia respirar.

As minhas pernas por um momento congelaram. Mas eu sabia que ele necessitava de ajuda, então ordenei a mim mesma a entrar ali e ver o estado dele.

Foi nesse dia. Nessa hora. Nesse minuto que a minha vida estava prestes a mudar... para sempre."