Borboletas. escrita por OhhTrakinas


Capítulo 1
One-shit!


Notas iniciais do capítulo

Oian ♥

Olha só quem está aqui novamente, mas dessa vez postando uma fanfic YURI!

UOOOHHHH, TRAKINAS ESTÁ REVOLUCIONANDO, ESTÁ EVOLUINDO! *bate palmas*

Eu escrevi essa budega o dia inteiro. Sério, passei a tarde literalmente escrevendo, e meu braço pede socorro ♥ Terminei só agora!

E A CAPA FUI EU QUE FIZ ♥ :y

E esta one-shot é um presente para a minha querida, amada, linda e maravilhosa amiga Lótus ♥ Espero que goste dessa one-shot mulher ♥ Beijão pra tu '3'

Para Lótus: Em resposta ao seu desabafo nas notas iniciais da sua one-shot (que inclusive vocês deveriam ler, afinal, é uma one-shot maravilhosa [Nicotina]) eu lhe digo; SIM, NÃO DEVEMOS LIGAR PARA ESSES ESCRITORES QUE CHEGAR AQUI FAZ POUCO TEMPO, QUE SÃO NO-VA-TOS NO MUNDO DAS FANFICS E QUE ACHAM QUE PODEM SER O DONO DA COCADA PRETA! ESSES ESCRITORES DE MERDA! KAAAHAHAHAHAHA :U

Enfim, é isso ♥

Um beijão na bunda e boua leitchura '3'

[capitulo não revisado]



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/675293/chapter/1

O sol forte fazia com que tudo parecesse quente, o que de todo não era uma mentira. Os estudantes daquela escola aproveitavam a tarde para praticar em seus clubes, já que o horário não tinha mais aula. Na quadra de futebol, dois times se enfrentavam.

   Grupos de garotos se enfrentavam com a bola em seus pés, mas não só garotos haviam ali, e sim mais duas garotas, que foram aceitas no time masculino, já que o feminino não havia garotas interessadas em jogar. Um dos rapazes passa a bola para uma ruiva que estava com os cabelos presos num rabo de cavalo. A garota pega a bola sem dificuldade, a dominando e correndo para frente indo em direção ao adversário. No meio da corrida passou por dois garotos que driblou sem problema, o que fez a pequena plateia dar alguns gritos. Viu que sua parceira estava livre, e que seria mais inteligente passar para ela do que tentar chutar para o gol. Sua passagem estava fechada graças a dois rapazes do time adversário.

—AOMINE! –Grita a ruiva, mexendo um dos pés para cima, levantando a bola, e passando a bola de cabeça, para a sua amiga que estava próxima.

   A garota de pele escura e cabelos curtos –Bem curtos. –faz com que a bola bata em seu peito, e logo em seguida, dominando-a. A garota, sem perder tempo, corre em direção ao gol, e dá um chute com força, fazendo com que a bola gire no ar, fazendo uma leve curva e entrando no gol.

—YEAAH!! –Grita a morena com sua amiga. Todos de seu time comemoram.

   Quando iriam recomeçar a partida, o juiz apita o jogo, marcando o fim.

—Ahh, mas já? –Reclama a de cabelos curtos.

—Aomine, vamos! –Disse a ruiva, andando em direção a quadra...

—Já to indo, Kagami... –Bufou, passando a gola da camisa em seu rosto, limpando o suor que escorria.

  
                          Borboletas.  –One-shot.


—Eu já disse que aquele ponto foi roubado.

—Roubado nada, a cesta valeu, não tinha ninguém na cola dele...

   As duas amigas estavam no vestiário. Por serem garotas e fazer parte do clube de futebol, as duas ficavam sozinhas no vestiário. Não teriam de dividi-lo com vários outros marmanjos soados e fedendo a suor, o que mentalmente as duas agradeciam.

   Kagami Taiga e Aomine Daiki estavam tomando banho, uma ao lado da outra, apenas em boxes diferente. Kagami tinha o corpo de uma garota normal da sua idade, 16 anos. Cabelos ruivos que batiam um pouco abaixo do ombro; meio ondulados e arrepiados. Seus seios eram medianos, não eram pequenos, mas também não eram grandes. Já Aomine, era uma garota que tinha um porte físico de atleta, mesmo... Tinha a mesma idade que a ruiva. Seus seios eram discretos, pequenos. E a morena era magra, tinha menos corpo que Kagami.

      As duas faziam parte do clube de futebol porque o clube de basquete estava com todas as vagas preenchidas. Mas não se importavam de fazer parte clube de futebol, pois também gostavam do esporte.

   Agora, em meio ao banho, estavam discutindo sobre um jogo de basquete que passou na noite passada.

—O Juiz era cego. –Comentou Aomine, que terminava de ensaboas a cabeça.

—Cego nada, você está falando bosta. Hahaha. Está assim por que seu time perdeu! –Provocou Kagami.

—Vai á merda. –A morena fez bico.  

—Ei, ei, Aomine! –A ruiva chama a atenção da outra, se esgueirando no vidro do Box para encarar a amiga que estava do outro lado.

—O que? –Pergunta Daiki, encarando a outra.

—Seus seios estão crescendo ou é bobagem minha?

—Hn! Qual é a tua, Bakagami!? E eu lá ligo para os meus peitos?

—Pois deveria, se não vai ficar sem namorado! –Provocou Taiga.

   Aomine pega o chuveirinho e joga água na cara da amiga.

—Deveria largar de ser uma idiota por falar essas coisas! –Respondeu irritada. –Sabe que não me importo com isso.

—Então vai morrer sozinha! –Brincou.

—Você anda falando muita bosta ultimamente, sabia? –A morena sai de seu Box e para na frente do Box de Kagami. –Sabe muito bem que não ligo pra homem! E sabe de uma coisa? Não deveria se preocupar com os meus peitos... –Dá uma pausa dramática. –DEVERIA SE PREOCUPAR COM ESSAS SUAS SOBRANCELHAS RIDÍCULAS!

—COMO É QUE É!?

—ISSO MESMO O QUE OUVIU!

   E as duas passam a brigar dentro do box do jeito que vieram ao mundo. Ainda bem que estavam sozinhas e não tinha ninguém para presenciar aquilo, se não... Pensariam que estava fazendo sabe-se lá o que.

   [...]

—FUAAAR~ -Aomine boceja enquanto caminhava com Kagami pelo pátio da grande escola. –Preciso dormir.

—Que novidade... Ei, ei, olha só. É a Kuroko!

   Aomine abre os olhos que estavam fechados por conta do bocejo, e passa a encarar a garota de cabelos azuis claros e curtos, que batiam a cima do ombro. Kuroko estava acompanhada por uma garota de longos cabelos cacheados loiros, soltos, e no cabelo uma tiara preta. A garota loira a primeira vista era linda. Tinha um belo corpo, com seios fartos e coxas num tamanho exato, não muito grossas, mas não eram finas. Usava um batom rosa claro, uma maquiagem leve, apenas para realçar sua beleza.  O uniforme da escola caiu perfeitamente nela, além da saia preta e suéter, fazia uso da meia que ia até as coxas.

   Um perfeito mulherão aos olhos de Daiki.

—E ela está acompanhada da Kise, a garota que chegou antes de ontem. Será que são amigas, já? ... Eim? –Kagami olha para a amiga que estava em transe ao encarar a estudante nova. –Aomine?

—Hã? O que!? O que foi?

—Cê tá bem? –Pergunta a ruiva, levantando uma de suas sobrancelhas duplas.

—Olá garotas... –Diz Kuroko, que se aproxima de Kagami e Aomine.

—Oi, Kuroko! –Kagami a cumprimenta primeiro. –Oi Kise.

—Olá Kagami-san... –A loira se curva um pouco. –E... Aomine-san... Né? –Pergunta Kise, apontando para a morena que estava estática.

—S-sim... Sim, eu me chamo Aomine Daiki... P-prazer! –Diz um pouco alto a ultima fala, assustando as colegas que estavam do lado.

—Não precisa gritar, Aho! –Reclama Taiga, que coça o ouvido.

   Kise havia sido transferida para aquela escola fazia dois dias, e a primeira pessoa com quem conversou foi Kuroko. As duas se tornaram amiga em pouco tempo, o que foi de grande alivio para a loira, que não aguentava mais ficar sozinha, pois era uma garota de conversar bastante e adorava interagir com os outros.

   Já conhecia Kagami graças a Kuroko. E Aomine, veio falar com a mesma apenas agora, pois a morena não comparecia muito na escola e sempre se atrasava.

—Vocês já estavam de saída? –Perguntou Kuroko, iniciando uma conversa.

—Sim, a gente ia dá uma passada no Maji burger. –Respondeu a ruiva.

—Podemos ir com vocês?

—Lógico!

   E as quatro garotas foram para a lanchonete preferida de Kagami...

—E ai, como foi o jogo? –Perguntou Kuroko, que estava segurando um Milk shake.

   Todas estavam sentadas em uma mesa perto da janela.

—Ganhamos. Eu queria fazer mais um gol, mas o juiz apitou antes. –Disse Aomine, que estava comendo um de seus três lanches que pediu.

—Aomine é muito fominha! –Kagami se exalta um pouco, falando com a boca cheia e balançando seu lanche enquanto gesticulava. A ruiva comia bastante, adorava hambúrguer. Em sua bandeja estava uns dez lanches. –Eu só fiz um gol, o Tomoe’ fez outro, e ela fez dois! Deveria passar mais a bola e dividir os pontos. –Deu mais uma mordida, emburrada.

—Não fale de boca cheia Kagami-chan! É horrível. –Comentou Kuroko, que estava sentado ao lado da ruiva.

—Uaahh~ Então as duas jogam mesmo futebol!? Kurokocchi havia me dito, mas eu não levei tão a sério, achei que era brincadeira. –Kise sorriu. –Quero ver um jogo de vocês duas!

—Pois pode vim, vamos te mostrar o que a dupla “Kagamine” pode fazer! Somos invencíveis. –Taiga cruzou os braços, cheia de si.

—Sua boca está suja, Kagami-chan... –Disse Kuroko, tomando mais de seu Milk Shake.

—Ah, sério? Hm~

—Kagami-san e Aomine-san parecem ser boas jogadoras, mesmo. –A loira comentou sorridente.

—Somos mesmo!

—Eu sou melhor do que ela. –Disse Aomine, apontando para Kagami.

—NÃO É NADA!

   As duas amigas soltam faíscas pelos olhos, viviam provocando uma a outra. Kuroko resolve intervir na briguinha das duas, puxando o rabo de cavalo de Taiga, fazendo ela se inclinar e parar de encarar Aomine.

—Fiquem quietas! –Repreendeu a azulada.

—Ela que começou, droga! –Massageou a cabeça, Kagami.

   Kise dá uma risada, se divertindo com a situação que passava com suas novas amigas. Com a risada, que Aomine julgou como bonita, a morena passa a olhá-la de canto, tentando ao máximo disfarçar.

   Kise estava sentada ao seu lado, e Daiki agradecia aos deuses por ser um pouco mais alta que a mesma, dando para ver um pouco de cima o colo da loira. Usava uma blusa de botão por baixo, e um suéter por cima. Seus peitos eram grandes, grandes e gordos aos olhos da morena, que encarava de forma disfarçada. Graças ao volume, o suéter se esticava e mostrava um pouco da blusa de botões, e se olhar mais ainda, dava para ver um pouco do sutiã.

   Hmm... Parecia ser um azul claro com flores bordadas e... E rendinha? Que bonitinho~

   Ahh, só de imaginar tirando o suéter, desabotoando a blusa com botões esticados por causa do tamanho do peito, e tirando o sutiã, já-

—Está olhando para os peitos da Kise-chan... –Disse Kuroko de repente. –Aomine-chan está olhando para os peitos de Kise-chan descaradamente... –Comentou a azulada, não demonstrando surpresa, apenas mantendo sua expressão calma e tomando de seu Milk shake.

—HÃ? O QUE!? –Daiki acorda do transe, quase se engasgando com o refrigerante que tomava.

—Nossa, mas nem sabe disfarçar essa... ESSA TARADA! –Disse Kagami de forma divertida. Começando a gargalhar em seguida.

—Hã!? –A loira se surpreende, olhando rapidamente para os rostos de suas amigas, uma de cada, aprecia meio perdida. Ela põe os braços na frente de seus peitos, como se quisesse escondê-los. Estava meio constrangida.

—Ahh, ah~ Quer dizer, e-eu não estava olhando! –Aomine disse de forma nervosa. –Não ligue para a Kagami, ela é uma idiota!

—Digo o mesmo de você.

—Tsc... Mas é que... É que chamou a atenção, desculpa. Eles são grandes... –A morena estreita os olhos.

—Aomine-chan tem razão, Kise-chan tem peitos enormes. Isso não é justo... –Kuroko estreita os olhos.

—Sortuda. –Kagami faz um sinal de jóinha.

—Ahh, parem vocês! –A loira sente as bochechas arderem. –Não é como se eu quisesse que eles fossem desse jeito, sabe? Ás vezes incomoda...

—Incomoda, é? –Kuroko não parecia nenhum pouco contente com aquela conversa, já que desejava ter um pouco mais de peito, o que realmente tinha muito pouco. –Tem que incomodar mesmo... –Aperta o seu copo de Milk shake que estava vazio.

—Tocou no ponto fraco da Kuroko, coitada. Hahahaha. –Disse Kagami, tentando consolar a amiga de cabelos azuis.

—Vocês falam dos meus, mas o da Kagami-san é grande também!

—Não maior que o seu, querida. –Sorriu de forma com deboche. Um sorriso galanteador, como Aomine e Kuroko diziam.

   A loira infla as bochechas um pouco irritada, logo em seguida escutando seu celular apitar dentro de sua bolsa.

—Ahh, desculpa meninas, um minuto. –A garota de longos cabelos cacheados olha a tela de seu celular, levantando-se da mesa de forma apressada.

—E-eu tenho que ir, está na hora da minha sessão de fotos. –Se curvou minimamente se despedindo das meninas. –Kurokocchi, você não vai me acompanhar até a estação? –Perguntou, meio encabulada.

—Ahh, desculpa Kise-chan, eu tenho que ir na casa da Kagami fazer a lição de casa... –Lamentou a azulada.

—Deixa que eu vou! –Aomine levantou a mão de forma apressada, chamando a atenção das três.

—Eita, apressada. –Comentou Taiga, numa tentativa se provocar a morena.

—Mas Aomine-chan, você também vem! –Disse Kuroko. –Não vai fugir da lição de jeito nenhum!

—Ahh, não liga pra isso Tetsu! –Sorriu a garota, pegando sua bolsa e levantando do banco. –É só ir até a estação, prometo não me atrasar. –Sorriu.

—... Hm... Tá... –Kuroko estreitou os olhos.

   Kuroko e Kagami viram as duas saindo da lanchonete.

—Você sabe que ela vai fugir da lição, né? –Comentou Kagami, mordendo o seu ultimo lanche.

—... –Uma das sobrancelhas da azulada tremeu.


[...]


—Muita gentileza sua estar me acompanhando até a estação de trem... –Comentou Kise, enquanto as duas andavam pela calçada das ruas, indo em direção a estação de trem, que não ficava muito longe dali.

—Não á de quê. É que eu também estava planejando em fugir da tarefa. –Soltou uma risada nasal. –Então... –A morena coçou a nuca. –Você é modelo, é?

—Sou... De vez em quando na semana tenho que ir tirar fotos.

—Entendi... Dá pra entender do porquê de você ser modelo; é bonita pra caramba.

   Disse isso com naturalidade, mas depois tomou noção do que acabou de falar. Seus olhos se arregalaram e comprimiu sua boca, e suas bochechas se avermelhou na hora, e ficou visível apesar de ser morena!

   “MAS O QUE DIABOS EU ACABEI DE FALAR!? MAS QUE MERDA!!! ELA VAI ACHAR QUE SOU ESTRANHA!!!”

   Por dentro se martelava, se castigava de todos os jeitos.

—Q-quero dizer, tipo! Tu é bonita, sabe? Não que eu, sei lá, esteja dando em cima de VOCÊ POR QUE EU REALMENTE NÃO ESTOU!!! EU SÓ ACHO VOCÊ BONITA E- Estava se desesperando.

—Tudo bem! Hahahaha, obrigada pelo elogio. –A loira sorria divertido com a reação da morena. Ela parecia ser uma garota legal e engraçada. –Estou acostumada com elogios, e digo isso não por ser metida ou algo do tipo... É que eu recebo muitos elogios... De vários tipos...

   Na ultima frase a morena percebeu que o tom da loira abaixou e pareceu meio abalado. Aomine era uma babaca, pensava pouco e agia mais por instinto, mas até ali ela entendeu o que a garota queria dizer.

   Deve ser chato andar na rua e receber cantada de marmanjo idiota...

—Mas Aomine-san, chega de falar de mim, vamos falar de você. –A garota muda de assunto de forma alegre. –Desde quando joga futebol?

—Ahh, desde sempre. Mas dessa vez eu queria entrar no clube de basquete, porque eu e a Kagami gostamos bastante, mas o time já estava completo e todas as vagas foram preenchidas. Então acabamos ficando no futebol mais uma vez.

—Entendi. Eu prefiro basquete do que futebol, mas eu não jogo nada. Não sou boa com esportes, então só fico assistindo.

—Quero que venha assistir o meu próximo jogo oficial. Vai ser no final da semana que vem... Espero que torça por mim. –Sorriu de forma envergonhada.

   A loira a encarou por alguns segundos, apenas encarando aquela expressão que achou muito bonita...

—Hn, pode deixar. –Devolveu o sorriso. –Aomine-san, vejo que você não é nenhum pouco feminina.

—Hã? O que!?

—Hahaha, veja essas pernas, estão todas machucadas! E vejo que não se depila, né? Hahahaa.

—Ei, ei, o que é isso agora, eim!? Está tirando uma com a minha cara!?

—E nem se quer passa um batom, uma base? Nenhum pouco feminina! Hahahaha.

   “A risada dessa garota é realmente muito bonita...”

—Ora sua! Odeio essas coisas de menininha, eu acho irritante!

   E mais uma vez, Aomine disse sem pensar.

—... Hn! Digo... Pronto, agora é a hora de você achar eu estranha. –Coçou a nuca mais uma vez, parando antes de atravessar a rua, o sinal estava vermelho.

—Eu só estava brincando. –A loira sorri com os olhos fechados. –Eu não acho nenhum pouco estranho.

   O sinal abriu, mas nenhuma das duas atravessou...

   Aomine não teve como segurar um sorriso bobo que acabou brotando em sua face. 

   “Essa garota...”


[...]


—Obrigada mais uma vez por me acompanhar até a estação de trem, Aomine-san. –Kise segurava com as duas mãos a alça de sua mochila, e se curva minimamente.

—Ora essa, não precisa agradecer. E também não precisa ser tão formal assim comigo...

—Então eu posso te chamar de Aominecchi? –Perguntou.

—... Sim... P-pode...

—Então obrigada por me acompanhar, Aominecchi! Até amanhã!

   Se despediu, correndo em direção a estação, passando a catraca e sumindo da visão de Aomine, que continuava parada em frente a estação, com uma expressão um pouco abobada e balançando a mão.

—Até amanhã...

   Ahh, essa sensação horrível das borboletas em sua barriga...


[...]


—MÃE, EU TÔ TE DIZENDO ELA É INCRÍVEL!

   Aomine já havia chegado em sua casa fazia horas. Já estava de noite e já havia tomado banho, e agora estava sentada no balcão da cozinha encarando sua mãe enquanto preparava a janta. A morena mostrava-se alegre enquanto falava da nova garota que foi transferida para a sua escola.

—Mas você disse que conheceu ela hoje, Daiki! Já está achando a garota incrível, é?

—Mas ela é! –Deu uma pequena pausa. –Eu não deveria ter faltado nesses últimos dois dias, eu poderia ter conhecido ela antes, estaríamos mais amigas!

—Amigas? Sei... Duvido que você só queira amizade dela...

—NAAH, QUE ISSO MÃE, SÓ AMIZADE! –A garota quase cai da banqueta. Estava constrangida. –Você é toda estranha dizendo essas coisas!

—Você que dá em cima dela e eu que sou a estranha? Por favor, Daiki! –A mulher de pele parda sorri. –Depois quero conhecê-la, traga-a um dia aqui em casa. De acordo com suas palavras, ela deve ser uma loira maravilhosa! –Ironizou.

—Mas é. E você vai ver.

   Minutos mais tarde, o pai de Aomine chega em casa. A morena, de forma alegre, vai contar a novidade para o pai, mas é impedida pela mãe.

—É um garoto, né Daiki? Um garoto novo que chegou na sala dela e os dois já são amigos. –Disse a mulher, já sentada a mesa, olhando de canto para a filha, como se tivesse a reprovando.

—Hm? Um garoto? Está toda alegre por causa de um garoto novo? Tsc, já está pensando em namoro, Daiki?

   Aomine torce os lábios, e tenta disfarçar.

—Ahh, que isso pai... Não é nada disso, não... Ela, quer dizer, ele... Ele é só legal... Só isso. 

—Hunf, traga um dia ele para cá, quero conhecer esse muleque que está dando em cima da minha filha. –Respondeu de forma dura, mas com um ar de brincadeira.

—Ele não vai poder vir, pai... Mas talvez eu traga uma amiga minha...

   Seu pai levanta uma sobrancelha.

—A gente vai fazer um trabalho juntas. –Respondeu rapidamente.

—Hm, entendi. Então tá.

   E o jantar seguiu normalmente, com um pouco de nervosismo vindo da morena, que se sentiu desconfortável perante aquela situação.

   No final do jantar, quando estavam prontos para ir dormir, o pai de Daiki já estava no quarto, sua mãe a para no corredor e fala baixinho em seu ouvido.

—Daiki, é melhor dobrar a sua língua quando for falar dessas coisas com o seu pai, você sabe muito bem que ele é contra a esse tipo de relacionamento... –Disse de forma dura.

—Mas... Eu não iria dizer por mal... Na verdade eu não sei o que há de mal nisso. –Comentou meio cabisbaixa.

   O olhar de sua mãe, que antes era duro, suavizou e encarou a filha com um olhar materno de puro conforto.

—Hunf, eu também não minha querida. Estou feliz que essa garota esteja fazendo você feliz, mesmo que você tenha conhecido ela hoje! –Ironizou mais uma vez. –Eu ainda acho que ela não é tudo isso aí não. –Brincou.

—Mãe...

—Tá bom, tá bom... Minha sapatona. –Sorriu de forma divertida.

—Vai á merda!

—OLHA A BOCA! –Deu um tapa na boca da filha. –Boa noite... –Sorriu, e saiu andando em direção ao seu quarto.

   Aomine ficou um tempo parada no corredor, apenas vendo sua mãe entrando no quarto. A morena sorriu, sentindo seus lábios arderem por conta do tapa que levou.

   Pelo menos sua mãe lhe compreendia e estava do seu lado.

   A garota logo entrou em seu quarto e se jogou na sua cama, ligando logo para sua melhor amiga, Kagami Taiga.

—O que você quer? –Disse primeiro Kagami, logo quando atendeu o celular.

—Oi pra você também. –Respondeu Aomine.

—Saiba que amanhã o Kuroko vai comer o seu fígado, por não ter participado da lição de casa.

—Espero que pelo menos tempere. –Debochou.

—Hahaha, tá bom, ligou pra que?

—Você já conhecia a Kise, não é? Você estava no dia que ela se apresentou.

—Sim...

—Me conte mais sobre ela. Tudo o que você sabe.

—... Hmmm... Pra quê?

—Por nada, idiota! Apenas diga!

—Tá~ Hahahaha, deixa eu ver, err... Europeia, ela veio da Inglaterra para cá por causa dos pais. Ela tem outros irmãos mais velhos e... E ela odeia minhocas.

—Ela não disse mais nada?

—Bom, ela parece ser uma garota legal e divertida, é uma boa amiga de acordo com a Kuroko. E ela chama as pessoas com o final “cchi” apenas quem respeita e tem intimidade.

—Por isso que ela estava chamando a Tetsu de “Kurokocchi”.

—Sim, ela foi a primeira amiga que ganhou desde que chegou aqui no Japão... E você parece interessada nela... Por algum acaso-

—Tá bom, boa noite, até amanhã!

—Uooohh, você não vai faltar!?

—Não!

—Olha só o que o amor não faz!

—VAI SE FUDER!

  E desligou o telefone na cara da amiga.

   Aomine estava jogada em sua cama segurando o celular e olhava para o teto. Estava com sua cabeça cheia de pensamentos. Realmente achou aquela garota interessante a primeira vista. Bom, como dizia a sua mãe, tinha que ter um pouco mais de paciência, esperar mais, para finalmente tirar suas próprias conclusões.

   Não podia se apaixonar por uma garota logo de cara! CONHECEU ELA HOJE!

   Tsc, se apaixonar... Aliás, essa palavra deixava sua barriga cheia de borboletas...


[...]


   No dia seguinte acordou mais cedo que de costume e foi direto para a escola, chegando mais cedo que suas amigas, e ficou parada em frente ao portão, esperando Kise chegar.

   Aomine apenas via muitos estudantes da escola chegando, todos conversando e fazendo brincadeiras de adolescentes, nada fora do normal. Carros chegando e estacionando também. Vi várias garotas que julgava bonitas, chegando, mas nenhuma era bonita igual a Kise... E via várias cabeleiras loiras, mas nenhuma era igual a da Kise.

—Será que ela vai vim hoje? –Murmurou para si mesma.

—Aominecchi!

   Escutou seu nome ser pronunciado por certa voz que viu ao fundo, atrás de algumas pessoas. A garota corria em sua direção, balançando um de seus braços e tinha um sorriso maravilhoso. Graças a correria, sua saia balançava com o vento e seus seios também.

   “Não pense besteiras, Daiki! Pelo amor de Deus, sua idiota!”

—Bom Dia, Aominecchi! –Disse a garota alegremente, parando em sua frente ofegante.

—Bom dia... –Devolveu o sorriso.

—Estava esperando as meninas?

—S-sim, mas elas não chegaram ainda... –Mentiu, na verdade estava esperando a loira mesmo.

   As duas foram andando para dentro da escola, atravessando o portão ao lado de vários outros estudantes. Enquanto falavam de coisas banais, um pequeno grupo de rapazes passa do lado delas.

—Bom dia, gatinha! –Disse um deles, sorrindo de forma descarada e pegando na saia de Ryota, levantando pra cima rapidamente, revelando sua calcinha branca com listras verdes claro.

—Há! –Soltou um gritinho, abaixando a saia imediatamente, morrendo de vergonha.

   Os rapazes passaram na frente, dando risada e tirando sarro.

—Ora seus... –Aomine rangeu os dentes, olhando para o lado e vendo um vaso cheio de pedrinhas brancas, pegando uma delas e atacando em cheio na cabeça do rapaz que levantou a saia de Kise.

—EEEI, MAS O QUE- QUEM FOI!? –O estudante olhou pra trás com uma expressão irritada, segurando onde a pedra acertou.

—NÃO MEXE COM A MINHA AMIGA, SEU OTÁRIO! –Gritou a morena, tomando a dianteira.

—Tsc, vai a merda, Aomine! Sua machão!

   O grupo de garotos deu as costas, não se importando com a garota.

—Bando de idiotas... –Murmurou Daiki.

—Obrigada, Aominecchi... Não precisava se preocupar com isso. –Disse Kise, um pouco encabulada com a situação.

—Nada disso, você é minha amiga, é meu dever te proteger. –Põe a mão no peito e um brilho pisca em seus olhos, como se fosse uma heroína fazendo um juramento. –Qualquer uma que seja a minha amiga, eu devo proteger.

—Hahaha, então você age da mesma forma com a Kagami-san e Kurokocchi?

—Na verdade não, é só com você mesmo... –Disse naturalmente com um sorriso no rosto. –Não protejo a Kagami por que ela é uma brutamontes metida, que desce o braço nos garotos sem medo! E não preciso proteger a Tetsu porque a Kagami sempre está na cola dela, as duas são muito amigas. Então a Kagami protege a Tetsu pra mim. –A morena cruza os braços. –E você... Eu protejo você...

   Esse negócio de proteger foi um tanto constrangedor. Não sabia que Aomine falava coisas vergonhosas e bonitas! A garota de cabelos loiros apenas balançou a cabeça positivamente e deixou suas bochechas tomarem uma coloração rosada.

   Com isso, Aomine se vira de costas, começando a andar em direção aos corredores da escola, sendo seguida por Kise que estava logo atrás. A loira e encarava pelas costas, e só agora percebeu que ela era uma garota muito interessante. Queria conhecer mais sobre ela...

   Não demorou muito para sentir borboletas voarem em seu estômago...


[...]


   A semana foi passando e a amizade das duas garotas ia crescendo a cada dia. Sempre se reuniam junto com Kagami e Kuroko na hora do intervalo, e iam embora juntas. A morena com frequência deixava-a em frente a estação de trem.

   Houve um dia que Aomine tirou uma foto de Kise para mostrar a sua mãe.

—Hmm... Bonita.

—EU DISSE!

   E também houve o dia em que havia chegado em casa passou um bom tempo dentro do banheiro tomando banho. Irritada, sua mãe sobe as escadas e bate na porta do banheiro, chamando sua atenção.

—SAIA LOGO DESSE BANHEIRO, DAIKI! EU NÃO SOU DONA DA COMPAINHA DE ÁGUA!

—Espere um pouco! –Gritou de dentro do banheiro.

—ESTÁ DEMORANDO DEMAIS!

—Espera!

   Não aguentando esperar mais, a mãe da morena abre a porta, praticamente arrombando-a, indo até o box e abrindo com violência, dando um baita susto na garota.

   Aomine se encontrava agachada, se equilibrando enquanto passava a gilete nas pernas cheia de manchinhas e machucados.

—O que está fazendo? –Perguntou a mulher, arqueando uma sobrancelha.

—Depilando minhas pernas.

—Você nunca depila as pernas... –Estreitou os olhos.

—É que... Eu estou tentando parecer mais feminina... Por causa da Kise... –Respondeu meio hesitante.

—Tudo isso para impressionar a senhorita Kise? –A mulher põe a mão na cintura. –Que bonitinho~

—SAI DAQUI, MÃE!

   Enfim, Aomine a cada dia se sentia nas nuvens por conhecer mais a Kise e passar mais tempo com ela. E toda vez a via na sua frente, chegando de manhã na escola com aquele rostinho sorridente, seu coração disparava.

   Pois é... Estava apaixonada mesmo...  

   Numa certa noite, Aomine estava deitada em sua cama dormindo pesadamente. Com o travesseiro fora do lugar, o corpo em uma posição engraçada e os cobertores bagunçados, a morena ressonava baixinho, babando de leve no lençol do colchão.

   Estava sonhando...

   Um sonho um tanto...

   Era a primeira vez que estava no quarto de Kise. Não sabia ao certo se o quarto era daquele jeito mesmo, mas idealizava assim. A morena a deitou na cama...

   O que diabos estava acontecendo!? Por que a deitou na cama!? Por que elas estavam naquela situação!?

   Aomine encostas as bocas de forma tímida, pressionando os lábios e sentindo a textura dos lábios da outra que eram macios e carnudos. Tomou coragem, e iniciou um beijo de língua, prontamente sendo correspondida.

   Kise mantinha suas mãos nas costas da morena, puxando a blusa que usava. A garota de pele morena se mexe um pouco, sem desfazer o contato dos lábios, apenas para colocar sua mão dentro da blusa da loira e tocar os seios ainda por cima do sutiã.

   Se parou os lábios, as duas tomam ar. Ambas estavam ofegantes e ansiosas.

—Aominecchi... –Disse a loira, um pouco embriagada.

   Seus cabelos longos espalhados pela cama e travesseiro. O rosto vermelho e os lábios brilhantes... Kise estava ali para ela. ERA A CHANCE DE AOMINE PARA APROVEITAR!

  E foi o que fez, colocou suas mãos na barra da blusa da mesma e subiu, vendo o sutiã cobrindo os seios fartos. Era o sutiã que viu na primeira vez que encarou aqueles seios de forma “disfarçada”... Realmente era um sutiã muito bonitinho...

   Abaixou o corpo, respirou fundo, sentindo o cheio da pele da loira, um cheiro tão bom que embriagava. Levantou o sutiã, liberando os seios que se derramaram para as laterais. Daiki pôs a mão em um dos seios, enchendo a mão, sentindo a bola de carne quente e macia, com os mamilos rosados já rijos.

—Hn... –Escutou um murmúrio.

   Sorriu, abaixando o rosto e afundando seu rosto no meio daqueles seios grandes e macios, começando a escutar gemidos contidos que com o passar do tempo ganhavam volume.


   E por fim, Daiki acorda num súbito, levantando da cama, totalmente tonta com o coração acelerado, por pouco não se desequilibra da cama e cai no chão, fazendo o maior barulho.

—M-meu Deus... Um sonho! –Respirava pesadamente, olhando para os lados, vendo que estava em seu quarto e não no quarto de Kise. E estava sozinha na cama, sem nenhuma companhia... –Eu... Eu preciso me tratar! –Bagunçou os cabelos em pura irritação.


[...]


   O dia do jogo havia chegado. Kagami e Aomine estavam na quadra se alongando para o jogo que estava prestes a começar.

   As duas já uniformizadas assim como todos os seus companheiros de time.

   A morena olha para a plateia e vê que ao lado da Kuroko, Kise estava na torcida. Como prometido a loira estava ali vendo seu jogo.

  E o melhor de tudo era que as duas, assim como outras garotas, estavam vestidas de líder de torcida, com saias curtas e tops, segurando pompons.

—Ahh, Kuroko está uma gracinha, não é? –Disse Taiga, que encarava as duas que pulavam alegremente.

—Heh, pois é...

   “Você fala da Kuroko? OLHA A KISE, SUA RUIVA IDIOTA!”

   Não demorou muito para o Juiz apitar o inicio do jogo.

   Todos os jogadores estavam alinhados, cada um fazia sua parte. Os rapazes corriam atrás da bola, dominando ela e fazendo passes. Kagami corre para um ponto onde estava desprotegido, pedindo a bola para o parceiro do seu time que corria com a mesma. O garoto passa a bola para a ruiva, que rapidamente passa a correr com rapidez em direção ao gol e vê o goleiro ficando em posição para defender.

   Os torcedores começam a gritar vendo a ruiva se aproximar do gol.

—ISSO, VAI LÁ KAGAMI-CHAN, VAAAI!!! –Gritava Kuroko, pulando a balançando o pompom.

—KAGAMICCHIII!! CORRE!!! –Gritou Kise também.

   A ruiva não perde tempo e chuta a bola, fazendo gol.

   A torcida grita.

    -YEEEEAAAAAHHH! –Comemora a ruiva.

—BOA, BAKAGAMI! –Diz Aomine, se aproximando dela, comemorando junto.

—O jogo tá só começando Aho, tá pra fazer mais gols!

—Vamos lá!

   E os times voltam a jogar.

   “Preciso fazer um gol também! Quero impressionar a Kise!”

   Dizia mentalmente em sua mente. Estava determinada em marcar um gol para impressionar a loira que a encarava com brilho nos olhos, torcendo a todo vapor.

   O jogo continuou. O time adversário fez mais dois gols, mas o time de Kagami e Aomine, conseguiu fazer mais dois, e por fim, o jogo acaba.

   Kagami fez um gol, outros rapazes fizeram dois, e Aomine... Aomine não conseguiu fazer nenhum...

   “Droga...” –Suspirou e disse a si mesma. Por sorte seu time ganhou, estava feliz, mas ainda assim, não conseguiu fazer um gol para impressionar Kise...

   A torcida, em comemoração, correm em direção a quadra, todos gritando e pulando de alegria. Haviam ganhado o campeonato! Kagami corria em direção a Kuroko, pegando-a no colo e erguendo, enquanto gritava e saltitava.

   Era uma cena engraçada.

   Aomine iria correr em direção as duas para comemorar também, mas escutou seu nome ao fundo, em meio a tanta gente. Olhou para os lados, um pouco confusa, mas foi surpreendida quando um corpo um pouco pesado pulou sobre si. A morena quase caiu, mas conseguiu se equilibrar e abraçar o corpo do estranho que lhe abraçava com força.

—K-kise! –Chamou sua atenção. A loira lhe apertava totalmente alegre e um pouco eufórica.

   No calor do momento, com aquela agitação toda, Kise não pode controlar seus atos, principalmente pelo fato de puxar Aomine pela gola da blusa soada, e de forma um pouco desesperada, juntou ambos os lábios.

   Uma explosão de sentimentos e surpresas invadiu a morena. Seus olhos estavam arregalados, não acreditava que Ryota havia lhe puxado para um beijo. Não era um beijo de língua como teve em seu sonho, mas... ERA UM BEIJO! UM BEIJINHO MUITO BONITINHO E FOFO AO SEU VER!

   Sem pensar duas vezes, aproveitando a ousadia da loira que estava muito feliz, abraçou a cintura da mesma e a apertou em um abraço, pressionando mais os seus lábios.

   Um num súbito, como se a consciência desse uma paulada na cabeça de Ryota, ela toma um susto e se afasta de Aomine apressadamente, fazendo com que a morena ficasse com uma expressão um pouco assustada.

—Kise...?

—Me... Me desculpa... ME DESCULPA MESMO, EU... DESCULPA! –Se curvou totalmente nervosa e com vergonha, não acreditava que havia mesmo feito aquilo. Saiu do controle, estava agitada, estava tão feliz por ver seu time ganhar, estava tão... Tão eufórica, acabou fazendo o que não devia ter feito...

   Ou será que devia?

   Sem esperar ver a reação da morena, morrendo de vergonha Kise sai correndo. Deixando Daiki ali no meio da quadra, em meio a multidão que gritava, sem entender nada...


[...]


—Ela não veio de novo? –Perguntou a morena, sentada em sua mesa na sala de aula.

—Não... Você sabe o que aconteceu? –Perguntou Taiga, que estava sentada do seu lado.

   Achou melhor não contar...

—Não... Você sabe?

—Eu não...

   Já havia se passado dois dias desde o acontecimento pós jogo. Kise não havia ido para a escola desde então, deixando Aomine um tanto cabisbaixa...

—Hoje eu vou naquela loja de video game, quer vir comigo? –Perguntou Taiga.

—Naah, vou pra casa...

—Parece meio triste. O que houve?

—Nada não...

—Conta logo, vagabunda.

   A morena encara a ruiva. A mesma tinha uma expressão de “Conta logo ou eu mesma faço você contar!”... É, não tinha jeito, teria de abrir o jogo com sua amiga...

   Na hora do intervalo, as duas foram para o telhado, onde não havia ninguém. Kuroko nesse dia estava ocupada com o conselho de classe, então não passaria a manhã com elas.

   Aomine estava com as costas apoiadas na grade, assim como Kagami.

—Então... Eu vou te dizer uma coisa, não quero que me chame de estranha, tá bom? Eu sei que sou...

—Fala logo!

—Óh... Eu... Eu gosto da Kise... –Falou de uma vez, esperando uma reação de Kagami, uma reação que não veio. A morena olha para o lado e vê a amiga com uma expressão nada surpresa. Uma expressão meio que... “hm... E ai?”

—... Sério? Ah, vá!

—Hã? Como assim “Ah, vá!”?

—Ora essa, eu e Kuroko já sabíamos disso, qual a novidade? Tá, enfim, continua. Por que está com essa cara de tacho?

—Eu acho que ela não quer mais falar comigo. No dia do jogo ela me beijou, mas depois saiu correndo. Ela fez aquilo no calor do momento, sabe? Eu entendo ela, mas eu acabei correspondendo, eu abracei ela... Ela viu que eu gostei... Será que eu fiz algo de errado?

—Olha, quer saber? Vai conversar com ela, e traga-a de volta pra escola, pois está perdendo matéria. E não fica bestando, ela também gosta de você, abre o olho!

—Sério mesmo?

—Tenho certeza.

   A ruiva sorri, e estende o punho para a morena. Daiki devolve o sorriso, mais calma e aliviada com o conselho da amiga, encostando seu punho no dela.

   Era um toque de amizade.

   Depois que as aulas acabaram, Kagami e Aomine se despedem, um indo para um lado diferente, já que as duas moravam em lugares contrários.

   Aomine andava sem pressa pela calçada, sentindo falta da loira que sempre a acompanhava nesse percurso. Quando parou na faixa de pedestre, esperando o sinal abrir, viu uma cabeleira do outro lado da rua, de vestido azul marinho entrando numa loja de doces.

   Aquela cabeleira... Reconheceria até no inferno!

   Sem medo de ser atropelada, o que quase foi, atravessou a rua no sinal vermelho, saindo correndo e escutando gritos e buzinas, não se importando com mais nada. Estava desesperada! Correu em direção a outra calçada, assando pelas pessoas, se esbarrando em umas, até finalmente entrar na loja onde a loira estava.

—Kise! –Chamou quando entrou na loja, chamando a atenção da garota que estava vendo alguns produtos.

   Ao ver que Daiki estava parada em sua frente, levou um pequeno susto. Não acreditava que estava mesmo vendo Aomine ali. Era tão... Constrangedor!

   Seu rosto esquentou, e abaixou minimamente, não conseguindo encarar a morena.

—O-oi, Aominecchi... –Sorriu a loira, um pouco tímida. –O que faz aqui?

—Eu que deveria perguntar! Mas aqui não é o lugar para iniciar uma conversa... Vem comigo?

   Ryota pensou um pouco, e logo respondeu...

—... Tá bom...


   As duas saíram da loja e foram para um lugar perto de um pequeno rio que atravessava a cidade. O lugar era bonito e calmo. Ficava perto de uma ponte, a margem do rio era inclinado, algo como um barranco com grama cortada.

   A morena logo se ajeitou naquele lugar, deitando na grama e encarando o céu que estava num tom alaranjado, marcando o fim da tarde. Sentiu Ryota se acomodar do seu lado, não se deitando, mas sentando.

—Por que está faltando? –Perguntou a morena, iniciando a conversa.

—Tive que ficar em casa para cuidar do meu irmão mais velho, ele estava doente... –Comentou.

—Entendi... E você? Está bem?

—Estou...

   Deram uma pausa. Sentiram uma pequena brisa acariciar o corpo de ambas.

—Sabe Aominecchi... Eu realmente peço desculpa pelo o que eu fiz naquele dia... Pronto, agora é a hora de você achar eu estranha... –Abaixou a cabeça, escondendo entre os joelhos.

—Eu não acho nenhum pouco estranho...

   A loira sobe o olhar e passa a encarar Aomine que estava deitada ao seu lado. A morena mantinha um sorriso belo no rosto e transbordava tranquilidade. Tranquilidade esta que invadiu o corpo de Ryota. Estava tão nervosa, tão tensa, mas agora... Se sentia calma e aliviada... E feliz também.

   Não conseguiu conter um sorriso também.

—Hunf... Aominecchi...

—Hum?

—A primeira vez que te vi, eu senti como se tivesse várias borboletas no meu estômago...
 
   Daiki solta uma risada nasal, se ajeitando na grama.

—Eu também...              


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostou? Gostou.
Não gostou? Não gostou.
COMENTE!
Me ajuda demais da conta :y