Tell You A Story escrita por STatic


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá internautas!!

Antes de qualquer aviso louco eu gostaria de agradecer a vocês por todo o carinho nos comentários! Eu e a Tati ficamos m u i t o felizes em ver que vocês gostaram e estão apoiando nossa ideia, isso significa muito!!!!!! Espero que nossa surpresa em escrever juntas tenha deixado vocês felizes hehe E por ultimo gostaria de dizer que estamos muito ansiosas para esse capítulo, onde vamos começar a tão aguardada história!

*Só para explicar, não somos loucas! Os capítulos terão muitas partes separadas entre a letra itálica e normal pois faremos algumas viagens entre presente e passado....... Apenas para não haver uma confusão fdkjfkjg*

Estão prontas para o segundo capítulo? Divirtam-se!



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Castle POV

Com um número impossível de histórias para se contar nesse mundo, elas queriam essa. A mais conflitante de todas. A mais longa, difícil e cheia de curvas de todas. Mas é claro que elas queriam essa.

Não é como se fosse horrível, a pior história do mundo. Ela só era... Real. Real demais, e coisas inesperadas acontecem na vida real e nem sempre podemos evitá-las. Como dessa vez. 

—Certo, vocês querem essa história? Eu posso contar essa história. – Disse olhando para uma de cada vez. 

—Então pare de nos enrolar, papai. – Charlie disse impaciente e eu suspirei. É, eu não estava muito animado para aquela história.

—Certo, tudo bem! Nossa! – Levantei as mãos em sinal de redenção. – Então, antes de começar eu tenho que dizer que não é uma história completamente feliz...

—Porque não? – Alice me interrompeu, parecendo completamente chocada, os olhinhos arregalados.

—Eu vou contar um dia, mas por enquanto... Algo aconteceu, antes de nós sabermos sobre vocês duas, que deixou a mamãe e eu também muito tristes. – Elas me olhavam e suas carinhas estavam muito sérias. -Mas que depois que vocês aconteceram, nós ficamos felizes novamente.

—Como quando o príncipe vai buscar a Cinderela? Ela ficou bem feliz. – Alice perguntou, animada.

—É, mais ou menos isso. – Nem tanto.

—Então nós somos o príncipe? – Charlie também perguntou, parecendo em dúvida. 

Caramba, elas estavam mesmo com excesso de açúcar.

—Sim, vocês vieram como o príncipe da Cinderela, para fazer tudo ficar bem e...

—Eu não quero ser o príncipe! – Charlie disse e a irmã concordou com a cabeça, parecendo horrorizada.

—Vocês não... Olha, eu posso começar a história, sim ou não? - Perguntei e ambas abriram as bocas para responder. – Sem interrupções?

—Talvez a fada madrinha... – Alice desviou a atenção novamente.

—Ah, assim é bem melhor! Com varinhas e...

—Meninas! – Disse e as duas se viraram para mim, parecendo ouvir dessa vez.

Elas não disseram mais nada, apenas apertaram os lábios em uma linha rígida, para mostrar que haviam entendido. 

—Tudo bem... 

Eu não estava lá muito animado para aquela história em especial. Por outro lado, eu não contaria tudo o que havia acontecido. Não com elas tão novas, não como uma história para dormir e, com certeza, não sem Kate. Eu podia contar à elas as partes felizes, as partes que, como eu havia dito, elas apareciam e melhoravam tudo.

Entretanto, eu não podia impedir meus pensamentos de vagarem, de me levarem de volta a tudo o que havia acontecido tantos anos atrás...

.

.

—É só um mal-estar, Castle. Você não precisa ficar me encarando assim, eu não vou desmaiar, nem nada. -Kate disse sem desviar os olhos da estrada.

Eu tinha certeza de que a estava encarando, mas não sabia que era com tanta intensidade. Ou de forma tão aberta. De qualquer maneira, eu estava preocupado, tinha o direito de encará-la do jeito que eu quisesse. 

Kate havia começado o dia de maneira brilhante: Curvada sobre a privada, o rosto pálido e suado. Mas ainda assim, mantendo a famosa teimosia, ela continuará fazendo o que planejava. Trabalhar. Ela havia passado mal de um jeito tão violento, que eu ainda me perguntava como ela estava ali, dirigindo normalmente para o trabalho. Eu estava enlouquecidamente preocupado, então sim, eu a iria encarar durante todo o dia, sendo isso assustador ou não.

—É, eu não tenho tanta certeza... - sacudi a cabeça- Então vou ficar de olho em você, só por precaução.

Ela revirou os olhos, mas pareceu aceitar. Supus que ela me conhecesse bem o bastante para saber que eu falava sério. Acabei deixando o assunto um pouco de lado, e pouco tempo depois, estávamos dentro do Distrito. 

Parado na frente do quadro tento lembrar qual era nosso caso. Jonas Ferguson, 33 anos. Morreu afogado depois de receber dois tiros nas costas e ter caído na piscina. Não sabíamos muita coisa, o que nos fez ficar até tarde da noite no dia anterior procurando alguma evidência. 

Esse era daqueles crimes que Kate odeia e eu amo criar teorias: o tipo de crime perfeito. Sem testemunhas, sem digitais, sem suspeitos e sem ninguém nas redondezas para confirmar qualquer coisa. O assassino era bom, mas nós éramos melhores. 

Encosto na mesa enquanto encaro o quadro com as fotos da vítima e de seu corpo, com algumas anotações ao lado com a letra dela. Sem familiares, sem atividades bancárias suspeitas e sem antecedentes. Em que diabos Jonas Ferguson estava metido?

Vi Kate se aproximando com um ar talvez meio esquisito, e é claro que isso não passou despercebido. 

—Isso parece um beco sem saída. -A voz dela quase se arrastou, e ali eu soube que talvez as coisas não estivessem bem ainda.

—Está tudo bem mesmo? -Perguntei olhando diretamente para ela.

 -Já disse, está tudo bem. -Ela sorriu brevemente, logo depois se virando para o outro lado, onde Esposito vinha em nossa direção, algum arquivo em mãos. -Espo, conseguiu alguma coisa?

Ele terminou o caminho até nós com passadas largas, parando próximo.

—Uh, na verdade encontrei... - Espo começou, e a medida que ele continuava a falar, cada vez mais minha atenção se desviava. Não que eu não estivesse interessado no caso, mas no momento eu estava ainda mais interessado na mulher parada ao meu lado.

Ela parecia estar se esforçando para prestar atenção e compreender o que o detetive falava, mas estava mais claro a cada segundo que passava, que aquela tarefa estava mais difícil do que devia ser. Kate parecia mais pálida do que estava a apenas um minuto atrás, e parecia quase oscilar no lugar. 

Em algum momento de sua narrativa, Esposito deve ter percebido que ninguém prestava a mínima atenção ao que ele estava falando tão orgulhosamente. Parecendo realmente olhar em volta pela primeira vez, seus olhos pararam em Beckett, parecendo imediatamente alarmado. Com certeza não era minha imaginação.

—Beckett... -ele começou a perguntar e eu dei um passo para mais próximo quando seu equilíbrio ficou mais precário.

—Tudo bem? -perguntei como um idiota. Ela claramente não estava bem. 

Mas jamais abandonando a teimosia, ela balançou a cabeça afirmativamente. Óbvio.

—Sim, só... -ela parou, tomando uma respiração trêmula- Só um pouco...

Ela parou novamente, se afastando de repente de mim, lançando-se em direção ao banheiro com uma velocidade que me deixou tonto. Quer dizer, ela mal estava se mantendo de pé aqui, imagine correndo... 

Eu estava preocupado. Era a segunda vez que algo assim acontecia hoje, e ambas as vezes me pareceram igualmente terríveis. Kate havia insistido em dizer que era apenas algo que ela havia comido, mas eu não estava tão certo disso.

—O que houve com ela? -Espo me perguntou, e pude ver Ryan se aproximando.

—Algo que ela comeu? -tentei, e pelo visto aquela desculpa não colava para eles também.

Alguns minutos se passaram e Kate não retornou. Quando o desespero ameaçou tomar conta de mim - imagens perturbadoras de Kate desmaiada no banheiro girando enlouquecidamente na minha cabeça- ela apareceu. Estava ainda tropeçando nas próprias pernas, ainda parecendo pálida como um fantasma. Nada bom. 

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, a capitã Gates saiu de sua sala, se encontrando com Kate, uma quase batendo na outra. Bastou apenas um olhar para a detetive e a mulher estava falando, parecendo reprovadora -ainda que um pouco preocupada- e Kate rebateu o argumento. Eu não podia ouvir de onde estava o que elas diziam, mas podia imaginar muito bem. Por fim, Kate balançou a cabeça, um pouco resignada. 

A capitã ainda olhava enquanto ela caminhava até a mesa, pegando o casaco e sua bolsa.

Nós três a encaramos, esperando uma explicação. Kate nos olhou, parecendo irritada, mas sem muita força para iniciar uma discussão agora.

—Eu vou para casa. -suspirou, olhando de lado para a capitã, reforçando sua fala. -Vocês me liguem se encontrarem algo, certo?

Ela não esperou uma resposta, apenas caminhou até o elevador e, bom, eu a segui. 

Durante todo o trajeto de volta para o loft, fiquei pensando sobre o que era todo esse mal-estar que ela estava sentindo. Pele pálida, mãos geladas e um enjoo absurdo, causando vômitos pelo menos três vezes em um curto período de tempo. Seria um sinal de alguma intoxicação alimentar ou havia algo mais sério? Um dia de repouso e comidas leves bastaria ou precisava levá-la ao médico? Meus dedos batiam no volante em um ritmo frenético enquanto meus pensamentos faziam um vai e vem em minha mente praticamente me deixando maluco, até que ela quebrou o silencio - de uma forma bem peculiar, eu diria.

—Se você continuar a fazer isso vou ser obrigada a pedir para você parar o carro aqui mesmo e vir para o meu lugar.

—Isso é um sinal de que você está se sentindo um pouco melhor, querida? – Sorri com o canto dos lábios apenas para escutar uma respiração mais pesada vindo dela.

—Eu disse que estava tudo bem.

—O seu quase desmaio não indica isso. – Retruquei.

—Foi só um mal-estar, Castle. Além disso, já passou.

—Foi “só um mal-estar” quase três vezes, Kate! – Aproveitei o sinal fechado e me virei para olhar em seus olhos. – Eu acho melhor te levar ao médico, você sabe, por precaução.

—Eu aceitei a folga da capitã, mesmo não precisando. – Ela disse em um tom seco. – Isso não quer dizer que eu esteja me sentindo mal ainda.

Mentirosa! Em seu rosto ainda haviam sinais da palidez e o cansaço por ter colocado todo o café da manhã para fora. Talvez fosse realmente um simples mal-estar, e não precisasse de uma ida ao hospital para ver se estava tudo certo. Talvez fosse apenas um infeliz dia onde seu estomago estivesse irritado e com raiva da comida que ela ingeriu.

—Tudo bem. –Soltei o ar enquanto voltei a atenção para a rua. –Mas se amanhã você estiver mal ainda, iremos ao médico, mesmo contra a sua vontade.

—Tudo bem, estou cansada demais para argumentar sobre isso. –Kate encostou a cabeça no vidro da janela enquanto eu terminava de guiar o carro até a entrada da garagem.

Assim que parei o carro, desci e fui até a porta dela, abrindo-a para ela poder sair. Começamos a caminhar até o elevador e, apenas por garantia, repousei uma de minhas mãos em seu ombro, a guiando com cuidado durante o caminho. Ela ainda não estava bem, e pude confirmar pela forma como ela não reclamou por isso.

Assim que a sineta do elevador tocou, indicando que havíamos chegado em nosso andar, saímos em direção ao corredor para finalmente entrarmos em nosso lar, afinal, ela precisava mesmo de um bom banho e um repouso, antes de tentar oferecer algum tipo de alimento para ela.

—Eu acho que vou tomar um banho e depois me deitar um pouco. – A voz dela estava baixa, mas ainda assim firme.

—Certo, eu te acompanho. – Disse deixando a bolsa dela sobre o sofá e a seguindo. –Qualquer coisa, me grite. Estarei aqui. –Sentei na cama e ela apenas assentiu, encostando a porta do banheiro.

Os próximos quinze minutos foram tomados por barulhos de água caindo sobre o piso do banheiro e escorrendo pelo ralo – ao menos meu nome não foi gritado nenhuma vez. Sorri quando a vi saindo do banheiro com uma expressão bem mais disposta, e isso me aliviou de uma vez por todas. 

—Aceito deitar e descansar um pouco agora. – A voz dela soou mais melosa que o normal. –Se você deitar comigo.

Sorri e acenei positivamente com a cabeça, tirando meus sapatos e deitando na cama à espera dela. Rapidamente ela voltou usando apenas uma camisola, se arrastou pela cama e se ajeitou em meus braços, ficando completamente em silêncio –um silencio confortável, eu diria- onde não precisamos realmente dizer algo.

Beijei seus cabelos e ela se ajeitou mais ainda perto de mim, fechando os olhos tranquilamente.

Tudo bem, ela precisava daquilo, e precisava de mim.


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês nos comentários? bjjj



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