CAPÍTULO XX

MOLLY JULLIETTE WEASLEY II

[12/10/2017]

Olá, Castiel!

Como você está? Eu estou bem e cheia de coisa para lhe contar.

Primeiro, eu gostaria de pedir desculpas por ter ficado tanto tempo sem conversar, acontece que a minha vida tá uma loucura!

Tia Ally resolveu que seria uma ótima ideia eu participar de uma sessão de fotos com ela, resultado: Todos os alunos na minha escola sabem de quem eu sou sobrinha, as falsianes tão... Olha, loucas! Em menos de um dia, metade da escola veio falar comigo, sendo que antes, ninguém sabia da minha existência. Embora, tudo isso não tenha mudado em nada o meu circulo de amizades, só a Bella que ficou enciumada porque uma garota que ela não gosta veio falar comigo, mas já resolvi isso com ela.

Além disso, as revistas de fofoca tão caindo em cima de nós. Pelo que entendi, tia Ally ainda não havia contado para boa parte da sociedade que agora tinha uma pré-adolescente morando com ela, ou seja, muitas teorias estão sendo criadas: tem gente dizendo que na verdade eu sou filha dela, mas ela não quer assumir por algum problema no passado, quando vi, gargalhei e dei minha opinião sobre tal coisa, resultado: minha resposta foi parar em cada site de fofoca.

Tia Ally disse que tá arrependida de ter me convidado para a sessão de fotos, disse que não queria que minha vida virasse algo público tão cedo, eu lhe disse que tudo bem, uma hora ou outra isso iria acontecer e que até estou lidando bem com tudo isso.

E claro, tem a escola e a minha família.

A escola tá me ferrando, descobri que não nasci para a matemática e Cass, o sétimo ano tá me fodendo. Difícil entender aquelas coisas, mas eu e as meninas estamos dando um jeito: se eu sei algo que elas não sabem, eu explico, se elas sabem de algo - matemática - que eu não sei, ela me explicam. Simples, assim ninguém reprova e todas entendem a matérias.

"Ah, mas e os meninos, Molly?" (esse é você me fazendo uma pergunta, não liga não, ultimamente estou meio tia Luna)

Os meninos não ficam tanto tempo com nós, os motivos: eles são garotos bonitos e inteligentes que fizeram amizade muito rápido, então, eles estão jogando no time de lacrosse da escola e estão sendo o centro das atenções, mas isso não os torna babacas, só faz com que não passem tanto tempo comigo e as meninas, porém, sempre que dá, eles estão aqui em casa. Sei que você acha que eles estão só se aproveitando ou algo do tipo, mas isso aqui é vida real, Cass, não um filme das Disney onde os populares querem tornar a vida dos outros um inferno, tá tudo de boas, somos amigos e aproveitamos o tempo que temos. Se algo der errado, tudo bem, viemos ao mundo para aprender com nossos erros e não, eu não vou deixar de ser trouxa, mas vale tentar!

Já a minha família é algo complicado, mas tem lá seus pontos positivos. Pelo que me contaram, meus primos tão conseguindo aceitar o que eu sou e não veem a hora do natal chegar - vão todos para casa, Lucy disse que eles queriam pedir desculpa por tudo que aconteceu e que querem voltar ao que éramos antes -, eu achei tudo muito bom, confesso que sinto saudade daquelas putos.

Já Percy é outro assunto, mamãe me disse que acha que ele tá se arrependendo, eu duvido muito, porém não quis dizer isso a ela. Tadinha, acha que os Campbell Weasley vão voltar ao que era um ano atrás. Eu não acredito nisso, sou realista demais quando se trata de meu "pai", sempre soube que nossa relação acabaria com uma grande cicatriz, afinal, nunca concordamos, éramos apenas pai e filha tentando ter uma super amizade, apenas não percebíamos isso. Era óbvio, mas estávamos cegos pela vontade de querer ser uma família perfeita. Hoje em dia, bem, foda-se a família perfeita, isso é chato e nada no mundo é perfeito.

Cass, acho que consegui resumir como foi esse tempo em que não nos falamos, porém, eu preciso dizer o que fiz hoje.

Arabella e eu achamos que estava na hora de usarmos as coisas que ganhei dos meus primos no Halloween - sim, eu ainda não havia usado -, então, como não havia nada de importante na escola, nós duas matamos aula. É, fizemos isso, confesso que me sinto meio mal por ter feito isso, mas foi tão divertido!

Dylan nos deixou na frente da escola, nós entramos, mas como tínhamos nos atrasado, quando ele foi embora, o portão fechou. Então, nós duas - dentro da escola -, nos cobrimos com a capa de invisibilidade que a Lucy me deu e pulamos o muro.

" - Onde vamos? - Perguntei.

— Primeiro: você não vai acabar desistindo, né? Quero dizer, de medrosa já basta eu.

Ri um pouco.

— Eu não cheguei até aqui para desistir agora. - Cantarolei.

— Essa é minha garota!

Rimos e começamos caminhar sem rumo.

— Onde vamos? Tipo, eu não planejei nada.

— Nem eu! - Respondeu Bella. - Hum... você não visitou muitos lugares, né? Sei que tá aqui a um ano, mas essa cidade é grande para um senhor caralho!

— Não, foi um ano meio difícil, você sabe. Nem deu para aproveitar as belezas de New York!

— Que tristeza! Tia Ally já levou você na Ponte do Brooklyn?

— Nope!

Bella fez uma cara de surpresa.

— MEU DEUS, ALGUÉM SALVA ESSA MENINA! - Gritou e algumas pessoas se viraram para nos ver. - GENTE, PARA A CARRUAGEM DA DANAÇÃO QUE EU QUERO DESCER! ESSA MENINA, ESSA COISINHA ABENÇOADA PELOS DEUSES, NUNCA FOI NA PONTE DO BROOKLYN, VOCÊ ACREDITAM NISSO?

— BELLA, CALA A BOCA!

— TU NÃO GRITA COMIGO, QUE EU SOU TUAS NEGA!

E então começamos a rir, porque somos loucas.

— Vamos a pé? - Perguntei.

— Siiiim! É bem mais divertido e podemos fazer muitas coisas até chegar lá.

— Vamos morrer. - Conclui.

— Olha, não estamos vestindo algo muito bom, quero dizer, vai ser uma puta caminhada, mas pense no quão legal vai ser. Deixa de ser chata, Molly!

— Chata, eu?

— Sim, você!

— Nossa, magoou, tchau pra ti!

Comecei a caminhar rápido, fingindo estar brava. Bella correu, me abraçou e riu.

— Tô' brincando, você não é chata. Ás vezes."

Resumindo tudo: caminhamos muito, muito mesmo, mas valeu a pena.

Quando chegamos na ponte, eu estava quase morrendo e Bella também.

"- Você... é a pior guia do mundo! - Falei, enquanto recuperava o ar.

— E-Eu sei! Mas saiba que não acabou!

— O QUE? - Gritei.

— Vamos atravessar a ponte, querida.

— Você tá maluca? Tá drogada? Eu não caminho mais! Olha, mas já caminhei tudo que podia ter caminhado na minha vida, emagreci para caramba! Puta merda!

Bella riu.

— Louca, não vamos caminhar, vamos pedalar.

— BICICLETA? TÁ... TÁ... MEU DEUS!"

Depois de todo meu drama, concordei em irmos de bicicleta, confesso que foi maravilhoso. Rimos, pedalamos, eu descobri que a ponte foi construída em 1883 para ligar Nova York e Brooklyn, e que na época eram cidades diferentes. Bella me falou que o engenheiro e arquiteto que projetou a ponte teve os pés esmagados na obra e morreu de tétano! Ah, eu quase matei uma senhora - Bella começou de frescura e me empurrou, eu fui com a bicicleta e quase que a mulher morreu.

"- Ai Meu Deus, senhora, me desculpa!

— Tá tudo bem, menina. - Falou a idosa, achei que ela ia me matar, mas não, foi bem gente boa. - Só toma mais cuidado!

— Pode deixar!

Vimos a idosa se afastar e eu me virei para minha melhor amiga.

— Você... Você... EU VOU TE MATAR! - Gritei.

Ela riu, subiu na bicicleta e tentou fugir de mim. Eu fui atrás e então, quando percebi, estávamos no final e fomos recebidas com uma placa de trânsito, onde estava escrito: "Bem-vindo ao Brooklyn. Como ele é doce!" e a mensagem na ciclovia no final da ponte dizia: “Bem-vindo ao Brooklyn”.

Depois de descer da bicicleta e continuar correndo atrás da Bella, percebi que estávamos no D.U.M.BO - Down Under the Manhattan Bridge Overpass (algo como “Abaixo do viaduto da ponte Manhattan”) -, só percebi isso depois de pular em cima da Ackles. Nós duas ficamos alguns minutos atiradas no chão, rindo, as pessoas nos olhavam e riam. Bem, pelo menos fizemos algumas pessoas felizes com a nossa loucura."

Depois de levantarmos, Bella me levou no Brooklyn Ice Cream Factory, porque "A gente fez muita coisa, pelo menos um sorvete merecemos!", após descansarmos, demos uma volta pelas lojinhas que tinha por lá, gastei quase todo dinheiro que tinha comigo, mas guardei um pouco, ainda tínhamos o que fazer.

Enquanto caminhávamos por Washington Street com a Water St, percebi que estava quase na hora de soltarmos, sendo assim, liguei para o Dylan e disse para ele que Bella e eu iríamos dar uma passeio e que ele não precisava me buscar. Depois disso, nós fomos no Jacques Torres e comemos muito doce, foi nosso almoço. Se Tia Ally descobre isso, fica virada no Voldemort!

Até que no meio tarde chegamos no Brooklyn Bridge Park. Cass, lá é lindo demais e tem uma vista incrível pra Manhattan – rendeu fotos lindas! Tem também o Jane’s Carousel, que é lindo demais! Andamos mais um pouco pelo parque e chegamos no píer e então almoçamos de verdade, quero dizer, se você considerar comer uma pizza no Grimaldi's, um almoço.

No final, quando já estava bem tarde - eu já tinha ligado para Tia Ally e dito que chegaria tarde em casa, ela ficou um pouco preocupada e disse para eu ter cuidado, eu lhe disse que estava tudo bem, que nada iria acontecer, ela pareceu ficar mais calma, isso até eu dizer que estava com Arabella -, Bella e eu resolvemos que seria perfeito terminar o dia assistindo o pôr do sol no rooftop do Wythe Hotel. A vista era linda e como o dia estava bonito, tivemos um pôr do sol de tirar o fôlego.

Quando chegamos, Tia Ally ainda não estava em casa, mas havia mandado uma das empregadas preparar o jantar. Eu tomei um banho, copiei o conteúdo que teve hoje (meus colegas são uns anjos quando querem), jantei, falei com a Bella e agora estou aqui, escrevendo e morrendo de sono.

Meu dia foi maravilhoso, Cass! Me diverti tanto, sorri, brinquei, matei aula pela primeira vez e quem sabe eu não faça isso de novo, só não faça isso, Cass, é errado!

Enfim, está tarde e eu devo dormir,

Boa noite, Cass.