Our memories escrita por Filha do submundo, Ana Flávia Souza


Capítulo 1
história para dormir


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, olá!

Essa não é a minha primeira fic de FMA, ms é a primeira que eu faço com alguém, então espero que gostem.

É meio que uma continuação da minha fic "briga de criança", então quem ainda não leu, sugiro que dê uma passadinha por lá antes.

Bom, é isso... Boa leitura ;D



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— Meu irmão vai ficar bom logo? - Perguntou a garotinha, que se apoiava no braço do sofá.

Winry estava no porão de casa, que ela e a avó usavam como oficina, junto com um rapaz de cerca de 21 anos e uma menina de 7. Ambos possuíam características físicas semelhantes, como o cabelo preto e os olhos castanho-claros. O mais velho tinha braços fortes e mãos calejadas, o que indicava um trabalho manual pesado. O sorriso era acolhedor, mas o olhar era cansado, apesar da pouca idade.

— Vai sim, fiz a melhor prótese para ele. - Disse Winry enquanto trazia a perna mecânica, que acabara de ajustar. Não era tão sofisticada quanto a que Ed usava, pois o rapaz preferiu não ter que passar por operações que exigiriam um tempo de recuperação muito grande.

— Obrigada, não sei o que faríamos sem vocês. - O homem se pronunciou, com um tom cordial e agradecido. - Não só pela prótese, mas por nos deixar ficar aqui enquanto não conseguimos voltar para nossa cidade. E cobrando tão pouco...

Winry sorriu e dispensou os agradecimentos. Pelo que soubera, eles e a família estavam em uma viagem quando sofreram um acidente e a mãe dos dois acabou morrendo no local. Foi neste mesmo acidente que o garoto de vinte e um anos perdera a perna direita, que ficara presa entre as ferragens. Estava trabalhando em uma prótese para ele há quatro dias, e este era o último dia da reabilitação e também os últimos ajustes.

— Tia Win, quando eu crescer quero ser como a senhora! - A garotinha sonhava acordada enquanto falava. - Serei uma médica e também uma mecânica de próteses para poder cuidar do meu irmão e de todas as pessoas do mundo, para que ninguém sinta dor. Nunca mais.

— É uma ideia genial. - Winry sentiu as lágrimas se acumularem no fundo dos olhos, mas as forçou a voltarem. - Espero que consiga realizar esse sonho.

— Claro que vou, já que você será minha mestra! - Respondeu com entusiasmo, fazendo o irmão rir e Winry ficar surpresa.

Pouco tempo depois, a prótese já estava pronta e encaixada. Winry ajudou o rapaz a se levantar e os acompanhou até onde estavam instalados.

— Daqui a pouco o jantar deve ficar pronto. - Avisou antes de deixar o quarto dos dois.

Em seguida, voltou ao porão para arrumar a bagunça que tinha deixado. Agora sem os olhares dos dois, permitiu que as lágrimas escorressem pelo seu rosto. Não sabia dizer exatamente se eram lágrimas de pesar pela perda da garota ou de alegria por seu entusiasmo e determinação, mesmo em frente a tantos problemas. Mas certamente não conseguia deixar de se comover com a força daquela garotinha, e isso era um fato. Sabia por experiência própria o quanto era terrível perder os pais tão de repente, mas ela não parecia se deixar abater.

Ao chegar à oficina, assustou-se ao encontrar Ed jogado em uma das cadeiras. Ele estava com os olhos fixos em um livro, mas quando a ouviu, levantou o olhar para ela e ao vê-la chorando, ergueu-se em um pulo e correu para perto da esposa.

— Ei, Winry, o que aconteceu? - Passou um dedo pela face dela, limpando as lágrimas. - Por que está chorando? - A preocupação estava estampada em seu rosto, e sua voz soou alarmada e tensa.

Winry sabia o quanto ele detestava vê-la chorando e também todo o esforço que fazia para que ela nunca ficasse triste, limpou o rosto e sorriu diante da preocupação do marido. Após se acalmar um pouco, contou o que a garotinha havia dito. Ed deu um suspiro aliviado e sorriu.

— Coitada dessa garota se você for a professora dela. - Ele acenou negativamente com a cabeça. - Ter uma maníaca por automails como tutora não deve ser algo recomendável.

— Ed! - Censurou-o enquanto o empurrava de leve. - Isso não tem graça, eu já melhorei e você sabe disso. -
Nesse momento, Edward pegou-a pelo pulso e a puxou para um abraço.

— Pra mim você sempre será a minha maníaca por automails. - Ele beijou o topo da cabeça dela antes de afastá-la ligeiramente. - Você é incrível, Winry. Sei que será uma ótima mestra para essa Tampinha.

— Ed... - Foram interrompidos pelo barulho da porta se abrindo e de passos descendo as escadas apressadamente. Logo, um garotinho loiro, pouco mais novo que a garota da qual Ed e Win estavam falando, entrou correndo no porão e se jogou na perna dos dois.

— Papai, mamãe, a vovó Pinako está chamando vocês para o jantar, e disse que se não vierem logo, vai castigar o Ed.

— Por que só eu? - Resmungou o ex-alquimista federal. - Aquela velhota nanica...

— Já estamos indo, querido. - Winry respondeu carinhosamente e se abaixou até ficar da altura da criança. - Pode indo na frente, preciso arrumar algumas coisinhas aqui. - Afagou o cabelo de seu filho mais velho, que sorriu e voltou correndo, gritando para a avó que eles já estavam indo.

Arrumou tudo bem rápido com a ajuda do Elric mais velho. Não falaram nada no processo, mas o silêncio entre os dois era confortável e bem vindo. Assim que terminaram de guardar as últimas ferramentas dentro da caixa, Ed puxou-a para um beijo rápido antes de subirem.

— É melhor irmos antes que a vovó Pinako fique estressada. Não sei onde cabe tanto ódio naquele corpinho minúsculo.

— Não seja tão dramático, Ed. Sabe que ela te ama. - Winry começou a rir.

— É assim que eu gosto de ver a minha Winry... Rindo. - Ele sorriu, fazendo-a corar de leve. Os dois subiram para a sala de jantar.

O jantar ocorreu sem maiores problemas. Os dois filhos dos Elric haviam feito amizade com a menina que estava hospedada ali, e eles conversaram durante toda a refeição.

— Sopa é uma coisa fantástica, não é mesmo? - Disse Ed para ninguém em especial.

— Ed, de novo essa história não... - Resmungaram Winry e Alfonse ao mesmo tempo, mas já era tarde, Ed começara a explicar para o Hóspede/paciente o quão fascinante era a sopa, que conseguia fazer o leite não ter gosto de leite.

Ao final da refeição, Al foi ajudar a vovó Pinako com a louça, como era de costume, e Winry subiu para colocar as crianças para dormir.

— Está na hora de dormir. Todos escovaram os dentes? - Disse após entrar no quarto e encontrar os dois correndo pelo comodo. - Vamos, pra cama. Agora.

Os dois não pareceram escutar de primeira. Continuaram correndo um atrás do outro. Aparentemente o mais velho pegara algo da menor e ela corria para tentar recuperar o objeto. A cena lembrava Wirny da própria infância com os Elric e isso a fez suspirar e colocar as mãos na cintura.

—Parece que agora eu tenho três Edwards pra tomar conta. - murmurou baixinho para que ninguém mais escutasse. - Eles não tem jeito mesmo. - respirou fundo e pegou o objeto que o garoto segurava acima da cabeça, fora do alcance da menininha. - Já chega de brincadeira por hoje. Os dois pra cama. Agora! - Disse com sua autoridade materna.

As crianças não discutiram mais, e cada uma foi para sua respectiva cama. Winry sorriu ao pensar nas piadas que Ed faria sobre ela ser assustadora se estivesse vendo-a agora. Devolveu o ursinho de pelúcia para sua filha e estava indo dar-lhe um beijo de boa noite quando ela se pronunciou, com os olhinhos brilhando:

— Mamãe, conta uma história para a gente dormir?

— Claro, querida, que tipo de história vocês querem ouvir?

— Um romance! - Disseram os dois em uníssono.

— Mas sem princesas, ou castelos ou essas fantasias bobas. - Disse o garoto cruzando os braços e fazendo bico. E mais uma vez a mecânica de próteses reparou na semelhança entre pai e filho.

— Então que tal eu contar uma história real? - Sugeriu.

— O seu primeiro beijo!!! - Gritou a mais nova. - Quero que conte do seu primeiro beijo. Foi com o papai, não foi?

Winry sentiu o rosto esquentar. Aquilo era um pouco embaraçoso de se contar para os próprios filhos, mas não conseguiria resistir a um pedido desses. Suspirou e sorriu antes de começar a história.

— Pois bem... Por onde eu posso começar... Ah, já sei.

"Eu e seu pai estávamos brigando por causa de uma garrafa de leite que Ed se recusava a tomar. Eu dizia que ele não era mais uma criança para agir daquela forma, porém ele apenas retrucou: ' Se eu não sou criança, por que tenho que tomar essa coisa?' ou algo do tipo..."


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Notas finais do capítulo

Bom, pra quem chegou até aqui, obrigada por ler...

Não custa nada deixar um comentário e deixaria essa autora super feliz...

Até o próximo capítulo (que será a versão da Win do primeiro beijo do casal). Espero que gostem da fic e acompanhem.

Bjs da filha do submundo ;D



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