20 Primaveras escrita por Thayná Soares


Capítulo 17
Como nos filmes


Notas iniciais do capítulo

Hey, hey gente! Como vão?
Dessa vez vou deixar meu silêncio dizer a vocês, o quão lindo está esse capítulo!



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Nesse momento eu estava discutindo com a Letícia. Sim, eu a havia chamado para me ajudar a escolher a roupa a qual usaria no encontro com o Guilherme. Letícia ditava um estilo de roupa e eu ia sempre contra. Até que vasculhando minhas roupas encontramos um vestido preto, completamente fechado na frente e com uma abertura incrível nas costas. Olhamos uma pra outra, meio que eu pedia a opinião dela com o olhar e ela fazia o mesmo comigo.

—É esse! – dissemos junto e depois começamos a rir.

Mulher é uma coisa incrível tem roupas para todos os dias do ano, mas quando tem um data especial parece que simplesmente tem todas as suas roupas levadas para o espaço, porque toda vez que eu tenho algo importante eu não encontro uma peça que preste.

Deixei o vestido separado e fui olhar qual maquiagem usaria.

— Capricha no olho, já que a boca tem que ter uma batom mais leve – disse Letícia e eu sorri ao lembrar do bilhete que veio junto com as flores.

Letícia levava o maior jeito para essas coisas de maquiagem, quando morávamos no interior sempre que tinha uma festa era ela a pessoa que maquiava o grupo de amigas. E confesso que nós fazíamos o maior sucesso, quando éramos arrumar por Lê.

— O que será que ele vai fazer hein? – perguntei depois de sair do banho.

—Amiga, inteira pra casa você volta, pode ficar despreocupada. – disse Letícia fazendo deboche.

Ela ficou rindo da minha cara de nada, depois dessa brincadeira sem graça dela.

—Becca, estou brincando! – disse- Amiga, você tem que se preocupar em ficar linda como ele pediu, agora o resto é com ele. Ele que sabe da surpresa que vai fazer, a única coisa que te resta é esperar bater 20:00 hras. – disse ela olhando pro relógio – Então dá um jeito de se sentar aqui para eu começar a sua maquiagem, ou então você vai sair só com metade do rosto maquiado – terminou de falar e já foi pegando as coisas e eu me apressei e sentei.

Ela começou a me arrumar, e eu fiquei imaginando no que seria essa surpresa. O Guilherme estava em uma nova fase, isso era o que eu sabia. Mas nós ainda não estávamos namorando. Como ele disse vamos com calma, então hoje seria um encontro de um casal que poderiam num futuro, se tornarem namorados.

Surpreender, é isso que eu acho que vai acontecer, eu vou me surpreender.

Fiquei viajando nas coisas, pensando em tudo, Letícia me deu uma cutucada para eu abrir os olhos, e quando eu fiz isso me surpreendi com a linda maquiagem que minha amiga havia feito.

—Que coisa mais linda Lê- disse todo animada.

—Querida, não precisa dizer isso, eu sei que eu tenho o talento pra coisa – disse convencida.

—Querida o que “tá lento” é esse seu raciocínio de ficar se achando assim – fiz esse trocadilho e recebi da Letícia um olhar que se lançasse fogo, eu estaria encrencada.

—Mulher, vai se arrumar vai e para de ficar cortando o meu barato – disse fingindo raiva.

Fiz o que ela disse porque já quase estourava 20:00 hras e eu ainda faltava colocar o vestido, e ficar rodando em frente ao espelho me analisando para ver se realmente estava tudo nos conformes. Coloquei o vestido, me olhei no espelho e fiquei completamente satisfeita com o que eu vi.

Fui para a sala e vi minha amiga praticamente chorando ao me ver assim. Parecia até que esse era o dia do meu casamento e que eu estava em sua frente vestida de noiva.

Letícia se aproximou, pegou em minhas mãos e com os olhos lacrimejando começou a falar.

— Você está linda! – disse, parou e continuou- Se alguém me visse agora chorando assim iria pensar no mínimo que eu era louca, mas aqui entre nós eu sei que você entende essa minha emoção. Você é a irmã que eu não tive, e a amiga que eu sempre quis ter e sempre vou agradecer por fazer parte da minha vida. Eu sei que hoje se inicia uma nova etapa no seu relacionamento com o Gui, e eu torço de verdade, para que o amadurecimento que você adquiriu te guie no caminho certo dessa vez e que independentemente do que aconteça, o seu coração não saia ferido dessa vez. – disse limpando as lágrimas.

— Mas se caso, acontecer, você sabe que eu vou estar aqui, tentando te ajudar a juntar os caquinhos, como da outra vez – disse com as lágrimas escorrendo e eu me segurando para não fazer o mesmo.

Abracei minha amiga, fiz ela parar de chorar porque ver Letícia daquele jeito me emocionava também. Era ótimo você ter alguém que não era do seu sangue, mas que te ama como se fosse.

O interfone tocou e o meu coração acelerou. Olhei para Letícia e ela foi atender.

—Ela já está descendo, avisa pra ele. – disse, desligou e veio saltitante para meu lado.

Piscou pra mim e arrumou meus cabelos.

— Vai e arrasa – disse.

Eu saí do apartamento rindo daquela frase, que coisa mais brega.

Quando cheguei no Térreo do meu prédio eu olho para a portaria e vejo uma cena, digna de filme.

Guilherme estava engravatado, encostado na porta do carro -creio eu que seja emprestado de algum amigo - com cara de sério e que logo abriu um sorriso de canto quando me viu.

Segui caminhando até ele, que veio me ajudar a descer os 3 degraus que haviam antes da porta do meu prédio. Me pegando pela mão se inclinou um pouco e me deu um beijo na bochecha, me ajudou a entrar no carro e fomos ao nosso destino.

Passamos o caminho inteiro rindo e conversando sobre tudo. Em alguns momentos eu me pegava olhando para ele e me sentia maravilhada com o homem que estava do meu lado. O carro parou, Guilherme fez sinal para eu esperar, deu a volta no carro veio e abriu a porta do passageiro, me pegou pela mão e me conduziu. Eu já estava rindo internamente dessas ações, ele falava pouco e deixava eu me impressionar apenas com as suas atitudes.

Ele vendou meu olhos, e meu desespero começou. Eu detestava essa ação, me dava medo e insegurança.

— Eu vou te guiar pelo caminho seguro, não se preocupe – sussurrou Guilherme ao meu ouvido, vendo que eu segurava sua mão com força.

Me acalmei, ou pelo menos segurei sua mão com menos força. Subimos de elevador e depois alguns degraus, eu percebi uma porta sendo aberta, dei mais alguns passos e paramos.

Guilherme segurou a venda e enquanto a retirava, dizia:

— Que seus olhos fiquem felizes com o que você vai ver agora – terminou de dizer e retirou completamente a venda.

Minha boca abriu em espanto e eu fiquei impressionada com o que estava na minha frente. Estávamos no terraço do hotel onde ele estava hospedado, eu tinha a possibilidade de ver São Paulo de uma forma completada, e ver na minha frente uma linda mesa de jantar.

Guilherme havia transformado o terraço em um restaurante particular, com luzes espalhadas em todos os lugares e algumas velas sobre a mesa, fazendo com que o ambiente ficasse o mais romântico possível.

— Como você fez tudo isso? – perguntei me virando de frente para ele que sorria ao ver que havia conseguido me impressionar.

— Eu fiz como nos filmes Rebecca- disse e eu fiquei o olhando esperando que ele continuasse. – Não pense que eu nunca reparei como seus olhinhos brilhavam quando você via em um desses filmes de romance, o mocinho levando a linda donzela para um jantar como esse. – disse sorrindo orgulhoso.

— Sei que sempre desejou que isso acontecesse com você, e eu quis trazer isso pra sua realidade. A única coisa que diferencia esse momento das cenas dos filmes é que não haverá um diretor para dizer quando esse momento mágico deve acabar. Nós poderemos ficar aqui o tempo que você quiser – disse e eu sorri para ele.

Guilherme tinha me surpreendido de uma forma que eu nem sei explicar. É uma coisa de outro mundo você imaginar que alguém pode e tem prazer em fazer uma coisa dessas pra você.

Ele puxou a cadeira e me convidou a sentar. Eu sentei e ele se direcionou ao outro lado da mesa fazendo o mesmo. Nos servimos e começamos a conversar. Falamos sobre tudo, mas havia momentos em que eu me calava apenas para ouvir sua voz e ver o quão eu era sortuda.

As horas se passaram e eu nem percebi se já era tarde demais. Nos levantamos e ficamos de frente um pro outro. Do nada um música começa a tocar e eu procuro para ver da onde vim o som e só vejo uma cabeça sumindo atrás da parede.

Sorri um pouco, porque aquilo era obra do Guilherme, no mínimo havia combinado com alguém e essa pessoa se enrolou na hora de fazer isso, mas como não queria incomodar saiu de fininho.

Voltei a olhá-lo e acenei com a cabeça e começamos a dançar. Eu sabia que esse vestido com abertura não seria uma boa coisa. Tive que respirar fundo quando senti as mãos de Guilherme tocando a parte nua das minhas costas. Nos deixamos conduzir pela música calma que tocava e mantínhamos os olhares sincronizados um no outro.

— Espero que você esteja gostando da noite – disse Guilherme.

—É impossível não gostar de tamanha perfeição – respondi.

— Fiquei nervoso achando que você pudesse não gostar ou até mesmo recusar a vir – disse e desviou o olhar do meu.

— Sem viver de passado, lembra Guilherme? – o perguntei.

Havíamos combinado que tudo seria como a primeira vez e assim estava sendo.

— Lembro – disse firme.

— Eu te amo – disse para ele que abriu o maior sorriso quando escutou.

— Eu te amo – disse para mim.

Eu sorri ao lembrar que sempre fizemos assim. Toda vez que um dizia “eu te amo” o outro respondia também com um “eu te amo”, nunca era um “eu também te amo”. Sempre falávamos que “também te amo” não é resposta, e que para o outro sentir que é verdadeiro é necessário dizer “eu te amo”, sempre!

Isso era um costume que tínhamos e manteremos independente de estamos fazendo tudo de novo.

Continuamos dançando, e eu agradecia mentalmente por aquele momento tão lindo.

Essa noite não me decepcionou nem um pouco. Não foi só especial, foi única, daquelas que nem em 100 anos serei capaz de esquecer.


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Notas finais do capítulo

Ó meu coração! Ainda bates bem? hahahaha
Gente que capítulo mais amor esse, não?
Deixem suas opiniões.
Mil beijos!



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