How I could live without you? escrita por Nine1999, Aline Silva


Capítulo 7
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Última parte da história, espero que gostem. Obrigada à todas que leram e as que comentaram. :*



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Era uma sexta feira, às 16 horas e eu estava indo para casa. Tínhamos encerrado o caso rápido e Gibbs nos dispensou(também entende-se por: uma pequena pessoa de cabelos longos cacheados o ameaçou e bem, Gibbs tinha medo o suficiente dela para ouví-la). Quando chego em frente a casa onde moramos há 5 anos o cheiro de Chalá chega até mim, jantar de Shabat. Sempre que podíamos mantínhamos tradições israelenses e judias, ajudava Ziva a se reconectar com suas raízes e ensinar para nossa filha.
Passo pela porta e vejo as duas figuras deitadas no sofá, tinham cachos jogados para todos os lados e no fundo só pela centésima vez naquela semana tocava "O céu eu vou tocar". Ambas cantavam junto com a personagem e riam uma da outra quando se confundiam com a letra. A figura menor me avista e vem correndo para meu colo.
—Abba! - ela grita e me abraça. - Assiste com a gente?
—Valente? Prefiro a Elsa. - Uso meu conhecimento sobre os filmes infantis com ela.
— Eu prefiro a Merida, ela tem cachinhos igual a mim e a mamãe. - Rio do orgulho com o qual ela mostra os cachos, os jogando para os lados, eram idênticos aos de Ziva. Ela era idêntica a mãe. Linda. Beijo sua testa, a coloco no sofá junto com Ziva, beijo minha esposa e me deito ao lado delas, Ziva protesta rindo:
— O sofá está ficando pequeno para nós. - Todos gargalhamos e Ziva continua, brincando: - Acho que a Allisah que andou engordando, não acha abba?
—Concordo. - Digo fazendo cócegas na barriga da baixinha entre nós.-Sim, bem eu - Allisah fala cutucando a minha barriga e gargalhando.
Ziva ri das nossas brincadeiras, se levanta dizendo:
—Eu vou checar o Chalá antes que essa brincadeira sobre para mim.
Fico deitado com Alli mais um tempo, mexendo em seu cabelo, até ela decidir mexer no computador. Ela tinha um dom para essas coisas, ela e Tim passavam horas falando sobre jogos e coisas do tipo. Acho que foi algum karma por tê-lo chamado de McGeek por tantos anos. Pausei o filme, ela iria voltar a assisti-lo e fui ajudar Ziva com o jantar. Ela trabalhava como professora em uma escola de idiomas perto de casa e como era época de férias ela passava o dia com nossa filha. Ela queria largar o distintivo mas simplesmente não conseguiria parar de trabalhar e amava ensinar, fazia ela se sentir bem. Elas até nos visitavam no NCIS, Allisah chamava Gibbs carinhosamente de Chefe. Abraço minha esposa por trás, enroscando nossos braços a puxando para bem perto e beijo a parte de trás de sua cabeça, ela deita sua cabeça no meu ombro então pergunto:
—Ela descobriu o número do Gibbs sozinha?
—Mexendo no meu celular. - ela responde rindo da esperteza da filha.
—Gibbs realmente tem medo dela, sabia? Como uma criança conseguiu isso? Ela tem 4 anos! -Pergunto rindo e lembrando da cara de Gibbs quando disse: "-DiNozzo, sua filha ligou e disse para eu te deixar ir embora ou iria me arrepender."
—Ela usa chantagem emocional, sabe disso. Funciona direitinho com você. - Ziva fala rindo. Era verdade, não resistia aos olhinhos e ao sorriso da nossa princesa.
Ela se vira e me beija, mesmo depois de tantos anos cada beijo era especial, único mesmo já conhecendo tão bem aqueles lábios. Nos afastamos quando ouvimos uma gargalhada e Allisah dizendo enquanto entrava em meio a nós dois:
—Parem, tem criança na casa! Nunca entendi o porque de vocês se beijarem na boca, achei que isso era coisa só dos filmes. - A pequena fala nos dando uma bronca e nós rimos.
—Adorei esse seu raciocínio, continue assim ok? - Digo arrancando gargalhadas de Zi. Ela pega Allisah no colo e beija as bochechas da menina, muitas vezes. Então olha para mim e sussurra, rindo:
—Ciumento.
—Muito. - Concordo rindo e beijo as duas, Ziva no rosto dessa vez.
—Beeem melhor. - Diz Allisah.
Subo para trocar a roupa de trabalho e tomar banho. Quando saio percebo algo em cima de nossa cama, algo amarelo. Ouvia gargalhadas no andar de baixo, muitas delas, mas resolvi ver o que era antes, mesmo que estivesse morrendo de vontade de me juntas às duas no andar de baixo. Quando pego a camisa em minhas mãos a reconheço na hora, inclusive a frase estampada, desço correndo e quase caindo nas escadas e encontro as duas no que parecia ser uma discussão muito séria sobre quem era a Anna ou a Elsa. Coisas normais quando se tem criança em casa. Eu rio da cena e Ziva se vira, quando vê a camisa em minhas mãos fala:
—Era pra ser surpresa.
—Olha a minha cara de quem sabia Zi. - Digo irônico e ela ri, devo estar com uma cara de idiota. Continuo: -É sério? Nós vamos ter outro bebê?
—Nós vamos ter outro bebê. - Ela confirma sorrindo e eu vou abraçá-la. Deposito um beijo em seus lábios e percebo que está com os olhos marejados. Provavelmente a mistura de emoção e hormônios. Eu sorria, nossa pequena família estava aumentando. Ouvimos Allisah suspirar e dizer:
—Vocês não aprendem nunca! - Ela fala se referindo ao nosso rápido beijo. Ela logo se recupera da exasperação e pergunta: -Eu vou ter um irmãozinho?
—Vai sim meu amor. -Ziva fala enquanto trago a agora irmã mais velha para nosso abraço. Ficamos ali por um tempo, nós 4. Eu teria mais um motivo agora para sempre obedecer a regra número 11. Eu nunca tinha a desrespeitado desde que Ziva resolveu não voltar a Israel. Pouco tempo depois recebemos a notícia que Allisah estava à caminho e desde então passamos todos os momentos possíveis juntos. Elas eram meu motivo para tudo. Para sair do trabalho o mais cedo possível, ir embora o mais rápido que podia e quando chegava tinha minhas baterias recarregadas sempre que encontrava aqueles dois sorrisos, para ouvir todos o dia o "Tenha cuidado" de Ziva antes de sair para o NCIS e botar em prática durante o dia pois sabia que elas estariam me esperando quando chegasse em casa, sabia que quando entrasse em casa ouviria a voz de criança me chamando de abba e me abraçando. Mesmo que incluísse dormir no sofá algumas noites pois Allisah usava metade da cama(era impossível alguém tão pequena usar tanto espaço para dormir, era como se ela se multiplicasse), ou abrir mão de filmes clássicos para assistir desenhos e aprender o nome de todos os personagens e ainda cantar junto. Tudo valia a pena. Sou tirado de meus pensamentos pelo som da campainha, saímos de nosso abraço e Allisah corre para abrir a porta, nossos amigos sempre participavam do jantar éramos todos uma família, independentemente do DNA. Me abaixo e beijo a barriga de Zi, quando encontro seu olhar de novo ela está sorrindo e antes de dizermos algo ouvimos a voz de Allisah na sala:
—Eu vou ter um irmãozinho!!! -Nós rimos da alegria com que ela contava sobre o bebê.
—Isso facilitou as coisas. - Ziva diz rindo enquanto vamos para a sala.
Abby é a primeira a abraçar Ziva e só a solta quando minha esposa fala com um pouco de dificuldade:
—Abby, para esse bebê nascer eu preciso respirar por mais algumas semanas.
Em seguida Gibbs e Mcgee também a abraçam. "Parabéns" Gibbs sussurra para mim antes de Alli puxá-lo para a mesa.
Nossa noite seguiu animada, provocaram Ziva sobre como o vinho estava delicioso fingindo esquecer que ela não poderia beber pelos próximos meses. Em um momento Allisah fala:
—Ima, quando meu irmãozinho chega?
—Daqui alguns meses meu bem. - Zi responde a curiosidade da pequena, que continua:
—Eu posso escolher o nome? - Ziva olha para mim e concordo com a cabeça, ela havia escolhido o nome Allisah, combinamos que o próximo eu escolheria mas sabia que nunca ganharia daqueles olhinhos brilhantes. Ziva responde:
—Claro que pode. Algum em mente? - Alli larga o copo e concorda com a cabeça. Ziva olha para todos na mesa e faz cara de quem está com medo dos pensamentos da filha.
—Eu vou ser a irmã mais velha né? Isso significa que vou poder mandar no bebê? E ele vai ter que obedecer? - Todos na mesa riram do tom sério e inocente com o qual ela disse isso. Ela era mandona, gostava das coisas do jeito dela e dificilmente aceitava ser contrariada. Ela gostava de criar apelidos, era alegre, sorridente e gostava de fazer os outros sorrirem. Além de não ter muito filtro na boca. Não sei de quem ela puxou isso.
—Vou entender como um sim. - Fala a pessoa mais nova da mesa como se fosse adulta.
Conversávamos no sofá, até que uma Allisah manhosa abraça Ziva sussurrando:
—Eu to com sono, muito sono, sono mesmo. - Minha esposa ri e vai colocar nossa filha para dormir. Abby, Tim e Gibbs decidem ir embora. E pedem para eu abraçá-las por eles.
Quando chego no quarto que dividia com Ziva encontro as duas dormindo abraçadas, nariz a nariz. E mesmo tão próximas estavam ocupando quase toda a cama. Ziva percebe que eu entrei no quarto e move Alli para eu caber ali com elas, eu me deito e passo minha mão pela cintura de Zi deixando ela em cima de seu ventre, ela coloca sua mão sobre a minha.
—Fico feliz pela cama estar ficando cada vez menor. -Sussurro em seu ouvido.
—Eu disse para você fazer o regime. -Ela brinca e nós rimos baixo para não acordar Alli.
—Se prepare para muitos apelidos sobre estar acima do peso nos próximos meses David. - digo.
—E você ainda se pergunta de quem ela pegou a mania de apelidar todos. - Ela diz se referindo ao hábito de nossa filha.
—Lembra quando assistimos 12 é demais? - pergunto para ela.
—Nem sonha. - Ela responde rápido e nós rimos.
— Eu ia me referir ao fato de caber as crianças mais o cachorro na cama. E falar que precisamos de uma daquelas. - Ela vira para mim e consigo ver seu rosto de quem não acreditava que eu falava sério. Mas antes de ela dizer algo ouvimos um resmungo:
—Quando vocês não roncam vocês conversam, meu irmão não vai dormir até nascer.
—Como você tem tanta certeza que é um irmão e não irmã? -Ziva pergunta encaixando nossa filha entre seu corpo e um dos braços.
—Simplesmente sei, é um instinto. - Ela responde.
—Qual o nome que você pensou? - Pergunto, lembrando do rosto de Ziva no jantar.
—Elijah. -Ela fala, vira para o lado e dorme de volta.
—O que achou? -Ziva pergunta
—Feliz por não ser Olaf. -Respondo fazendo ela rir. -É um ótimo nome. Mas ainda quero escolher o nome de um bebê.
—Quem sabe. Vamos ver o que acontece. - Ela responde sorrindo deitando a cabeça em meu peito e então sussurra: -Laíla tov.
—Laíla tov. - Respondo. Era impossível não ficar feliz com tudo aquilo. Não precisava de mais nada, era completo e tinha tudo o que queria bem ali naquele quarto. Depois que Allisah nasceu era impossível não enxergar um mundo mais bonito, pensava ainda mais nas maldades e em como preparar aquela coisinha tão pequena para tudo mas o mundo era mais bonito por ter aquele sorriso. E por ter o sorriso de Zi quando a olhava. Tinha certeza que seria assim também quando nosso segundo bebê nascesse. Allisah sentiria o amor de um irmão e saberia que tinha um amigo eterno. Eu e Ziva ficaríamos tranquilos ao saber que eles cuidariam um do outro e possivelmente malucos com os dois correndo pela casa. Mas isso não importava, nosso dias seriam mais alegres e cheios de amor. Nosso amor, o amor de nossos filhos. O carinho, as risadas, as bagunças. Nós éramos uma família, eu e a maluca das facas do Mossad formamos uma família, e ninguém tiraria isso de nós. Era eterno.


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Notas finais do capítulo

Obrigada novamente a todas! Foi incrível escrever essa história. Beijos!



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