Where are you now? – Fourtris escrita por Smiling Cat


Capítulo 1
Where are you now? – Fourtris


Notas iniciais do capítulo

One de Natal super atrasada, maaaaaaas jfkrffhfhrh
Eu tinha planejado várias ones de Natal, mas como eu sou super enrolada acabou não dando tempo de terminar todas (tenho que colocar na cabeça que se eu for fazer isso devo começar agora jrhfrfrug). Eu quis fazer um universo alternativo parecido com o do livro, por isso a cena do beijo foi "igual" a do livro.
Vou dedicar para minha amiga Marcia que sempre me ouve em tudo, principalmente em todas as minhas ideias de ones (sejam elas de épocas especiais ou não) e de fics ♥
Espero que gostem e peço desculpas se tiver ficado muito ruim ou eu tiver estragado o casal...
Bjs, Cat ♥



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Where are you now? – Fourtris
O natal com certeza era a época do ano favorita dela. Ela amava observar as árvores enfeitadas com pisca-piscas pelas ruas, as casas completamente iluminadas e cada capricho a mais que as pessoas faziam. Ele nunca gostou do Natal. Era só mais um dia comemorativo no qual seu pai realizava festas com os sócios e suas famílias. No geral, ele as odiava, porém tinha plana consciência de que sem elas, ele não teria conhecido a dona do sorriso mais lindo do mundo, Beatrice.
Era uma tradição para os dois caminhar de noite para observar uma Chicago iluminada. Mas onde ela estaria agora?
—Ei, Tobias – ele abaixou um pouco a cabeça para poder enxergar a loira em sua frente – sente o cheiro.
O moreno inalou o ar com um cheiro único de cacau. Bolo de chocolate. Com apenas uma troca de olhares Beatrice sorriu e o puxou em direção a loja de bolos.
Tobias se pegou olhando para a entrada da confeitaria e, com um suspiro, passou reto. De repente ele não via mais graça naquela massa e muito menos na cidade iluminada. Enquanto caminhava de volta para casa, o moreno escondia as mãos no bolso, chutando a neve em seus pés. Tobias sentiu algo no bolso de seu casaco e o puxou para fora. Era uma foto em que ele e Beatrice sorriam, ela havia sido tirada no dia em que foram ao parque de diversões. Eles sempre adoraram o lugar. Aquela foto era antiga, a loira tinha treze anos e ele quinze, foi há alguns anos antes de ela sumir.
Beatrice encostou-se a cerca ao lado de Tobias, enquanto comia um algodão doce. Era uma noite quente e agradável, no local era possível ouvir varias pessoas falando e rindo, era um clima de perfeita harmonia.
—Aquela garota está olhando para você– disse Beatrice, com um sorriso malicioso– Por que não vai falar com ela?
O moreno suspirou enquanto pegava um pouco do algodão doce de sua melhor amiga. A garota que o olhava tinha cabelos negros e vestia um vestido branco. Era bonita, porém ele não ligava.
—Você sabe muito bem o porquê de eu não ir até lá– respondeu.
—Não acredito que vai ficar encalhado pelo resto da sua vida por conta de um encontro que não deu certo– Tobias riu ao se lembrar do ocorrido– a gente nem ao menos lembra o nome dela. Tem que partir para outra– concluiu a loira.
O casal de amigos sempre incluía o “nós” nas frases, nunca apenas Tobias ou apenas Beatrice, era sempre Tobias e Beatrice.
—O nome dela era Nicole– a loira revirou os olhos– E não é só por isso. Além de eu ter interesses por loiras, sou casado com uma– o moreno pegou o colar de dentro da blusa e mostrou o anel azul que ele usava como pingente.
—Boa resposta– Beatrice respondeu dando de ombros, mas o sorriso querendo escapar era perceptível.
A loira pegou o ultimo pedaço de algodão doce, deixando apenas o palito, o qual ela jogou na lata de lixo ao seu lado. A garota agarrou a mão de Tobias e começou a o puxá-lo de volta a parte movimentada do parque.
—Vem, vamos à roda gigante.
O moreno parou no mesmo instante em que ela pronunciou a palavra “roda gigante”. Ele tinha pavor de altura e ela sabia muito bem. Tobias a encarou como se ela estivesse ficando louca.
—Eu não vou entrar naquela cabine, Tris.
Beatrice sorriu brincalhona.
—Eu deixo você segurar minha mão, Quatro.
Tobias cruzou os braços e a olhou com o cenho franzido.
—Sem chance, Prior.
—Eu te pago três bolos de chocolate– insistiu Beatrice colocando três dedos em sua frente.
O garoto sorriu de canto.
—E três potes de sorvete.
—Tá, e três potes de sorvete– ela concordou.
—De chocolate com menta.
—Mas eu vou ter que ir até o quinto dos infernos pra comprar esse sorvete– a loira reclamou boquiaberta e o moreno riu– Tá, mas vai dividir comigo.
Ela o segurou pela mão novamente e os dois seguiram em direção à roda gigante. Eles furaram a fila com o mesmo truque de sempre: avistavam uma garota bonita e desacompanhada, depois Tobias ia até ela e pedia para entrar em sua frente na fila, – o que sempre funcionava– então ele chamava sua melhor amiga e a garota o olhava com carranca.
Quando estavam dentro do brinquedo, Tobias estava paralisado e Beatrice ria da situação do amigo. Ela pegou em sua mão, entrelaçando os seus dedos nos dele.
—Eu estou aqui– disse ela.
Porém agora não está mais, pensou Tobias ao lembrar-se daquele dia. O moreno puxou o colar e observou o anel azul. Aquilo poderia ter sido somente uma brincadeira de criança, na época, mas com o tempo aquilo tomou um significado real. Eles realmente esperavam se casar um dia – pelo menos era isso que ele almejava.
Ao chegar a sua casa, Tobias subiu diretamente para seu quarto e deitou-se em sua enorme cama. Era muito esquisito o fato de que, desde que Beatrice desaparecera, a cama parecia tão fria, não só a cama, mas o cômodo inteiro. Ele com certeza sentia falta de quando deitavam um ao lado do outro e começavam a conversar sobre coisas banais.
O moreno sentiu algo o incomodando de baixo de seu travesseiro e quando puxou o objeto, viu que se tratava de um caderno. Aquele era o caderno da história que ela escreveu.
—Não é como se eu fosse publicar isso. Fiz mais para passar o tempo– dizia Beatrice.
Tobias lia o caderno com atenção. Achava a história interessante. Ele percebeu que ela tinha se inspirado em muitas pessoas das quais conheciam.
—Só não entendi o porquê do nome “Quatro” – disse Tobias, entregando o caderno para ela.
Beatrice sentou-se ao lado de seu amigo e encostou a cabeça no ombro do mesmo.
—Quatro medos– explicou.
Tobias não perguntou como ela sabia disso, pois ele sabia que a garota o conhecia muito bem, assim como ele também a conhecia bem, afinal eram anos de convivência.
— E você não vai terminar de escrever, Tris? – perguntou o moreno, usando o nome que ela mesma tinha se dado na história.
Beatrice respirou fundo.
—Vou. Um dia– respondeu, com uma voz sonolenta.
Ele não precisou nem olhá-la para saber que a loira estava dormindo em seu ombro. E mais uma vez, ele passara um dia inteiro com ela, assim como quase todos os dias de todos os anos que se conheciam. Ela sempre estava lá.
Mas ela não terminou.
Tobias mudava todas as estações do rádio, procurando uma música. Foi quando ele ouviu Chocolate da The 1975. Aquela música o lembrava da primeira vez em que beijou Beatrice. A música tinha uma melodia alegre, mas agora Tobias a considerava triste, pois ela o fazia lembrar-se de sua melhor amiga que nunca mais voltou. Ele ainda não havia decidido se carregar a garota na memória era uma coisa boa ou ruim.
De mãos dadas, eles caminhavam pelas ruas de Chicago. Beatrice hora afrouxava o aperto e hora aumentava, enquanto Tobias acariciava a palma de sua mão – o que a fazia estremecer. Era véspera de Natal, um ano antes de ela sumir, poucas pessoas andavam nas ruas.
Ao achar um banco, perto da loja de bolos, os dois se sentaram e ficaram observando a paisagem, pois Beatrice vinha reclamando de estar cansada o caminho inteiro. Ela dramatizava dizendo que se não sentasse, desmaiaria ali mesmo. Tobias revirava os olhos com esses comentários, porém ele tinha uma certa preocupação com isso. Já havia um tempo que ela estava assim. Beatrice raramente reclamava de dor, ao menos que estivesse insuportável.
Aquela poderia ser uma véspera de Natal normal, onde eles ficariam na sala curtindo a noite um com o outro, enquanto alguns filhos de colegas de seus pais ficavam no outro canto da sala, porém tinha uma coisa de diferente. Os melhores amigos vinham se sentindo estranhos em relação um ao outro. O que Tobias achava mais esquisito é que ele nunca pensara que fosse reparar tanto em certas coisas que Beatrice fazia ou possuía.
O clima entre eles era de tensão. Já tinha algum tempo em que o moreno vinha sentindo um ciúme anormal de sua amiga. Beatrice agora já tinha quinze anos, era natural que mais cedo ou mais tarde os garotos começassem a reparar nela. A loira podia não ter alto estima, ela podia ser muito baixa e magricela também, mas de algum modo, ela chamava a atenção de alguns garotos.
Eles já haviam discutido por causa disso. Beatrice achava que isso era idiotice dele porque ninguém estava prestando atenção nela e nem nunca prestaria, ela dizia que tudo isso era ao contrário, quem deveria estar assim era ela. Já Tobias discordava. Após três dias sem se falar, os dois fizeram as pazes, porém o clima estranho continuava. O moreno não era nenhum idiota, ele sabia que podia estar apaixonado por ela.
—Você já decidiu a roupa para hoje à noite? – Tobias perguntou sem a encarar.
Era uma pergunta que ele nunca fazia, mas o moreno temia que ela escolhesse um daqueles vestidos decotados. Não que eles fossem vulgares, pelo contrario, na loira ficava bonito e nada vulgar, pois ela não tinha nada exagerado, ela tinha o suficiente para seu tamanho, porém em garotas com um corpo bem mais definido poderia ficar.
Beatrice o olhou, desconfiada, mas logo voltou seu olhar para frente novamente.
—Não... Por quê? Quer me ajudar? – disse em um tom brincalhão.
Tobias a olhou pensativo, ele estava cogitando a ideia de ajuda-la, talvez ele pudesse escolher algo em que ninguém a ficasse olhando, principalmente Albert, filho de um dos amigos de seus pais, que insistia em encará-la. Ele com certeza iria ajudava com isso.
—Quero, vamos escolher– o moreno se levantou decidido.
Beatrice o olhou rindo, enquanto Tobias apenas a olhava, esperando ela se levantar.
—Eu acabei de sentar. Minhas pernas doem– a garota encarava seus próprios pés– além disso, ainda temos muito tempo.
Sem ter um motivo, Tobias aproximou seu rosto do de Beatrice, o que a fez ruborizar. Ele encarava seus olhos azuis, os quais o prendiam. Sem perceber, o garoto direcionou o olhar para a boca da loira, mas antes que pudesse acabar com o pequeno espaço entre eles, Tobias se distanciou e não a encarou. O clima de tensão aumentara.
Um grupo de garotas, que pareciam estar prestando atenção, riam baixinho e cochichavam, olhando na direção do casal de amigos. Elas eram familiares para o moreno. Beatrice evitava encará-las. Elas pareciam ter a mesma idade de sua amiga, provavelmente eram da mesma classe. Aquilo estava incomodando Tobias, ele realmente queria sair dali.
—Vamos, Tris. Eu levo você em minhas costas.
A garota não disse nada apenas ficou de pé no banco– o que quase a fazia ficar do mesmo tamanho que ele– e passou os braços pelo pescoço dele, enquanto Tobias segurava suas coxas nas laterais de seu corpo.
—O que você sente quando anda? – perguntou à sua melhor amiga.
—Minhas pernas doem e me sinto cansada. Só isso– respondeu ansiosa para mudar de assunto, porém seu amigo continuava preocupado.
—Você deveria ir ao médico.
—Deve ser apenas uma dor momentânea– insistiu.
                                  ************
—Você pode usar essa calça com esse vestido então– o moreno insistia.
Beatrice o olhou com o cenho franzido. Tobias estava insistindo em que ela deveria usar calça com vestido. Ela não entendia esse tipo de comportamento do garoto, a loira dizia que calças não combinavam com vestidos, mas ele dizia que estava muito frio para usar apenas o vestido.
—Tá. Eu posso usar uma meia calça já que você insiste tanto– a garota pegou dois pares de meia calça, uma da cor de sua pele e outra preta, e mostrou ao moreno– Qual?
—A preta combina mais com seu vestido amarelo.
Os dois pares combinariam perfeitamente com o vestido escolhido, mas a preta era mais grossa, não seria possível ver as pernas de quem a usasse. Por outro lado, nenhum dos dois conseguia parar de pensar no que poderia ter acontecido, e o fato de Tobias querer ajudar a loira escolher sua roupa para o Natal a intrigava.
Beatrice sentou-se em sua cama. Durante alguns segundos, tudo o que ouviam era o rádio, onde começava a batida alegre de Chocolate.
—Por que você quis me ajudar a escolher roupas para o Natal? – ela engoliu em seco ao quebrar o silêncio e sustentou o olhar que o mesmo a lançara, enquanto se sentava em sua cama.
—Você sabe o porquê, não estou a fim de discutir.
Tobias sentou ao lado da garota. Beatrice o olhou com um sorriso divertido, mas logo deixou de encará-lo. O moreno nem mesmo percebeu o gesto, ele não a encarava, estava distraído encarando o rádio em sua frente.
—Como você sabe que eles prestam atenção em mim? – perguntou mordendo os lábios inferiores, impedindo um sorriso.
—Eu percebo. Já te disse– o tom de voz do garoto era de puro tédio.
Tobias não queria nem tocar naquele assunto, o que era bem estranho porque, ao mesmo tempo ele queria. Talvez ele pensasse que por meio dessas discussões poderiam chegar a algum lugar.
—Você tem prestado bastante atenção, não tem?
—Gosto de observar as pessoas– o moreno responde, dissimuladamente.
Beatrice se vira de frente para o amigo, ajoelhando- se em cima da cama, sorrindo.
—Lembra-se das facções da história que eu estou escrevendo– ele a olha com curiosidade e faz um gesto positivo com a cabeça– Tenho certeza de que seu lugar seria na Franqueza, porque você é um péssimo mentiroso.
Tobias se vira inteiramente para ela, pousando a mão ao lado da garota e se aproximando.
—Tudo bem. Eu observo você porque gosto de você, mais do que minha melhor amiga.
A loira ficou surpresa com a declaração, parecia não saber o que responder.
—Mas você é mais velho do que eu.
—Ah claro. Dois anos é uma grande diferença– Tobias sorri.
—Eu não entendo. Tudo bem que sou sua melhor amiga, mas ainda sou mais nova e... – o garoto não deixou que ela terminasse a fala. Ele simplesmente a beijou.
Para Tobias, apenas estar beijando ela não era o bastante. Ele a puxa para mais perto intensificando beijo.

Desde que se conheceram, eles nunca haviam passado um Natal separados, mas dessa vez Tobias estaria sozinho, sentado em um canto da sala esperando a noite acabar. Agora quem ele mais queria nesse Natal não estaria lá. Se ao menos ele tivesse prestado mais atenção em sua volta...
Tobias se virou para o lado mais uma vez, em uma tentativa frustrada de dormir. O moreno precisava descansar, já tinham exatos três dias que não dormia direito. Quando finalmente estava pegando no sono, o garoto ouviu um barulho. Algo batendo no vidro da sacada de seu quarto. Tobias nem precisou pensar muito para descobrir o que estava acontecendo. Isso era obra de sua vizinha extremamente teimosa, também conhecida como Beatrice Prior, sua melhor amiga/namorada.
Geralmente o casal fazia isso quando queriam chamar a atenção do outro no meio da noite, assim, tudo o que eles teriam de fazer era abrir a porta. E foi o que Tobias fez. Ao ver a garota, ele levou um susto, fazendo-o arregalar os olhos. Beatrice normalmente era pálida, mas naquela noite ela estava muito mais do que o normal, – se é que isso era possível – a loira parecia ter chorado, pois os olhos estavam úmidos, porém isso era quase imperceptível já que o cabelo tampava seu rosto, ela também segurava um coelho de pelúcia cor de rosa – o qual ele havia dado a ela.
Beatrice adentrou a casa sem falar nada e enquanto subia as escadas, Tobias começou a reparar no corpo da garota. Onde antes só era possível ver os ossos de suas costas, que eram bem visíveis, agora havia vários arranhões, seu braço esquerdo estava roxo e sua coxa esquerda também.
Quando chegou ao quarto do moreno, a garota sentou-se na cama.
—Posso passar a noite aqui? – perguntou ela, com uma voz embargada.
—Você já está aqui– Tobias deu de ombros.
A garota esfregou os olhos com as costas das mãos e se levantou. Ela ia em direção ao banheiro. Suas pernas estavam bambas e seus braços tremiam, após alguns passos pequenos, a loira acabou caindo de maneira em que batesse sua perna, que estava roxa no chão. O moreno se apressou em ir ao lado da namorada. Ao tocar em seu braço, percebeu que a mesma estava fria.
—O que aconteceu com você? – Tobias perguntou, tentando pegar Beatrice no colo.
Antes que Beatrice pudesse dizer qualquer palavra, ela começou a tossir. Quando o fazia, gotas de sangue escapavam de sua boca, até que acabou saindo mais do que alguns pingos. A garota havia vomitado sangue. Apenas sangue.
Do lado de dentro, era possível ouvir as pessoas rirem e conversarem. Estavam em perfeito clima de Natal, porém do lado de fora tudo parecia muito triste. As casas todas eram praticamente iguais, eram enormes pintadas de cinza e branco, e, por conta da neve, tudo ficava vazio e mais sem graça. Por mais que o interior da casa estivesse aquecido, Tobias sentia como se estivesse tão frio quanto o lado de fora.

O moreno observava a antiga casa de sua namorada através de uma das janelas da sala de sua casa. Talvez ela voltasse. Era a época do ano favorita dela. Mas talvez ela não fosse aparecer.
O garoto já estava quase desistindo de esperar olhando de sua janela. Ficar em seu quarto seria bem mais divertido e ninguém notaria que ele não estava presente, porém ao se levantar, avistou alguém vestido com uma blusa de capuz azul entrar na antiga casa de sua amiga.
Tobias saiu de casa apressado. Poderia ser ela. A pessoa do capuz azul era mais alta e mais cheia que Beatrice, mas mesmo assim ele ainda tinha esperanças. Entretanto, a cada passo que se aproximava do sujeito tinha cada vez mais certeza de que não era ela. Não se tratava de uma garota.
—Caleb?
—Olá, Tobias– cumprimentou virando-se para encarar o moreno.
A casa havia sido desocupada após a morte dos pais de sua namorada. Foi na mesma noite em que ela sumiu. Caleb era o único que sobrara naquela noite. Tobias se lembrava da noite em que vários carros de policia estavam estacionados em frente a casa.
Caleb estava horrível, era impossível não notar as olheiras fundas e a barba por fazer. Um silêncio desconfortável pairava entre os dois. Caleb pigarreou e quebrou o desconforto:
—Eu vim buscar algumas caixas que deixei lá nos fundos. Pode me ajudar?
Tobias apenas assentiu e seguiu o garoto até os fundos. Todos os moveis da casa continuavam lá, porém estavam todos sujos. Perto da piscina encontravam-se duas caixas lacradas e em cima de uma delas estava o coelho rosa de Beatrice. Ela sempre o carregou para todos os lugares, mas pelo visto, ela não o levou para onde quer que a mesma estivesse naquele momento.
Tobias segurou a pelúcia e encarou o objeto. Desde que a garota sumiu, o moreno sentia uma dor interna inexplicável, era como se cada um de seus órgãos estivesse morrendo aos poucos. Caleb fungava tentando segurar o choro.
—Eu me lembro da ultima vez em que a vi, foi aqui na beira da piscina. Estava irreconhecível. Seu rosto estava inchado e sua pele roxa– comentou o irmão da loira, com um olhar distante– Fique com o coelho.
O moreno não queria tocar nesse assunto, então apenas balançou a cabeça concordando. Cada um pegou uma caixa e levou até o porta malas do carro de Caleb. O mesmo agradeceu e adentrou o veiculo.
—Feliz natal, Tobias– desejou.
Não estou tento um feliz natal e nem vou ter, pensou o garoto. Com um sorriso forçado respondeu:
—Feliz natal.


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Notas finais do capítulo

Odiaram, não gostaram, mais ou menos ou gostaram?
Bjs, Cat ♥



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