– Hora de acordar dorminhoca!
Vou acordando com Grissom sussurrando em meu ouvido e me beijando no rosto. Abro os olhos e ele está sorrindo pra mim. Eu o puxo e coloco minhas mãos em torno de seu pescoço e o abraço. Ele cheira à loção de banho, perfume e à Grissom.
– Que horas são? - eu pergunto
– São 6:15. Está cedo para chamar Chloe ainda. Que tal você se arrumar e eu faço o café? Depois você acorda ela.
– Acho uma ótima idéia.
– Ótimo! - diz Grissom me beijando e se levantando
Eu desço da cama e vou ao banheiro que temos no quarto. Depois que tomo meu banho me arrumo e vou até o quarto de Chloe. Ela está dormindo que nem um anjinho.
– Acorda amorzinho - digo passando a mão em seus cabelos - Bom dia querida.
– Bom dia mamãe!
– Papai está fazendo o café da manhã. Levanta e se veste. Eu arrumo seu cabelo. Vou estar lá embaixo. - murmuro e me levanto saindo do quarto dela.
– Está bem mamãe.
Desço as escadas e vou para a cozinha, Gil já colocou a mesa e está terminando de preparar o café.
– Chloe já acordou? - pergunta Gil
– Sim. Está se arrumando.
– O aniversário dela é em duas semanas. Onde podemos fazer? No salão cheio de brinquedos, como foi no ano passado, ou aqui em casa? - diz Gil
– No ano passado muitos não foram porque os pais estavam com medo de deixa-los em um salão. O que eu entendo, porque se fosse Chloe eu também ficaria na dúvida. Então acho que devemos fazer aqui. Assim eles podem vir. - respondo
– Ótimo! Então será aqui.
Assim que Gil termina de falar, escuto os passos de Chloe descendo às escadas correndo.
– Princesa, não desça a escada correndo pode se machucar. - murmura Gil se sentando à mesa.
– Desculpe, papai.
Chloe está usando seu uniforme do colégio, uma meia calça branca quase transparente, uma saia cinza escura e um suéter azul escuro com o nome do colégio escrito em amarelo do lado esquerdo do peito. Ela entrega o elástico de cabelo e eu o prendo em um rabo de cavalo. Sentamos à mesa e tomamos nosso café.
~~~♡~~~
Logo depois que tomamos café, Chloe e eu saímos. Eu a deixo no colégio e vou para o trabalho. Os três primeiros períodos são calmos. Mas no quarto período acontece uma briga entre dois garotos por causa de uma menina. Não é a primeira vez que dois adolescentes com seus hormônios em fúria, brigam na minha aula. A menina tenta parar a briga, mas os dois garotos não a escutam. Ela faz com que eu me lembre da minha época na escola. Sorrio ao lembrar do inferno que foi. Ainda bem que tudo isso passa.
Quando chego em casa Chloe está fazendo o dever de casa e Gil está terminando de lavar a louça.
– Olá honey! Como foi hoje?- pergunta Gil
– Ah houve uma briga na aula, mas fora isso, foi tudo bem
– Que bom! - responde Gil enquanto se senta na minha frente e fixa seus olhos em algum lugar,perdido em pensamentos.
– Tá tudo bem amor? - pergunto a ele
– Tá sim querida - diz sorrindo - Os exames ficaram prontos. Tenho que ir amanhã até lá.
–Já? Não era quarta-feira que ficavam prontos?
– Pois é, também não entendi. O médico ligou e disse para ir até lá amanhã.
– Eu vou com você!
– Não precisa honey...
– Eu vou e ponto.
– Ok - sussurra Gil suspirando
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– E fim. Boa noite amorzinho - digo a Chloe e beijo seus cabelos
– Boa noite mamãe! Obrigada pela história.
– De nada querida.
Acendo o abajur que fica em cima da cômoda e apago a luz do quarto, fechando a porta. Caminho de volta para o quarto e vejo Gil deitado com as mãos atrás da cabeça, fitando o teto. Ele pediu folga para ir amanhã cedo ao médico.
– Chloe já dormiu? - pergunta ele enquanto me deito na cama ao seu lado.
– Sim - respondo e fico me perguntando porque ele está tão distante. Mas logo me dou conta que é pelo mesmo motivo que eu - Você acha que eles encontraram alguma coisa errada no seu exame?
– Eu não sei. Acredito que não - diz Gil suspirando
– Boa noite, amo você! - digo e o beijo.
– Boa noite honey. Também amo você!
~~♡~~
Acordo com Chloe me chamando. Ela está de pé ao lado da minha cama, olho para Gil que dorme profundamente.
– O que houve querida?
– Não me sinto bem.
– O que está sentindo?
– Vontade de vomitar e dor na barriga.
– Vem cá - digo a ela e coloco minha mão em sua testa morna - Não está com febre. Vamos tomar um remédio para dor na barriga.
Desço com ela até a cozinha e dou o remédio, depois a levo ao meu quarto e a deito na cama para que eu possa cuidar dela. Alguns minutos depois ela se acalma e pega no sono e eu também.
– Honey?
– Hum... sim? - respondo sonolenta
– Por que Chloe está aqui? O que ela tem?
– Ela me acordou no meio da noite reclamando de dor na barriga e vontade de vomitar.
– Ah tá. Daqui a pouco vou ao médico. São 7:10 agora.
– Vou levantar e vou com você...
– Não, é melhor você ficar em casa com a Chloe hoje. Quer ligar para o Colégio e avisar que você não vai? Eu ligo para o da Chloe e digo que ela está doente. - diz Gil me entregando o telefone
– Você pensou em tudo hein? Tudo bem, mas me liga assim que sair do hospital ok?
– Claro. O café ta na mesa.
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Depois que Gil sai, fico em casa vendo TV com Chloe. Ela já está melhor. Estamos vendo desenho quando a campainha toca e eu vou atender.
– Eu matei seu pai.- declara Laura assim que abro a porta.
– Eu admito que o matei. Mas não me arrependo filha. Sabe porque? Minha vida era um inferno com ele e...
– Para! Para de falar... por favor! - peço chocada por suas palavras.
– Me deixa entrar e vamos conversar.
Abro a porta e deixo que entre, assim que Chloe a vê vem correndo abraça-lá.
– Vamos ao escritório. - falo para Laura- Chloe, qualquer coisa me chama.
Ao entrarmos no escritório ela começa a dizer seus motivos que a levaram a cometer o assassinato.
– Você me entende filha?
– Para que você acha que existe o divórcio Laura? Para quando um casamento não está mais dando certo.
– Ele não me permitia. A única vez que pedi foi quando tudo começou, mas ele me bateu e disse que não ia ter divórcio algum e que se eu fosse a Polícia ele tirava você e seu irmão de mim. No dia seguinte ele me pediu desculpas e disse que tava estressado por causa do trabalho e ai bebia demais e descontava em mim. Ele disse que não ia mais acontecer. Ele parecia com o homem pelo qual eu me apaixonei. E eu acreditei nele. Por favor filha me deixa participar da sua vida e da Chloe. Eu amo vocês. E por você ter tido uma vida tão ruim depois, é o único motivo que eu me arrependo.
– Eu não vou te julgar, porque eu não vivi o que você viveu. Mas todas suas escolhas tiveram consequências. E você as cumpriu. Eu disse que você podia voltar quando me dissesse a verdade e vou manter minha palavra.
Laura ficou conosco até um pouco depois do almoço e foi embora prometendo voltar no dia seguinte. Nesse meio tempo eu liguei diversas vezes para Gil, mas a chamada ia sempre para a caixa postal. Estava corrigindo alguns trabalhos do colégio quando o telefone toca. Era Gil.
– Desculpe não ter ligado antes. Tive uma emergência no laboratório. - disse Gil falando com pressa
– Tá. Como foi a consulta?
– Tudo bem. Conversamos quando eu chegar em casa ok.
– Tem certeza? Porque está falando com pressa?
– Sim querida! Estou no laboratório. Aliás estão me chamando. Falo com você depois. Te amo.
E desligou antes que pudesse perguntar qualquer coisa. Não consigo entender porque ele estava assim. Ele disse que tinha algo haver com o laboratório e que foi tudo bem na consulta. E eu vou acreditar nele. Gil não mentiria pra mim.