Avatar: A lenda de Mira - Livro 3 - Terra escrita por Sah


Capítulo 14
Incandescente


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal, tudo bem? Essa capítulo é um especial, teremos alguns a partir de agora. Eles são um pouco mais curtos que os outros, e vai nos mostrar o que certo personagem fez ou estava fazendo em um certo momento da história.



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É complicado quando a sua mente divaga, pior ainda e quando a minha faz isso. É difícil controlar os meus ânimos. Sinto a fúria gritar em meus ouvidos a todo o momento e quando estou assim é ainda pior. Ela é sedutora, essa fúria que me preenche, esse poder que inunda todo o meu ser. Mas, estou tentando ignorá-la, mesmo sem os inibidores que calam essa fúria, eu estou tentando ignorá-la.

Estou sozinho, mas qual é a novidade? Eu sempre estou sozinho, na verdade é melhor estar sozinho.  As paredes da minha casa são chamuscadas, desde o chão até o teto, porém nunca aconteceu um incêndio aqui. Eu evolui, essas coisas não acontecem há muito tempo.

O mundo lá fora é caótico, tanto quanto eu. A fúria do mundo está latente, eu posso senti-la, a raiva, o amargor, o ódio nunca estiveram tão presentes e isso me alimenta, isso deixa o meu poder mais forte, mais incontrolável, por isso estou trancado aqui. Sina me ajudou e me trouxe aqui.  Se não eu teria explodido naquele lugar.

Os inibidores não estão mais fazendo efeito desde a situação em Laogai, onde pela primeira vez em muito tempo eu pude ser eu mesmo, assim por causa disso, eu estou fazendo terapia, parece soar ridículo, mas agora pelo menos eu consigo ignorar a fúria por alguma tempo .

Olho para o teto, para a lâmpada queimada desse único cômodo que é a minha casa. Diferente dos outros dobradores eu não recebi todas as honrarias, na verdade, eu não quis tudo ia ser desnecessário  por que eu iria acabar destruindo tudo mesmo.

A única coisa que eu recebi foi um pesado tratamento psiquiátrico. E o que dizem o fogo azul é a dobra dos loucos, e eles nunca estiveram tão certos.

Minha primeira memória é confusa, fogo é apenas o que eu lembro. Por um momento da minha vida eu achei que eu era filho do próprio fogo, e isso não era loucura para mim, era apenas uma forte convicção e isso me fez fazer coisas monstruosas. Eu não matei ninguém, pelo menos isso eu posso dizer, mas eu machuquei, machuquei tanto, que as pessoas a quem fiz isso prefeririam  estar mortas. Mas isso foi a há muito tempo.  Quando a única coisa que me regia era a fúria.

Ouço fortes batidas na minha porta, porém ignoro. Sina sabe que eu não atendo ninguém a noite, e ninguém seria tão idiota de me confrontar, por pior que seja, eu tenho uma reputação e as pessoas que se importam um pouco comigo não sabem aonde eu moro.

A batidas não param, assim eu sou forçado a levantar.

O controle vai se esvaindo devagar, essas pequenas coisas causam esse efeito.  Tento contar até dez mentalmente enquanto eu abro a porta.

Porém eu paro de contar quando um homem força a sua entrada. 

— Riku? O senhor foi convocado para uma reunião com o presidente.

O homem que diz isso está com o uniforme da polícia.

— Presidente? Quem quer se encontrar com o presidente? Ele quer levar uma surra? Ou melhor, ele quer que eu esquente as coisas para ele?  -- Eu digo.

E isso soou engraçado, assim eu não consigo conter uma gargalhada.

 O homem saca um par de algemas.

— Oh, eu estava tão chateado. Que bom que você veio para me alegrar.

O calor passeia pelas minhas mãos até que a chama azul apareça, ela é quente e inconstante, assim como eu.

— Reforços – O homem grita lá para fora, assim ele se joga para trás e outra pessoa toma o seu lugar.

Eu já havia vistos dobradores de metais antes, mas nunca havia lutado com um.

A mulher tem os cabelos presos firmemente em um coque, e usa braçadeiras brilhantes, ela não parece tão mais velha que eu, porém seu olhar demonstra cansaço. Sempre achei que dobradores de metal eram obrigados a irem para o clã , onde seriam treinados e alienados e viveriam longe da cidade.  Porém vejo que não é bem assim.

Ela dobra o metal das braçadeiras com velocidade e tenta me algemar a força. Pulo para frente tentando atacá-la.  A braçadeira prende um dos meus braços contra a parede. Forço, mas não consigo nada. Assim me concentro. A única coisa que eu realmente consigo controlar de verdade, os raios que passam por todo o meu corpo.

Um clarão de luz afasta a mulher e assim eu tento controlar o calor do meu pulso.  O metal começa a derreter caindo na minha pele.

A dor é alastrante, porém suportável, mas não tenho tempo para ela.  

Sou cercado por uma quantidade razoável de policiais. Alguns estão com armas de dardos. Por isso crio uma parede de fogo entre nós.

Eles se afastam e isso é bom.  Mas quando acho que estavam indo embora, sinto uma picada no braço, olho para trás e vejo que alguém entrou pela janela da minha casa e atirou em mim. Retiro o dardo com cuidado, ao olhar para ele vejo que ele cumpriu o seu papel. O mundo começa a rodar, a fúria se silencia e eu caio de joelhos no chão. O homem do inicio se aproxima, e com aquelas mesmas algemas ele me prende. Em um ato de desespero eu tento me incendiar, mas não consigo, ele haviam me molhado, eu estava encharcado dos pés a cabeça. Quando isso aconteceu? Eu não lembro, tudo já está distante demais, tudo já está escuro demais


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Quem deve ser o próximo personagem? ( fora a Mira e o Haru, é claro)



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