Linhas Cruzadas. escrita por MissDream


Capítulo 13
Tango.


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas!!!
Voltei com mais um capítulo para vocês. Eu sei que atraso mais que empreiteiro de obra pública, mas é que eu sempre preciso de criatividade dobrada pra escrever LC sem deixar ponta solta, então como sou uma pessoa bloqueada criativamente, leva um tempinho pra concluir os capítulos. Mas o importante é que estou aqui e amei cada comentário recebido até agora. O que me leva ao próximo tópico.
Gente, eu sei que vocês são corridas e ocupadas, e que só de tirarem um tempinho para ler aqui já é muito, mas se gostam da história, não deixem de comentar. Eu amo receber as opiniões e palpites de cada uma, me dá um gás a mais na hora de escrever, sabe? Então não se acanhem, mas só façam se realmente se sentirem a vontade para isso.

Enfim, um grande beijo e boa leitura!!!



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"She's on the dark side neutralize every man in sight..."

 

Oliver Queen.

Eu não podia acreditar no que os meus olhos estavam vendo, o monitor apontava o resort em Coast city como o lugar onde mulheres eram escravizadas. Senti uma inquietude correr meu corpo com a ideia de mulheres sofrendo abusos ou coisas piores num lugar onde deveria ser de lazer.

̶  Minha equipe descobriu que eles promovem eventos nesse resort, mais especificamente, coquetéis. – apontou a tela que sinalizava o hotel de luxo. – Segundo fontes, nesses eventos mulheres circulam pelo ambiente com roupas luxuosas e sensuais para que homens possam admirar seus belos corpos e no fim da noite pagar pelo sexo com a mais desejada.

̶  Um bordel de luxo? – a pergunta retórica de Roy fez Sarah remexer no canto.

̶  Eu já vi casos como esse antes, as mulheres são submetidas a humilhação de desfilar nuas antes de terem aprovação para o trabalho. – Feliciy falou.

̶  Como sabe disso? – girei meus calcanhares em sua direção para fita-la melhor, mas ela virou o rosto.

̶  Já servi de isca para fechar um cassino clandestino que atuava igual, geralmente são casas de luxo para milionários entediados de suas vidinhas pacatas. – seu tom ríspido me fez recuar um passo. – Enfim, temos que conseguir entrar nessa festa.

̶  Precisamos de convites, ou algo do tipo. – Roy falou sentado sobre a mesa.

̶  Eu posso conseguir isso. – Ray digitava freneticamente em seu tablete.

̶  Ótimo. – Waller voltou a se pronunciar. – Vocês irão se dividir. Oliver e Ray precisam conseguir os convites, Sarah e Felicity estarão no salão, enquanto Diggle ficará no esconderijo dando as coordenadas. 

̶  E eu? – Ela olhou Roy com um sorriso mínimo no rosto.

̶  Você será o motorista de Jon Fulgler. – mexeu no monitor mostrando a imagem do homem que aparentava seus cinquenta e tantos anos, com cabelos grisalhos e olhos azuis. – Ele é o nosso alvo.

̶  Por que? – quis saber, pondo em palavras o pensamento de todos ali.

̶  Simples. Fulgler é o dono do lugar, ele é quem organiza os eventos, com certeza está envolvido nisso até o pescoço. – explicou. – Ele adora uma bela jovem, então Felicity e Sarah fiquem atentas a todos os movimentos dele, estejam sempre em seu campo de visão e façam o possível para chamar sua atenção.

̶  Entendido. – Sarah cruzou os braços escorando-se a parede.

̶  Só mais uma coisa garotos: sejam o mais discretos possível. Vocês só precisam pegar a chave que leva até o subsolo do lugar e sair de lá, em seguida enviaremos a policia local para acabar com a festa e quando tudo estiver terminado vocês voltam para resgatar as mulheres. É simples, só precisam agir com cautela.

Passei os dedos pelo cabelo sentindo toda tensão esquentar o meu corpo. Nesse momento a imagem de Laurel vindo em minha cabeça parecia absurda e sem sentido, mas de algum modo estranho esse caso me fazia senti ela cada vez mais perto.

(...)

O lugar parecia agradável, do tipo que eu frequentaria se costumasse ter uma vida normal. Circulei pelo salão observando o movimento, enquanto Ray encostara-se ao balcão de bebidas do outro lado fingindo tomar algum scott. Belas mulheres circulavam pelo lugar com vestidos elegantes e sorrisos ensaiados, enquanto magnatas da alta sociedade esbanjavam seus ternos, sapatos e relógios caros, gastando dinheiro em apostas de poker ou simplesmente jogando conversa fora. 

Tudo parecia entediante até o momento, observei Sarah desfilar graciosa pelo ambiente, se misturando com a multidão enquanto fingia ser mais uma daquelas mulheres. Eu podia apostar todo meu dinheiro em como o babaca do Fulgler não fazia ideia de quem era quem ali. Ele com certeza ficava com a parte financeira.

̶  Algum movimento estranho? – perguntei disfarçadamente pela escuta.

̶  “Até o momento tudo na mais perfeita calma.” — Sarah respondeu enquanto sorria para alguns homens que a devorava com os olhos.

̶  Onde diabo está Felicity? – fiz a pergunta de um milhão de dólares.

̶  “Bem atrás de você.” — tentando não chamar atenção girei nos calcanhares para encarar a loira parada na entrada do salão. Senti minha voz se perder no caminho com a imagem do corpo pálido envolvido na seda amarela. Os cabelos estavam presos num coque desajeitado com alguns fios propositalmente soltos, o que lhe dava uma sensualidade inocente, a maquiagem leve e o corte reto do tecido fazia-a parecer uma menina. Mas só quando ela passou por mim indo em direção ao bar foi que percebi está redondamente enganado. Sua espinha exposta possuindo apenas duas faixas cruzadas dava uma visão privilegiada de suas costas, a nudez ia até o cóccix onde o tecido voltava a lhe cobrir. Fechei minhas mãos numa tentativa de autocontrole ou a arrancaria daquele lugar e a faria minha esquecendo até mesmo da maldita missão. 

̶  “Pelo visto alguém precisa de babador.” 

̶  Vá à merda, Raymond. – praguejei irritado. Maldita Smoak, por que tinha de ser tão sexy?

A festa corria sem nenhum infortúnio, alguns homens já haviam desaparecido com mulheres, enquanto Sarah acompanhava Ray numa dança e Felicity negava a companhia de qualquer um que se aproximasse. Ela estava flertando com Jon Fulgler, ele parecia gostar dos olhares maliciosos, até mesmo devolvia, mas a demora dele em partir para o ataque estava me deixando impaciente, não tínhamos muito tempo, e eu precisava pensar rápido antes que a policia chegasse.

̶  O que eu vou fazer agora é estritamente profissional. – sussurrei no ouvido de Felicity, fazendo-a estremecer surpresa. Antes que ela pudesse processar, toquei seus lábios num beijo cálido e demorado. A principio ela pareceu surpresa, mas logo relaxou e passou a tocar minha nuca. Eu poderia ficar ali e me perder nela por mais tempo, mas se não parasse agora acredito que não seria capaz de me afastar até que estivéssemos fodendo em algum lugar. Afastei meus lábios, ainda contrariado, a encarando. – Aproveite a chance. – Me afastei ainda em tempo de ouvir o celular dela apitar. Tiro certeiro.

̶  "Espero que aceite passar essa noite comigo, não me agradaria perder a moça mais bela da festa para um cavalheiro qualquer.” — a voz baixa de Felicity saiu pelo comunicador, enquanto eu me afastava lhe lançando um sorriso jocoso.

̶  Velho babão. – ri seco sentindo pena da futura frustração do homem.

 

Felicity Smoak. 

 

Observei de soslaio o homem se aproximar, enquanto Oliver sumia de minhas vistas, meus lábios ainda formigando pelo beijo do infeliz. 

̶  Senhorita. – a voz ao meu lado me fez direcionar minha atenção ao homem que parecia encantado com o que via. – Me daria a honra dessa dança?

̶  Claro. – segurei sua mão áspera e gélida.

̶  Espero que saiba dançar tango. – sorri para ele enquanto começava a ouvir as primeiras notas de por una cabeza. Clichê.

Senti a mão áspera repousar em minha coluna a deixando ereta, enquanto eu erguia meu queixo para encarar o homem a minha frente. Observei seu rosto marcado com as curvas do tempo, enquanto me movia conforme o ritmo. Arrastei meu pé esquerdo para o meio de suas pernas, as afastando com suavidade sem quebrar o contato visual, e então tornei a postura inicial o deixando ditar os passos. Pela visão periférica notei o salão se abrir para nossa dança, com Fugler me girando suavemente no espaço, lhe ofereci um sorriso escorregando minha perna esquerda para trás desenhando um circulo e voltando-a a sua antiga posição. O homem me conduziu de forma sedutora entrelaçando minha perna em seu quadril e encostando nossas testas. Em um dado momento consegui ver Oliver nos observando, o olhar escuro o qual eu nunca conseguiria ler estava lá, o maxilar perfeitamente desenhado se mantinha travado enquanto os lábios formavam uma linha reta. Esse jogo estava começando a me divertir, e por alguns segundos achei que poderia tirar proveito da situação, mas contrariando minhas vontades os últimos acordes da melodia se fez presente.

̶  A senhorita dança bem. – elogiou galante.

̶  Aulas de dança de salão. – menti descaradamente. – Está quente aqui, não?

̶  O que acha de sairmos para tomar um ar? – ofereceu.

̶  Na verdade, estou louca por um banho relaxante. – lancei a isca.

̶  E se eu disser que tenho uma banheira de hidromassagem maravilhosa em minha suíte? – bingo.

̶  Eu me veria obrigada a aceitar o convite. – toquei seu rosto, alisando a barba rala. – Mas espero que seus homens não nos acompanhem. – lancei um olhar sob seus ombros em direção aos três seguranças.

̶  Não se preocupe querida, asseguro que estaremos sozinhos. – velho babão.

̶  "Felicity, você não vai ficar sozinha com esse velho". — a voz de Oliver soou em meus ouvidos.

̶  Então não me deixe sozinha, querido.

̶  Como? - Jon me olhou confuso.

̶  Eu quis dizer que espero que não me deixe relaxar sozinha. – pisquei insinuativa.

̶  "Ela é boa." — Sarah afirmou animada, me arrancando um sorriso discreto.

Caminhei em direção à entrada do salão sentindo passos atrás de mim, Fulgler era como qualquer outro homem, fácil de manipular, só precisava de um bom vestido e ar sensual. Adentramos o elevador e logo as mãos enrugadas contornaram minha cintura, o que tratei de afastar. 

̶  Vamos com calma, a pressa não é nada sexy. – proferi as palavras rezando internamente para que ele aceitasse. 

̶  Então deixe-me beijá-la, prometo ser um beijo suave.

̶  "FELICITY."— senti meu corpo arrepiar com a voz grave de Oliver ecoar em meus ouvidos.

̶  Ainda não é o momento. – sorri tentando esconder o alivio que senti ao ouvir as portas do elevador abrir. Eu não tinha medo dele, mas nojo, contudo sabia que não poderia deixar brechas para desconfiança de sua parte. – Tenho algo melhor para você, mas apenas no quarto.

̶  Isso me faz lembrar o porquê gosto de garotas como você. Tudo é mais instigante. – abriu uma porta fazendo as honras para que eu entrasse.

̶  "Certo, Felicity, agora você só precisa pegar a chave pendurada no pescoço dele e sair daí. Temos apenas cinco minutos.” — John proferiu, serio.

̶  Querido, venha aqui. – chamei o idiota que estava trancando a porta. – Deixe-me ajudá-lo com isso. – enrosquei minhas mãos em sua gravata desfazendo o nó e desabotoando sua camisa. Assim que terminei com os botões tratei de passar a mão por seu peito subindo até o pescoço, mas tal foi minha surpresa ao constatar que não havia corrente alguma pendurada ali. – Não está aqui.

̶  O que? – ele perguntou confuso se agarrando a minha cintura. – Vamos docinho, eu quero provar você.

̶  Droga, a chave não está aqui. – repeti mais alto ouvindo os questionamentos dos outros.

̶  "Felicity, você tem certeza?" — Ray perguntou.

̶  Do que você está falando, para que você quer uma chave? – Fulgler perguntou me encarando sério. – Vamos logo com isso garota, eu não tenho a noite inteira.

̶  Sabe qual o problema de velhos como você? É que se deixam levar por qualquer jovem bem vestida. – respondi arrancando as mãos dele da minha cintura.

̶  Pra quem você trabalha?

̶  Se eu contasse teria que te matar, mas a docinho promete que isso aqui não vai demorar. – antes mesmo que ele esboçasse qualquer reação o golpeei fazendo com que caíssemos na cama. Girei minha perna em seu quadril prendendo seu pescoço num mata leão. Ele estava rendido. – A chave do porão, onde está?

̶  Me solta sua maluca. – ele exigia com dificuldade. Apertei um pouco mais o golpe.

̶  Onde está a merda da chave? – tornei a pedir.

̶ Eu não vou dizer. – senti um ardor no meu braço pela força depositada. – Se quer me matar, vai em frente, uma vadia como você não será suficiente para derrubar o grande negócio, isso está além. – resolvi mudar de posição girando meu corpo e ficando por cima dele, prendendo seus punhos com um joelho, enquanto o outro estava pressionando sua jugular.

̶  Matar você? Eu? Hoje? Não. Você não irá pelo caminho mais fácil querido, o lugar para onde sua docinho o mandará faz o inferno parecer playground. – percebi o corpo dele tencionar. – Então acho melhor começar a falar se não quiser pagar pra ver. – pressionei mais o joelho.

̶  Tudo bem, tudo bem. – sorri convencida. – Não existe uma chave, é um código. 

̶  Mas que merda. – praguejei irritada. – Oliver.

̶  "Faça-o falar". — pressionei mais o joelho, fazendo o tronco masculino contorcer.

̶  Os dígitos. – pedi.

̶  Como sabe que...

̶  Os dígitos. – interrompi a pergunta pressionando mais um pouco o vão ente meus joelhos, sem paciência alguma.

̶  Espera, eu falo. – respirou com dificuldade. – 09142804. 

̶  "Anotado." — a voz de Oliver, John e Ray soaram em coral me fazendo revirar os olhos.

̶  Será que agora pode me soltar?

̶  Temo que não, acredito que o docinho vá ser preso por chapar ilegalmente. – sorri maliciosa.

̶  O que? – antes que ele pudesse entender, puxei uma pequena seringa presa a minha cinta liga, aplicando no braço do infeliz. – Bons sonhos, querido.

̶  "Ande Felicity, você tem dois minutos para sair daí." — John ralhou me apressando. Caminhei tranquila pelo corredor, mas antes que eu pudesse dar muitos passos senti meu corpo ser puxado de encontro a uma parede gelada e metálica. Oliver havia me puxado para o elevador.

̶  Nunca mais ouse repetir o feito de hoje usando esse vestido. – sua voz estava tão perto que por alguns segundos me perdi em seu halito.  

̶  Nunca mais ouse falar comigo neste tom. - rebati encostando nossos narizes em desafio. 

̶  "Não transem no elevador, é clichê demais."— a voz de Ray nos puxou para a realidade.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Olicity num momento missão impossível foi legal né? Vocês mal podem esperar pelo próximo, vai ter olicity de forma bem... Intensa ;)
Espero vocês nos comentários, beijo! ♥



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