Antes que eu pudesse responder a mulher em minha frente, vi Paulina entrar ali, seu rosto demonstrava incredulidade ao fitar Paola.

— Quem é essa mulher? - Ela indagou, provavelmente buscando entender sua semelhança com a outra.

— Esperei ansiosa por esse momento. Olá irmãzinha! - Paola respondeu, mordendo o lábio inferior como se sentisse prazer com tal situação.

— Some daqui! Preciso conversar com a Paulina. - Ordenei encarando Paola com urgência.

Pensei que ela sequer me daria ouvidos e continuaria ali apenas para contrariar, mas ela apenas piscou pra mim e saiu, sem nem mesmo questionar. Paola era um tanto imprevisível, entretanto, eu sabia que logo ela voltaria.

Sem perder tempo expliquei toda situação para Paulina, ou pelo menos o que eu consegui entender, tudo estava confuso demais para mim também.

— Você está tentando me dizer que tenho uma irmã gêmea que você já conhecia mas, não me contou por supostamente nem ter percebido que iria se casar com uma mulher idêntica há que roubou você? - Paulina perguntou, parecia incrédula. 

— Foi apenas uma noite o que tive com Paola, é claro que notei a semelhança entre vocês mas, não me lembrava de serem tão parecidas... Não me odeie por favor, se eu soubesse teria lhe falado! - Falei o obvio, realmente me importava com a opinião dela sobre mim e odiava isso. 

— Você sabe como isso muda minha vida? Sabe como suas palavras acabaram de mudar tudo que eu sou? - Paulina disse, seus olhos estavam cheios de água e isso me fez querer abraça-la para lhe dar conforto, reprimi meu próprio desejo. O que está havendo comigo? Nunca senti isso em relação há nenhuma outra mulher. 

— Eu sei… E sinto muito por isso, mas você merecia saber! - Falei, encarando-a com ternura. 

— Não posso acreditar em algo assim, não posso acreditar que minha mãe me escondeu isso a vida inteira. - Ela disse, lamentosa. 

— Fale com ela. É a melhor forma de saber. - Sugeri, sem deixar de olhá-la. 

— É… vou fazer isso mesmo… - Após dizer tais palavras, Paulina saiu dali, ela parecia estar um tanto abalada.

POV. Paulina

Eu estava um lixo. Simplesmente não consigo acreditar nisso.

Na medida que  em que eu saia da casa de Carlos Daniel e eia em direção há de minha mãe, meu coração batia mais forte, disparado, assustado assim como eu estou.  Quando parei em frente a porta me perguntei se devia mesmo entrar ou simplesmente ignorar tudo aquilo, mas, por fim resolvi deixar minha covardia de lado,

Eu precisava saber.

— Olá filha. - minha mãe disse assim que me viu entrar pela porta. 

— Oi… - respondi sendo seca. Doía ser tão ríspida com ela, mas devido ao que eu descobrirá, não podia ser de outra forma. - Mãe… Eu tenho uma irmã? - fui direta. Sem me importar com as consequências daquilo.

Nesse momento ela pareceu travar, ficou pálida e me encarando sem saber o que fazer...

 - Como você pode esconder isso? - Falei. Apenas por sua expressão, tudo aquilo já havia se confirmado. 

— Como você descobriu? - ela perguntou, com dificuldade ao falar.

— Como você pode, mãe? - meus olhos estavam cheios de água novamente. 

— Filha, você sabe que tudo sempre foi complicado pra mim… Custei criar você sozinha, não poderia ter duas filhas – ela tentava se explicar.

— COMO VOCÊ PODE? - Foi a primeira vez que gritei com ela, mas não me importei.

— Vocês duas morreriam, Paulina. Fiz o melhor que pude. - Lágrimas desciam por seu rosto pálido. E eu não soube o que fazer, apenas conseguia lhe olhar demonstrando tamanho do meu desprezo.

— Eu nunca vou lhe perdoar por isso. - foi tudo que disse, e logo sai dali.

Não fui muito longe, me limitei a ficar sentada na praia que havia logo a frente de casa, precisava apenas pensar um pouco.

trinta minutos se passaram e só então conclui que havia sido dura demais com minha mãe, ela sempre havia feito de tudo por mim e eu valorizava isso, só queria que minha irmã pudesse ter tido o mesmo… E acima de tudo, esperava que ela pelo menos tivesse me contado que eu tinha uma irmã, mas sei que não sou ninguém para julgá-la, afinal, olhe para mim: casada por contrato.

Respirei fundo e me levantei dali, disposta a voltar para dentro e pedir desculpas para minha mãe. Mas, no momento em que entrei por aquela porta, meu mundo desabou, ela estava caída no chão, com muita dificuldade para respirar.

Imediatamente comecei a gritar por ajuda, e assim que soube que a ambulância estava á caminho, corri para perto de minha mãe, chorando como nunca.

— Me perdoa filha… - ela disse com dificuldade.

— Está tudo bem, mamãe! Apenas melhore, você não pode me deixar – pedi em forma de suplica.

— Fico feliz que tenha encontrado sua irmã… Diga á ela como me arrependo por minhas escolhas – ela falou, mas naquele momento isso não me importava. Nada mais importava.

— Não me deixa sozinha mamãe, por favor…

— Você não está sozinha, tem a Paola agora…Cuide da sua irmã, filha, cuide dela como eu nunca pude cuidar – essas foram as últimas coisas que ela disse, antes de fechar os olhos pelas última vez.

Naquele momento, meu mundo ficou preto e branco e eu soube que nada jamais voltaria a ser como era antes.

Entretanto, minha mãe estava certa, eu não estava sozinha. Tinha minha irmã, tinha Paola! E eu faria de tudo para não perdê-la também.