Life Is Weird escrita por Lifeisweird


Capítulo 4
Velho amigo


Notas iniciais do capítulo

Aqui trago mais um capítulo! Como sempre, espero de coração que gostem e espero que tenham uma ótima leitura!



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Vamos lá Max, com sorte quando você abrir os olhos estará na realidade, mas se levarmos em consideração meu histórico, é bem improvável. Forçadamente abro os olhos, rezando pra Deus, Deuses, Zeus ou quaisquer outras forças superiores que existam que a Chloe estivesse ali junto com a Kate. E algum bug no destino, lá estavam elas ajoelhadas ao meu lado, a Price parecia um tanto desesperada.

— Max! Max, você está bem? – Ela fala me ajudando a me levantar. A dor de cabeça havia passado e o sangue em meu nariz não parecia escorrer mais. Eu estava tremendo e sei o porquê, porque estou com medo. Quando você pensa que tudo acabou, lá vem a vida e diz “Opa, ainda não Maxine, vamos fazer você dar um triplo carpado na direção de um penhasco”. Olho para a Chloe, encontrando meu próprio medo refletido nos olhos dela, até que um segundo depois percebo que aquele medo não era o meu. Ambas sabíamos o que isso que aconteceu significa.

— Estou bem... Só passei um pouco mal pelo nervosismo e esse Sol... Tá tudo bem – Tentei arrumar algumas desculpas mesmo sabendo que elas não funcionariam, pelo menos não com a Chloe. Eu precisava conversar com ela sobre o que tinha acabado de acontecer, porém como? A Kate estava aqui e tenho certeza que não seria a melhor das ideias contar tudo para ela.

— Precisamos ir logo, quanto mais rápido acharmos mais pessoas melhor vai ser para nós também – A Kate fala, e ela está correta. Estamos perdendo segundos preciosos aqui ficando paradas. Já em pé, ajeito a minha roupa e retiro um lenço da minha bolsa, sempre é uma ótima ideia ter Kleenex em mãos. Com ele limpo o sangue do meu nariz.

— Acho que conseguimos achar algum caminho para ir de carro até lá? – Não seria a melhor coisa sair por aí andando pela cidade a pé, além da distância e de todos esses empecilhos que a tempestade colocou no nosso caminho, se encontrarmos alguém que esteja realmente machucado, como vamos conseguir levar essa pessoa até um lugar mais adequado? Meus músculos não são essas coisas e os das duas garotas a minha frente creio que também não. A Kate fica pensativa por um momento antes de se pronunciar.

— Quatro ruas atrás do Two Whales. Não tem construções por lá, sempre foi pouco usada, certeza que vai estar em bem melhores condições do que aqui, se seguirmos ela conseguiremos chegar até a Blackwell, mas vamos ter que dar uma grande volta pela cidade até lá.

— Como está a gasolina do seu carro?

— Cheia como o meu maço de cigarros.

— Então vamos – Falo já seguindo em direção contrária, voltando até o carro da Chloe. Olho para trás e vejo Kate andando sozinha, ela parecia bem melhor do que quando acordamos ela, acho que toda a tensão da situação sumiu, pelo menos em partes.

Em passos rápidos não demoramos nem 5 minutos para chegar até o carro, onde eu e a Chloe entramos na frente e a Kate se posiciona atrás, aconchegando mais o cobertor ao redor de seu corpo, mesmo sendo forte ela ainda parece frágil.

— Toma, pode beber tudo, eu e a Chloe já acabamos com uma outra garrafa – Diga passando uma garrafa de água para ela. Ela parece meio hesitante de início, entretanto abre um sorriso tímido e a pega, abrindo-a no mesmo instante, ela realmente estava com sede – Vamos?

— Nem precisa perguntar duas vezes – No mesmo instante a punk gira a chave na ignição e em pouco tempo já estamos acelerando pelas ruas de Arcadia Bay. Voltamos um pouco de ré, antes de entrar numa esquina a nossa direita e seguir reto até chegar à última rua, virando na esquerda nela. Como a Kate havia dito, era bastante vazia, o máximo que tinha era alguns pedaços pequenos de – provavelmente – algumas construções que foram trazidas junto com o tornado. A Chloe com habilidade desvia, um tanto bruscamente tenho que dizer. Levava alguns sustos quando do nada ela puxava com tudo a direção do carro.

Depois de um tempo vendo que ela não iria parar, eu a encaro com os olhos cerrados e ela acaba ficando um tanto envergonhada, os ombros dela caem e ela acalma seus movimentos. Me senti um pouco culpada porque a ver daquela maneira fazia-me sentir como se tivesse chutado um cachorrinho. Ela estava fazendo o que fosse possível para tirar da mente dela todas as atrocidades que tinham acontecido nos últimos dias, e eu aqui a repreendendo... Antes que eu pudesse abrir a boca para dizer um desculpas ela dá um sorriso quase imperceptível antes de virar o volante com tanta violência que o pneu cantou. Arregalei meus olhos assustados e ouvi a Kate soltar um grito fino no banco de trás.

A Price começa a gargalhar, eu olho pra ela, depois olho para a trás, vendo a Kate segurando crucifico no pescoço com força nas mãos e começo a gargalhar também. Em pouco tempo todas as risadas tomaram conta daquele silêncio macabro.

Aos poucos fomos nos calando e no lugar daquelas expressões brincalhonas, sorrisos tristes apareceram, comédia é um remédio passageiro. Olho para o retrovisor do carro, notando como eu parecia acabada, o cabelo completamente desdenhado, o rosto brilhando por causa do suor, grandes marcas roxas embaixo dos olhos que me faziam parecer que não dormia há pelo menos algumas décadas, me fez pensar em quem teria mais orgulho de mim, um panda ou o Tyler Durden do Clube da Luta.  

— Kate, você chegou a ver alguém sair? – Pergunto interessada, não é possível que pelo menos uma pessoa não tenha cruzado o caminho com ela.

— Bem, chegar a ver sair da cidade não, mas... O Samuel saiu mais cedo, antes de toda essa confusão. Perguntei pra ele se estava tudo bem e ele me respondeu “Os esquilos estão indo embora se esconder, e Samuel fará o mesmo com sua amada esposa” — A resposta da Kate encheu meu coração, o Samuel uma hora dessas provavelmente está vivo, com a companheira em algum lugar muito distante. Não teria como segurar o suspiro que saiu dos meus lábios nem se eu quisesse, tinha sentido literalmente um peso escorregar e cair, saindo do meu coração.

— Quem diria que ele seria o primeiro a escapar – Fala a Chloe enquanto retira o gorro da cabeça e em seguida bagunça os cabelos azuis com a mão.

— Acho que o Samuel pode ter alguma genialidade escondida.

— Se ele escapou rápido porque sabia que toda essa merda ia acontecer, então ele merece uma medalha de prata por ter sido a segunda pessoa a descobrir.

— Eu mesma faço questão de entregar pra ele – Mal sabe ela que eu daria tudo pra não ter a medalha de ouro, porque isso significaria que eu não teria poderes, o que consequentemente causaria a nada disso ter acontecido, porém isso causaria a morte da Chloe... Acho que não reclamarei mais da minha posição, só por esse único motivo não mudaria nada.

— Quem foi a primeira pessoa? – Quando a Kate terminou a pergunta eu gelei. Fiquei estática e olhei pelo canto do olho para a Chloe, acho que acabamos soltando um pouquinho demais. Merda, por um segundo esquecemos que ela estava ali, como explicamos isso? Me virei para a Marsh e abri a boca pra falar, mas nenhuma desculpa me vinha a mente, boa Max.

— Quando nevou eu estava com a Max, achamos tão estranho e engraçado o fato que começamos a fazer especulações e acabei falando de brincadeira “Bem capaz de uma tempestade estar vindo, pior que isso só um tornado”, e olha só o que nos aconteceu. Se eu soubesse antes que fumar maconha dá poderes de vidente eu teria começado bem antes – Chloe solta uma risada, que eu sei que é forçada.

— Acho que o tanto que você fumou até hoje já é o bastante.

— Claro que não, ainda tem mais no meu futuro, acredite em mim, eu vi isso.

— Não me faça tirar tudo de você.

— Vem com tudo shaka bra – Solto uma risada extremamente curta em tom de deboche, antes de olhar pra Kate, esperando a reação. Ela pareceu considerar por uns segundos o que ela tinha dito e depois relaxou, ela tinha acreditado e para meu alívio deixou o assunto de lado.

Voltei o olhar para a estrada – já que não tinha nada de melhor pra fazer – e observei a nossa frente, temendo o que encontraríamos ao final dela. Cada segundo me deixava mais tensa, parecia que estávamos voltando para Arcadia Bay de novo, aquele medo de o que vamos encontrar, ou pior, o que não vamos encontrar. Sabendo que levaria um tempo maior do que o normal eu abro a minha bolsa, retirando o meu diário e pegando um lápis em meu estojo, estava na hora de colocar todos os pensamentos desconexos e perturbadores da minha cabeça no papel, pra ver se eles me deixam em paz. Passei uns 10 minutos escrevendo, até que sinto a caminhonete da Chloe frear com tudo, me jogando para a frente. Abençoem quem inventou o cinto de segurança.

Minha caneta caiu no chão, e eu atordoada sem ter entendido, abaixo-me para pegá-la. Levanto meu olhar confuso para a Chloe, pensando que seria mais uma brincadeira, dessa vez realmente foi sem graça.

— Mas que po... – Começo a falar e ao notar a expressão de raiva no rosto dela e os dedos apertando o volante até os nós dos dedos ficarem brancos, direciono meu olhar para a estrada a nossa frente. E congelo. Se uma pedra podia ter vida, era eu naquele exato momento. Não pode ser. Não mesmo. De todas as coisas que poderiam acontecer hoje, essa era a que eu menos esperava, juntamente com o nome que sussurrei sem nem perceber.

— Mark Jefferson...


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Notas finais do capítulo

Nosso adorado professor, que todos nós morremos de amores por, haha. O que acham que vai acontecer? Especulações e mais especulações até o próximo capítulo. Como sempre feedback sempre será extremamente apreciado. Até a próxima!



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