Saint Seiya: Uma Nova Era escrita por LadyWolf


Capítulo 1
Antigas Amizades. Os Forjadores de Hefesto.


Notas iniciais do capítulo

Fiz esse capítulo com todo o carinho do mundo. Espero que gostem ♥



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Era uma manhã comum de um dia comum. Zouye Suiyama estava frente ao espelho em seu quarto terminando de se arrumar para ir a escola. A japonesa tinha cabelos bem negros e olhos verde-petróleo, que herdou de seu pai. Na verdade todos diziam que ela se parecia muito com o pai, um dos grandes guerreiros que lutou ao lado da deusa Atena.

— Zouye não está na hora, querida? – soou a voz da mãe vindo do andar debaixo do apartamento.

— “Aff! Até quando ela vai continuar me tratando como criança? Já estou no ensino médio!” – pensou a garota. – Já estou indo!

Uma mecha do cabelo foi presa do lado direto por um elástico cor-de-rosa e Zouye deixou seu quarto carregando a mochila. Quando chegou a sala de jantar seus pais e seus irmãos já tomavam o maravilhoso café da manhã preparado por sua mãe.

O pai era Shiryu Suiyama, um antigo cavaleiro de Atena protegido pela constelação de dragão. Um homem alto, magro, de cabelos negros longos e olhos verdes. Possui uma personalidade calma e é um homem sábio, graças aos ensinamentos de seu mestre Dohko. Shiryu guarda muitas histórias da sua época de treinamento e costuma contar a suas filhas sempre que pode.

A mãe era Shunrei, uma menina que foi adotada pelo Mestre Ancião e acabou se apaixonando por Shiryu ainda bem jovem. A mulher nunca saiu do lado do homem, nem nos momentos mais difíceis como a época em que se cegou para salvar seus amigos em batalha. Possui olhos grandes e azuis e cabelos negros que normalmente deixa preso em uma trança.

Yuzo era um rapaz da idade de Zouye de cabelos castanhos bagunçados e olhos da mesma cor. Foi encontrado há muitos anos atrás na porta dos Suiyama, sendo assim adotado por eles. Não possui conhecimento sobre sua família já que graças a um possível acidente bateu a cabeça com força, tendo uma cicatriz na testa até hoje.

Por fim, mas não menos importante, Zyra. Uma menina de cinco anos filha mais nova de Shiryu e Shunrei. Possui cabelos negros com uma franjinha, igual a de Zouye, e olhos azuis como o de sua mãe. É bastante agitada como qualquer criança de sua idade e adora brincar com todo e qualquer tipo de brinquedo, até mesmo os considerados “de menino”.

— Bom dia. – responderam em conjunto.

— Bom dia, Zou! – disse a mais nova.

Zouye deu um beijo na testa da pequena tendo um sorriso bobo no rosto. A irmã a lembrava de sua infância, um tempo que tudo era bem mais simples e a inocência reinava. Infelizmente tudo isso vai se perdendo no caminho e a vida passa a ser uma mistura de conflitos e chateações.

— Dormiu bem, querida? – peguntou Shiryu observando a filha, sempre bastante atencioso.

— Dormi, papai. – respondeu Zouye com um sorriso.

A garota apontou para uma tigela de arroz que foi levitada e posta a sua frente. Aquilo parecia mágica, mas não era. Desde bem pequena seu cosmo sempre se demonstrou de forma incrível e graças ao treinamento de seu pai a Suiyama aprendeu a controlá-lo.

— Cara, isso é demais! – disse Yuzo observando Zouye comer como se nada tivesse acontecido.

— Eu também posso fazer isso, olha! – disse Zyra, com o rosto cheio de arroz, apontando para a tigela que ficou imóvel. A menina fez um bico. – Por que a Zou consegue e eu não!?

— Sua irmã é diferente, Zy. – disse Shunrei limpando o rosto da filha com um guardanapos. – Ela nasceu com um dom especial.

— Por que?

— Bem, porque...

— Na verdade, nem eu sei bem o porquê, mas Zouye nasceu com um cosmo muito poderoso. Eu diria que até mais poderoso que o meu. – respondeu Shiryu pondo os hashis sobre a tigela vazia e suspirando. – Mas agora chega de conversa e vamos logo porque se não os três vão se atrasar.

Após o café da manhã Zouye, Yuzo e Zyra saíram de casa. Primeiro deixaram a menor no youchien e em seguida rumaram em direção ao Colégio Yamamoto. Conversa vai, conversa vem e finalmente chegaram a escola. Como faziam todos os dias primeiro foram trocar os sapatos na pequena saleta cheia de armários de madeira.

— Bom dia! – disse Takashi chegando.

— BICHA! – gritou Yuzo correndo para abraçá-lo. O filho de Seiya e Saori retribuiu o abraço de forma ‘animada’.

— Meu Bolinho de Feijão Azuki! Como você tá? Como foi o fim de semana?

— “Eles nunca mudam.” – pensou Zouye rindo.

— Se continuarem assim vão ter que casar. – disse Junpei chegando logo em seguida.

— E você vai ser o padrinho, não é Junpei? – perguntou Takashi passando o braço sobre os ombros dele.

— Para, tá? Isso tá estranh-... Zouye, você está aí! Nem te vi! – disse o rapaz correndo para perto da garota e beijando-lhe a mão. – Linda como sempre.

— “Que cara folgado.” – pensou Yuzo fazendo cara feia. Sentia vontade de socá-lo até o mais velho sair de perto da garota.

— Ei, vocês estão sabendo que vamos ter um aluno novo na nossa classe? – interrompeu Takashi.

— Sério? Como você sabe? – disse Zouye ignorando totalmente Junpei que foi para o cantinho chorar.

— Sayuri me contou. – respondeu o Ogawara fazendo uma expressão pensativa. – Ao que parece ele viveu no norte do país por muitos anos e agora está voltando para Tokyo.

— Espero que ele seja um cara legal. – disse Yuzo.

— “Espero que ele fique longe da Zouye.” – pensou Junpei.

Foi então que o sinal bateu e todos foram obrigados a ir para suas salas em meio ao formigueiro de gente que se formava nos corredores. De repente Zouye, Takashi e Yuzo foram engolidos para dentro da sala de aula onde vários grupinhos conversavam, provavelmente sobre o tal aluno novo.

— Bom dia, pessoal. – disse o professor responsável pela turma, Nishimura-sensei, entrando na sala. – Todos sentados, por favor. Tenho uma notícia para dar.

O ruído das cadeiras sendo puxadas e materiais se arrumando ecoou pela sala. Um minuto depois estava tudo em silêncio e perfeita ordem.

— Vamos ter um aluno novo em nossa classe. Seu nome é Hayato Murakami e vocês devem recebê-lo muito bem. – disse o professor olhando para a porta. – Pode entrar, Hayato.

Um rapaz de cabelos negros, pele branca e olhos amarelados entrou na sala de aula. De repente os olhar dele e o de Zouye se encontraram e eles ficaram parados se olhando por alguns instantes.

— Hayato, gostaria de dizer alguma coisa aos seus colegas de classe? – disse o professor após pigarrear.

— Não. – respondeu com rispidez.

— Ótimo, então vá se sentar. – disse o homem um pouco incomodado. – Senhorita Ayeka, se importa em ajudá-lo nos primeiros dias.

Ayeka Suzuki era uma menina de cabelos pretos presos sempre em marias-chiquinhas e que se sentava na parte da frente da sala. Normalmente não dizia muita coisa, mas desenhava muito bem. E era isso que fazia a maior parte da aula, desenhar.

— N-Não, professor.

— Ótimo.

O Murakami foi se sentar ao lado de Ayeka e a primeira coisa a ver foram seus belos desenhos que a garota tentava esconder com os braços.

— Você desenha bem. – disse ele agora um pouco mais gentil.

— O-obrigada. – disse ficando toda vermelha.

— Na aula de hoje...

— “É ele, só pode ser ele.” – pensou a Suiyama observando o aluno novo de longe. – “Reconheceria aqueles olhos em qualquer lugar.”

— ...e não se esqueçam...

— “Não pode ser... Depois de tantos anos ele finalmente voltou!”

— Senhorita Zouye, está tudo bem? – perguntou o professor parado na frente dela.

— Ahhhhhhh! Ér... Sim, professor.

— Hum. – ele fez uma cara de não muito convencido e voltou a andar para a frente da sala. – E mais uma coisa, no fim do mês nossa escola organizará um acampamento. Para participar basta preencher esses formulários e entrega-los devidamente assinados por seus responsáveis e com a pequena quantia de dinheiro exigida.

Ele entregou as folhas de papel na primeira fileira e elas foram distribuídas uma para cada um.

— Espero que tenham interesse, afinal, esse acampamento é muito importante para o senso trabalho em equipe de cada um. – ele fez uma pausa, mexeu nos óculos e pigarreou. – Por enquanto é isso. Nos veremos no final da aula.

E o professor deixou a sala, fazendo com que a turma entrasse no mesmo alvoroço de antes. Talvez um pouco pior, pois as garotas praticamente “atacaram” Hayato” fazendo-o milhares de perguntas. O rapaz parecia incomodado com aquilo, então deixou a sala de aula em busca de um lugar que pudesse respirar.

— Que bobão! Viu como ele falou com o professor? – disse Yuzo.

Zouye se levantou como se estivesse hipnotizada e foi atrás de Hayato. Vários pensamentos inundavam sua mente e precisava esclarecer aquela dúvida ardente: afinal, Hayato era o seu melhor amigo de infância que sumiu misteriosamente? Precisava saber a todo custo.

— Hayato! – gritou Zouye correndo atrás dele.

— Hum? – o rapaz parou e olhou para trás.

— Hayato! Há quanto tempo! – disse já correndo para abraçá-lo, mas foi empurrada quase que automaticamente. – O que foi? Não lembra de mim? Sou eu, Zouye! Sua amiga...

Fez-se um momento de silêncio. Os dois ficaram se olhando durante algum tempo. Algo pareceu incomodar um pouco o Murakami, mas quase não era perceptível. Ele olhou nos olhos da garota e respirou fundo.

— Não. Não conheço nenhuma Zouye. – disse pondo as mãos nos bolsos e se virando de costas para ela, seguindo seu caminho.

Suiyama ficou parada no corredor imóvel por minutos que pareceram séculos. O mundo parecia ter caído sobre sua cabeça. Toda e qualquer esperança que tinha de reencontrar seu amigo tinha sido falha, apesar daqueles olhos inesquecíveis. Ele estava brincando? Era uma pegadinha? Onde estavam as câmeras?

— Zou. – disse Yuzo pondo a mão sobre o ombro dela.

A garota abraçou o irmão e começou a chorar. Seu frágil coraçãozinho estava destruído, talvez para todo o sempre. Todas as lembranças da infância caíram em um fundo precipício, de onde nunca mais sairiam. Permaneceriam no escuro para a eternidade.

Após o término da aula todos os alunos voltaram para casa. Hayato andava pelas ruas sozinho naquele fim de tarde sempre com as mãos nos bolsos e o olhar triste. Se lembrava apenas de única coisa de sua infância: os belos olhos verdes daquela menina, sua melhor amiga e por quem nutria um amor em secreto. Mas tudo não se passava de um passado distante.

A porta correu para o lado e o Murakami adentrou a casa. Os chinelos tocaram o tatame e ele foi andando até a cozinha onde sua irmã mexia no celular e sua mãe terminava de preparar o jantar.

— Ah, Hayato, já chegou! Como foi a aula, querido? – perguntou a mãe bastante concentrada na frigideira.

— Muitas garotas histéricas, professores chatos... Nada demais.

— Garotas histéricas? – perguntou Naomi olhando o irmão por um instante.

— Não largavam do meu pé, como sempre. – ele suspirou sentando-se a mesa.

— Aff! Não entendo como essas garotas gostam de ficar atrás de um bicho feio desse!

— Não enche. – ele abaixou a cabeça.

— O que foi, querido? Alguma coisa te incomoda? – perguntou a mãe agora passando a mão nas costas dele.

Hayato olhou a mãe por um instante e seu olhar se entristeceu mais ainda.

— Ela estava lá, mãe.

— Quem? Mais uma das suas garotas malucas?

— Naomi! – chamou a atenção da filha.

— Tá, tá. – ela se levantou e deixou a cozinha.

— Que garota, Hay? – disse se sentando na cadeira ao lado e o abraçando.

— Zouye Suiyama.

— ZOUYE SUIYAMA!? – o pai de Hayato entrou na cozinha falando com a voz firme.

— Querido, você chegou ce-...

— Sai! – disse empurrando a mulher e a fazendo cair no chão. Em seguida pegou Hayato pela gola da camisa e o levantou pela mesma. – Já te disse para esquecer essas pessoas! Amar não traz poder! O que deve sentir é ódio, puro ódio!

O rapaz foi jogando contra a parede, gemendo baixo de dor. O sangue de Hayato ferveu, seus olhos tomaram uma forma semelhante aos de um gato.

— VÁ PARA O SEU QUARTO E NÃO SAIA DE LÁ ATÉ SER HOMEM O SUFICIENTE PARA APARECER NA MINHA FRENTE! VOCÊ É TORA E DEVE AGIR COMO TAL!

E o pai saiu porta a fora irritado. Hayato deitou-se no chão e começou a chorar de dor e de ódio. Odiava sua vida. Odiava seu pai. Odiava seu clã. Odiava Zouye Suiyama.

Enquanto isso, na casa dos Suiyama, Zouye estava em seu quarto deitada na cama. O corpo encolhido, o rosto molhado pelas lágrimas e a mente cheia de lembranças de um passado distante. Por que as coisas tinham que ser daquele jeito? Por que Hayato não se lembrava dela? Por que ele tinha se tornado uma pessoa tão fria?

— Hayato... – ela disse baixinho abraçando o travesseiro.

Ela se lembrava da última vez que tinha visto Hayato. Eles tinham sete anos de idade e naquela tarde ele tinha passado a tarde toda brincando na casa da garota. Porém, no fim da tarde ele foi embora e nunca mais voltou. Toc toc.

— Vai embora, Yuzo. Quero ficar sozinha.

— Não é o Yuzo. – disse o homem aparecendo na porta do quarto.

— Ah, oi pai...

— Oi, minha querida. – falou o homem se sentando na cama da garota e a dando um beijo na testa. – Sua mãe disse que você não tinha chegado nada bem. O que houve?

— Nada... – disse se virando para o outro lado.

— Nada não deixa ninguém triste. – a mão deslizou levemente pelos cabelos negros da filha. Houve silêncio por um tempo. – O que acha de sairmos para jantar só eu e você e você me conta o que aconteceu?

Zouye olhou para o pai balançando a cabeça negativamente.

— Ah, vamos sim. – disse o homem jogando a filha por cima do ombro e a carregando pela casa em direção a porta.

— Papai, me solta! Papai! – gritava se debatendo.

— Vou levar essa mocinha para jantar fora. Não demoramos. – falou piscando para Shunrei que só riu de toda aquela situação.

— Eu também quero! – disse Zyra fazendo bico.

— Você vai jantar comigo, senhorita. – disse Yuzo.

— Prefiro o papai.

O mundo de Yuzo caiu naquele momento e o rapaz foi direto para o cantinho da tristeza chorar.

Shiryu saiu de casa com Zouye e assim que atravessaram o portão ela a pôs no chão. A garota ficou o olhando fazendo bico por alguns instantes.

— O que foi? – perguntou o homem rindo. – O gato comeu sua língua?

A garota não se aguentou e riu.

— Só você mesmo, papai...

— É assim que gosto de te ver. Sorrindo. – disse apertando sua bochecha de leve. – Enfim, quer jantar onde?

— Hum... – ela pensou durante um curto tempo e logo soltou um sonoro “Suzuki”, seu restaurante de sushi preferido.

— Suzuki, né. Não é lá que sua amiga Ayeka trabalha?

— Sim.

— Hum... Está bem, vamos.

Shiryu fez sinal para um táxi que estava passando e os dois partiram em direção ao restaurante que não ficava tão longe dali. Ao chegar foram recebidos muito bem.

— Irasshaimasu! – disse Ayeka agora trajando um yukata preto estampado com flores coloridas.

— Ayeka. – disse Zouye quase rindo.

— Huh? A-ah! Zouye! Senhor Suiyama!

— Boa noite, Ayeka. – falou Shiryu de forma gentil.

— Que surpresa vocês por aqui. – ela mexeu no cabelo um pouco nervosa. – V-Venham, vou levá-los até uma mesa.

A Suzuki os levou até a mesa vinte e cinco e os deixou bastante à vontade para fazer os pedidos. Primeiramente ambos pediram um copo de água, que beberam com toda a calma do mundo enquanto começavam a fazer os pedidos na telinha que havia ao lado da mesa. Não demorando muito, na esteira colorida, vieram os pratinhos marcados com o número da mesa.

— Itadakimasu! – disse Zouye agora com os olhos brilhantes focados no sushi.

— Itadakimasu. – disse o homem.

Logo ambos começaram a comer os maravilhosos sushis Suzuki, cada um mais maravilhoso que o outro. Shiryu os comia com wasabi, uma erva forte que Zouye julgava ter um gosto terrível e que queimava a garganta. Quando já estavam satisfeitos eles pediram chá verde que foi servido pessoalmente por Ayeka.

— Então quer dizer que Hayato está de volta a cidade. – disse Shiryu após tomar um gole do chá. – E ainda te tratou mal...

— Eu não entendo... Será que ele realmente me esqueceu? – falou a garota agora com o olhar triste novamente. A xícara entre as mãos.

— As pessoas não assim, querida. – ele suspirou e continuou. – Infelizmente elas se esquecem das pessoas que mais amaram e fazem como se nada tivesse acontecido. Mas ainda acho essa história muito estranha.

— Hum?

— Hayato era seu melhor amigo. Vocês eram inseparáveis e passavam o dia inteiro aprontando juntos. – ele pôs a xícara vazia sobre a mesa. – E então some do nada e volta como uma pessoa fria e que não parece se importar com ninguém... Alguma coisa muito séria aconteceu na vida desse rapaz, com certeza.

— Papai... – disse ela com lágrimas nos olhos. – Eu o amo.

Para Shiryu era meio óbvio que aquilo um dia iria acontecer. Sabia perfeitamente que aquela amizade de infância sempre foi alguma coisa a mais e agora se refletia na adolescência claramente. O pai preocupado já ia secar uma lágrima dos olhos da filha quando de repente houve uma explosão bem perto dali.

Zouye e Shiryu correram até a janela para ver o que era. Pessoas corriam pela rua de um lado para o outro aterrorizadas. A figura de um cavaleiro de pele negra e cabelos de dread segurava um homem pelo pescoço o levantando nas alturas.

— Onde está Atena? – perguntava. Mas o homem não sabia responder.

Ao seu lado havia uma amazona de lindos cabelos ruivos e armadura prateada cheia de detalhes vermelhos. Ela lançava fogo para todos os lados e gargalhava ao ver toda aquela confusão.

— Se não disserem onde está Atena acabaremos com todos vocês!

— Querida, fique aqui. – disse Shiryu dando um beijo na testa da filha e correndo para fora do restaurante. – PAREM!

— Huh? – a ruiva o olhou e deu um sorriso maldoso.

— Deixem-no em paz!

— “Esse cosmo.” – pensou o negro jogando o homem longe.

Shiryu correu para socorrê-lo.

— Você está bem? – perguntou ele agachado ao lado do homem. O mesmo simplesmente fez que sim com a cabeça, mas parecia sentir muita dor. Shiryu se levantou e olhou para os dois. – Eu sou Shiryu de Dragão, cavaleiro de Atena! Quem são vocês!?

— Dajan de Pintor.

— Maya de Fornalha. – respondeu a ruiva observando o dragão. – Somos Forjadores de Hefesto.

— Forjadores de Hefesto?

— Somos um grupo de sete cavaleiros escolhidos a dedo pelo nosso senhor: Fornalha, Pintor, Cinzel Compasso, Relógio, Escultor e Esquadro. – explicou a mulher. – E estamos aqui para levar a deusa Atena conosco, por bem ou por mal!

— Agora chega de conversa! Diga onde está Atena! – interrompeu Dajan impaciente.

— JAMAIS!

— Então morra! – o negro retirou um pincel dourado do bolso e fez vários riscos no ar. Diversas navalhas pretas saíram voando na direção de Shiryu que desviou facilmente. As navalhas caíram no chão se transformando em tinta.

— “Tinta?” Vai precisar de mais do que isso para me vencer, Pintor. – disse Shiryu. De repente um rasgo na blusa do homem apareceu revelando um grande corte que ia da barriga ao peito. – “Droga, como eu não vi isso?”

Ele levou a mão ao peito sentindo o sangue escorrer.

— “Se ao menos tivesse minha armadura...”

— Papai! – gritou Zouye saindo do restaurante.

— “Essa não!” – pensou. – Zouye!

Maya agarrou a garota por trás e pôs a mão em chamas bem perto do rosto da mesma.

— Se você se mexer o lindo rostinho da sua filha vai pegar fogo.

— Não... – disse caindo de joelhos, sentindo muita dor.

— Papai!

— Não se mexa! – gritou. – “Eu preciso fazer alguma coisa.”

— Diga onde está Atena, Dragão! Então deixaremos sua filha ir!

— “Eu não posso entregar Saori. Mas Zouye...”

Dajan deu uma gargalhada e foi na direção do cavaleiro que estava perdendo muito sangue àquela altura do campeonato.

— Bem, vamos cuidar disso dragãozinho.

— “Não posso deixar isso acontecer.” – pensou Zouye com lágrimas nos olhos encarando o fogo que estava a centímetros de seu rosto. – a Suiyama fechou os olhos com força e uma emoção muito forte tomou conta de seu ser. – Não... NÃO!

O cosmo da garota explodiu, fazendo um vento muito forte soprar no local. Maya voou longe.

— “Essa garota...” – pensou Pintor.

— “Zouye!” – pensou Shiryu impressionado com o que acabara de ver. – “Então finalmente está aprendendo a usar seu cosmo.”

O vento foi parando de soprar aos poucos e a garota ficou parada no meio da rua olhando para as suas mãos. Nunca imaginaria que seus poderes poderiam fazer algo além de levitar coisas, principalmente em momentos de grandes emoções.

— VOCÊ ME PAGA, SUA PIRRALHA! – disse Maya limpando o sangue em sua boca.

Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa a barulheira das sirenes ecoou por todo o bairro. Com certeza a polícia e os bombeiros estavam a caminho para apagar o fogo e ver o que estava acontecendo.

— Droga! – resmungou.

— Vamos, Maya. – disse Dajan apoiando a garota em seu ombro.

— Isso não vai ficar assim, pode ter certeza. – disse Maya. E então os dois fugiram se misturando na escuridão da noite.

Minutos depois, no Hospital Graad, os médicos já haviam feito os curativos no ferimento de Shiryu e agora ele descansava em um dos quartos. Zouye estava sentada em um banquinho ao seu lado, debruçada sobre a cama do pai parecendo bastante preocupada.

— Está doendo muito, papai? – perguntou a garota.

— Só um pouquinho, mas não precisa se preocupar. – disse acariciando os cabelos negros da filha, fazendo silêncio durante algum tempo. – Você foi muito corajosa enfrentando aquela amazona.

— Mas eu não fiz nada...

— Você fez, o seu cosmo fez. – disse pensativo. – Seu cosmo explodiu quando me viu em perigo.

— Então isso quer dizer que...

— Zou, esse poder maravilhoso que você tem não serve só para levitar coisas. – disse parando de fazer carinho na mesma. – Ele serve para proteger as pessoas que você ama. Filha, você é como eu, o tio Seiya, o tio Shun... Todos nós temos poderes especiais e devemos utilizá-los para lutar pela justiça.

— Mas eu tenho medo...

— Eu também tenho. – disse ele dando um sorriso. – Ou você acha que não fiquei com medo de te perder quando aquela maluca te agarrou? Você é minha garotinha e sempre vai ser, aconteça o que acontecer.

— E-Eu...

— Shiryu! – exclamou Shunrei entrando no quarto apavorada. – Ai, meu Deus! Vocês estão bem? O que houve?

— Está tudo bem. Zouye nos protegeu.

— Zouye? – perguntou Shunrei sem entender.

Shiryu pegou na mão da esposa e deu um sorriso gentil.

— Sente-se, vou contar-lhes uma história.


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Notas finais do capítulo

Oi, gente! Gostaram do capítulo? Como podem ter percebido, amo o Shiryu né? O que acharam da Zouye? O que esperam da história? Deixem um comentário!



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