Now You've Got To Breathe escrita por LStilinski


Capítulo 4
Segure Sua Língua, Lydia


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários ♥



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Lydia era como um furacão em seu quarto enquanto corria para pegar tudo que precisava para o dia e jogava em sua bolsa. Ela havia estudado até tarde na noite anterior, mais como um hábito do que necessidade, e agora seus livros e cadernos estavam espalhados pelo quarto. Ela não entendia como ela podia fazer tanta bagunça em tão pouco tempo. Como seu notebook foi parar embaixo da cama? Ela correu escada abaixo, direto para a porta. Se ela não tivesse tão acostumada em usar salto alto ela provavelmente teria caido e quebrado o pescoço, o que não seria muito bom para seu plano de chegar cedo na escola. Felizmente, ela chegou no andar de baixo com o pescoço intacto e tempo extra.

— Lydia! - sua mãe chamou, vindo da cozinha. Ela usava um vestido cinza e saltos, o que significava que estava pronta para trabalhar. - Querida, não vai tomar café?

— Desculpe, mãe, - ela correu para dar um beijo na bochecha dela. - mas estou super, super atrasada.

— Não, não está, - a mulher disse, olhando para o relógio de ouro em seu punho. - Você ainda tem quarenta minutos até a aula começar.

— O que?! - Lydia quase berrou, checando seu celular. De acordo com o horário na tela, ela ainda estava super, super atrasada. - Deve ter alguma coisa errada com seu relógio, porque... Ah! - ela se interrompeu porque lembrou que havia adiantado o horário no dia anterior.

Natalie revirou os olhos.

— Você sempre fazendo isso, - ela disse. Foi até a filha e a puxou pelo braço. - Vamos, você tem que comer alguma coisa. Lydia se sentou na mesa da cozinha e começou a preparar seus cereais enquanto sua mãe a observava.

— Então, para que essa pressa toda? Você tem se atrasado muito? - ela perguntou. A garota revirou os olhos verdes. Sua mãe era como uma melhor amiga para ela, mas às vezes era como se ela fosse a adulta da casa. Elas nem estariam tendo essa conversa se sua mãe não tivesse que trabalhar cedo, porque senão era ainda estaria dormindo. A garota tentava não se incomoda porque, bom, ela era sua mãe, e Lydia a amava. Ela gostava de se sentir independente, mas às vezes era bom ter alguém cuidando dela.

Lydia suspirou.

— Eu fiquei na detenção semana passada.

— Lydia! - Natalie exclamou.

— Desculpe por não ter te contado, ok? - ela disse. - E se você quer mesmo saber, eu fiquei presa por uma hora na biblioteca com um cara muito esquisito. Natalie cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha.

— Serio? Vocês dois, sozinhos? - Sim. - Ele era bonito? - perguntou com um sorriso. - Sim. - Depois ela percebeu o que havia dito. - Espera, que? Sua mãe começou a dar um sorriso conspiratório, e Lydia se apressou para interrompê-la.

— Deus, mãe!

— Que foi? - ela perguntou inocentemente. Lydia balançou a cabeça e pegou sua bolsa. 

— Você é inacreditável, - disse, beijando a bochecha da mãe e indo para a porta.

— Você sabe que vamos falar sobre isso mais cedo ou mais tarde, não é? - A mulher perguntou da cozinha. Lydia quase podia ouvir seu sorriso.

— Escolho mais tarde! - ela falou alto o suficiente. - Tchau, mãe.

— Tchau, querida! Tenha um bom dia!

Lydia riu e entrou no carro. Sua mãe era uma adolescente vestida de adulta.

XXXXX

Stiles havia tido uma daquelas noites difíceis. Quantas horas de sono ele teve? Três? Quatro? Ele devia parar de contar, já que não estava melhorando. Ele já havia tentado todo tipo de remédio, mas os pesadelos sempre voltavam. Álcool era um deles, mas ele só podia beber nos finais de semana, porque encarar horas de aulas de ressaca era uma das piores coisas. Pelo menos ele tinha mais horas de sono.

Stiles mal podia manter os olhos abertos. Ele nem sabia como conseguiu dirigir até a escola sem causar um acidente. Ele chegou cedo, o estacionamento estava quase vazio. Tinha tempo para um cochilo. Ele inclinou o banco do carro para trás e se ajeitou de modo que ficasse mais confortável. Cobrindo o rosto com seu gorro, ele fechou seus olhos âmbar e dormiu imediatamente.

Lydia dirigiu até a escola e chegou lá vinte minutos antes do sinal tocar. Ela estacionou e andou até Allison, que estava sentada num banco com um livro no colo. A morena sorriu quando viu a amiga.

— Ei, chegou cedo! - ela a cumprimentou.

— Claro, eu não queria arriscar outra detenção. - Lydia deu de ombros.

Allison fechou o livro e a lançou um olhar divertido.

— O que aconteceu ontem que te traumatizou tanto?

Lydia suspirou e sentou.

— Basicamente, eu fiquei presa na biblioteca com um otário muito bonito, - ela disse, depois se dando um tapa mentalmente. - Espera, eu não quis dizer isso.

Allison riu e arqueou suas sobrancelhas escuras.

— Sério?

— Sim, - Lydia se apressou para dizer. - Ele é nojento, e esquisito, e extremamente...

— Bonito? - a morena adivinhou.

— Grosso!

Allison acenou com a cabeça, mas pelo olhar que ela lançava à amiga, ela nunca ia se livrar disso. A verdade era que Lydia não queria admitir que havia pensado sobre ele na noite anterior. Mais especificamente seus olhos âmbar. Mas conhecendo o idiota que ele era, ela preferia apagar aquele episódio da sua memória. Ela não queria dizer "bonito" toda vez que falava sobre isso.

— Ele fuma, - Lydia disse, para provar seu ponto.

Allison acenou de novo com a cabeça.

— Sim, claro. - Ela não estava acreditando.

— Vamos entrar logo,- a loira-morango disse, querendo por um fim aquele momento embaraçoso.

A morena concordou e, juntas, andaram até o prédio. Quando passaram por um Jeep azul, Lydia parou. De onde ela estava, ela podia ver que o banco estava inclinado para trás, e havia um pé para fora da janela. Ela sorriu internamente. Ela nem precisava pescar para saber quem era.

— O que foi? - Allison perguntou.

— Eu... Hm... Esqueci meu celular no carro, - ela disse. - Te encontro lá dentro.

— Ok, - a morena disse, e continuou andando.

Lydia se virou e andou na direção do carro. Ela se perguntou o que diabos estava fazendo. Ela tinha dito a sim mesma para ficar longe dela, para seu próprio bem. Mas ela não se impediu. Lydia do nada se lembrou das pessoas que caçam furacões e tempestades, procurando por adrenalina. Ela estava caçando problema.

Ele estava deitado numa posição nem um pouco confortável. Metade do seu rosto estava escondido pelo gorro, e sua boca estava entreaberta. Dormindo como um bebê.

Ele está tão fofo, Lydia pensou.

— Noite mal dormida? - ela perguntou alto o suficiente para acordá-lo.

Ele reagiu como se tivesse tomado um choque elétrico, sentando tão rápido que bateu a cabeça no volante.

— Mas que merda! - Ele exclamou. Ele puxou o gorro para fora da cabeça, deixando seu cabelo completamente bagunçado. Esfregou a testa e olhou para ela com nada além de raiva em seus olhos. - Qual é a porra do seu problema, sua vadia louca?

Lydia se forçou para não dar um passo para trás e respirou fundo. Suas palavras a atingiram como um tapa, mas ela não podia dizer que não esperava por aquilo.

— Não tenho problema nenhum, mas obigada pela preocupação, - ela disse. - Não posso dizer o mesmo sobre você. Você está bem acabado.

Stiles descansou sua cabeça dolorida no volante e fechou os olhos, esperando o borrão em seus olhos ir embora. Ele odiava ser acordado, e ela parecia gostar de fazer isso. Qual era a dela?

De alguma forma, ele não podia dizer que era ruim abrir os olhos e dar de cara com ela. Pelo contrário, era uma visão muito bonita. Ela era muito bonita.

Ugh, o que estava errado com ele?

— Vá embora, - ele gemeu.

— Sabe, este é um país livre, - ela disse, usando as mesmas palavras que ele. O garoto levantou a cabeça e ergueu uma sobrancelha. Ela estava gostando disso. - E estamos no estacionamento. Propriedade da escola, sabe?

— Jesus Cristo, - ele respirou. De repente, ele abriu a porta do carro e pulou para fora, ficando em pé bem na frente dela. Quase não havia espaço entre eles, ela podia sentir a respiração dele em seu rosto. Sendo ele mais de uma cabeça mais alto que ela, desta vez Lydia deu um passo para trás.

— Escute aqui, ruiva, - ele disse numa voz baixa e ameaçadora. - Você não me conhece, e eu não te conheço. Então, para o bem maior, é melhor você ficar longe de mim. Entendeu?

Lydia continuou olhando diretamente em seus olhos agora escuros, e ele fazia o mesmo com ela. Havia uma parte dela que queria fazer exatamente o que ele disse, dar as costas, ir embora e nunca mais falar com ele. E tinha a outra parte que a dizia para ficar e encará-lo, que ela não estava com medo. E ela não estava.

— Não me chame de ruiva, - ela disse, usando o mesmo tom que ele. Ele levantou as sobrancelhas e seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso. Ela se virou e andou para o prédio, tendo certeza de que seus cabelos balançavam dramaticamente atrás dela.

Stiles ficou lá, observando-a ir embora. Ele não podia evitar perceber como seu cabelo laranja brilhava no sol, como chamas vivas. Seus olhos desceram para seus quadris, balançando para a direita, e para a esquerda, e direita de novo...

Wow, Stiles, ele se repreendeu. Recomponha-se.

Ele respirou fundo, pegou a mochila, fechou a porta do carro e foi para o prédio. O sinal tocou e todos os alunos que estavam no estacionamento foram na mesma direção. Stiles acelerou seu passo para não ser levado pela onda de estudantes. Quando entrou na sala, ela já estava lá, conversando com a amiga morena que o assustava. Ela levantou os olhos, que se encontraram com os dele pela segunda vez naquele dia. Stiles se apressou para ir ao fundo da sala, com medo de que o que acontecera no dia da detenção, o que havia quase enlouquecido ele, acontecesse de novo.

— Você achou seu celular? - Allison perguntou.

— Que? - Lydia perguntou, voltando a atenção à amiga. Allison ergueu uma sobrancelha. - Ah, sim, claro.

— Certo... - A morena acenou levemente com a cabeça, claramente não acreditando na amiga. - E onde Stilinski entra na história?

Os olhos verdes de Lydia se arregalaram. Algumas vezes ela podia jurar que Allison lia mentes. Como ela sabia? Antes que ela pudesse responder, a professora entrou na sala.

— Você estava me espionando? - Lydia sussurrou. Ela ouviu Allison rir.

— Não, Lydia. Você pode culpar seu sorriso bobo e a troca de olhares.

— Não sei do que você está falando, - ela disse, feliz que a amiga não podia vê-la corando. Allison riu de novo.

— Então tá...

Lydia balançou a cabeça. Ela não podia ser tão evidente. Ela normalmente era boa em esconder seus sentimentos. Normalmente. Ele se forçou a continuar olhando para a professora na sua frente, mesmo que não estivesse prestando atenção no que ela dizia, e não olhar para trás, só para ter certeza que ele não tinha um sorriso bobo no rosto.

— Eu não estava sorrindo... - ela murmurou.


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