“Alguns meses depois!”

As férias de inverno mal havia chego e já estavam acabando. Mais dois dias, era tudo o que eles tinham. Os seis jovens saíam quase todos os dias, aproveitavam ao máximo para se divertir antes de terem que voltar à escola e ter que aguentar Haruka por mais meio ano.

Desde o incidente no aniversário de Katsumi, a jovem estava com alguns pensamentos maldosos. Queria se vingar a todo o custo de todos que a fizeram passar vergonha. Ela sentia medo, temia seus próprios pensamentos, não sabia o que era capaz de fazer àquelas pessoas. Mas ela queria se vingar, disso ela tinha certeza.

— Ei, Tsu-chan, venha! – Yoko chamou-a para andar de balanço na praça que havia perto da casa dele. – O restante do pessoal já esta chegando, vamos conversar durante esse tempo.

— Ah, claro. Sobre o que quer conversar? – ela não queria que seu amigo tocasse em qualquer assunto que envolvesse Haruka, o que ela tinha feito ou quais atitudes seriam tomadas pela jovem.

— Por que você esta tão estranha ultimamente? Esta assim desde o seu aniversário. – ele começou a falar, sem pensar na reação da amiga.

— Eu só... Estou com alguns pensamentos estranhos, nada de mais.

— Você quer fazer algo contra ela? – seus olhos se arregalaram levemente. Ele sabia que a garota não faria coisas assim, nunca faria mal a ninguém, mesmo que a humilhassem na frente de todos.

— Talvez, ainda estou pensando. Mas, não se preocupe! – a menina se levantou, e correu para abraçar Yoshiaki que estava vindo em direção a eles.

— Nee-chan, esta tudo bem? Você parece desconfortável com algo.

— Eu estou bem! Vamos, Yoko esta nos esperando!- Katsumi pegou na mão do seu amigo e voltou para o balanço.

A tarde passou rapidamente quando os seis jovens se encontraram. A Noite logo chegou e começou a garoar levemente quando todos se dirigiam até a casa de Akemi para ver filme e jogar cartas durante a madrugada. Estavam todos molhados e mal enxergavam um palmo diante dos seus olhos, mas, eles conseguiram reconhecer Haruka ao final da rua, se aproximando deles. Ela estava com vestes vermelhas, uma máscara cirúrgica abaixo do queixo e trazia algo em suas mãos.

— Ei, Katsumi-San! Olhe para mim, estou parecida com você. Veja! Veja! – Haruka se aproximou deles e começou a zombar da jovem. Ela começou a sorrir e mostrar a maquiagem em seu rosto muito semelhante às imagens conhecidas de Kuchisake-Onna. – Você me acha bonita Yoko-Kun? E você Hiroshi, acha? – Ela estava completamente bêbada, em sua mão estava uma garrafa vazia de saquê, a menina não estava consciente dos seus atos. A garota se aproximou de sua “rival”, puxou seu rosto, beijou sua boca e começou a pular como louca em volta deles. Katsumi cuspiu no chão e passou às mangas do seu casaco na boca, ela estava com náuseas pela cena que estava presenciando. Ayumi e Yoshiaki seguraram Haruka, deixaram-na completamente imóvel enquanto Akemi ligava para os pais da jovem. Estavam todos perplexos e ao mesmo tempo sentiam medo do que Kastumi faria. A jovem estava lacrimejando de raiva, quando os cinco amigos se deram conta ela estava segurando a inimiga pela gola de sua blusa com a cabeça baixa.

— Sua vadia desmiolada. Vá para o inferno! – Ela balbuciou. A garota socou o rosto de Haruka. Quando a menina caiu, perceberam que o canto dos seus lábios estava sangrando.

— Tsu-chan! O que esta fazendo? - Yoko pegou o braço da amiga repreendendo-a.

— Me solte!

— Não! Olhe o que você está fazendo. – foram as últimas palavras do garoto que se encontrou no chão em apenas alguns segundos.

Ninguém conhecia a força de Katsumi, ela estava diferente. Seus olhos eram completamente negros, seus cabelos estavam soltos e ela estava fervendo em febre, havia ódio em seu olhar e os todos ali presente temiam o que iria acontecer dali pra frente.

Um carro se aproximava deles vagarosamente, até que uma mulher saiu de dentro e foi até a jovem caída.

— Haruka, o que houve? O que vocês fizeram com a minha filha? – A mãe da garota havia chego ao local. Viu sua filha caída no chão, com a boca sangrando e quase inconsciente. Ela e seu marido juntaram-na, levaram-na para o carro e saíram dali.

Yoshiaki atreveu-se a chegar perto da amiga. Ele a abraçou e colocou a cabeça dela em seu ombro.

— Esta tudo bem! Ela já foi embora. – ele disse.

— Me leve para casa, por favor, Yoshi-nii. – disse a menina ao afastar-se de cabeça baixa.

— Sim, vamos! – ele sentiu seu ombro quente, lágrimas estavam caindo dos olhos da garota. Ele queria apenas protegê-la, não importava o que tivesse de fazer e enfrentar. Ele a queria para si!

Yoko e Ayumi foram caminhando em direção ao hospital mais próximo, Akemi e Hiroshi foram para casa. A rua estava vazia, naquele local só havia lembranças do que ocorrera alguns minutos atrás.

Yoshiaki e Katsumi chegaram à casa da jovem, seus pais já estavam dormindo e eles cuidaram para não fazer barulho nenhum. O garoto pegou-a no colo e subiu as escadas, entrou no quarto e levou-a para a cama. Eles estavam completamente molhados, mas não era motivo para se importar no momento. Ele deitou-se ao lado dela, acariciou seus cabelos e observou seu rosto enquanto dormia. Ele não resistiu ao sono e adormeceu.

A madrugada foi mais longa que de costume...