Estava em um campo, dentro das grandes muralhas, tentava achar lenha, minha "irmã" Mikasa procurava comigo, seus cabelos negros voavam com o vento, já os meus só ficaram nos meus olhos. 

—Eren achou algo?-Ela perguntou ajeitando seu cachecol vermelho que eu dei de presente pra ela.

—Não! E você Mikasa?-Perguntei alto, para ela ouvir, pois a distância não estava ajudando na nossa comunicação.

—Achei alguns gravetos! Vamos me ajude e vamos pra casa!-Ela chamou e eu corri pra onde ela estava e começamos a colher a lenha.

Chegamos em casa.

—Bem-vindos!-Disse minha mãe sorrindo com ternura.

—Estamos de volta-Eu e a Mikasa falamos em coro.

—Seu pai já saiu para outra viajem no interior, mas disse que quando voltar vai te mostrar o que tem no porão-Minha mãe sorriu e eu abri um sorriso do tamanho do meu rosto. Era um mistério pra mim o que tinha no porão, meu pai sempre carrega a chave no pescoço.

—Eren, toma, seu pai disse que você poderia ficar com ela-Disse minha mãe, me estendo a chave do porão............................................... O QUÊ?!?! Eu implorei de joelhos no milho para o meu pai deixar eu TOCAR nessa chave! 

Estendi minhas duas mãos embaixo da chave, e minha mãe soltou delicadamente a mesma, e finalmente ela estava em minhas mãos.

—Eren, só abra o porão quando seu pai voltar está bem?-Minha mãe me olhou com desconfiança. Fiz bico.

—Sim, senhora... -Murmurei chateado, poxa! Estava muito curioso! Mikasa olhou pra chave em minha mão e deu um sorriso de canto, ela também tinha sentimentos, sorri com o sorriso dela. 

Mikasa não era minha irmã de verdade, ela apenas foi adotada pela minha família... O pai e a mãe dela foram assassinados bem na sua frente quando ela era pequena, ela tinha dez anos, além dos desgraçados dos bandidos matarem os pais dela, eles ainda a sequestraram! Meu pai e eu a salvamos, era um dia frio de neve, ela estava apenas com um fino vestido cinza, eu estava com um cachecol vermelho, vi que ela tremia e suava frio. Tirei meu cachecol e coloquei desajeitadamente no pescoço dela. E assim, ela nunca mais tirou, assim como nunca mais saiu de perto de mim e da minha família.

Eu a amo.

Não quando vocês estão pensando! Eu amo ela só como irmã... Pelo menos... Eu acho... 

Corei com esse pensamento e a Mikasa pegou na minha testa, corei mais ainda.

—Eren, está com febre?-Ela perguntou com a voz calma de sempre.

—E-Eu e-estou b-bem!-Gaguejei, droga!

Derrepente ouvimos um sino tocando.....

Eles chegaram!

Ok, vou explicar.

"Eles" são a Tropa de Exploração! Eles podem sair das muralhas e explorar o mundo! Quero fazer parte da equipe um dia.

Eu pulei da cadeira onde eu estava sentado e corri pra porta. E Mikasa me seguiu.

—ESTAMOS SAINDO!-Gritamos pra nossa mãe quando estávamos longe.

Encontrei Armin no caminho.

—Armin! Vamos! Eles chegaram!-Falei contente, ele apenas sorriu e correu comigo. 

Na nossa cidade a tropa de Exploração era idolatrada, muitos ficavam precupados com seus filhos, namorados, maridos, primos, familiares, etc.

Eu esperava que eles entrassem sorrindo, sem nenhum arranhãozinho sequer! 

Eu estava errado...

Eles entraram com as cabeças baixas, muitos, quase todos machucados. Arregalei os olhos, e o meu sorriso se desmanchou.