Magia na Floresta escrita por Vlk Moura


Capítulo 44
Capítulo 44


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora!!!!!



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Era estranho ficar ali sozinha com ele. Neville ainda fazia minha mão suar e meu coração acelerar algumas vezes, mas com toda certeza não me deixava vulnerável como há alguns anos. Eu balancei meus pés lembrando de quando eu costumava ir ali, ver todos correndo para suas aulas. Lembrei de quando apresentamos para Mari aquele cantinho e ela pareceu gostar bastante. 

— Foram longos anos - ele começou, eu o olhei saindo de meu devaneio. 

— Muito longos, devo dizer - falei rindo, ele sorriu, aquele sorriso que eu tanto adorava.

— Tomei algumas decisões que não foram muito boas - ele falou como um jovem adulto se arrependendo da adolescência, eu o analisei - E muitas foram péssimas para nós - eu franzi o cenho sem entendê-lo - Nossa relação, quero dizer.

— Entendo - suspirei - Não foi nada fácil, mas tive alguma sorte - ele me analisou.

— O que quer dizer?

— Não fui certeira com minhas escolhas, também. - suspirei e olhei para frente, eu me sentia uma criança conversando com ele, me sentia no meu tempo de aluna e ele como meu professor - Mas outras eu acho que melhoraram e muito.

— Recusar ir para Hogwarts se encaixa em qual dessas? - eu o analisei.

— Sinceramente? - ele confirmou e eu ri - Nas que melhoraram e muito. Eu aprendi muito ficando longe do meio acadêmico, eu voltei porque não poderia negar fazer o que eu gosto e ainda mais no quintal de casa - dei de ombros.

— Mesmo? - confirmei - Mesmo que isso tenha feito com que virasse babá do Malfoy?

— O que é isso, Longbottom? - eu o olhei pelo meu ombro, foi como voltar a minha adolescência. - Eu diria que você guarda algum rancor dele, mas não tenho certeza. - eu ri, ele deu um riso seco.

— Não sei - ele estava pensativo, me permiti admirá-lo mais um pouco na escuridão.

— Então, quem sabe?

— Talvez você possa me dizer - eu virei para frente - Eu ter me casado e ter quase gerado uma família, isso não te fez me odiar?

— E é assim que o lobo se revela em maio as ovelhas, ouch.

— Desculpa, eu não...

— Tudo bem, eu esperava que essa estava por vir. - eu senti um vento gelado soprar.

Ficamos um tempo em silêncio, ele esperando a resposta e eu tentando pensar em algo. Esse era o tipo de pensamento que eu vinha evitando há muito tempo, eu nunca parei para pensar o que eu achava do fato dele estar se casando, de ele e a esposa aparecerem na mídia a cada cinco minutos, sobre os dois passarem a imagem de casal apaixonado e sobre como fiquei surpresa quando terminaram, mas foi um tipo de surpresa diferente, um tipo de surpresa estranho... Não era como quando descobri que ele estava namorando assim que fora para a Europa de volta, não era a mesma coisa e eu sei dizer isso porque agora estou colocando em minha mente as duas surpresas lado a lado e estou vendo no que se diferem.

— No primeiro instante quando descobri, acho que mais pela forma como descobri, eu fiquei bem surpresa, não sei se te odiei, acho que não, se teve uma única pessoa a quem odiei em toda minha vida, essa pessoa foi Morfino, então, acho que não te odiei, eu fiquei mal, muito mal, bem triste, fiquei triste por não ter sido você quem me contou. Fiquei triste porque eu acreditei por alguns dias que poderia dar certo, que nós dois poderiamos ficar juntos mesmo com a diferença de idade, mesmo com a distância, mas ver aquilo foi como derrubar o mundinho que eu recusava em assumir para mim mesma e isso foi doloroso - ele me ouvia quieto - Mas aprendi muito com isso.

— Mesmo? - confirmei.

— E eu gostava de pensar que você estava feliz e por isso tinha feito isso, porque você não precisava ser o pai-namorado dela. Então, isso me mantinha alegre. - ele riu.

— Entendo - ele suspirou - As vezes, eu acho que foi uma péssima escolha ter proposto o casamento, eu e ela não nos davamos muito bem, era completamente diferente de eu e você. Nós dois fluiamos, eu e ela eramos empurrados.

— Então, por que aceitou?

— Eu vi que você estava construindo sua vida sem eu estar por perto, e pensei que eu deveria seguir meu caminho também. 

— Entendo - eu desci do muro - Professor - rimos - Eu adoraria conversar mais com você, mas eu preciso mesmo ir, tenho que terminar umas correções e pelo horário vou dar aula virada.

— Boa-sorte - ele acenou.

Fui para o meu quarto, e foi estranho. Neville dominava meus pensamentos, mas não era como de costume, era como se minha mente e minhas emoções tentassem entrar em um acordo sobre onde ele seria encaixado. 

Eu estava no meio das correções quando um Dedo-Duro entrou pela janela e pousou a minha frente, trazia um bilhete.

Peguei alguns insetos mortos, dei a ele e peguei a carta. 

"Estão passando por mudanças no setor, espero que eu consiga te encontrar em algumas semanas para um almoço, o que me diz?

 

Ah! Essa Dedo-Duro eu ganhei alguns dias atrás, ela se chama Galinha, adora comer insetos mortos e prefere baratas, se tiver algumas para dar para ela fico agradecido.

 

                                                                                                   Draco"

Agora eu estava ainda mais confusa com tudo.

Peguei um pedaço de papel e escrevi para ele com a resposta, era óbvio que eu aceitaria almoçar com ele, só precisava de uma data mais precisa para poder organizar minhas aulas, e foi isso o que falei no bilhete-resposta. Encontrei algumas baratas mortas, dei para a Galinha e a mandei de volta com um pacote com vários insetos diferentes dentro para que Draco a alimentasse.

Voltei ao meu trabalho. 

Consegui dormir já era cinco da manhã, dei apenas um cochilo e já me arrumei para as aulas. Levei o material para a estufa, me assustei com Neville ali dentro, ele sorriu e me cumprimentou calmo, tinha olheiras enormes acompanhando seus olhos. Deixei os vários pacotes com atividades sobre a mesa principal, separei algumas plantas que ele me ajudou a contar e pegar as poções que seriam preparadas.

— Não sabia que podia fazer poções aqui - ele comentou.

— Poder, poder mesmo, não posso. Mas gosto de mostrar para as crianças o que conseguem preparar com "as plantas chatas" - fiz aspas com os dedos, ele riu. - Já tomou café?

— Ainda não.

Fomos juntos, alguns alunos ainda levantavam, alguns eu suspeitava que dormiam sobre as mesas. Quando Carla entrou com Leo eu duvidei que ambos estivessem acordados, se sentaram com a gente e começaram a comer como se não fossem ter outra refeição no dia. Neville e eu riamos dos dois

Longbottom me acompanhou durante minhas aulas e ria das crianças comparando notas. Ele comentou que nas suas aulas não tinha pessoas tão empolgadas quanto na minha.

— É verdade que o senhor foi professor da professora? - um dos alunos perguntara.

— É sim - ele respondeu rindo.

— Ela era boa aluna ou ela só fica nos enganando? - eu ri da pergunta e todos se calaram para ouvir.

— Ela era uma ótima aluna, foi minha melhor aluna durante meu período lecionando - eu ri dele que me observou recolhendo as atividades - Mas adorava aprontar alguma coisa.

— Sério? - uma das meninas largou uma das flores e foi correndo para ouvir o que ele contava.

— Sério, mas sempre se dava bem no final das contas.

— Como você fazia isso? - um dos alunos me perguntou.

— Eu tinha meus métodos - mandei uma piscadela-  Certo, gente, acabou - Neville riu - Para  a próxima aula quero que cada um me traga o nome de dois chás trouxas e para que servem, ouviram?

— Ouvimos! - responderam em coro e voltaram a encher o Longbottom com muitas perguntas. Era engraçado.

— Vamos almoçar? - ele chamou.

Eu o segui. Já estava ficando com fome e teria as próximas duas aulas vagas e poderia descansar um pouco e conversar mais com Neville.


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