Pov. Annabeth

2013

A chuva caia forte do outro lado da janela. As gotas batiam forte contra o vidro e a noite estava ainda mais escuro por conta das nuvens de tempestade e nem a lua se via a tanta escuridão. Suspirei frustrada pois eu queria muito sair de casa e com essa chuva eu não vou poder nem por um pé para fora. Me deito na cama e me cubro com o cobertor e adormeço com o som da chuva.

Estou andando em uma avenida muito movimentada com vários carros e motos. Minha bolsa que está pendurada balança ao meu lado direito e meus braços estão ocupados pelos meus livros e cadernos da escola. Vou andando pela rua pouco iluminada pelos postes de luz, o céu está escuro e nem a lua apareceu com sua luz, conforme vou andando os carros e motos vão passando a poucos metros de mim e de repente uma moto prata começa a me acompanhar.

Olho para todos os lados em busca de algum rosto conhecido para que eu possa pedir ajuda mas não encontro nada. O motoqueiro anda mais para frente e para a moto e na mesma hora eu paro no lugar onde estava. Olhei desesperada para os lados com medo do que esse homem podia fazer comigo, olho para o outro lado da rua e vejo um garoto.

—Percy! Percy! –Não sei por que gritei Percy mas foi algo mais forte do que eu e quando vejo ele já está correndo em minha direção.

Ele para ao meu lado e eu me viro em direção ao motoqueiro. Ele me olha mais uma vez e depois para Percy e coloca o capacete e some no meio dos carros que passam na rua. Depois que o motoqueiro sumiu eu e Percy fomos em direção à minha casa e durante o caminho não abrimos a boca para falar nem se quer um Oi. Assim que paramos em frente à porta da minha casa ficamos nos olhando, um encarnando o outro, e por um momento eu me perdi nos lindos olhos verdes-mar dele mas esse momento durou pouco tempo pois ele se virou com um sorriso lindo nos lábios e foi embora enquanto eu ficava encarando suas costas.

Acordo assustada pois eu nunca tinha visto esse garoto na minha vida. Como será que eu sabia o nome dele? E por que ele me atendeu?

2015

—E foi isso que aconteceu. –digo para Thalia. Eu estava contando para ela do meu sonho maluco com Percy. Esse sonho aconteceu a dois anos quando eu tinha quinze anos e agora dezessete que eu resolvi contar para ela.

—Eu conheço um menino que tem esse mesmo nome. Será que é ele? Vamos lá e descobrimos. –diz ela e se levanta e começa a me puxar em direção a porta.

—Não. Não vamos por que não e ele. –digo e me solto dela e volto para o sofá. Ela bufa e se senta ao meu lado.

—Isso e muita doideira! Mas pelo menos vamos ver se é ele? –pergunta.

—Ah não depois nós vamos. –digo olhado para a televisão.

Passaram-se uns dias com Thalia me chamando para ir na casa dele para saber se ele e o menino dos meus sonhos mas eu sempre inventava uma desculpa para não ir. Era domingo à noite e eu estava na casa da Calypso junto com a Thalia para visitar ela já que a mesma morava em Boston e estava passando uns dias na casa do namorado, Leo. Ficamos umas horas conversando com ela e quando terminamos nos despedimos dela e fomos para rua e antes de começarmos a ir para casa Thalia me chamou para ir na casa do Percy que era nessa mesma rua.

Como não tinha nada a perder comecei a seguir ela para a casa dele. No caminho ela me explica que vai inventar uma desculpa que esqueceu a chave de casa e que foi pedir para Piper, a namorada do irmão dela, Jason. Durante todo o percurso eu não acreditava que podia ser o mesmo menino pois era e é muita loucura. E se esse menino existir mesmo eu nunca vou encontra ele de novo e também tem a possibilidade de ser apenas um fruto da minha imaginação. Quando chegamos em frente à casa dele a porta já estava aberta então já fomos logo entrando. Assim que entramos na sala eu congelei no lugar.

Ele estava deitado no sofá com uma samba canção preta, moletom e com a barba por fazer. Era ele! Meu Deus! Como isso é possível! Meu Deus e verdade mesmo isso? Isso está acontecendo comigo?

Ele olha para mim como se perguntasse quem era e eu olhei para Thalia e ela perguntou baixo se era ele e eu afirmei com a cabeça ainda em choque. Olhei em volta e percebi que todos me encaravam.

—Ela e muito bonita não é? –perguntou Piper que estava sentada ao lado da mãe dele em uma mesa. Na mesma hora eu coro e tenho certeza que fiquei da cor de um tomate, se não pior.

—É muita bonita. Fala oi para a menina Percy. –diz Sally. Eu sabia que a mãe dele se chama assim por que Thalia ficava me zoando dizendo que ela era a minha futura sogra.

—Oi. –diz ele com a cabeça baixa, tímido.
—Oi. –diz Thalia já dando risada. Eu não falo nada por que eu não consigo dizer nada e nenhum som sai da minha boca.

—Vem meninas tomar café com a gente. –diz Sally. Nós vamos nos sentar à mesa enquanto ele se levanta do sofá e sai para o quarto.

Quando nos sentamos a mesa eu fico quieta e elas engatam em uma conversa que eu nem me lembro sobre o que era. A minha cabeça não parava de pergunta como isso podia estar acontecendo e se isso era real. Quando a minha ficha estava começando a cair de que tudo isso e real ele desce agora mais arrumado com uma calça jeans escura, moletom preto e uma touca cinza cobrindo seus cabelos negros. Ele vem em nossa direção e pega a garrafa de café que estava em cima da mesa perto de onde eu estava sentada e enche o copo com o liquido preto e depois se senta de frente para mim. Eu acho que ele não ia encher o copo mas ele ficou me olhando e quando percebeu que estava quase derramando o café parou.

—Não acredito Percy tomando café? –pergunta Sally em tom de deboche.

—Senta ai Percy para tomar café. –diz Piper também com deboche. Na mesma hora eu olho para ele e vejo que o mesmo está me olhando e eu rapidamente olho para Thalia que está tentando segurar o riso coisa que não está se saindo bem.

Elas voltaram a conversar, Thalia continuou com sua tentativa de segurar o riso, ele mexendo no celular deixando o copo cheio de café de lado e de vez enquanto me olhando e eu continue a dar inveja a um tomate. Ficamos um tempo assim e eu já não aguentava mais essa situação ainda mais com Thalia de vez enquanto me cutucando por de baixo da mesa mas antes de eu me levantar para ir embora ele se levanta da mesa com o celular em mãos e sai em direção à sala, esperei um pouco mais e chamei Thalia para ir embora que aceitou.

Passamos pela sala e ele não estava mais lá então seguimos em direção a entrada da casa onde Sally e Piper ficaram conversando e ele ficou sentando na escada em frente à porta. Enquanto eu caminhava para longe da casa dele eu não me segurei e olhei para traz bem no momento que ele fez a mesma coisa só que quando viu que eu o vi ele virou a cara e entrou dentro de casa.

Alguns dias depois...

Nesses dias eu consegui digeri que o menino dos meus sonhos e real e também eu não consegui esquecer já que Thalia fazia questão de me lembra todos os dias e me zoar também. Quarta feira de noite eu já estava quase indo dormir mas Thalia me liga dizendo que Percy mandou uma mensagem para a Piper perguntando se eu era solteira e o meu número e ela praticamente deu meu CPF para ele. No começo fiquei com raiva pois quando nos “conhecemos” eu decidi que essa história não ia dar em nada e também por que ele não demonstrou nenhum interesse então quando eu desisto dessa história ela me liga dizendo que ele pediu o meu número.

Eu fiquei basicamente uma meia hora discutindo com ela que eu não ia mais insistir nessa história mas no fim ela consegui me dobra e eu cedi. Me sentei na sala e esperei ela chegar aqui em casa e antes dela chegar ele me mandou uma mensagem no WhatsApp mas eu esperei ela chegar para dar início a conversa. Quando ela chegou eu comecei a conversar com ele mas no final foi a maior merda já que ele demorava eras para escrever e eu por raiva demorava o dobro e isso durou mais de uma hora.

Depois da nossa primeira conversa eu pensei que não íamos nos falar mais por conta do desastre da primeira mas no dia seguinte ele me surpreendeu e mandou outra mensagem e começamos a conversar. E foi assim durante longos quinze dias, nós conversamos só por mensagens que foram melhores do que a primeira. Eu fiquei meio na Bad pois ficamos conversando por vários dias e ele não mostrou nenhum interesse a mais em mim então eu decidi deixar para lá e botei nas mãos de Deus.

Quatro meses depois...

Nesses quatro meses que se passaram não voltamos a nos falar e eu segui minha vida normalmente tentando esquecer ele, uma tentativa falha já que todas as noite que eu dormia sonhava com ele.

No dia vinte oito de novembro eu estava conversando com as meninas no Whats quando eu recebo uma mensagem só que eu não vi na hora pois pensava que era a Thalia então demorei um pouco para ver. Assim que vi quem era eu comecei a dar risada de tanto nervoso que eu senti quando li O Menino dos Meus Sonhos já que eu não conseguia falar o nome dele.

—Olá

—Ooi.

—Nossa quanto tempo. J

—Qnto tempo rs

—Huehu pois é

—Rs J

—Tudo bem?

—Tô bem. E você?

—Tô bem tb

—Que bom. J

—E aí, como anda a vida? Alguma novidade?

—Rs nenhum. E você?

—Nada tb.

E foi assim que eu passei a minha tarde. Ficamos conversando sobre várias coisas e toda vez ele tinha um assunto diferente para falarmos. Passamos os outros dois dias seguintes conversando e no dia trinta, no meio da conversa ela me manda:

—Que tipo de lugar vc costuma ir?

—Sei lá. Rsrs

—Pô, assim fica difícil te chamar para sair kk

—Tá me chamando pra sai??

—Depende da tua resposta kkk

—Se você estiver me chamando pra sai... eu aceito.

—Então eu tô J

—Rs então tá.

Depois disso continuamos a conversar mas eu não tirava os sorriso do rosto. Antes de nos despedimos marcamos o local e a hora do nosso encontro que seria no dia primeiro de dezembro as oito horas. No dia seguinte eu já estava arrumando uma desculpa para não ir mas eu fui convencida pelas meninas a ir, quando eu já estava certa que iria ver o que vai acontecer nesse encontro eu tive que resolve um único problema: Minha mãe.

Eu estava no salão fazendo uma hidratação no meu cabelo e pensando em uma desculpa para falar minha mãe quando Afrodite entra no salão e foi como se uma lâmpada tivesse acendido na minha cabeça. Inventei uma história do nada e contei para ela que eu queria ir em uma festa de uma amiga minha que ia rolar amanhã as oito e ela aceitou a me ajudar e logo ligou para a dona Atena que aceitou e me deixou a ir.

No dia primeiro de dezembro eu passei o dia todo pensando na loucura que estava acontecendo. A dois anos atrás eu sonhei com um menino que de alguma forma eu sabia o nome e agora eu descobrir que ele é real e que me chamou para sair. Quando deu a hora eu fui me arrumar. Coloquei uma calça jeans clara rasgada, uma blusa preta que mostrava a barriga, uma camiseta xadrez preta e branca e meu vans preto e fui para a casa da Thalia onde eu fiz uma maquiagem leve. Ela me acompanhou até a pizzaria que ficava perto da minha casa, onde seria o nosso ponto de encontro, quando chegamos eu vi ele dentro do carro mexendo no celular.

—Ele tá ali. –digo para Thalia olhando para ele.

—Chama ele. –diz ela rindo do meu nervosismo.

—Eu não. Vou disfarçar com o celular. –digo tirando o mesmo do meu bolso.

—Psiu Psiu. –chama Thalia. Ele olha para a gente e sai do carro. Nessa hora eu queria ter uma pá para cava um buraco no chão e me enterrar viva.

—Oi. –diz ele dando um beijo na minha bochecha e depois na de Thalia que ainda rir e eu tento segurar o meu riso.

—Tchau Annie. –se despede Thalia e sai rindo.

—Vamos? –pergunta. O sigo para o carro e quando entramos no mesmo começa a garoar. Ele liga o carro e durante o caminho não trocamos nenhuma só palavra.

Quando chegamos em uma praça saímos do carro e vimos que os bancos estavam todos molhados e ela estava deserta, então voltamos para o carro e ficamos lá durante uma hora inteirinha sem falar nada um para o outro mas de vez enquanto eu via ele me olhando e toda vez eu corava e ficava muito vermelha.

—Você não acha que tem coisa melhor para a gente fazer? –pergunta se virando para mim.

—Tipo o que? -pergunto na maior cara de pau.

Ele se aproxima de mim até nossas bocas se tocarem dando início a um beijo intenso. Passamos um bom tempo nos beijando pois durante o beijo passou três músicas do Nocivo Shomon e uma do O Rappa e as músicas deles são de no mínimo seis minutos. Esse com certeza foi o beijo mais longo que eu já dei em toda a minha vida.

—Você quer ir no Mc ou no Habib's? –pergunta quando nos separamos.

—Mc. –digo prontamente. Eu detesto o Habib’s.

Ele assente e liga o carro o conduzindo para o McDonald’s. Passamos o caminho todo em silencio total e foi assim até chegarmos na lanchonete. Pedimos os nosso lanches e enquanto esperamos Percy ficou me zoando pois eu sou muito baixa e falou que eu podia passar na fila para pegar um brinquedo e como se isso não bastasse começou a falar do meu pé que também é pequeno.

Quando terminamos os nossos lanches ele me levou para uma pista se skate onde ficamos sentados em um banco nos beijando. Devido à chuva que tinha caído mais cedo e com o vento eu comecei a ficar com frio e não tinha trazido nenhum casaco para frio mas Percy me deu o dele e depois de um tempo ele me levou para casa. Quando chegamos em frente à minha casa peguei minhas coisa e quando sai do carro.

—Não vai se despedir? –pergunta do carro. Sorrio ainda de costas e me viro e entro no carro e o beijo. O beijo não foi longo como o primeiro mais foi intenso. Quando nos separamos saio do carro e quando já estou na metade do caminho para a porta percebo que esqueci o meu celular e volto para pega-lo. Volto para o carro e vejo que ele já ia pegar o meu celular que estava no porta luvas, pego o celular antes dele e saio em direção a porta de casa.

Entro em casa e vou direto para a minha cama, tomo um banho e coloco o pijama e desabo na cama mas antes fico lembrando do que aconteceu a poucas horas mais cedo. Não sei o que vai dar essa história mas vou deixar nas mãos de Deus decidir o que vai rolar entre o meninos dos meus sonhos e eu. Sorrio e depois me deixo levar pelo sono.

"As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem."