Pokémon Alma de Prata escrita por JuliaMolinari


Capítulo 3
O Ovo Misterioso




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Capitulo 3 - O Ovo Misterioso

 

Jewel caminhava cantarolando pela grama alta. Atrás dela, o pequeno Cyndaquil a seguia alegre. Passavam pela rota 29 em direção à Cherrygrove City.

— Sabe, e acho que deveria te dar um nome... – disse ela olhando para o Pokémon. – se não você vai parecer com qualquer outro Cyndaquil...

O Pokémon concordou com a cabeça e correu para alcançá-la.

— Hum... Vamos ver... Você cospe fogo... Que tal Hades?

Cyndaquil soltou mais uma baforada de fumaça parecendo satisfeito.

— Então vai ser Hades mesmo! – disse Jewel animada. – mas sabe, sempre me disseram que andar na grama alta era perigoso, mas eu não vi nenhum Pokémon até agora...

Ela parou e olhou à sua volta. Já fazia muito tempo desde a última ver que havia saído de New Bark. O caminho até Cherrygrove levava mais ou menos meio dia, portanto chegaria lá antes do entardecer. Mas ficaria desapontada se não conseguisse batalhar com nenhum Pokémon no meio do caminho.

Pensando bem, deveria ter trazido alguns Potions com ela. A mãe tinha uns guardados na casa. E nem tinha avisado a mãe... Bom agora já era tarde, depois ligaria para ela.

Um arbusto se moveu, e Cyndaquil ficou alerta. Jewel se virou na direção do som, e atirou um galho que estava no chão.

—Ai! Isso dói!

De trás do arbusto saiu Ethan, com Marill atrás dele.

— Jewel? Foi você que atirou isso?

— Ethan? Uahahahahaha – Jewel começou a rir histericamente – pensei que fosse um Pokémon, mas levei um susto quando vi sua cara feia!

— Como é que é? – ele pareceu que ia retrucar, mas notou Hades para do ao lado da amiga. – o professor já te deu um Pokémon?

— Ah, viu que incrível!? O nome dele é Hades!

— Hades, hã? Mas o que está fazendo aqui?

— O professor me pediu um favor, tenho que ir buscar uma coisa com o amigo dele que está na rota 30. E você?

— Procurando Apricorns. Viu alguma por ai?

— Não...

Novamente um arbusto se moveu, mas desta vez um Rattata pulou para fora dele, parecendo irritado.

— Há! Finalmente! – Jewel jogou a bolsa no chão – vamos lá Hades!

— Quiiiil!!

— Use o lança-chamas!

— Quiiiil??

— Hã, você não sabe usar!?

— Você não sabe os ataques do seu Pokémon!? – gritou Ethan

O Rattata percebeu a distração deles, correu e agarrou a bolsa da menina, e disparou para o mato novamente.

— Aaaaah, drogaaaa, e agora???

— Vamos atrás dele logo!

— C-certo!

 

...

Já estava entardecendo. Os dois respiravam com dificuldade depois de terem passado o dia todo correndo atrás de um Rattata. Frustrada, Jewel sentou no chão.

— Desisto. – disse com ênfase.

— Não pode fazer isso, sua Pokégear está lá dentro!

— Não quero mais saber, aquele bicho estúpido me fez de boba o dia inteiro. Além disso nem sabemos onde ele está mais...

— Bom, eu não vou desistir!

— Heim?

— E se você desistir agora, não vai passar de uma fracote sem espírito!

— Como é que é!?

— Isso mesmo, covarde! – Ethan saiu disparado sem olhar para trás.

— ETHAAAAN!!! VOLTA AQUI!!!

— Hehe – riu ele consigo mesmo. Era fácil manipulá-la. Achando-se incrível, não olhou por onde andava, e tropeçou em alguma coisa, indo de cara para o chão.

— ETHAAAAN!! – Jewel parou quando viu ele esparramado nos seus pés. Depois olhou para o que estava esmagado abaixo dele – AH! O Rattata.

— O quê? – perguntou Ethan meio zonzo.

— Sai da frente, eu vou dar uma surra nele!

Jewel agarrou Ethan pela camisa, e jogou-o de lado. O Rattata parecia confuso, depois de ter levado uma pisada no rabo. Ao lado dele estava a tão procurada mochila.

— Então, seu projeto de rato, pensou que poderia brincar assim comigo!? – falou ela com um olhar demoníaco.

O Pokémon olhou apavorado para ela, e tentou fugir, mas Hades o cercou. O pequeno tremia feito doido, parecendo profundamente arrependido pelo que havia roubado.

— Hades, use investida!

Hades atacou, mas Rattata conseguiu desviar por pouco.

— Mais uma vez!

—Jewel, sua maldita... – Ethan levantou do chão e segurou no braço dela – Por que fez isso!?

— Ethan!? Me larga eu to ocupa...

Hades olhou para ela chateado, depois olhou para o lugar onde o Rattata estava segundos atrás. A mochila estava esquecida no chão.

— Aaaaah!!! Cadê ele!?

— Por que eu sempre sou seu saco de pancadas, heim?

— Drogaaaa, ele sumiu!!

— Eu mereço um pouco mais de respeito, já que sou um ano mais velho que você!

— Cala a boca, Ethan! Eu tenho que ir atrás dele... – Pegou a mochila, e tirou a Pokégear dela – Nossa, olha a hora! Essa não, assim não vou chegar à Cherrygrove antes do anoitecer!

Disparou pela trilha, com Hades atrás dela.

— Espera, e o Rattata!? –gritou Ethan.

— Deixa prá lá!

 

 

 

...

ewel estava deitada na cama de um dos quartos do Centro Pokémon, as pernas para cima, mexendo na Pokégear. Ao lado dela Hades cochilava sossegado.

— Eu deveria ligar pra minha mãe... Nem a avisei que ia sair. Apesar de que acho que o professor já falou com ela.

Discou rapidamente o número de casa. O telefone chamou duas vezes antes da voz da mãe atender.

—Alô?

—Mãe? Oi, é a Jewel.

— Ah, achei que não ia ligar... Ethan passou aqui no final da tarde dizendo que você tinha ido para Cherrygrove.

— He, desculpe por não avisar você...

— Não faz mal. É verdade que você ganhou um Pokémon?

— Sim!! O nome dele é Hades!

— Que bom... Você tem algum dinheiro?

— Não se preocupe, tenho o suficiente, e amanhã já estarei de volta.

— Então está tudo certo, te vejo amanhã.

— Xaaaauuuu.

PUC! Desligou o telefone, levantou da cama e se espreguiçou. Depois, foi até a janela, abriu-a e colocou o rosto para fora. Um perfume suave de flores preenchia toda a cidade. Cherrygrove era uma cidade calma, bonita e simples. Em todos os lugares havia lindos canteiros de flores, que a deixavam sempre perfumada.

Jewel passou mais uns segundos apreciando o cheiro adocicado, depois virou de costas para a janela e pegou novamente a Pokégear. Devia ligar também para Ethan, para agradecer pela ajuda durante a tarde. No fim ela havia ido embora sem ao menos falar direito com ele.

Mais uma vez o telefone tocou, e mais uma vez alguém atendeu.

— Ethan?

— Oi Jewel! Decidiu ligar para o seu saco de pancadas?

— Não fala assim...

— É brincadeira, não estou bravo.

— Valeu pela ajuda mais cedo, e também por ter avisado minha mãe.  

— Por nada. Vai voltar logo?

— Provavelmente amanhã no fim do dia.

— Bom, então amanhã nos vemos. Tente aprender os ataques do seu Pokémon, ok?

— Pode deixaaaar, seu mala!

Ethan riu e desligou o telefone. Jewel também riu, fechou a janela e foi dormir, pois no dia seguinte acordaria cedo.

 

...

Amanheceu um dia claro e quente. Hades e Jewel andavam pela rota 30, procurando a casa onde o professor Carvalho estava. Tinham passado a manhã toda treinando, e a menina agora já sabia todos os ataques de seu Pokémon. Hades também tinha aprendido a usar Brasas*

Haviam encontrado com um senhor muito educado, que os apontara a direção da casa que procuravam, e também lhes dera de presente um Apricorn Box, para eles guardarem Apricorns.

Jewel viu à frente uma pequena casa, com uma arvore de Apricorn rosa ao lado.  Ela parou à frente da porta e bateu duas vezes. Um homem vestido de terno abriu à porta, e quando a viu, abriu um enorme sorriso.

— Você chegou, finalmente! O professor Elm falou sobre você... Vamos, entre – disse ele abrindo espaço para a garota passar.

A casa era pequena, mas muito bem arrumada e com decorações simpáticas. Quadros de Pokémon estavam espalhados pelas paredes brancas, e as enormes janelas tornavam todo o ambiente bem claro.

Sentado numa cadeira estava um homem vestido de jaleco. Quando viu a menina também sorriu, se levantou e se aproximou dos dois.

— Jewel, não é? Muito prazer, eu me chamo professor Carvalho. – disse ele estendendo a mão. – e este é meu amigo, conhecido como Sr. Pokémon.

O outro homem também lhe estendeu a mão.

— Muito prazer senhor – disse ela com educação.

— O prazer é todo meu. Elm lhe disse por que a chamei?

— Hum, ele disse algo sobre um ovo...

Ela olhou para o lado e reparou numa incubadora com um ovo dentro dela. Era quase do tamanho de seu Cyndaquil, e tinha manchas azuis e vermelhas por toda a sua extensão.

Professor Carvalho percebeu o olhar cobiçoso da menina, se aproximou da incubadora, pegou o ovo e entregou para ela.

— Uma amiga me deu este ovo. Não sei o que está dentro dele, só sei que não é nenhum Pokémon que existe na região de Kanto.

Jewel pegou o ovo com cuidado. Ainda estava quente. Alisou a casca com cuidado. Era dura, mas parecia frágil.

— Será que poderia levá-lo para o professor Elm? – perguntou Sr. Pokémon – queria que ele estudasse esse ovo.

— Pode deixar comigo! Não é, Hades? – Hades concordou alegre.

— Esse é o Pokémon que Elm lhe deu?

— É sim...

— Posso vê-lo?

Jewel pegou Hades do colo, e o entregou para o professor. Ele olhou o Pokémon com cuidado, depois acariciou Cia cabeça, e o entregou de volta à menina.

— Parece que ele gosta muito de você, não é? Vou dar para você um presente.

Tirou do bolso um aparelhinho vermelho, do tamanho de um palmtop, e deu para a garota.

— Isso é uma Pokédex.  Ela guarda todas as informações dos Pokémon que você já viu. Nela você também pode encontrar a área onde cada Pokémon vive, alem de outras informações sobre eles.

— Uaaau! Obrigada!

— Prometa que vai fazer o possível para completá-la.

— Sim senhor!

— Certo, então acho que eu já vou indo – disse o professor.

— Mas já? Poderia ficar mais um pouco...

— Não, não, meu assistente está tendo problemas no laboratório com o Muk daquele garoto... Ele só obedece ao menino e a mim...

O Sr. Pokémon pareceu um pouco decepcionado, mas o acompanhou até a porta e se despediu. O professor agradeceu mais uma vez pela hospitalidade, vestiu um casaco escuro, e se virou para Jewel antes e ir embora.

— Conto com você. – disse com um sorrisinho.

Jewel concordou com a cabeça, ele se virou e foi-se.

O Sr. Pokémon entrou novamente na casa, e sentou-se na poltrona que antes estava o amigo.

— Você deve estar cansada. Pode descansar aqui antes de voltar para New Bark.

— Eu não estou cansada, acho que vou voltar agora mesmo. O professor também deve estar doido para ver o ovo o mais cedo possível.

— É mesmo? Então me deixe curar o seu Pokémon antes disso. Ele deve estar cansado por ter andado esse caminho todo.

Não levou mais do que alguns minutos para Hades estar em perfeitas condições, e assim como o professor Carvalho havia feito um pouco antes, Jewel se despediu e foi em direção à New Bark.

Parou no centro Pokémon de Cherrygrove para agradecer mais uma vez à enfermeira Joy pela acomodação da noite anterior, e para beber um suco antes de voltar para casa.

Quando saiu do centro Pokémon, recebeu uma ligação de Elm.

— Jewel!?

— Oi professor!

— É horrível! Aconteceu um desastre!

— O que!?

— Volte logo para a cidade! Agora eu tenho que desligar.   

Jewel não teve tempo de perguntar o que estava acontecendo. Preocupada, se dirigiu à saída da cidade, mas trombou com alguém na entrada da rota 19.

Havia encontrado o garoto ruivo novamente.

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Nyaaa, espero que estejam gostando da fic... Por fazor comentem, tanto criticas como elogios sao bem vindos! =3