Love is on the way escrita por Daniel Rodriguez


Capítulo 1
Capítulo 1º




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Joan Watson

Reuni a pouco energia que ainda habitava meu ser, e abri a porta do meu apartamento, ao entrar me depararei com minha amiga, Srta. Hudson limpando compulsivamente os móveis. Mesmo morando há quase 6 anos com ela, ainda não me costumei com sua mania de limpeza.

Soltei um longo suspiro e me joguei no sofá, fechado os olhos. Enfrentar o fluxo de gente ao fim do dia sempre acabava comigo. E, para variar, o metrô estava lotado e eu fiz todo o caminho, do trabalho até a estação próximo ao meu prédio, em pé, mal conseguindo me segurar devido a minha altura.

— Joan. – Srta. Hudson berrou, fazendo com que sua voz ecoasse por todo o apartamento. – Já falei mil vezes, não deixe seus sapatos no meio da casa. – a veia na testa dela latejava.

— Eles não estão no meio da casa. – Retruquei.

Ela balançou a cabeça em sinal de reprovação, não pude deixar de sorrir, era sempre assim todos os dias. Apesar das reclamações e paranoias, Srta. Hudson era uma boa amiga, no momento mais difícil da minha vida, ela esteve ao meu lado, quando todos me julgaram por deixar a medicina, ela foi a única que me apoiou, e hoje somos sócias, temos uma das melhores cafeterias de New York.

— Qualquer dia irei tatuar na sua testa um mapa de onde colocar seus malditos sapatos. – Ela continuava reclamando.

— E eu vou interna-la no hospício. – Gritei para ela. – É apenas um sapato, e não está fazendo mal a ninguém.

— Ele está fazendo mal a mim.

— Como é dramática. – Ri debochada. – Antes que você entre em colapso irei guarda-los.

Mas antes que pudesse levantar, Hudson pegou meus sapatos, ela esbravejou algo incompreensível e sumiu no corredor. Não demorou nem dois minutos ela voltou, parecendo está ainda mais brava.

— Joan levanta-se. Temos um jantar para ir. – Ela ordenou.

— Hudson meu dia foi exaustivo, não tenho animo para sair.

— Sem desculpas, você precisa ir comigo nesse jantar, é minha grande noite e você como minha amiga tem que estar ao meu lado. – Disse ela.

Não acredito que íamos discutir sobre isso mais uma vez. Poxa Hudson poderia simplesmente aceitar um “não”. Eu não queria passar minha noite de sexta-feira segurando vela e muito menos na companhia do senhor arrogante.

— Isso tudo é por causa do Sherlock, não é? – Hudson me questionou.

— Não tem nada a ver como o Sherlock Holmes. – Respondi exaltada. – Eu apenas não estou no clima para jantares, olha meu dia foi exaustivo, tudo que desejo é tomar um longo banho e depois dormir.

— Claro que é por ele. – Ralhou Hudson. – Você ainda não superou aquele encontro ruim.

Ela tinha que lembrar daquele maldito encontro.

— Encontro ruim? Não classificaria como ruim, foi mais para desastroso.

— Supere isso! – Ela gritou. – Isso já tem 5 anos, será que você não pode ser madura o suficiente e aguentar o Sherlock apenas por uma noite.

— Hudson... – bufei frustrada. – Olha eu... – antes que pudesse dizer algo ela me interrompeu.

— Você realmente vai me abandonar assim? Eu achava que nossa amizade significava dar apoio uma a outra, e olha no momento que eu preciso, você pula fora por causa de uma implicância boba com o Sherlock. – Desabafou ela meio chorosa.

Não acredito que ela estava fazendo chantagem emocional. Porque não estou surpresa.

— Tudo bem irei com você. – Falei contrariada.



***

Sherlock Holmes

Eu ouvia meu irmão impacientemente. Mycroft estava bastante nervoso, essa noite era muito importante, e ele já tinha me feito milhares de recomendações, para falar a verdade não ouvi nem a metade.

— Mycroft. – O chamei. – Que tal você mandar seu sermão por e-mail, eu absorvo as coisas melhores lendo.

— Sherlock. – Ele me repreendeu. – Por favor essa noite é muito importante para mim, então tente não provocar ninguém, especialmente a Joan.

— Não irei prometer nada. – Cantarolei. – E eu não provoco a Watson, ela é que fica irritada com qualquer coisa.

— Então fique distante dela o máximo possível. – Suplicou ele. – Eu quero... – não o deixe completar a frase.

— Você quer tudo saia perfeito. – Repeti. – Mas sinto informa-lo nem tudo na vida sai como a gente quer. – Bufei irritado.

Mycroft suspirou contrariado e resolveu parar com a discussão, pois sabia que poderíamos discutir o resto da noite. Viver com meu irmão mais velho é um verdadeiro suplício, ele estava sempre controlando meus atos.

Mycroft veio morar em New York sobre o pretexto que iria abrir um restaurante, mas sempre soube o verdadeiro motivo, ele veio para ser minha babá. Nosso progenitor com certeza o obrigou a isso e ele como sempre atendeu a todos os desejos de nosso pai, deixou tudo em Londres para cuidar da minha vida.

— Como estou? – Mycroft perguntou.

— Você está suando. – Respondi. – Respire e tente relaxar, daqui a pouco chega seus convidados e a Srta. Hudson, ou melhor dizendo a futura Sra. Holmes.

— Tentarei me acalmar. – Disse ele sorrindo.

Eu tinha certeza que ele não se acalmaria por enquanto, talvez só depois que Srta. Hudson estivesse com o anel de diamante no dedo anelar.

Meu irmão tinha levado dois meses para escolher o maldito anel, e para completar quase me enlouqueceu no processo de escolha, na verdade, ele estava me enlouquecendo desde que resolveu pedi-la em casamento.

Mycroft tinha planejado a noite milimetricamente, organizou tudo pessoalmente, escolheu a flores favoritas da Srta. Hudson para os arranjos, contratou o melhor quarteto de corda de New York, e até mesmo preparou o menu, pois como ele falou várias vezes, deseja que essa noite seja perfeita. E pelo visto tudo sairia perfeitamente, nada poderia dar errado, bom, só se Srta. Hudson resolver dizer “não”.

— Elas chegaram. – Ouvi Mycroft anunciar.

Vire-me na direção da entrada do restaurante, lá estava minha cunhada radiante acompanhada da sua melhor amiga não tão radiante Joan Watson.

— Sherlock não seria melhor você circular um pouco? – Indagou Mycroft.

— Claro que não. – Respondi. – Antes quero cumprimentar minha cunhada.

— Seria melh.... - Mas antes que ele pudesse completar, elas já estavam paradas próximo a gente.

— Boa noite cunhada. – Cumprimentei Hudson primeiro, ela me abraçou furtivamente. – E boa noite Srta. Watson. – Dei o meu melhor sorriso, não o recebi de volta claramente.

— Boa noite, Sherlock. – Ela me cumprimentou friamente.


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