Lembre-se escrita por Amanda


Capítulo 1
Prólogo




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Naquela semana fariam dois anos de casados, não era muito comparado aos sete anos de Harry e Gina, ou aos cinco anos de namoro de Rony e Melody, mas Hermione e Draco estavam definitivamente levando a vida de casal muito bem.

No inicio do relacionamento passaram por complicações, a aceitação foi fácil, o julgamento nem tanto, mas uniram-se ainda mais e conseguiram pouco a pouco passar pelos percalços.

Ela trabalhava ao lado dos amigos como auror, ele era medibruxo no Hospital bruxo St. Mungos. Moravam em uma casa simples comparada à mansão onde o rapaz cresceu, mas eram imensuravelmente felizes. Havia uma biblioteca para Hermione e um escritório para Draco, dividiam as tarefas de casa e cuidavam um do outro.

O Natal já havia passado e Hermione estava agora na sua ultima missão daquele ano, um problema relativamente simples: criadores de hipogrifos reclamaram de ataques aos seus animais durante a noite. Estava acompanhada de um auror e dois responsáveis pelo departamento de controle de criaturas mágicas.

Um trabalho fácil, se não fosse pela descoberta que fez durante a investigação. Os ataques eram realizados por lobisomens que viviam juntos numa fazenda próxima. Não conseguiam controlar os instintos durante a lua cheia e atacavam a primeira coisa viva que enxergavam, ao menos foi o que deduziu.

A partir de então nada seria mais tão simples, precisava abrir um processo no Ministério e informar seu superior, Harry. A burocracia levaria mais tempo do que realmente gostaria e esperava apenas que não tomasse seus dias de férias. Havia planejado tudo nos mínimos detalhes, Draco também se organizara no St. Mungos para poder aproveitar a viagem sem interrupções e não gostaria de estragar com uma missão.

— Harry acha que vamos precisar de um médibruxo amanhã, está livre? — Estava sentada de frente para o espelho da penteadeira, ajeitando o cabelo com os dedos.

— Claro! Se Potter acha que serei necessário, estarei lá. — Terminava de desabotoar as mangas da camisa perfeitamente alinhada. — Preciso agradecê-lo por liberá-la em janeiro, não sei quando teríamos outra oportunidade de viajar sozinhos.

Draco parou atrás de Hermione e acariciou-lhe os ombros gentilmente, sentindo a textura da pele macia de sua esposa. Estava cansado, seu consultório foi lotado por casos de acidentes mágicos durante as festividades natalinas e mal teve tempo para respirar. A viagem de férias havia vindo em boa hora.

— Não demore muito, Draco. Tem ficado acordado até tarde! — Apontou Hermione, já sob os lençóis e cobertas que ganhara como presente de casamento de Molly e Arthur.

***

No final da tarde Harry repassava com Hermione o que devia ser feito, e a prioridade era não ser atacada ou deixar que outros fossem. Estaria acompanhada do mesmo auror do dia anterior e um novato que saíra recentemente da academia de Aurors. Tudo aconteceria antes que a lua cheia se posicionasse no céu, Draco estaria presente, mas participaria apenas em caso de emergência.

Não era comum médibruxos participarem de missões, eram chamados somente se necessário, mas naquele caso, com lobisomens em plena lua cheia, Harry preferiu prevenir. Draco não estaria na linha de frente, mas em qualquer sinal de feridos, entraria em ação.

Hermione preparou-se, deixando a varinha bem posicionada no coldre preso à sua perna, conferiu o relógio de pulso e anuiu decidida para seu grupo. Estava na hora.

Precisavam pegar os lobisomens no flagra para fechar o caso dos ataques. Algumas soluções seriam disponibilizadas aos bruxos assim que voltassem à forma humana, se houvesse resistência as opções seriam menos favoráveis e até mesmo Azkaban seria colocada como possibilidade.

— Vamos lá! — Sinalizou com a mão para os colegas, indicado a casa onde supostamente viviam os bruxos.

O novato bateu com os nós dos dedos na porta três vezes e afastou-se, procurando desajeitado pela varinha em sua perna. Os ruídos no interior da casa igualavam-se aos lamentos de fantasmas, portas batiam e o chão rangia a cada passo. Aproximavam-se. Assim que a porta velha se abriu com um rangido firme e estridente, Hermione adiantou-se:

— Ministério da Magia. — Mostrou o distintivo e focou sua visão para dentro da casa, onde uma luz fraca iluminava o corredor que revelava o vulto de outro bruxo. — Preciso que nos acompanhem, temos algumas perguntas.

— Acontece senhorita, que não iremos acompanha-la. — Retrucou, cruzando os braços sobre o peito e estufando-o. Parecia ainda mais alto e assustador quando o outro homem posicionou-se do seu lado.

Mas Hermione não podia ser facilmente intimidada, já derrubara homens maiores que aqueles dois com um aceno simples da varinha. Aquele tipo de bruxo usava seu tamanho para mostrar força e esqueciam-se do cérebro, nem mesmo os feitiços mais simples eram capazes de realizar. 

— Do jeito difícil, então. — O auror logo atrás sacou a varinha e apontou para os lobisomens, enquanto o novato ainda procurava pela sua em meio às vestes.

— Eu acho que não... — Com ferocidade, o lobisomem que abriu a porta estuporou o rapaz para longe antes mesmo que o mesmo tivesse a chance de segurar a varinha.

Draco observava o duelo de longe, preocupado com Hermione, mas ainda mais com o rapaz estuporado que até o momento não dera sinal de vida, podia estar ferido gravemente. O feitiço em si não era perigoso, mas onde o bruxo caía mudava completamente a história.

O novato levantou-se cambaleante, mas empunhava a varinha para os brutamontes que lançavam feitiços contra Hermione e o auror.

Draco sentia sua mão coçar, queria participar do duelo e acabar logo com aquilo, mas estava embasbacado observando sua esposa. Hermione agia com tanta naturalidade, todos seus movimentos eram delicados, mas agressivos e firmes o suficientes para assustar qualquer bruxo. Aquele era o trabalho perfeito para ela, não conseguia vê-la em qualquer outra função. Era uma guerreira, afinal.

Aconteceu em câmera lenta: o auror ao lado de Hermione foi lançado para longe e a mulher chamou pelo marido num grito agudo e pela primeira vez desde o início do combate, descontrolado.

— Preciso que aguente comigo, Thomas. — Disse ao rapaz que agora acompanhava o duelo com um pouco mais de facilidade. Formavam uma barreira para que Draco fizesse seu trabalho.

Thomas, no entanto, virou-se momentaneamente para observar o colega caído e foi nesse momento que foi atingido novamente, passando a centímetros da cabeça de Draco, o qual levantou-se horrorizado.

Hermione defendeu-se do ataque, mas o marido não teve a mesma agilidade e da mesma forma que Thomas, foi arremessado para longe, chocando-se contra um grande carvalho. Controlando-se o máximo que podia, Hermione petrificou os bruxos com um movimento rápido e solitário.

Os colegas já haviam retomado a consciência, ambos com marcas de sangue em algum lugar do corpo, exceto Draco. Silenciosamente recebeu a resposta de seus colegas, estavam bem e sobreviveriam.

— Draco? — Chamou-o assim que chegou até o marido inconsciente. Um filete de sangue escorria pela sua testa, o cabelo loiro pálido contrastava de uma maneira assombrosa com o sangue. Gritou para os colegas a plenos pulmões: — Chamem Harry Potter!


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Notas finais do capítulo

Me contem o que acharam do capítulo, opiniões, sejam eles críticas ou não são importantes para o desenvolvimento de uma história!
Até o próximo