Filha da Eternidade - Parte III escrita por NandaHerades


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

O atraso é justificado: vida de universitária!
Estou com tanta coisa para fazer, vocês não tem noção! kkkk
Beijos ♥ Espero que gostem



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Saraí

Irriel me deixou ir. Isso significava muito para ele. Logo ele que sempre me protegera, agora devia deixar que eu resolvesse tudo por conta própria. Eu via os anjos lutando sem medo. Lukiel estava no meio deles, ele olhou para mim e eu pude ver em seu olhar o de sempre: ele acreditava em mim. Lukiel, Merl e Irriel sempre souberam do que eu era capaz. Quando nem eu sabia, eles estavam lá me ensinando a me descobrir. Eu estava fazendo tudo por eles. Eu era a Salvadora. Somente eu terminaria com toda a destruição.

Entrei no prédio e corri até a sala de Úrsula. Ela não estava lutando, era covarde demais para defender o seu reino. O prédio estava vazio, todos os demônios estavam do lado de fora. Úrsula pensou que ninguém entraria no prédio. Eu estava escutando seus pensamentos. Abri a porta e ela deu um pulo de susto. Úrsula não estava em sua melhor condição. Ela me olhou com desprezo e logo ficou de pé. Em sua mente havia muita confusão, ela não esperava um ataque, principalmente, depois que havia destruído o galpão dos anjos em Eretz.

— Você fez seu trabalho bem — ela disse olhando para mim com seus olhos vermelhos.

Andei até Úrsula e a ataquei. Ela ficou invisível, mas ainda estava na sala. Sua mente me dizia tudo. Ela preferia me atacar aqui a sair do prédio. Ouvi quando ela pensou em me atacar por trás. Virei-me de surpresa e consegui segurar seu braço invisível. Ela voltou a ser visível, sua expressão de espanto era evidente. Nunca vi Úrsula tão frágil. Ela sempre se escondeu atrás de seus guardas, agora estava sozinha.

— Você quer mais uma morte em suas mãos? — ela perguntou, eu ainda segurava seu braço.

— Eu quero acabar com essa guerra — virei o braço dela e o quebrei. Ela gemeu de dor.

Soltei-a e ela caiu no chão. Eu não tinha armas para consumar sua morte. Teria que fazer aquilo da pior forma possível. No fundo Úrsula sabia que havia perdido. Com Crod, Marshel e Úrsula mortos, a vitória seria de Shamayim. Sem um líder os demônios não conseguiriam sobreviver, Lukiel me dissera isso antes de eu vim para Sheol.

Sentei-me em cima de Úrsula e comecei a apertar seu pescoço. Ela se contorceu e tentou se livrar de mim, porém ela estava sem forças. Seu rosto estava ficando roxo. Continuei a sufoca-la. Matar não era bom, mesmo quando isso representava o fim de muitas outras mortes. Eu sabia que sempre me lembraria do que essa guerra fez em mim. Eu nunca mais seria a garota órfã que era abusada, eu nunca seria a mesma. No fim daquilo tudo, eu seria uma nova Saraí.

Úrsula estava morta.

Saí do prédio e encontrei milhares de anjos parados, olhando para mim. Muitos estavam machucados, muitos estavam mortos. Mas a guerra estava acabada. E pela primeira vez eu me sentia livre da profecia. Todos deram o grito de vitória e eu sorri com isso. Também gritei. Alguns soldados me colocaram para cima, como se fosse uma final de futebol. Vi Lukiel sendo levantando também. Os anjos estavam tão felizes que me contagiaram. Eu sorria como há muito tempo não fazia. Fui colocada no chão e corri para abraçar Lukiel.

— Acabou — falei para ele — Acabou!

Ele estava feliz. Jamais o vi sorri como hoje. Lukiel estava realmente muito contente.

— Você cumpriu seu destino — ele me apertou em seus braços — Agora deve se feliz.

Olhei para todos e percebi que a felicidade estava ali. Afastei-me da multidão e vi muitos demônios sendo levados por anjos. Apenas um estava livre, Magnus. Ele ainda estava com a alma nas mãos, aquilo me fez ver que ele não era tão ruim quanto parecia.

— Oi — falei e ele aceitou meu cumprimento, pela primeira vez.

— Oi.

— Então você era anjo da guarda? — perguntei.

— Sim — ele não estava apático — Saí de Shamayim quando me afeiçoei a Malica, minha protegida — ele olhou para a alma, eu sabia que ela estava falando na mente dela — Pensei que se virasse demônio poderia ficar com ela, mas não foi assim. Ela morreu por causa de uma bomba, na primeira guerra. E eu não estava lá para protegê-la.

Magnus tivera um coração.

— Eu sinto muito — falei.

— Malica merece a paz — ele continuava a olhar para a alma em sua mão.

Vi quando Arquiel passou perto de mim e o chamei. Ele também estava muito feliz, só que ajudava a prender os demônios. Sorri para ele e falei:

— Preciso de um favor — falei.

— Qualquer coisa — nunca vi Arquiel tão solícito.

— Preciso que leve uma alma para Shamayim.

Magnus olhou para mim, porém não parecia desaprovar. Ele também queria que Malica fosse mandada para Shamayim. Lá era o melhor lugar ela, a paz e a tranquilidade de lá eram a melhor coisa que alguém poderia receber. Arquiel viu a alma na mão de Magnus e fez um gesto para pegá-la. Assim que a segurou ele sorriu, Malica fora uma boa pessoa, o seu lugar nunca poderia ser em Sheol.

— Obrigado — Magnus falou para Arquiel e para mim.

O anjo voou para levar a alma ao seu destino de direito.

— Você anda me agradecendo muito, Magnus — falei sorrindo.

Ele sorriu também.

— Você é uma boa pessoa, Saraí. Merece ser feliz — ele falou e eu o abracei. Demônios não estavam acostuMagos com abraços — Onde está seu anjo caído?

Irriel. Eu devia procura-lo. Só faltava ele para que minha felicidade ficasse completa. Despedi-me de Magnus e fui para o meio da multidão procurar meu amor. Corri entre os anjos que festejavam, contudo Irriel não estava em nenhum lugar. Olhei para todos os lados, mas ele não estava. Onde estava Irriel?

— Saraí — uma voz me chamou, mas não era Irriel. Era Arghaus.

— Arghaus, onde está Irriel? — perguntei aflita, toda a alegria que eu sentira foi-se embora.

— Ele não está mais aqui — Arghaus disse e eu entendi tudo apenas por olhar em seu rosto — Ele caiu no altar.

 Eu gritei e chorei. Aquilo não podia ser verdade. Irriel estava morto, assim como muitos caídos. Eles quiseram a mortalidade como forma de lutar ao meu lado na guerra e agora Irriel estava morto! Caí no chão e chorei mais. Eu nunca seria feliz, nunca mais amaria, meu coração estava quebrado. Sem Irriel não existia felicidade, ele era a minha felicidade...


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Notas finais do capítulo

Baita drama. Sou muito má com meus personagens...



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