Irritant escrita por Marimachan


Capítulo 1
A Mulher Mais Irritante Que Conheci Na Minha Vida


Notas iniciais do capítulo

Yoooo! Olha eu aqui com uma one ZoRobin! Meu sonho escrever uma one só deles e finalmente consegui. ♥ Para a Yurippe, que estava em abstinência de ZoRobin e me inspirou a escrever! :3
Tá aí, Helena-chan. Espero que goste. Ficou meio sem pé nem cabeça, pq foi do nada. dlghçdsahjkfaldsfdsajkgf'

Boa leitura a todos! ;)



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A noite estava clara, já que a lua cheia compartilhava o céu com as inúmeras estrelas pontuadas no manto azul marinho. A brisa fresca entrava pelas janelas do ninho da gávea, balançando os cabelos negros da arqueóloga do Thousand Sunny. O livro encontrado em suas mãos delicadas estava aberto na metade das páginas e sua leitura era silenciosa, enquanto as ferramentas de treino pesadas desentoavam o silêncio ao cortarem o ar com exímia habilidade e força.

O espadachim dos Mugiwaras estava em mais uma de suas noites de vigília e incansáveis treinos. Sua concentração era toda voltada para os alteres que subiam e desciam em sua mão esquerda. Estava de costas para a porta e consequentemente para Robin também, que estava sentada numa confortável almofada posta próximo à saída, ignorando de todas as formas a presença da morena por ali. Ou menos tentando.

Zoro sempre preferira ser o fiel vigilante do navio exatamente porque se sentia muito mais à vontade em estar acordado durante a noite, quando todos os seus companheiros estavam ferrados num sono profundo. Sempre fora viajante solitário e não é porque entrara no bando mais comunicável e baderneiro dos cinco mares que mudaria tal comportamento. Sempre ficou muito satisfeito em saber que à noite poderia estar sozinho, concentrando-se apenas em seu treino árduo. Sem interrupções, sem distrações. Contudo, desde que aquela mulher entrara na tripulação, isso mudou de forma muito indesejada.

Aparentemente, ele agora não era o único que apreciava o silêncio e a privacidade que a noite proporcionava e desde que entraram no Novo Mundo, essa era a diversão predileta de Nico Robin: sentar num canto do ninho da gávea e ler um livro, enquanto fazia companhia ao espadachim de cabelos verdes, que treinava sem cessar; quieta. Ao menos quanto a isso o Roronoa não tinha o que reclamar, pelo menos ela não abria a boca.

No entanto, o homem já havia admitido para si mesmo que não se incomodava com a presença tão silenciosa, mas absolutamente forte da morena. O que o incomodava era exatamente o fato disso não incomodá-lo. Oras! Tudo naquela mulher o irritava. Os olhares sempre tão significativos, os sorrisos misteriosos, as risadinhas disfarçadas, a voz tranquila, o pessimismo absurdo em situações de risco, as ironias, as implicâncias, a inteligência, os olhos turquesa profundos como o oceano, os cabelos que caíam em cascatas perfeitas por sobre os bustos, o perfume embriagante, os lábios definidos...

E agora, acabara de perceber, não era só o não incômodo que o incomodava, mas também os pensamentos que rodeavam sua cabeça.

E de repente a presença da arqueóloga começou a incomodar.

Por que aquela mulher tinha aquele efeito sobre si? Total repugnância e absoluta atração? Diabos, ele era homem. E embora nunca tenha sido tão idiotamente pervertido como o Ero-cook, é claro que já reparara inúmeras vezes nas curvas bem delineadas da morena. Apenas não admitia para si e nem para ninguém o efeito que as mesmas lhe causavam toda vez que se atrevia a observá-las melhor. Exatamente por isso, por que ela tinha que ficar ali, se atrevendo a ficar em sua companhia no meio da noite? Por que tinha que ser tão irritante? Por que tinha de ser tão misteriosamente atraente? Por que a odiava tanto?

Por que ela te causa sensações as quais você não consegue controlar, constatou, e porque não consegue odiá-la.

Bufou.

― Por que diabos você tem que subir aqui toda noite? ― externou uma das inúmeras perguntas que acabara de fazer a si mesmo, ignorando completamente sua própria constatação.

Robin levantou seu olhar do livro, encarando ao companheiro de forma tranquila, embora curiosa com a repentina comunicação.

― Apenas gosto de ler aqui. ― respondeu simplesmente, o que fez o rapaz bufar novamente. ― Mas por que a pergunta? ― continuou, ainda muito curiosa. ― Nunca se incomodou com minha presença antes. Sempre a ignorou. ― completou, explicando seu raciocínio.

― É difícil ignorar sua presença, não acha? ― ironizou em meio a um sorriso sarcástico, mas se arrependeu amargamente de tal feito.

― O que quer dizer com isso, kenshi-san? ― sorriu de lado levemente, o chamando pelo apelido que há muito não utilizava mais.

― Esquece. ― rosnou em resposta, voltando sua atenção aos alteres, tentando continuar a ignorá-la.

Esforçava-se tanto em concentrar-se ali que só percebeu a movimentação da mulher quando esta já estava se sentando à sua frente. A expressão distraída disfarçava muito bem sua diversão. Obviamente, incomodar e implicar com o espadachim era seu passatempo preferido.

― Não tem como eu esquecer uma resposta dessas. ― aumentou o sorriso ao observar a careta do guerreiro.

Este, mais uma vez bufou. Mas agora decidira externar toda a sua irritação de uma vez.

― Você é a mulher mais irritante que eu conheci em toda a minha vida! Sua implicância é irritante, sua calma é irritante, seu pessimismo é irritante, sua inteligência é irritante! Seu perfume é uma droga, porque fica impregnado e isso é irritante. Seu olhar é uma infinita desgraça porque eu me perco mais nele do que nas vezes em que saio sozinho do navio e isso é irritante. E seus sorrisos são ainda mais irritantes porque causam sensações estranhas e irritantes! Você é inteiramente irritante e eu te odeio por isso. ― falou tudo de uma vez, sem nem mesmo tomar consciência do que dizia. Apenas desabafava toda a raiva e ódio que sentia por aquela mulher.

A reação dela, no entanto, o fez querer que tivesse calado a boca e a ignorado por completo, como era sua intenção desde o início daquela noite. O sorriso divertido e sedutoramente misterioso que pairava nos lábios de Robin fora sua perfeita desgraça.

― Não preciso ouvir mais nada. ― sorriu novamente e se levantou graciosamente. ― Boa noite, Kenshi-san. Acho que vou terminar de ler meu livro na biblioteca. ― disse gentilmente e, pegando o livro deixado sobre a almofada, saiu do local com ar de total satisfação.

Para trás, deixou um Zoro completamente estupefato. Ele havia acabado de se declarar – ao seu modo, é claro – para a desgraçada e ela diz boa noite?

― Argh! Eu odeio essa mulher! ― rosnou uma última vez, perdendo a conta de quantas vezes dissera aquilo desde que a conhecera.

Tomou seus alteres novamente, furioso. Sem saber que a partir da noite seguinte, seus treinos seriam substituídos por incômodos muito melhores que a simples presença da morena do navio no ninho da gávea.


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Notas finais do capítulo

Comentários fazem pseudo-escritoras felizes! Adoraria saber o que acharam. ^^
Até mais! ♥