20 Primaveras escrita por Thayná Soares


Capítulo 30
Praia Grande - aceitando as coisas -


Notas iniciais do capítulo

Heyyyyyyy!
Espero que a Lê esteja melhor, e vocês?



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Saí com a Lê do quarto e fomos de volta para perto do pessoal. Esperei ela se acalmar e desinchar um pouco o rosto, após o choro.

— Hey, vocês sumiram – disse Gui animado ao nos ver chegar.

— Amor, estávamos resolvendo assuntos de mulheres. Não se preocupe. – disse a ele.

Eu iria contar para Gui o que aconteceu, mas não agora na frente da Lê. Ela fez um sinal para mim indicando que iria conhecer o pessoal que estava com a gente. Iria socializar, como ela sempre disse. Mas era isso que ela estava precisando mesmo, espairecer, para continuar digerindo cada vez melhor esse assunto do divórcio.

Sei que virão alguns momentos de nostalgia da parte dela quando se lembrar desse acontecido. Mas creio que isso passará quando ela for vendo os pais dela felizes, cada um vivendo a sua vida.

Peguei o Gui pela mão e o levei para um pouco distante e o contei tudo o que houve.

— Becca, será que ela vai conseguir entender 100% isso? – perguntou preocupado.

Gui conhece a Lê a muitos anos e sabe a idolatria que ela tinha pelo casamento dos pais. Que filho não tem, não é? Mas acho extremamente importante respeitarmos as decisões deles independente se ela nos agrada ou não. Como é o que está acontecendo com a Lê agora.

— Não sei quanto tempo demorará para ela ficar 100% bem com isso. Mas ela vai entendendo isso aos poucos, isso eu tenho certeza. – comentei com Gui.

Ele concordou e me deu um beijo. Esse aí não perde uma só oportunidade de fazer isso, e eu detesto é claro! Só que não.

— Gui eu estou a fim de curtir essa praia enquanto der, porque até agora eu nem pus os pés direito na areia – disse para ele e começamos a rir.

E era verdade. Eu não havia visto direito ainda a perfeição daquele lugar. Fui acudir a Letícia e agora estou aqui longe contando tudo para o Gui.

Fomos para a praia e nos misturamos com todo mundo. Respirei mais aliviada ao ver que a Letícia já sorria como sempre. Ela estava perto do cara que eu comentei que a olhava e ela nem ligou. Acho que agora ela viu o quão gato ele é e decidiu não perder tempo e logo fisgá-lo.

Nunca fui muito fã de praia como eu disse, mas até que essa está sendo bem agradável de se ficar. Pode ser também pelas companhias que eu tenho comigo. Tenho ao meu lado duas pessoas que eu amo e outras que pelo visto virarão minhas amigas depois disso.

Fizemos tudo o que tínhamos direito e mais um pouco. Passamos o dia todo lá e decidimos não sair para nenhum lugar no período da noite. Preferimos apenas jantar em um restaurante agradável e ficar por isso mesmo. Eu estava em caquinhos, acordei muito cedo, fiquei naquela praia o dia todo e ainda tive o choque de descobrir que os pais da Lê estão se divorciando... então foi emoção demais para um único dia.

Subimos, nos arrumamos e fomos para o restaurante. Comida boa, música bacana, tudo estava perfeitamente bem. E a Letícia no maior clima com o bonito que estava conosco, nem lembrando- espero eu - do que acontecia com a família dela. Meu celular tocou e eu fui atender rapidamente quando vi que era mamãe. Eu havia me esquecido de ligar para ela.

— Gui, eu preciso atender. É mamãe e ela quer saber sobre a Lê – disse no ouvido do Guilherme.

Ele me deu um sorriso concordando e eu fui para o fundo do restaurante.

—Mamãe? – disse a chamando no telefone.

— Oi, filha! – disse animada ao ouvir minha voz – Como está a Letícia? – perguntou logo de cara.

— Eu não sabia dessa confusão toda mamãe. – comecei falando – Ela me contou tudo isso hoje e vou falar a verdade, ela não estava aceitando nem um pouco e a última coisa que ela queria era conversar com os pais dela. – disse a verdade e mamãe suspirou.

— Ela ainda continua irredutível assim? – perguntou com um certo medo na voz.

— Lê ainda não digeriu muito bem, mas prometeu fazer um esforço para aceitar. – disse.

— Será que... – pausou mamãe.

— Sim, a mãe dela pode ligar para ela, que ela não vai desligar o telefone. – disse e sorri um pouco.

Mamãe respirou aliviada na linha e disse que precisava ligar para a mãe da Lê e tranquilizá-la dizendo que está tudo bem e que pode tentar conversar com ela.

— Como vão as coisas? – perguntou.

— Tudo muito bem. Estamos em uma casa muito aconchegante e em companhia de ótimas pessoas. – disse feliz.

— Mamãe preciso ir, o Gui está me chamando. – disse a ela.

Nos despedimos e desligamos.

Voltei para a mesa e fiquei me divertindo com o pessoal. Procurei Letícia e não encontrei.

— Cadê a Lê? – perguntei preocupada para Guilherme.

— Não se preocupe, linda. Ela saiu com o Gustavo. - disse e eu me acalmei.

Gustavo,era assim que se chamava o homem que paquerou a Lê mais cedo e o qual ela estava com ele até agora. Parecendo um carrapato, onde o Gustavo estava a Lê estava também.

Depois de mais algumas risadas, decidimos ir embora porque acordaríamos cedo no outro dia para curtir mais praia.

Assim que eu cheguei fui direto para o quarto com o Gui. Eu já não me aguentava em pé de tanto sono, mas assim que deitei não consegui dormir. Sei lá que coisa é essa, mas quando vi que a Lê não havia chegado fiquei preocupada.

Fiquei com os ouvidos bem atentos esperando escutar qualquer ruído vindo lá de baixo. Quando eu já estava cansada de segurar meus olhos e me rendendo ao sono, escuto a porta sendo aberta. A porta do quarto da Lê.

Saí de fininho e bati em seu quarto.

— Ah, é você – disse desanimada ao ver que era eu quem estava batendo.

— Nossa, que jeito de receber sua melhor amiga. – disse brincando – Estava esperando que fosse o Gustavo é? – disse rindo dela.

— Bem, até que não seria uma má ideia. – disse pensando.

Eu dei um tapa nela e ela foi tomar um banho. Enquanto isso eu fiquei no quarto dela vendo a mala dela e encontrei lá dentro um foto dela quando criança com os pais. Fiquei admirando a foto e pensando que para mim também estava sendo difícil ver meus tios se separando.

— Também não ficou muito confortável sabendo disso né? – disse Letícia se sentando ao meu lado.

Ela se referia ao divórcio, disso eu sabia bem. Eu não estava confortável mas não queria apoiar essa ideia dela de estranhar a separação dos dois, porque a Lê precisava que todos a dissessem que era o melhor para eles. Então preferir me calar.

— Não é isso, sua boba. – disse e ela me olhou – Estou olhando o quão maravilhosa sua família é! Que independente de qualquer coisa, esse amor de vocês, nunca irá acabar. – finalizei e recebi da Lê um sorriso alegre.

— Obrigada por existir, Becca. – disse me abraçando – Com a sua amizade e palavras será muito mais fácil não achar isso o fim do mundo. – completou e eu fiz um carinho em seus cabelos.

Dei um beijo em sua testa e saí do quarto voltando para o meu e me deitando ao lado do Gui, que quando me viu deitando me abraçou.

Não vai ser fácil para ninguém que conhece bem o casal vê-los divorciados. Mas do amor dos dois, só eles sabem. Para a gente que está de fora é fácil dizer que não é para se divorciarem e tentarem outra vez. Mas e se eles já tentaram por todos esses anos em silêncio? Isso ninguém poderia saber, nem afirmar se é verdade ou não.

O que nos foi anunciado agora, pode ter sido o resultado de tentativas falhas dos dois. Sempre aparentavam um amor que eu duvido que não foi real. Porém acredito que o amor dos dois nunca esteve em crise e sim o relacionamento como casal. Se o amor estivesse fraco eles não teriam tanta vontade de reacender a paixão, teriam simplesmente deixado ir sem se importar. E não foi isso que eu vi todos esses anos.

Eu vi carinho, compreensão e muito amor. Não sei quando tudo isso se perdeu por entre os dedos, mas vou apoiar os dois e vou convencer a Lê a apoiar também. Nessa hora o que necessitamos é de todas as forças juntas. Para juntos, superarmos o fim desse casal que era um dos meus preferidos.

Calei meus pensamentos e deixei o sono vir. Para me fazer descansar de todas essas emoções não tão positivas assim.


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Notas finais do capítulo

Não é fácil aceitar o fim de nada, quem dirá de um casamento. Mas enfim, essas coisas são naturais da vida, infelizmente.
Deixe suas palavrinhas aí pra mim, vai!
Mil beijos!



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