Magia na Floresta escrita por Vlk Moura


Capítulo 17
Capítulo 17




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Peru e eu estavamos tão juntos um do outro quanto antes, eu não conseguia mais perdê-lo de minha vista, eu estava preocupada e me perguntava como ele tinha aguentado voar até ali. 

Passei meu tempo estudando e eu tinha bastante tempo quando não estava ajudando meu avô com as coisas da fazenda.

— Já faz um mês que você largou a escola e ainda está estudando? - Jorge deitou a cabeça sobre os braços a minha frente, Peru dormia em meu colo.

— Eu gosto de ler essas coisas - falei olhando para um relatório do professor Neville.

— Você gosta de ler isso ou isso te lembra  a pessoa que escreveu? - Jorge riu e bateu na mesa - Então, você vai vir comigo essa noite.

— Ah, Jorge, não - falei meio chorosa - Eu não gosto muito de festas, já te falei isso. Sem falar que amanhã levanto cedo para colher as flores para a Dona Angelina, não quero perder a hora.

— Para com isso - olhamos meu avô - Você vai nessa festinha nem que tenha de ir montada no Flamenco - Flamenco era o cavalo do meu avô.

— Eu não duvido que ele te faça ir montada no cavalo - Jorge riu - Sem falar que você precisa esquecer desses caras que te assombram.

— Eu já me esqueci deles - tanto meu avô quanto meu melhor amigo me encararam desacreditados - Juro!

— Então se tivesse de fazer tudo novamente faria e não fugiria? - Jorge jogava isso em mim quando eu dizia ter superado.

— Para! Não é assim também, eu machuquei pessoas, Jorge, eu não gostaria de fazer isso nem para as pessoas que mais odeio.

— Certo, certo... - ele suspirou cansado - Eu vou passar para te pegar às oito, esteja pronta ou te carrego do jeito que estiver.

— Eu o ajudo a tirá-la daqui.

— Quer se livrar de mim? - olhei meu avô, ele ria.

— Não, só quero que se divirta, que conheça uns caras... como vocês falam hoje... maneiros... isso caras maneiros e troque uns beijinho e...

— Chega, já entendi - eu olhei Jorge que ria - Estarei pronta as oito.

— Ótimo.

Eu não tinha com que roupa ir, eu não sabia como me portar em uma festa e com toda a certeza eu não tinha animo. Mas talvez passar a noite acordada fosse melhor do que dormir e sonhar com a noite da floresta como eu estava sonhando. Levantei carregando o livro e minhas pernas ficaram bambas. Estou fraca, já tem um mês que não sugo nenhuma energia e é como Raoni falou, sou uma vampira de energias, vampiros precisam de sangue e eu preciso de bruxos puro-sangue. 

— Ag! - Jorge me apoiou - Você está bem?

— Estou, só...

— Ela está assim há alguns dias - meu avô ajudou Jorge a me levar até o sofá - Deve ser anemia, essa menina come muito mal.

— Vô, eu estou bem aqui, não precisa falar de mim em terceira pessoa.

— Não se preocupe, vovô, essa noite ela não estará mole assim, não.

Jorge se despediu mais uma vez e foi para casa, fiquei alguns instantes deitada até que senti o mal estar passar, me levantei com calma, Peru deitou em meu ombro e ficou acompanhando cada movimento meu até eu entrar no meu quarto. Eu estava com saudade da escola de uma forma que tudo dentro de mim parecia ter sumido. Eu amo o Jorge, mas sinto falta da Carla, sinto até falta dos malditos preconceituosos. 

No tempo que fiquei na fazenda meu avô me deu muita força para eu fazer outras coisas, ele dizia que já que eu gostava de plantas podia ajudá-lo com as dele e ainda ajudar a Dona Angelina que vende flores e outras plantas na cidade. Então todos os dias meu avô me ajuda a arrumar os arranjos florais, algumas mudas que ela encomenda e me leva até lá. Ela tem uma quedinha pelo meu avô que não gosta de admitir isso, eu tento dar um empurrão nos dois, mas nunca vi pessoas mais lentas. 

Comecei a separar uma roupa para ir a festa, eu não tinha muita certeza do que usar. Peguei um short, uma regata, prendi parte do cabelo e me olhei no espelho, eu não costumo me vestir com coisas tão curtas ao mesmo tempo, mas pensei que seria legal fazer isso uma vez.

— Sinto muito, essa noite você vai ter de ficar - Peru virou a cabecinha par ao lado - Lá é um ambiente trouxa, é muito diferente do que você... e eu... estamos acostumados - sorri para ele - Não se preocupe, o Jorge vai cuidar de mim, eu espero.

Desci, meu avô assistia a novela. Me sentei ao lado dele esperando meu amigo chegar, quando a campainha tocou corri para abrir, Jorge estava acompanhado por uma menina muito bonita, ela tinha os olhos claros, era muito bonita. Encarei meu amigo que a segurava pela cintura com um largo sorriso.

— Agnes, Katarina. - ele apresentou.

Ela sorriu simpatica.

— Eu sabia que você não teria umas maquiagens, então ela está equipada - ele sorriu ainda mais - E vai ser bom para se conhecerem.

— Eu não gosto disso - falei dando espaço para entrarem - Sem ofensas, Katarina, mas eu não gosto de maquiagem e qualquer coisa que vá na minha cara.

— Não se preocupe, posso fazer algo leve em você - eu a olhei desconfiada - Juro.

Olhei meu amigo e a namorada. Me rendi aos dois, ela me acompanhou até meu quarto, abriu o estojo de maquiagem e começou a criar.

— Ele me contou sobre você - eu não podia abrir os olhos para encará-la - E eu já sabia sobre Harry Potter - arqueei as duas sobrancelhas mostrando estar ouvindo - Você deve estar triste por tudo isso.

— Muito - abri os olhos, ela me olhava com um ar triste - Por isso aceitei, barra, fui forçada a sair com vocês - ela riu - Não sou acostumada a essas coisas.

— Não se preocupe, não vai ser nada de mais. - ela sorriu e se afastou - Pronto.

Eu olhei no espelho e realmente com pouca maquiagem ela tinha feito milagre, ela ficou encarando o Peru que dormia pacificamente.

— É o meu pássaro. - falei observando seu olhar.

— Ele é magico? - confirmei - Que legal - os olhos dela brilharam.

Katarina parecia ser uma boa pessoa e era o minimo que eu exigia para namorar meu melhor amigo. E ela já saber sobre Harry e todo o nosso mundo já me deixava bem mais confortável e ela saber sobre o que tinha acontecido comigo me deixava em duvida sobre o quanto ela compreendia e o quanto ela achava ser como os livros. 

Descemos e meu avô ficou me encarando.

— Ta muito feio? - ele sorriu.

— Você podia sair mais vezes assim - ele me abraçou - Se cuida e cuida desses dois ai também.

— Vou tentar.

Respirei fundo e segui o casal até o carro, Jorge se ajeitou e dirigiu até uma casa que ficava no centro da cidade, eu podia ouvir a música alta que vinha de dentro, levei a mão até a cabeça no instinto de ter Peru par ame acalmar, respirei tentando controlar meu nervosismo. Os dois desceram e eu os seguia fazendo muito bem meu papel de vela. Jorge cumprimentou algumas pessoas e me apresentou como a amiga de infância, Katarina cumprimentou outras e me apresentou como a amiga de infância do namorado, muito legal essa falta de identidade. Os dois seguiram para a área de churrasco onde tinha uma piscina cheia, algo chegou até mim e não foi o ótimo cheiro de carne nem o de cloro, foi algo que aliviou a fraqueza do meu corpo, olhei em volta tentando encontrar de onde isso teria vindo, mas eu não conseguia achar. 

— Vem, Ag, vou te apresentar para alguém - segui o casal. - Paulo! - o menino virou, eu o conhecia vagamente - Lembra da Ag?

— A menina da tesoura maluca - claro, ele estudou comigo na segunda série quando comecei a descobrir meus poderes quando minha tesoura ficou maluca e voou por toda a sala - Nossa! Mas cresceu.

— Você também não é mais o pirralho daqueles tempos - falei o cumprimentando meio timida.

Ficamos ali conversando, enquanto eu continuava a sentir a energia que vinha até mim. Olhei em volta esperando encontrar algum rosto conhecido.

— Nós vamos dançar - Jorge gritou no meu ouvido para que eu pudesse escutá-lo - Fique a vontade.

Confirmei e me escorei na parede onde ele estava antes. 

Paulo e eu ficamos ali comendo carne enquanto ele tentava terminar uma latinha de cerveja que parecia estar difícil, peguei uma de refrigerante e agradeci o líquido fresco que chegou até meu estômago.

— Então é assim que é a festa trouxa... - refleti comigo mesma tentando encontrar algo legal ali.

— O que você disse? - ele ficou de frente par amim.

— Falei da festa.

— Ah! - ele olhou em volta - Já fizeram melhores - dei de ombros - Você gosta de dançar?

— Não tenho certeza - ele riu.

— Quer experimentar? - dei de ombros e o segui.

A pista de dança era basicamente a sala que tinha todos os moveis afastados para dar espaço. Comecei a dançar imitando Paulo e algumas pessoas que eu via em volta. Mas ali eu sentia mais da energia, estava muito forte, prendi a respiração em uma inutil forma de controlar. Mas nada funcionava, olhei em volta novamente e ninguém estava ali.

'É isso que você é, aceite a realidade' eu parei de dançar automaticamente, Paulo me encarou.

— Está tudo bem? 

— Está, eu só... 

Saí da casa correndo, na rua eu não sentia  a energia chegar até mim, respirei aliviada.

'Não adianta correr, não adianta se esconder, eu sempre vou te achar, caçadora'

— Não! - apertei minha cabeça - Para!

Eu me encolhi, eu não queria aquela voz na minha cabeça. Olhei para a casa, a música continuava e se eu voltasse com toda a certeza a energia iria voltar. Olhei as ruas, não estava tão escuro. Comecei a seguir o caminho para  a fazenda a pé, talvez seguir assim me fizesse ficar perdida novamente.

'Não adianta' droga! Fechei os olhos com força e segui andando ainda mais rápido. Saí da cidade e peguei a estrada, cruzei os braços sentindo um pouco de frio e arrependimento por ter saído sozinha. Alguns carros passavam e a poeira era jogada em mim. 

Um carro veio buzinando e dando farol, parei e encarei.

— Você está maluca? - Jorge falava agachado e olhando pelo vidro da Katarina - Sair assim sem falar nada e voltar andando. O que você tem na cabeça, Agnes?

— Desculpa - eu fechei os olhos com força.

'Esse trouxa não tem o direito de...'

— Para! - apertei minha cabeça novamente - Para!

— Ag! - Jorge desceu junto de Katarina, os dois seguraram meu corpo - Ag, calma! - ele olhou a namorada que parecia estar bem assustada. - Entra no carro, vou te levar para casa.

Eles me ajudaram a entrar, ele parou em uma fazenda antes da nossa, eu estava deitada no banco traseiro, podia ouvir um pouco do que ele e Katarina falavam. Algo como ele pedindo desculpa por não poder ficar com ela e ela parecendo entender a situação. Se despediram, eu continuei encolhida torcendo para a voz não voltar mais, eu tinha conseguido ficar longe por um mês, por que agora ele me encontrou?

Jorge me ajudou a descer do carro e me levou até meu quarto, ele encarou Peru que voou agitado, aquele pequeno azul sabia quando o perigo estava por perto.

— Você vai ficar bem? - ele perguntou preocupado, estava sentado na ponta da cama.

— Espero que sim - falei e sorri para ele - Sua namorada é muito legal -ele sorriu.

— Você acha? - confirmei - Que bom que gostou dela - ele se levantou - Posso te deixar sozinha que você não trará nenhum problema?

— Pode sim.

Ele fechou a porta e eu caí no sono.

 

Levantei e já ouvia o barulho do trator, meu avô estava arando a terra e eu tinha perdido a hora, levantei num pulo troquei de roupa prendi meu cabelo em coque, Peru se aconchegou e desci correndo, as flores e mudas já estavam todas separadas, era só levar para o carro. Levei todas até lá quando meu avô retornou e reclamou de eu ter carregado tudo sozinha. Ele dirigia de forma bem mais calma do que Jorge e isso era bom, me passava maior tranquilidade.

— Jorge me contou o que aconteceu - eu o olhei assustada - Esperei você levantar e ter certeza de estar tudo bem, quase chamei sua mãe.

— Não! - ele me olhou - eu sou perigosa para ela, vovô. Você não pode chamá-la aqui.

Ele respirou cansado, ele devia estar cansado de me ouvir falar aquilo, se ele não soubesse do mundo bruxo com toda a certeza pensaria que eu e minha mãe brigamos e estamos afastadas por causa disso.

Assim que chegamos Dona Angelina veio me dar um demorado abraço e falar que já estava quase me ligando devido ao meu atraso, pedi desculpas e expliquei que tinha ido a  uma festa.

— Ah! Que ótimo e ficou com algum gatinho? - eu a encarei - Ta certo, não precisa me contar sobre isso - ela olhou meu avô.

— Vou levar esses lá para dentro - falei pegando os vasos do meu avô e deixando os dois a sós, não eram muitas flores nem muitas mudas, poderia carregar sozinha.

Lá dentro eu já fui organizando tudo em seu canto, e vez e outra observava os dois conversando, terminei de ajeitar as mudas no lugar delas e trazer as maiorzinhas para a venda, os dois se despediram com um aceno, não seria hoje. 

Dona Angelina entrou e me agradeceu pela ajuda.

O movimento ali não era forte para a compra de flores, mas as mudas vendiam bastante devido as fazendas a volta e fazendeiros de outras cidades vinham até ela comprar algumas mudas do meu avô e de outros fornecedores. Eu ficava no caixa cuidando de alguns arranjos florais ou regando as mudas, Dona Angelina dizia que eu fazia todo o trabalho sozinha, mas eu gosto, gosto de poder ficar perto das plantas, mesmo que essas plantas não pudessem me morder ou sair pulando ou gritar até me enlouquecer ou me matar.

Eu cuidava de algumas flores quando senti a energia passar pela porta, respirei profundamente, Peru se mexeu, eu o olhei. Continuei com as flores enquanto a pessoa dona daquela delicia que chegava até mim conversava coma  Dona Angelina, a senhora deu um riso intimo e então pediu para eu levar as rosas que eu cuidava, peguei algumas e acabei furando meu dedo, mas nada tão doloroso quanto a mordida de um Gerânio Dentado. 

— Você devia tomar mais cuidado - a voz era grave, apesar de soar meio mesquinha, olhei para o dono da voz e meus olhos quase saltaram a cara. - Você está bem, parece que viu um fantasma.

— Estou sim, senhor Malfoy - mordi os lábios droga. Ele arqueou as sobrancelhas e olhou Dona Angelina que arrumava um belo buquê.

Aquele cabelo loiro lambido para trás, não tinha eu não reconhecer, os retratos nos livros eram idênticos aquele homem a minha frente, o ar de egoísta, metido, tudo estava ali em seu devido lugar, eu não tinha muita certeza do que eu deveria sentir se era medo, admiração, surpresa, medo novamente, tudo corria por minhas veias ao mesmo tempo.

— Vai precisar de algo mais, Dona Angelina? - ela me olhou e sorriu.

— Pode ir cuidar dos dedos. - me afastei querendo dar um tiro na minha cabeça.

Escorei na pia e comecei a lavar, ardia muito e quando passei o sabão tudo pareceu piorar.

Uma mão me tocou e me rodou, as energias invadiram meu corpo, eu encarei aqueles enormes olhos cinzentos, meu coração bateu acelerado.

— Por favor, me solta - falei tentando me afastar.

— Como sabe quem eu sou? - ele me apertou ainda mais forte.

— Eu te falo, mas, por favor, me solta - ele olhou meu braço e me largou, se afastou um passo, respirei um pouco mais aliviada, mas eu sentia a energia chegar até mim.

— Então...

— Draco Malfoy - ele arqueou uma sobrancelha - Eu estudei sobre você - ele não entendeu - Na Castelobruxo - ele relaxou e suspirou.

— Você é uma... - confirmei - E o que faz aqui?

— Longa história.

— Conseguiu encontrar, senhor Malfoy? - Dona Angelina gritou.

— Onde ficam os malditos laços? - ele sussurrou, apontei para um pote não muito distante de nós - Sim, já estou levando - ele gritou para a senhora. - Ainda não acabamos aqui.

Ele foi para a frente da loja, coloquei um curativo no dedo e fui até o caixa.

— O senhor está com olheiras enormes, deve ter ido a outra festa.

— A senhora já até sabe - ele debruçou no balcão, eu observava aquilo, ele fingia ser um trouxa, Draco Mlafoy fingia ser um trouxa, aquilo não se encaixava em minha mente - Mas a de ontem não foi tão boa.

— Agnes também esteve lá, não foi, querida? - eu acordei dos meus pensamentos, o homem me observou.

— Estive... estive sim. - falei - Mas saí cedo, não gosto muito de festas.

— Então precisa conhecer uma na minha casa - ele falou e Dona Angelina sorriu me olhando - Modéstia parte, eu sei como dar uma boa festa.

— Quando tiver pode avisar, a Agnes vai - eu encarei a senhora que terminou o buquê - Prontinho, Malfoy.

— Obrigado.

Ele pagou e continuou me encarnado, por que eu estava sentindo o ar tão pesado? Assim que ele saiu, eu relaxei e  olhei Dona Angelina, ele tinha os enormes olhos opacos brilhando sobre mim.

— Por que a senhora está me olhando assim? - perguntei fazendo a contagem do dinheiro do caixa.

— O senhor Malfoy gostou de você - eu a encarei - E ele é bonitão, se eu ainda fosse jovem iria gostar de ter alguém como ele como companhia - pobre senhora trouxa que nunca ouviu a história daquele galã. - Seu avô já deve estar chegando, anote ai o que vou querer para amanhã.

Depois de anotar e ajudá-la a fechar esperei pelo meu avô, ele apenas acenou para minha chefe e acelerou, no seu modo, par a afazenda, ficamos em silêncio durante o percurso o que não é algo comum, ele costuma falar das vacas, das hortas, do trator, dos homens que não sabem tratar uma planta, dos homens que não sabem cuidar do cavalo, coisas do dia-a-dia dele, mas não hoje, hoje nossa caminho foi cheio de silêncio. 

Quando chegamos em casa ele me segurou antes de eu entrar.

— Desculpa, eu não pude segurá-la, assim que ela soube que você estava mal quis vir correndo? - de quem ele estava falando?

Abri a porta e enormes braços pelancudos me envolveram.

— Vó! Vovó! Vó! - quase gritei, ela me olhou - Por favor, não me toque - eu estava sugando as energias dela, encarei meu avô com decepção, ele fechou a porta.

— Eu fiquei tão preocupada, quando o velho me contou que você estava mal eu não pude deixar de vir, precisava te ver.

— É perigoso - encarei meu avô - A senhora não deveria estar aqui.

— Não seja fria, Agnes, eu estou preocupada com você.

— E eu com a senhora! Eu sou perigosa, vovó, eu posso fazer com que perca toda  a sua magia - 'E fará' eu me levantei, minha avó me imitou 'Você irá sugar toda a energia da sua avó'. - Não! - apertei minha cabeça - Eu não vou!

'Senão o fizer, alguém irá se ferir, a escolha é sua'.

Olhei minha avó, ela estava preocupada, olhei para porta e saí correndo como se correr fosse me ajudar a fugir da voz em minha cabeça. 

'Você tem pouco tempo'

— Eu não vou...

Eu rolei pelo chão tropeçando no nada, fiquei ali caída enquanto a voz continuava a me assombrar. 

Duas mãos se aproximaram, eu bati nas duas, a pessoa me imobilizou. Eu tentei me soltar, mas era muito mais forte do que eu, ainda não tinha visto o rosto, apenas fui ver quando fui jogada para dentro da sala do meu avô, minha avó estava em um canto, ela estava em choque.

— Se controla! - olhei Jorge.

— Não dá! - eu olhava para a minha avó, mesmo a nossa distância eu podia sentir a energia dela - É melhor a senhora ir. - ela olhou meu avô - Por favor, não quero machucar mais ninguém.

Eu subi para meu quarto, pude ouvi-la saindo da casa, fiquei no escuro com Peru e chorando, provavelmente não vou dormir.


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