A sensação de tontura e falta de ar percorria o corpo de Karen, ela sentia um formigamento na perna direita e uma pressão sobre o peito. Ela abriu os olhos sentindo como se estivessem costurados um no outro. Ela olhou para cima e encarou uma pintura de uma mulher que se parecia com sua mãe,  morena, cabelos castanhos, olhos negros como a noite. Ela se lembrou de sua mãe,  os seus últimos momentos antes do câncer tomar conta de seu corpo, Kareb gritou,  sua garganta não parecia parar de tanta raiva os médicos precisaram aplicar um medicamento nela para se acalmar. A única coisa que sua mãe lhe deixou foi um cofre com fotos dela em Gotham City e revelando que o pai a quem tanto ela perguntava morava lá e deixando apenas a frase "busque a luz no céu."

      A mulher no quadro ria de lado como a sua mãe,  fazendo algumas lagrimas do rosto de Karen caírem no chão. Ao sentir um tipo de ardência no rosto ao reparar que sua lágrima tocou a bochecha, eleva a mão de forma lenta até o rosto sentindo um corte fino ela se desespera ao repara a mão engessada e que a cabeça estava enfaixada e todo o restante do corpo estava repleto de ataduras.

     - Já acordou Senhorita Karen? - Um senhor velho com uma bandeja na mão a encara, Karen respira com dificuldade não sabendo se ele era amigo ou inimigo. - A noite foi difícil para você.

      - Quem é você?  E quem fez isso comigo.  - Ela tentou controlar a voz como fazia quando era criança,  ela era a única menina numa família repleta de primos homens, então ou ela se defendia ou deixava eles a irritarem.

      - Não se lembra senhorita Barros? - Ele se aproximou deixando a bandeja numa mesa de canto no quarto e se sentando na cama.

      - Que dia é hoje? - Ela perguntou olhando para o calendário.
   
  - 25 de Janeiro de 2016. - Ele respondeu fazendo Karen virar e olhar para janela.

      - Meu Deus. Eu não me lembro o que aconteceu comigo durante 1 ano. - Karen tentou se levanta da cama mais o senhor a segurou.

     - Você não vai a lugar algum. Você está segura aqui na mansão Wayne.  - Alfred o mordomo falou, ela o encarou com dúvidas.
     - Espera ai, está me dizendo que estou em Gotham City? - Ela olhou para o quadro com o rosto de sua mãe tinha conseguido.  Estava na cidade onde seu pai vivia.

   - Sim, Senhorita Barros. - Alfred falou enquanto os olhos de Karen pareciam vidrados na pintura.

    - Eu moro aqui? - Ela olhou para o mordomo com rugas no rosto e um bigote preto e branco. Ele a encarou por um momento.
    - Não,  a encontramos no nosso jardim totalmente cortada e com uma lesão na cabeça.  - O homem falou friamente.

      - Por que não me levaram para um hospital? - Ela perguntou duvidando da palavra do homem.

     - Essa noite foi um caus em Gotham, um homem chamado Espantalho espalhou um veneno em Gotham, não acho que seria prudente leva-lá para as ruas de Gotham nessas condições.
  
      Nesse momento se passou diversas perguntas na cabeça de Karen, O que ela fez em 1 ano? Ela encontrou seu pai? Como esse homem sabe seu nome? Ele a conhecia antes? O que fez ou o que fez esses ferimentos nela? A porta foi aberta e um cara alto e forte se aproximou.

     - Quem bom que está viva. - Ele estava perto dela até que Alfred pegou ele pelo braço e o arrastou para fora do quarto.

     Karen não entendeu o que aconteceu naquela hora, ou o que estavam guardando dela, mas iria descobrir. Ela por um momento viu os olhos do garoto brilharem em sua direção, logo eles voltaram.

      - Meu nome é Dick, Dick Grayson. - Ele se sentou na cama. - Eu a encontrei no jardim, seria ruim ver alguém morrer depois de sobreviver aquela noite.

       - Obrigada. - Ela balançou a cabeça e olhou para Alfred que não tirava os olhos dela.

      - Bom, agora Mestre Grayson vai leva-lá até o hospital mais próximo e verificar se há um dano mais grave. - Os dois a seguraram e a levaram para fora do quarto, a mansão era gigante isso Karen não podia negar, cheia de quadros,  esculturas e relíquias,  mas ela não tinha tempo de observar como o lugar era perfeito precisava ir até o hospital.

      No caminho até lá foi silencioso Grayson parecia incomodado e de hora ou outro se mexia no banco do motorista. Karen achava aquilo engraçado e ria em silêncio.

      O hospital estava lotado de pessoas não imaginava que não fosse a única com ferimentos graves,  a levaram para uma sala especial onde tinha deixado um quarto específico para Karen.

       Aplicaram um sedativo nela a fazendo adormecer,  Grayson a encarava com seus olhos fixos em seu rosto, com um pequeno corte na buchecha.
       - Apareça. - Ele olhou para a janela aberta do quarto revelando a noite. - Eu sei que está ai. - Foi então que Batman se revelou das sombras.

       - Ela está bem? Além da perda de memória?  - O morcego perguntou.
     
      - Ela quase morreu ontem a noite. - Dick segurou a mão dela. - Ela teve sorte de esquecer o que viveu nessa cidade. Nem todos podem dizer o mesmo.
  
       - Dick ela não pode descobrir quem é o pai dela. Foi isso que a fez ficar assim. Eu vou hoje a noite no apartamento dela destruir qualquer prova que ela tenha. - O vigilante falou e saiu pela janela. Grayson deu uma última olhada nela e saiu pela porta.