Dancing Souls - Almas que Dançam escrita por Dorothy of Oz


Capítulo 12
Let the music move you


Notas iniciais do capítulo

Olááá! Tudo bem com vocês, cheirinhos? ♥
Nossa, dessa vez eu ultrapassei o limite de tempo de deixar sem postar, não? Socorro.
Isso é horrível, eu sei. Eu tive uma semana de provas que foi uma loucura. Sério, foi horrível, mas eu sobrevivi. Depois eu tive um bloqueio criativo enormeeee.
Bloqueio criativo é uma das piores coisas da vida. Você fica pensando "nossa, eu tenho que postar, não posso deixa-los na mão...", mas nada sai de você, nenhuma palavra que sirva.
Depois eu tive outra semana de provas.
Depois eu tive um monte de trabalho para entregar :'(
Na minha escola não existe realmente uma "semana de provas", é mais aquela coisa de todos os professores marcarem prova e trabalho junto, sabe? Eu particularmente acho um desrespeito.. shauhsuahsuhaihsuahiuhs

Mas enfim estamos aqui!! Huahsua
E trouxe uma novidade:

Esse cap vai ter música!!! *-*

Link:
https://www.youtube.com/watch?v=GTBK8LBZhIs (pode ser que esse só pegue pelo pc e não pelo cel, mas tenta, é a música certinha)
Outro link:
https://www.youtube.com/watch?v=fnyEi4qeuAk&app=desktop (música a partir de 2:27)

Você pode deixar o vídeo carregando. No meio do cap vai aparecer o símbolo: ||> , aí é só vc apertar o play. :D

Esse capítulo é meu mimo, gente, eu gosto muito dele, e espero que vocês também gostem. ♥
Até as notas finais!!



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[Leia as notas iniciais, por favor ♥]

Amália

— Eu quero um espetinho empanado de frango com catupiry.

— Uma porção de fritas com cheddar e bacon, por favor. – faço meu pedido para o cara barbudo do “trailer nada confiável” que Caleb disse. Para um lugar que está prestes a ser fechado por algum órgão público protetor da saúde, o cardápio é bem variado e pelo o que está escrito, parece delicioso.

O cara tira o palito que estava mastigando do meio dos dentes e se volta para a sua “cozinha”. De uma caixa de isopor forrada com papel alumínio, ele tira um espetinho e em seguida se abaixa de modo que eu não consigo enxergar nada além de seu cofrinho e sua cueca com estampa de rosquinhas, então eu desvio o olhar. Ele volta com um tubo de catupiry e cobre o espetinho.

Da mesma caixa de isopor ele tira as fritas e o bacon, repetindo o processo de abaixar e dessa vez voltar com um tubo de cheddar, cobrindo minhas batatas. Ele estende os pedidos para nós.

— Quinze reais. – ele diz com uma voz completamente entediada e, antes que eu pudesse fazer alguma coisa, Caleb tira duas notas de sua carteira e entrega para o cara, que se senta e volta a mastigar seu palito.

— Eu poderia pagar o meu!

— Que isso, você já teve um dia complicado hoje, era o mínimo que eu podia fazer. – olho para ele e sorrio realmente agradecida, começo a andar pela rua e ele me segue.

— Então... você assistia High School Musical, não? – ele ri e eu acompanho.

— Eu era obrigado.

— Por quem?

— Minha prima. Ela ficava junto comigo e meus avós enquanto os pais dela trabalhavam, então eu tinha que brincar de boneca e assistir os filmes que ela gostava. Infelizmente, High School era o favorito.

— Infelizmente por que? High School é uma graça.

— Falando a menina que estava criticando o filme com toda a força algumas horas atrás.

— Ah, qual é... Eu amo o filme, mas dançar uma música na minha festa de dezoito já é demais. E você, que ficou dando corda para minha mãe... você não tem noção do quanto você me irritou, Caleb. – ele começa a rir. – Sério. Foi você quem deu a ideia da música.

— Eu não dei a ideia da música, eu apenas estava cantando ela e então você lembrou da versão da Gisele e quis dançar... Eu não falei nada. – reviro os olhos

— Tanto faz. – ficamos alguns segundos em silêncio desconfortável, então eu resolvo quebra-lo. – Quantos anos ela tem? A sua prima, quero dizer.

— Minha idade. – franzo o cenho. Quando ele percebe isso, volta a explicar. – Ela tem Síndrome de Down. Quando a mãe dela descobriu isso, o pai fugiu dizendo que não queria ter uma “filha problemática”. Cara idiota. Nem o conheço, mas o odeio. Não se faz isso com uma criança. Não se diz isso de uma criança.

— Que homem horrível! Mas espera... ele não é seu tio?

— Não, é só um idiota que engravidou a minha tia e depois foi embora. Ela só conheceu meu tio dois anos depois. Depois eles se casaram. Minha família sempre acolheu muito bem a Sofia, como se ela fosse de sangue. No final das contas, ela é. Ela é maravilhosa, Amália. Linda, esperta, bondosa, carinhosa. A síndrome não impede ela de nada, não muda quem ela é por dentro. Ela é perfeita. – seus olhos brilham enquanto ele fala e meu sorriso se abre com cada palavra.

É tão bonito o jeito que ele fala dela. Neste momento eu sinto que ele faria tudo por essa menina, e meu coração se enche de algo que eu não consigo identificar, mas meu peito esquenta e meu coração acelera. Sinto meus olhos lacrimejarem e com isso, eu abraço Caleb. Apertado, como se eu quisesse que ele sinta o mesmo que eu. Ele se assusta no começo, mas depois me envolve com seus braços. Respiro fundo.

— Isso é tão lindo, Caleb. Um amor tão grande... – ele nos afasta um pouco e me olha olhos, com uma certa hesitação. Fica abrindo e fechando a boca algumas vezes, como se quisesse falar alguma coisa, mas depois para e sorri.

— Vem comigo. – sem mais, ele pega meu braço e começa a me puxar para sabe-se onde.

— Devo me preocupar com você me arrastando através de um atalho que mais parece um beco de tão escuro? – digo isso e ele se volta para mim revirando os olhos, mas sem parar de andar um segundo.

— Já estamos chegando. – corremos por mais uns minutos, quando ele para num movimento brusco, fazendo eu quase bater em suas costas. – Chegamos.

||>

Saio de trás dele e me deparo com uma pequena praça rodeada de construções antigas, mas bem cuidadas. Bem no meio tem uma fonte jorrando água de seu centro, toda iluminada com luzes coloridas, que refletem na água formando um arco-íris. Uma música suave começa a entra em meus ouvidos, uma música gostosa, calma e eu começo a balançar levemente.

 Os postes acesos pela noite refletem suas luzes no chão molhado pela chuva mais cedo. Os bancos que rodeavam a fonte eram ocupados por senhorzinhos e senhorinhas, todos com um sorriso no rosto, como se ali eles sentissem paz. Paz que eu também compartilho. É uma das paisagens mais bonitas que eu já vi.

Olho para Caleb, que concentra seu olhar na fonte. Seus olhos capturam as cores das luzes, como fogos de artifício, eles são duas imensidões verdes que decidiram se misturar as outras cores para aumentar sua magnitude. São os olhos mais bonitos que já vi. Ele olha para mim e sorri, estendendo sua mão.

— Quer dançar?

— O que?

— Não está ouvindo a música? É perfeita.

— Sem chances.

— Por favor... entenda isso como uma aula.

— Na frente de todo mundo? Não.

— Vamos lá, são idosos, eles são bonzinhos. – eu suspiro.

— Está bem. – ele alarga o sorriso e me estende a mão, que eu aceito. Caminhamos até o centro da praça perto da fonte, e ele me puxa para perto, quase colando nossos corpos. Ele começa a balançar em um ritmo lento, provavelmente para me ajudar.

— Consegue me acompanhar? – ele anda um passo para lá e um passo para cá, aumentando e diminuindo a velocidade conforme a música. Eu tropeço as vezes e rimos com isso, mas eu surpreendentemente não me importo que os velhinhos estejam me vendo tropeçar, eles são bonzinhos, como Caleb disse. Começo a pegar jeito com os passos, e acho que ele percebe isso, porque ele começa a me girar algumas vezes, e eu consigo fazer sem causar algum dano a mim ou a ele, o que é ótimo.

Em um segundo eu vejo outros casais de idosos dançando junto conosco e eu fico maravilhada com essa cena, é tão adorável. Eles riem e o sorriso em seus rostos se abrem ainda mais, se isso é possível. Caleb também nota e olha para mim, rindo de leve.

— Viu? Você é contagiante.

— Nós somos contagiantes. – o corrijo. Ele para de rir, ficando sério de repente, e nos olhamos por um tempo, desviando o olhar dos olhos um do outro algumas vezes, mas sem deixar de nos olhar. A música acaba e continuamos nessa dança, até que ouço algumas palmas. Acordo deste transe, vejo que os outros casais estão nos aplaudindo e sorrio sem graça. Me afasto de uma forma um pouco brusca de Caleb. – Acho melhor nós irmos.

— É... – ele também parece sem graça. – Eu te acompanho até sua casa.

— Obrigada, mas não precisa.

— Eu insisto. – hesito alguns segundos, mas depois aceno com a cabeça.

— Tudo bem. – começamos a caminhar em silêncio.

— Meu frango ficou horrível. – ele quebra aquela atmosfera desconfortável.

— Não que ele já tenha sido bom.

— Nem suas fritas, pelo jeito. – ele olha para minhas batatas e eu pego uma, analisando-a enquanto vejo escorrer um liquido gorduroso dela, nojento. Decido não arriscar minha vida comendo aquilo, diferentemente do que eu disse umas horas atrás. Volto a colocar a batata na caixinha que o cara me deu, para depois jogar no lixo mais próximo.

— Não vai comer?

— Eu menti. Não quero ficar em coma. – ele dá risada, mas também joga seu frango.

— É... acho melhor não arriscar. – andamos mais um pouco e chegamos em frente a minha casa. Esse é o bom de morar em uma cidade pequena, não precisa andar muito para chegar onde quer. – Está entregue. – antes que eu pudesse falar alguma coisa, minha mãe de robe abre a porta bruscamente, assustando a nós dois.

— Onde vocês estavam? Eu fiquei muito preocupada. Tentei ligar milhões de vezes! O celular do Caleb estava fora e área e o seu, mocinha... – ela me estende o celular e eu faço uma careta. - ... Porque é que tem celular se não usa?

— Me perdoa mãe, nós ficamos horas presos dentro de um elevador por causa daquela tempestade enorme, e depois fomos comer alguma coisa para acalmar os nervos. – o olhar dela suaviza.

— Ah, coitada das minhas crianças. – ela nos envolve num abraço coletivo. – Vamos, entrem. Vamos nos esquentar porque tá frio.

— Não precisa, Dona Lídia, eu vou direto para meu hotel. – Caleb finalmente diz.

— Tem certeza? Tem chocolate quente para todo mundo.

— Tenho sim, obrigado.

— Tudo bem, querido. – ela beija o topo de sua cabeça, como uma mãezona e ele fica meio sem graça.

— Tchau, Amália. – ele acena com a mão.

— Tchau, Caleb. – ele se vira e começa a caminhar. Minha mãe entra em casa, mas eu o acompanho, mas antes me lembro de uma coisa. – Caleb! – eu grito e ele se vira.

— Oi? – corro até ele e respiro fundo.

— Quero conhecê-la.

— Quem?

— Sofia. Quero conhecê-la. – ele sorri de um jeito fofo.

— É só marcar, mas ela mora no Espírito Santo.

— Não tem problema, a gente dá um jeito.

— Tudo bem.

— Tudo bem. – sorrio.

— Tchau.

— Tchau. – ele sorri mais uma vez e se vira, indo embora definitivamente, e eu volto para o conforto quentinho de minha casa.


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Notas finais do capítulo

E entãoooo? O que acharam? o/
Deu certo a música? É muito importante para mim porque eu quero continuar fazendo essas trilhas sonoras... eu acho tão legal! Acho que envolve mais na leitura... Comente o que achou! ♥

Eu também não gosto do pai biológico da Sofia.
A Síndrome de Down é causada por uma mutação genética, que é caracterizada pela presença de três cromossomos 21 no DNA.
Não é contagioso e não é "causado" por um fator externo, não é culpa de ninguém.
"As crianças, os jovens e os adultos com síndrome de Down podem ter algumas características semelhantes e estar sujeitos a uma maior incidência de doenças, mas apresentam personalidades e características diferentes e únicas."
Pessoas com a síndrome, como qualquer outro ser humano, podem sentir, falar, amar, trabalhar...
Síndrome de down não é doença, mas infelizmente ainda vemos muito preconceito.

Para mais informações acesse o site:
http://www.movimentodown.org.br/sindrome-de-down/o-que-e/

A Sofia foi inspirada por uma Sofia que eu conheci quando eu tinha oito anos. Ela era uma graça, ela sempre carregava um mickey de pelúcia e me dava biscoitos de polvilho. Infelizmente perdemos o contato, mas ela sempre ficará em meu coração.

Mais uma vez me desculpa por demorar tanto para postar, eu realmente vou tentar melhorar.
Milhões de beijos sabor sonho de valsa, até o próximo cap!



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