A Seleção Mágica - Interativa escrita por Pudim de Menta


Capítulo 2
Selecionadas I


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiii, tudo bem com vcs?????



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Summer Clarein

 O chalé de Hécate no amanhecer estava como qualquer dia, Summer levantou primeiro, o chalé de Hécate tinha uma magia especial, um pouco complexa e difícil e explicar.

Quando um garoto passava na porta ele automaticamente entrava no chalé dos garotos e vice e versa.

Eram dois chalés em um, coexistindo no mesmo espaço, porém eram independentes, era uma magia poderosa.

Sem falar que o chalé se arrumava sozinho, exceto as camas, ai eram responsabilidade de seus donos.

Logo que Summer se levantou, já organizou sua cama, era hoje a resposta para a Seleção, particularmente ela não estava criando muita expectativa para tal evento.

Ela pegou algumas roupas no baú e foi para o banheiro, se apronta, assim que já havia se vestido e arrumado os cabelos em uma trança ela se olhou no espelho, talvez houvesse chance para ela na Seleção.

Os cabelos eram lisos e castanhos, a pele bronzeada e os olhos, ah, os olhos, eles eram azuis, mas não qualquer azul, eram puxados para o roxo, eram como obsidiana.

Ela saiu do banheiro, por que sabia logo que suas companheiras de chalé acordariam, deixou o dormitório, com sua adaga e alguns apetrechos de magia.

Encaminhou-se para o refeitório, há muito tempo as pessoas deixaram de sentar-se à mesa do chalé, novas foram adicionadas e você sentava com quem quisesse.

Ela sentou-se na mesa de sempre e seus amigos já estavam lá, Jeremy, um filho de Hermes, na qual Summer estava sempre atenta a não deixar nem pasta de dente e nenhum objeto cortante perto dele.

Claire Flare, uma filha de Hipnos, que parecia sempre com sono e preguiça, mas era uma boa pessoa e Hayle uma filha de Afrodite.

Os pratos mágicos apareceram, e Jeremy que estava dissertando a respeito de algum assunto banal ficou quieto, já que para ele a hora da comida era sagrada.

Summer se concentrou, e pediu mentalmente alguma comida para o prato tanto para ela e quanto para a oferenda.

Duas maçãs, dois pedaços de bolo de laranja, um pacote de jujubas e balas de caramelo.

Não que ela comece doces no café da manhã, era para oferenda, a fila se formou e o quarteto se encaminhou em direção à fogueira, assim que chegou a vez de Summer ela jogou as jujubas, as balas e uma maçã.

― Uma mudança. ― Ela sussurrou baixinho e voltou para sua mesa, e ela tinha em mente  a Seleção, não que ela  fosse apaixonada pelo príncipe ou suspirasse por ele, mas ela queria um caminho novo, algo novo.

Assim que todos os seus amigos sentaram-se à mesa seis corujas vieram, apesar de serem semideuses eles usavam o modo de correio bruxo.

Quando as corujas se aproximaram, ela pode ver o envelope, era vermelho vinho e tinha o selo real carimbado, dava para ver de longe, era a resposta a Seleção, quem havia sido chamada.

Ela não observou para quem foram os outros cinco pássaros, estava ocupada demais vendo uma coruja das neves planar na direção dela, por uns instantes Summer pensou que a carta seria para Hayle, mas a carta caiu no colo da filha Hécate.

Com os dedos trêmulos ela pegou o envelope e verificou, abriu a carta, ela estava na Seleção, mas quem gritou foi Hayle, não foi de raiva e nem nada, foi de alegria.

― Ei pessoal do chalé 20, tem uma de vocês na seleção! ― E a euforia começou alguns batiam palmas, talvez para as outras garotas que foram selecionadas, talvez para ela, Summer não sabia dizer, apenas sabia que estava em uma competição para a coroa.

Catleia Scott.

Catleia não era da realeza, e nem tinha um pingo de sangue real, mas agia como se todo mundo fosse à plebe e ela a realeza.

Estudava na academia Scott, um colégio bruxo no Brasil, que tinha o mesmo nome que o dela, Scott, sim, ela era tataraneta de Charles Scott, o bilionário fundador da academia, apesar de isso não lhe oferecer nenhum beneficio, ela agia como se recebesse.

Ela havia trancado o dormitório, já tinha ouvido diversas batidas de suas colegas de quarto, mas ela precisava arrumar as malas, e não era obrigada a dividir o oxigênio com aquelas garotas estúpidas.

― Ela ouviu a décima batida e tentou ignorar.

― Saia logo. ― Catleia declarou sem paciência, com um falso sotaque francês.

― Sou eu, a Juliana! ― a voz falou do outro lado da porta. ― Preciso pegar minhas malas.

― Saia daqui sua pobretona. ― Catleia repetiu. ― Estou arrumando minhas coisas.

Ouviu-se o suspiro de Juliana e ela se afastou da porta e Catleia continuou ali sozinha no quarto.

O dormitório era simples, porém a garota havia dado uma redecorada, antes havia cinco camas simples e de solteiro, mas desde o primeiro ano a menina mudou tudo.

Uma cama foi parar sabe se lá aonde e outra de casal e luxuosa tomou o lugar, ela ficava mais afastada, enquanto a cama das outras meninas foram empurradas para um canto, as paredes que eram brancas foram pintadas de lilás, os criados mudos desapareceram, afinal, eram deselegantes.

Na frente de cada cama simples, havia uma ou duas malas, mas o resto do quarto era ocupado por malas de Catleia.

― Elfo, elfo, elfo.  ― Ela estralou os dedos, pois a academia Scott tinham elfos que arrumavam qualquer bagunça e resolviam qualquer problema e era assim que eles eram chamados.

Ouve um estampido e um elfo com um uniforme qualquer e na opinião da garota de muito mau gosto apareceu, ele tinha nariz de batata, orelhas pontudas e olhos grandes e a pele enrugada, seu crachá o identificava como Pixel.

― Ok, coisinha, pexil, né? ― ela comentou.

― Pixil, senhorita. ― ele corrigiu gentilmente.

― Não me corrija Pexil, como ousa, coloque-se em seu lugar de elfo, mas de qualquer forma não me importo com seu nome. ― Ela desdenhou. ― Carregue as malas para minha carruagem, é a número 1, e como terminei a escola esse ano, não vou mais precisar dessa cama. ― Catleia apontou para a pomposa cama de casal. ― Não quero ninguém a sujando e ou se deitando aqui, então de um jeito, se precise, queime! ― E dessa vez o falso sotaque não estava presente.

― Desculpe senhorita, mas as malas são responsabilidade dos alunos, e por favor, é Pixel. ― O elfo repetiu cabisbaixo.

― Ta pereba, to nem ai para você, e sabe quem eu sou, carregue minhas malas! E já mandei parar de me corrigir! Coloque-se no seu lugar.

O elfo fez cara feia e contraiu as sobrancelhas e depois sumiu em um estampido.

Ela suspirou e passou as mãos nos cabelos, a pele de Catleia era bem clara, não havia nenhuma marca ou cicatriz indesejada, os cabelos eram castanhos claros com algumas mechas loiras, na qual ela se orgulhava por serem naturais, os olhos eram azuis e os lábios vermelhos e corados, seu corpo era curvilíneo e a garota acreditava que 90% das garotas da academia Scott o invejavam.

Ela estava com um vestido preto e um sobretudo branco, por que onde ele iria depois da escola estaria frio, usava luvas pretas e botas de salto e para finalizar um óculos de marca.

― Como eu adoro ser Catleia Scott. ― ela finalizou para o espelho, pegou uma mala de mão e saiu.

Assim que destrancou a porta do quarto viu quatro garotas furiosas, a tal Juliana estava parada ali e com uma veia saltada na testa.

― Liberei o quarto plebeias. ― Catleia passou por elas e deu um sorrisinho de escárnio.

Enquanto ela descia as escadarias, torcia para que o tal pexil ou pereba, seja lá como o elfo chamasse desse um jeito na bagagem dela.

Mas de qualquer forma, se as bagagens ficassem para trás, que ficasse com as colegas de dormitório, talvez assim elas tivessem algo decente para vestir.

Assim que passava os colegas que ela nem fazia questão de lembrar o nome a parabenizavam por ser chamada para a Seleção.

Finalmente ela saiu daquele castelo estúpido, não que ela fosse dizer que o castelo da sua família fosse idiota e que ela odiava aquele lugar, afinal Catleia tinha uma aparência para manter, assim como os Scott.

Já que sua irmã Dominique envergonhava a família, cabia a ela ser a boa figura.

O ar lá fora estava úmido, porém fresco e havia um vento gelado, tudo bem que era inverno no Brasil, mas o inverno nunca chegava à região Norte, que era onde se localizava a academia Scott.

As carruagens estavam enfileiradas, graças aos seus contatos Catleia conseguiu ficar na carruagem número 1, afinal ela era sempre a primeira, ela passou por meio da aglomeração de pessoas ali um pouco enojada, e ignorou os cumprimentos.

Entrou no transporte e pela janelinha viu alguns elfos puxando suas malas, o pereba havia cumprido o que ela pediu, melhor, ordenou, depois ela reparou que havia duas meras pessoas ali, eram uma garota de trança e óculos, devia ter uns 15 anos e um garoto, tinha olhos verdes, a pele bronzeada, era bonito, mas não suficiente para Catleia fazer um esforço para lembrar o nome dele.

O cocheiro abriu uma janelinha e perguntou a onde ele deveria deixa-los.

― Porto-Velho. ―Respondeu a menina de trança.

― Campo Grande. ― Avisou o garoto. ― O do Mato Grosso do Sul.

― Vou para Curitiba. ― Informou Catleia.

A carruagem levantou voo e uma hora depois pousou e a carruagem parou e a menina de Porto Velho desceu, mais duas horas o menino e por fim chegou a vez de Catleia, já era quase noite quando a carruagem chegou em Curitiba e Catleia passou o endereço e o homem pousou minutos depois na frente de uma mansão, era um bairro trouxa.

Talvez os trouxas apenas vissem um táxi ou algo do gênero deixando Catleia ali.

― Pode pegar minhas malas? ― ela implorou em sotaque francês, assim que desceu.

― Não sou um elfo! ― o cocheiro declarou e as malas dela foram ejetadas do bagageiro e caíram em um baque surdo no chão e a carruagem partiu.

― Eu que não vou juntar isso. ― Ela falou sozinha e abriu os portões escuros.

O jardim era verdejante, a grama bem cortada, as arvores e flores alinhadas, havia vindo até um paisagista da Suécia montar todo o cenário.

A casa era grande, três andares e branca, vidraças reluzentes e uma porta dupla na entrada, ela atravessou o jardim e entrou em casa.

Logo na sala, havia uma cara decoração, a lareira estava acesa por causa do frio, os carpetes haviam sido trocados, assim como as cortinas, mas o quadro pintado toda a família Scott ainda estava ali, Catleia desviou o olhar e viu algo que não queria ter visto.

Havia um circulo de empregados rodeando a irmã de Catleia, a Dominique Scott, todos sorriam e a parabenizavam Dominique.

― Algum incompetente vá pegar minhas malas lá fora! ― ela pigarreou e as pessoas levaram um susto com a presença da garota e duas mulheres saíram, sobrando outras duas.

― Jacinta. ― ela apontou para a mais alta. ― Estou com fome, vá me preparar um lanche.

― O nome dela é Jane. ― interrompeu Dominique.

―Ora, cale a boca. ― ela ordenou a Dominique. ― e Salamandra, me prepare um banho quente.

― é Sandra. ― Corrigiu Dominique as outras duas mulheres deixaram o recinto. ― Poderia ser um pouco mais educada?

― Não sou mal educada. ― declarou Catleia. ― Apenas coloco as pessoas no lugar delas.

― Não, cada um escolhe seu lugar, você apenas repete a cultura de castas que existe nesse país. ― Dominique refutou e a outra suspirou, ela não estava com paciência para o discurso da irmã.

― Tá, to nem ai. ― ela gritou. ― e o que você tanto comemora?

― Eu estou na Seleção. ― Dominique tirou dos bolsos um envelope vermelho vinho.

― Grande coisa irmã, eu também estou. ― Catleia tirou dos bolsos um envelope idêntico. ― Mas eu tenho mais o que fazer do que olhar para um ser tão patético quanto você, com licença.

Catleia se virou e a Dominique falou outra asneira.

― Espero que a academia Scott tenha sido proveitosa!

― Eu espero que Hogwarts tenha sido péssima. ― A mais velha declarou em resposta.

Ela continuou seu caminho e subiu as escadas até o quarto e pelo canto do olho observou Dominique sorrindo.

Dominique era mais nova, recém tinha feito 16, enquanto Catleia já estava próxima aos dezenove, a mais nova era loira e mais baixa, com um pouco menos de curvas e os olhos eram verdes.

Dominique preferiu estudar em Hogwarts, parece que era da Corvinal, sinceramente, ela não se importava se a irmã estava na Inglaterra ou na Austrália.

Novamente a mais velha lembrou-se daquele quadro desagradável, o da entrada que estava pintado sua família, ela já manifestara o desejo de queimar aquele quadro, mas seu pai não aprovou, apesar de não se importar com a opinião do pai, decidiu obedecê-la.

O quadro em questão mostrava a mãe dela, que já tinha falecido, quando Catleia tinha onze anos, cada um lidou com a dor de forma diferente, o pai dela trabalhando demais e quase nunca em casa, Catleia se tornando o que é, e claro, Dominique envergonhando a família.

Alexandra Jane McGleen

O trem da escola Bruxas de Salém estava saindo, quando a coruja apareceu, carregando um envelope vermelho vinho e a correspondência caiu no colo de Alexandra.

Ela abriu o tal envelope.

Cara Senhorita, sua inscrição a Seleção chegou até nós, temos o prazer de informar que a sua ficha foi sorteada.

Uma carruagem buscara a senhorita, no dia três de agosto, às 19 em ponto e a levara até o castelo da família real.

Agradecemos ao serviço prestado a Illéa e estou encantado de tê-la em minha Seleção.

Respeitosamente, príncipe James George Mayer Granger II.

 Depois de ler a carta para si levantou o queixo e fitou o ambiente, ela estava em uma cabine de trem, suas amigas estavam ali, exceto Dave, ele não era nem aluno, apenas um garoto do povoado e era uma longa história.

― Lê logo. ― Tory, a sua amiga pediu.

E assim fez Alexandra e as garotas deram pequenos pulinhos.

― Não acredito, você vai ser rainha. ― Amélia sorriu.

― Eu estou em uma competição, não estou indo ser rainha. ― Mas a ideia assustava a garota, ela se inscreveu por aventura, não por poder e nem por James, apenas pela velha e boa aventura.

― Tá, mas o importante, é que você vai conseguir um contato de algum guarda gatinho para mim. ― Amélia falou e Tory começou a rir. ― E você Tory, não vai querer nada, nenhum contato?

― O “gatinho” dela é outro. ― Alexandra fez aspas com os dedos.

― Quem? O Dave? ― Tory replicou. ― Não seja ridícula.

― Nossa! Nem citei nomes, e já se exaltou? ― Alexandra rebateu e as bochechas da outra coraram, o trem ainda estava parado e alguém surgiu do lado de fora, prostrado na frente da janela, era Dave.

― Oi garotas.

― Dave. ― Tory chamou. ― Está ai há quanto tempo, você estava abaixado? Nos espionando? Ouviu o que estávamos falando?

― Estou aqui há dois minutos. ― ele respondeu e a menina ficou com as bochechas vermelhas. ― Estava agachado, esperando a barra ficar limpa e nem dava para ouvir vocês, mas só por curiosidade, estavam falando sobre o que?

― Assunto de garotas. ― Intermediou Alexandra.

― Sutiãs? ― ele fez piada.

Logo o trem começou a andar e Dave ficou para trás, a história como Dave tinha contato com garotas que estudavam em uma escola para moças era bem simples.

Ele morava no povoado que cercava a escola, na instituição as bruxas de Salém a um bosque, que o acesso nem é tão difícil, um dia as três amigas exploravam o local e toparam com Dave que estava armando alguma coisa e automaticamente viraram amigos.

As meninas conversaram um pouco depois acabaram adormecendo, o trem foi parar três horas depois, em Seattle, assim que desceu do trem Alexandra já localizou sua família.

Seus pais a abraçaram e ela mostrou a carta, ela estava na seleção.

―Que orgulho. ― A mãe sorriu e abraçou a menina de novo, a mãe era até parecida com a garota, Alexandra tinha o rosto hexagonal, lábios carnudos, olhos azuis, levemente cinzas e o cabelo pintado de cinza.

Ela se despediu das amigas e foi caminhando em direção a sua casa, chegou em dez minutos e levou suas bagagens para o quarto, assim que entrou no cômodo o contemplou.

Era branco, havia uma cama de solteiro no meio do quarto, acima da cama havia um pôster amarelo intitulado em letras pretas e garrafais We Can Do It.

 E do lado da cama havia um criado mudo, com uma fotografia dela e de seu irmão, Nick.

― Que saudade. ― ela sussurrou.

 

 


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Notas finais do capítulo

Bom, por hoje foram três selecionadas, mas logo a sua vem, ah, vcs podem me fazer um favor? Só para evitar enganos, quando vcs comentarem deixem o nome de sua selecionada no fim do comentário, pfv, eu agradeceria muito.