Maze Runner - A Rebelião escrita por darkshowerd


Capítulo 12
Capítulo 11




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11

 

Thomas ficou espantado. Como ele sabia o nome dele? O que ele queria? Thomas verbalizou as perguntas, tentando, porém, não se exaltar. Não sabia onde estava, portanto não podia tentar nada estúpido. Minho já servira de exemplo. Notou que o homem tinha algumas poucas cicatrizes no rosto e nas mãos.

— Tenha calma, Thomas. Saberá de tudo em breve. Agora, sem mais perguntas — Dois guardas juntaram-se a ele. — Queira nos acompanhar, por favor.

Jorge se levantou da mesa e interrompeu.

— Ei, espera ai! Porque ele precisa te acompanhar? E porque só ele?

— É, o que tá acontecendo aqui? Porque ninguém nos diz nada? — Falou Sonya.

— Por favor, contenham-se. Isso é assunto confidencial. Temos ordens para manter sigilo por enquanto.

Antes que mais alguém se declarasse, Thomas interrompeu a discussão:

— Tudo bem. Eu vou. — disse. Virou-se para o homem. — Vamos logo com isso.

— O que está fazendo? — cochichou Jorge em seu ouvido

— Preciso descobrir o que esta acontecendo aqui. Não quero que mais ninguém se machuque. Se descobrir alguma coisa, conto pra vocês. Prometo.

Jorge assentiu e Thomas seguiu os guardas e o homem bem vestido de roupas brancas, vendo as expressões perplexas de seus amigos.

Eles seguiram em direção à uma porta oposta a qual Tomás tinha entrado no refeitório, mas atravessaram também outras portas vai e vem metálicas, que pareciam ser padrão nos fins e começos daqueles corredores. Pararam logo no início do corredor e o homem se voltou para Thomas.

— Depois da conferência você vai para a Orientação com todo mundo.

— Conferência? Orientação? Com quem? Como assim?

— Se me permitir continuar. — O homem parecia entediado com as perguntas de Thomas — Vamos esclarecer suas dúvidas e responder as perguntas que estão atormentando a todos vocês, em breve, prometemos. Mas enquanto caminhamos, por favor, não faça perguntas, apenas ouça. Você é um dos únicos que vai ter o privilégio de conhecer mais a fundo nossa instalação. Entendo que você seja curioso demais por natureza, mas seria apropriado evitar fazer algo que possa vir a tirar seu privilégio. Isso está claro?

Thomas podia ver em seus olhos que o homem tinha um passado misterioso. Um olhar que um dia fora de insanidade. Desumano, como os Cranks. Mas, de algum modo, sentia-se seguro perto dele. Uma segurança que já não tinha a muito tempo.

— Ok... — disse por fim.

— Ótimo. A propósito, sou o Líder de Operações Adams. — Assim, virou-se e começou a andar

Seguiram por vários corredores, parando em várias salas. Algumas salas cheias de computadores, outras eram de monitoramento, muitas preenchidas apenas com alguns móveis, entre outras. Andaram pelos corredores por 10 minutos até pararem em uma sala imensa com vários equipamentos.

— Esta aqui é a sala de treinamento. Tem vários equipamentos que vão ajudá-los a se preparar.

— Se...

— Ah! — Interrompeu Adams. — Sem perguntar, lembra? — Thomas respondeu com um suspiro, então Adams continuou — Bom, já vimos tudo que seus amigos vão poder ver enquanto você estiver na conferência. Agora vamos em frente.

— Mas...

Parou de falar quando um dos imensos guardas que os escoltavam pigarreou ao seu lado. Estava inquieto, mas decidiu que o melhor era seguir em frente de boca fechada. A medida que caminhavam, passavam por portas cada vez mais seguras, exigindo inúmeros procedimentos para serem destrancadas.

Os corredores não eram muito largos, e Thomas só via o que estava a sua frente. Em outras direções, sua visão era limitada pelos dois guardas ao seu lado. Andavam num ritmo um pouco apressado. A sua volta, paredes, portas, salas com computadores, mais corredores. Cerca de três minutos depois chegaram a uma porta de metal com uma pequena tela sensível ao toque a sua esquerda. Nela, haviam um painel de números e um pequeno circulo. O homem digitou uma sequencia de números e depois colocou seu polegar no circulo e a porta se destravou e se recolheu rapidamente para dentro do lado esquerdo da parede.

A sala por trás da porta era grande com alguns poucos armários de madeira impecáveis, paredes brancas e no centro uma mesa retangular grande e comprida de madeira escura, com varias cadeiras pretas acolchoadas e na ponta da mesa, longe de onde estavam, um monitor plano e transparente com uma luz azul piscando. Não havia ninguém além deles, porém as luzes já estavam acesas assim que chegaram. Adams acenou com a cabeça para os dois guardas que ficaram do lado de fora da sala. Ele pressionou um botão na parede e a porta se fechou. Ele caminhou até a ponta da mesa onde estava o monitor e apontou para uma cadeira.

— Sente-se.

Thomas não hesitou muito. Por mais que aquele homem parece estranho, ele lhe parecia familiar. Por uma fração de segundo pensou conhece-lo de algum lugar. Ou talvez só estivesse pensando que o conhecia. Abandonou aquele pensamento por enquanto e sentou-se.

Adams foi para o outro lado da mesa e virou um pouco o monitor para si. Começou a tocar na tela e varias informações programas apareciam. Thomas se inclinou para trás da tela. Mesmo sendo transparente, não era possível ver através do monitor.

— Hm... Estranho...

— O que foi? — perguntou Thomas preocupado.

— Mudanças de planos. Parece que não haverá mais conferência. Ao invés disso, há uma mensagem gravada para você.

— O Quê?

— Fique tranquilo. Apenas preste muita a atenção. Seja o que for, é algo muito confidencial!

Thomas não sabia o que esperar.

Adams alinhou o aparelho paralelo a mesa, de modo que os dois pudessem ver a tela. Ele sentou e tocou o botão play virtual. Uma mulher loura de cabelo preso apareceu, apenas do peito para cima, de branco e parecia estar em um laboratório.

Olá, Thomas. Eu sou a Diretora de Operações, Agente A.P. Infelizmente teremos que deixar o local onde estávamos dirigindo nossas operações, devido à um ataque não previsto. Então, serei breve. Se você esta vendo está mensagem, então suponho que você esta na nossa base subterrânea nos Estados Unidos. Bom, há alguns anos, desde que o C.R.U.E.L. começou seus experimentos, antigos soldados que trabalhavam para uma organização chamada de Colisão Pós Fulgor começaram uma rebelião contra os teste do Cruel, não por causa de seus métodos, mas pela cura. Eles não queriam que ela acontecesse. Diziam que eles tiveram que fazer todo um trabalho sujo para depois ser rejeitados pelo governo. Os motivos de toda essa loucura ainda são desconhecidos. Mas já era de se esperar. O líder deles, Bruce, estava infectado com o fulgor, bem como todos os seus aliados. Eles tentaram invadir a base da organização, mas o plano falhou e Bruce morreu. Mas a rebelião não. Ficou mais forte. Dizem que foi assumida pelo seu único filho, que descobriu um jeito de usar todos os infectados pelo Fulgor a seu favor. Eles pretendem exterminar a raça humana. Eles veem essa pandemia do vírus como algo bom, uma evolução do ser humano. Por não terem mais nenhuma piedade ou bom senso, eles acreditam que poderão se tornar a espécie mais avançada que já existiu no planeta, pisando em tudo o que atrapalhar seu caminho. Uma coisa insana e inconcebível, é óbvio, mas que pode se tornar bem real, já que estão em um número muito maior do que nós. Eles estão derrubando os últimos governos e organizações do planeta. — Enquanto ela falava, fotos e vídeos curtos de pessoas explodindo prédios, exércitos estranhos lutando entre si, e varias outras cenas de guerra. — Mas para que possam fazer isso precisam eliminar o maior obstáculo que há na frente deles: Os imunes.

Thomas ficou espantado. Era impossível que uma coisa dessas estivesse acontecendo. A mulher parou de falar quando o lugar onde ela estava estremeceu, por uns instantes. Ele olhou em todas as direções. Assim que o tremor parou ela olhou para o visor, seu semblante um misto de preocupação e desespero, mas não perdeu sua postura. Então continuou:

Aquelas pessoas que atacaram vocês no seu refugio trabalham para eles. Ainda foi um mistério como encontraram a localização de vocês. Mas seja lá como conseguiram, chegamos a tempo de salvar grande parte dos imunes. Sinto muito por aqueles que não conseguimos salvar. Estávamos tentando evitar que conseguissem chegar até vocês antes de nós, mas de alguma forma eles foram mais rápidos. — Ela sacudiu a cabeça em sinal de desaprovação, como se culpa-se a si mesma. — Nós somos a Resistência e precisamos que você e seus amigos lutem ao nosso lado para acabar com isso de uma vez por todas. Existe uma esperança para erradicar o Fulgor, sem matanças e sem mais testes desumanos. Recentemente descobrimos uma espécie de cura. E parece que as pessoas que mais sabiam dela eram você e sua companheira Teresa.

Aquele nome o atingiu em cheio como um soco no peito. A morte de Teresa foi uma das coisas mais difíceis de superar. Aquela imagem da grande laje maciça caindo sobre seu corpo, enquanto o QG do Cruel explodia. Ele havia desprezado ela por causa das provas inúteis do Cruel. E ela morreu, para salvar sua vida. Agora estava disposto a ouvir tudo o que a agente tinha a dizer até o final.

Se há alguma esperança de salvar a raça humana, ela esta ai com você, em algum lugar das suas lembranças.

De repente, o laboratório no vídeo começou a estremecer de novo, e uma sirene começou a tocar no fundo e pessoas de guarda-pó branco começaram a correr.

Eu lhe peço apenas uma coisa Thomas: você precisa recuperar sua memória. Temos tudo o que é necessário para fazer com que você a recupere na nossa base na Flórida. Nós nos encontraremos daqui a um mês. Se nossos esforços para conter essa Rebelião falharem, sua memória será a última esperança. Precisamos de você Thomas. Por favor. Eu salvei você e seus amigos uma vez, por mais que você não soubesse. Agora preciso que faça o mesmo por nós, por mim também. Confio em você. Eu sou Ava Paige da Resistência e passo essa mensagem à você esperando que possa compreender nossos propósitos. Desculpe não poder dizer tudo agora. Prometo esclarecer tudo em breve.

E com isso a tela escureceu. A gravação havia terminado e Adams desligou o monitor em silencio. Thomas não sabia o que pensar ou o que fazer. Era muita coisa. Não sabia por onde começar. Toda aquela história de extinção da raça humana por uma rebelião de infectados. Uma rebelião de Cranks. Isso era impossível. E os imunes terem que lutar ao lado deles sem saber quem eram direito. Nisso tudo o fato que mais o aterrorizava era ter que recuperar sua memória. Como ia carregar o fardo de saber de tudo o que havia causado a todos no labirinto ou qualquer outro lugar?

E Ava Paige... Ela havia lhe entregado o mapa naquele dia. Ele seria dissecado e muita gente morreria se ela não tivesse lhe mostrado a saída do Cruel. Adams interrompeu seus pensamentos depois de breves segundos em silencio.

— Sei que precisa de um tempo para pensar. É muita coisa, entendo. E você terá tempo. Mas há algo que preciso lhe alertar.

Thomas o encarou esperando as próximas palavras do homem.

— Eu imagino que você já saiba o quanto essa mensagem é confidencial e devia se considerar muito sortudo com isso. Acho que já deve imaginar que deverá manter tudo em segredo. Espero que tudo seja do jeito fácil. Se eu souber que você contou a alguém o que viu aqui terei que tomar medidas extremas.

Thomas sentiu revolta diante do comentário de Adams. Ninguém disse nada sobre aquele lugar aos seus amigos e nem o porque de estarem ali. Sentiu a necessidade de responder.

— Porque você acha que pode mandar em mim quando na verdade eu sou o único que tem o que vocês mais precisam dentro da minha cabeça?

Adams foi claramente atingido pelo comentário. Ficou paralisado na mesma posição por uns dois segundos e retomou.

— Tudo bem, Thomas. Mas não esqueça de quem salvou vocês. De quem esta mantendo vocês em segurança. Nós temos planos. Mas para que eles possam dar certo precisamos segui-los. Você tem toda a razão. É nossa arma mais importante. Mas pode não ser mais.

Thomas o encarou.

— Estamos em tempos difíceis. — Continuou. — Você pode escolher ficar do nosso lado e tornar tudo mais fácil, ou pode tentar fazer as coisas sozinho, como bem entender, o que vai tornar tudo mais difícil. Acredite.

— Eu... preciso de um tempo.

— É claro. Mas lembre-se, não diga nada a ninguém.

Eles se encararam por um tempo.

—Vamos indo. Eu vou lhe mostrar seu quarto. Tome um banho e esteja pronto para a orientação que será as 19:00 no auditório. Seus amigos vão estar te esperando lá. — Adams se levantou. — Não se preocupe Thomas, estamos todos do mesmo lado.

Ele parou em frente a porta e fez um sinal com a mão para irem em frente. Thomas se levantou e o seguiu. Os pensamentos palpitando na sua cabeça. Sem duvida alguma precisava de um tempo para pensar. Era só o queria agora. Andou em silencio e cabisbaixo, com o olhar perdido no chão. Adams abriu a porta, apagou as luzes e seguiram para o lado de fora onde os dois guardas estavam esperando. O homem fechou a porta e eles seguiram em frente.

 


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