- Ah, Ron, isso é lindo, mas... – Ela viu a cor fugir do rosto de seu namorado. – Digo, não é que eu não queira. – Apressou-se em acrescentar. – Mas somos tão jovens ainda, e existem muitas coisas que devemos considerar para tomar esse tipo de decisão tão importante. Afetará toda a nossa vida, acho que podemos esperar mais um pouco. Temos que pensar muito bem, Ron.

- Nem tudo precisa ser pensado, Mione. – Ele disse tristemente. – Algumas coisas são apenas sentidas.

E ele saiu, deixando-a sozinha e com lágrimas nos olhos.

Mesmo depois de tantos anos, ele ainda não entendia. Ela sentia, e muito, mas por tanto sentir ela pensava. Sabia que por tanto querer, era arriscado que talvez não desse certo pela sua ansiosidade. Ou talvez quebrasse a cara se se entregasse de vez. Ou ainda ele descobrisse que não era ela a quem ele queria. Ele ainda não entendia que pensar era sua maneira de conter seus sentimentos para que não se machucasse, que os livros eram a companhia que ela sabia que nunca a magoariam e que a admiração que todos tinham por ela era o amor que ela não se permitia sentir.

Não se permitia sentir até ele chegar.

Com Viktor nunca houvera amor, então havia a certeza de que não sofreria.

Ron, por outro lado, ela amava tanto que tinha medo do amanhã se ele não mais estivesse ao seu lado. Tinha medo de fazê-lo sofrer. Quando amigos era tudo mais fácil, a relação mais amena, as brincadeiras inocentes e havia Harry com eles. A dois as coisas eram mais complexas, as dúvidas maiores, o medo, os sentimentos mais profundos. E não havia Harry nem havia ninguém, eram apenas eles dois.

Pensar em aceitar o que propunha Ron era tudo o que ela queria e tudo o que ela mais temia ao mesmo tempo. Temia que de sua maior felicidade viesse a sua maior dor.

Algumas coisas são apenas sentidas, repetiu em sua mente a voz do ausente namorado.

E ela sabia disso. Não fora racional sair com Harry todas as vezes que ele precisava, ela fizera isso por amá-lo como ao irmão que nunca teve. Ela sentiu isso. E talvez fosse a hora de arriscar novamente e entender que nem sempre a racionalidade poderia guiá-la. Entender que seu medo não tinha sentido. Entender que recusando poderia afastá-lo. Entender que errar é machucar-se uma vez, enquanto pensar no que poderia ter sido era sofrer constantemente.

Talvez fosse a hora de reconhecer que, mais do que tudo, ela precisava de Ron ao seu lado.

- Eu aceito. – Ela disse ao espantado namorado, que estava na varanda d'A Toca, arrancando entediado a grama. – Eu aceito me casar com você.

N/A: Fui só eu ou vocês também acharam que ficou meio confuso? D: Mas, foi minha primeira RHr, perdoem-me. :dedos:

Sejam lindinhos com a tia Chibi e deixem R E V I E W S !