Linhas Cruzadas. escrita por MissDream


Capítulo 2
Passado.


Notas iniciais do capítulo

Hey meninas, voltei com mais um capítulo para vocês, realmente eu espero que gostem. Eu sei que a maioria aqui não gosta muito da Laurel, mas entendam que todo e qualquer elemento na história, contribui com o desenrolar da trama. Entã, por favor, deem uma chance tá? Prometo que vem muita surpresa por ai.

Okay, chega de lenga lenga, boa leitura e não deixem de opinar :*



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"Remember when I asked you just to stay said you'd be gone for a while but be back someday..."

 

Eu me sentia impotente, era como se o mundo estivesse prestes a  desabar enquanto eu tinha as mãos atadas a correntes grossas. Olhei nos olhos de Thea e pude ver o pânico estampado ali dentro, era torturante saber que por minha culpa eles estavam ali.
̶  E então garoto? Você não tem a Waller para te contatar. – a voz dele era cortante. – E já que não quer colaborar comigo, sinto ter que fazer isso.

̶  Não! – senti o berro arranhar minha garganta, o bolo se formando em meu estomago e um nevoeiro nublando minha mente. Meu suor descia grosso pelo rosto, misturando-se as lágrimas enquanto meu corpo era tomado por uma agonia gritante. Eu  queria sair dali, eu precisava acordar daquele inferno. 

Senti o gosto familiar de metal na boca, em seguida gritos escassos e agudos implorando por socorro,  tudo tão emaranhado que me senti sufocando,  meu corpo parecia cair de um penhasco.

 

 

Ergui meu tronco num sobressalto assustado, minha respiração descompassada e os cabelos e rosto molhados de suor. Eu acabara de ter mais um pesadelo.

̶  Querido está tudo bem? – a voz de Laurel ecoou em meus ouvidos, enquanto ela se sentava ao meu lado na cama. – Pesadelo de novo Oliver? Amor já se passaram três anos desde o acidente, você deveria procurar um analista ou algo que o ajudasse a se livrar das lembranças ruins.
̶  Não é tão simples quanto pensa Laurel, por mais que eu tente sempre me livrar, elas vem como uma lembrança de que deveria ser eu... Naquele assalto.
̶ Tenho a impressão que às vezes você não parece certo de que foi um assalto. – ela analisava meu rosto tentando buscar um resquício de algo a mais, em vão. Com o tempo eu aprendi a mascarar sentimentos e dissimular as feições.
̶  Foi um assalto Laurel, eu estava lá e dói saber que não pude fazer nada.
̶  Pare Oliver, eu estou cansada de vê-lo se culpar, estou cansada de me sentir imponente a cada vez que você tem esses malditos pesadelos e se joga em seu buraco negro de culpas.
̶  Tudo bem, me desculpe. – suspirei cansado, a verdade é que eu estava cansado de brigar com ela toda vez que esse assunto era o tema. Laurel tinha razão eu precisava superar, por nós. Por ela.

Senti os músculos do meu corpo se tencionar em resposta ao frio que fazia em Star, corri até o prédio do luxuoso hotel com minha habitual carranca, esta era uma forma de evitar que as pessoas se aproximassem as 06:h da manhã tentando uma conversa animada. Apertei o botão que me levaria até o 20º andar, lá ficava mais uma filial secreta da Argus.

Trabalho como agente secreto há sete anos para a Argus, cinco como líder de operação ao lado de John diggle. Minha equipe era formada por Ray Palmer, Sarah Lance, Roy Harper e John, claro. Para todos eu era apenas Oliver Queen, um acionista do hotel Lux Palace e noivo da modelo Dinah Laurel.

̶  Oliver, Waller enviou um dossiê, segundo ela temos um infiltrado da máfia alemã nos negócios de joia de Star, ela te pediu para dar uma olhada.
̶  Odeio quando ela faz isso, ela sabe que estamos trabalhando no caso do deputado Adam Johnson, não posso lidar com tanto trabalho quando tenho uma equipe tão escassa. – bufei sentindo raiva da minha querida chefa. – Certo, mande Sarah e Roy para investigar o deputado.
̶  Eu deveria te lembrar de que o Harper ainda está em treinamento? – questionou receoso.
̶  E o que eu posso fazer John? Amanda me manda um garoto em treinamento como reforço e nossa equipe já é pequena demais para nos darmos ao luxo de dispensá-lo.
̶  OK, já entendi. – Diggle ergueu as mãos num ato de rendição. – Olha, eu já dei uma olhada nos documentos do caso novo, então me adiantarei em mandar Ray fazer uma busca afundo sobre nosso suspeito.

O dia estava se arrastando de forma impaciente, não podíamos mexer no caso novo, pois ainda estávamos sondando terreno, Sarah e Roy haviam adquirido novas provas, mas ainda não era hora de atacar também, não até os testes de Ray ficar prontos comprovando que o DNA era mesmo do deputado e que acabaríamos com seu negócio de trafico de armas em Star.

Voltei para casa sentindo-me frustrado, mais um dia escorrido pelo ralo, o pior era aquela sensação estranha invadindo meu corpo. Laurel não atendeu minhas ligações por todo o dia, fazendo algo me por em alerta. Ela nunca deixava de me atender ou retornar.

̶  Amor, estou de volta.  ̶  atravessei o arco da porta estranhando a escuridão. – Laurel amor? – chamei seguindo em direção ao quarto. – Querida, eu estava te chamando, você não... – meus olhos estancaram nas malas feitas no quarto.
̶  Oliver... – a princípio achei que fossem malas de trabalho, mas bastou olhar nos seus olhos para logo perceber que havia algo errado.
̶  Me diz que você está indo a algum desfile de ultima hora. – pedi sentindo minha voz fraquejar. – É algum trabalho novo, certo?
̶  Oliver eu estou indo embora. – ela parecia tensa com as palavras, porém seus olhos estavam cheios de convicção. – Estou terminando nosso noivado.
Senti o chão sob meus pés sumir, as palavras ecoavam na minha cabeça como um disco arranhado, abri a boca várias vezes tentando falar algo, mas nada saia. Laurel estava parada em minha frente com o pequeno objeto brilhante estendido em minha direção. Ela estava decidida.
̶  Laurel amor, por favor, diz que isso é uma piada. – pedi me negando a acreditar. – Não pode ser sério, foi algo que eu fiz ou falei?
̶  Não Oliver, você tem sido um príncipe. – fungou. – Mas eu não me sinto preparada para tudo isso, me sinto assustada com a proporção que as coisas estão tomando, tudo vem acontecendo muito rápido e eu sinto como se não fosse eu mesma. Entenda Ollie, eu não estou no mesmo caminho que você, minha carreira começou a deslanchar e eu preciso viver esse momento... Sozinha.

Vi ela arrastar as malas até a porta do quarto sem conseguir intervir, eu não tinha forças para sair do lugar, estava processando todas as suas palavras, ela estava me deixando, depois de tudo que passamos para estar aqui, ela estava me abandonando.
̶  Eu te amo, Laurel. – falei alcançando seu braço antes que ela deixasse o quarto. – Amo demais.  Fica?
̶  Desculpe Oliver... Eu preciso ir.

Era isso, ela estava partindo. A única pessoa que conseguiu manter um resquício de lucidez em mim depois de tudo, a única que ainda tinha meu lado humano e sentimental, a mulher pela qual eu era apaixonado desde a escola estava me abandonando. Laurel era minha salvação, meu amor, e mesmo assim, mesmo depois de tudo que eu já havia perdido, o destino não satisfeito a tirou de mim.

As semanas foram se passando e eu custava a entender como alguém poderia ser tão cruel a ponto de abandonar o outro sem muitas explicações, como era possível quando todo dia ela dizia me amar? Já havia se passado um mês quando resolvi jogar Laurel no fundo de minhas lembranças e focar no meu trabalho, por mais que eu a amasse, não poderia viver minha vida em torno de lamentações. Chega de amores, chega de compromissos, chega de entregar meu coração em uma bandeja de prata para ser definhado. Com a ajuda do trabalho e de noites divertidas com garotas diferentes, eu realmente estava conseguindo manter meus pensamentos afastados de Laurel... Até aquele dia.

̶  Oliver. – Sarah entrou em minha sala num movimento bruto. Seu rosto estava pálido. – Leu o jornal hoje?
̶  Sarah, você sabe que eu não costumo ler jornal. – ela parecia aflita, queria me contar algo. – Ande Sarah, diga o que aconteceu.
̶  Veja você mesmo. – ela estendeu um jornal qualquer sobre minha mesa. Meus olhos caíram até a manchete e então senti minha boca secar, eu não podia acreditar no que estava acontecendo, aquilo só podia ser mentira. Tinha que ser mentira.

 “Modelo Dinnah Laurel é dada como desaparecida   após sair de um evento em Central City. Testemunhas   alegam ter visto a vitima pela ultima vez entrando num carro preto." 

 

Li toda a matéria sentindo meu sangue gelar a cada palavra, Laurel estava sumida e já fazia uma semana. Então ali, diante aquele maldito jornal eu jurei que independente de tudo, eu não descansaria até encontrá-la.

 


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Notas finais do capítulo

Antes que perguntem, não, Laurel e Sarah não serão irmãs nessa fic kkkkkk
E ai? Podem ser sinceras em ;)