Claire

"Pimpolho é um cara bem legal
Pena que não pode ver mulher.
Na dança ele já pede pra baixar,
Já pede pra baixar.
Ela quer parar ele não quer"

Ouvia umas das melhores musicas do mundo, esperando bater o sinal pra eu subir pra sala, até eu ouvir o inspetor gordo gritar meu nome. Eu estava no meu esconderijo secreto então ele não ia me encontrar. Aumentei o volume do meu fone e cantei junto com o cantor.

— ELA TÁ DANÇANDO E O PIMPOLHO TÁ DE OLHO, CUIDADO COM A CABEÇA DO PIMPOLHO - eu cantava alto porque meu fone estava estrondeante . Até uma mão gorda me cutucar - Quié meu? - olhei para cima e vi aquela baleia terrestre me encarando - Oi tio, não vi que era você - tentei parecer inocente, mas eu não sou muito boa atriz.

— Eu estou te chamado a horas, o que você está fazendo debaixo dessa árvore no meio do pátio? - eee, revelou meu esconderijo secreto. Vou ter que arranjar outro.

— Estava tomando uma arzinho, e a musica estava alta por isso não ouvi - ia colocar meus fones de volta mas o senhor Free Willi me atrapalhou falando merdas que eu não estava afim de ouvir.

— A diretoria está chamando na sala dela vai.

— A já vou - falei me acomodando.

— AGORA.

— Tá meu - me levantei com preguiça e segui pra sala administrativa do inferno. Cheguei na sala e vi um ser sentado na cadeira que eu costumo sentar quando vou lá. Logo reconheci aquela cabeça de boneca. É a Susie - Eai dona Beth, tudo em cima? - cumprimentei minha parça e ela me ignorou. Bela amiga ela em.

— Sente-se Claire - acho que a coisa não esta muito boa pra mim. Sentei do lado do Palmito e fingi não ter visto ele.

— Era de se esperar né Claire, você não ter limites? Que coisa mais obscena foi aquela no pátio? Colocar uma foto das intimidades do seu colega para todos verem, só porque ele tem uma doença? - estava começando a me comover e me arrepender. MAS PERAI, EU INVENTEI ESSA DOENÇA, SERÁ QUE ELA JÁ EXISTIA E ELE TEM? Olhei pra ele quando ela disse "doença" e ele deu um sorrisinho de quem aprontou.

— Sabe o que é pior diretora - a Susie falsa começou a falar - Eu confiei nela porque ela falou que era minha amiga, eu contei esse segredo pra ela e ela espalhou, agora eu não tenho mais vontade de viver - ele forçou um chorinho falso que não engana nem cego. Mas a thonga da diretora caiu na dele e ficou alisando as mãos dele com pena. Alguém me dá um soco por favor?!

— Você não está acreditando nele né? - perguntei incrédula.

— Claire, o que você fez foi errado, não só por colocar aquele cartaz para todos verem, mas por ferir os sentimentos dele, ele confiou em você Claire, vou ter que lhe dar um castigo - aposto que ele já comeu ela, só pode. Ela ainda alisava ele e ele me olhou de cabeça baixa e deu aquele sorriso idiota.

— Não é possível - vou acabar com essa boneca.

— Você vai limpar a cozinha depois da aula todas segundas e quartas, que é a folga dos funcionários, durante duas semana.

— O QUE? SÓ POR CAUSA DAQUELE CARTAZ IDIOTA QUE NEM É VERDADE?

— NÃO GRITE NA MINHA SALA. Eu sei o que é essa doença e sei como os homens sofrem com ela - olhei pro Ben com cara de quem não estava entendendo e ele me olhou do mesmo jeito. Como assim os homens sofrem com ela? Até onde eu sei, EU INVENTEI ESSA DOENÇA - Meu marido tem isso desde da sua idade meu filho - falou olhando pro Ben que fez cara de nojo e eu quis rir, mas segurei - Ele ainda sofre com isso, por não poder me satisfazer, e por usar um de borracha achando que eu não vou reparar que não é o dele - agora nem eu nem o Omnitrix conseguimos segurar o riso. Rimos alto e ela nos encarou com raiva - CHEGA - gritou - Vocês estão me enganando? Agora vai ser um mês e você também vai limpar - apontou pro Ben e eu achei bem feito, tentou me ferrar e se ferrou junto.

— Mas eu...

— Mas nada, vocês começam hoje. E saiam da minha sala - saímos e o Ben estava me encarando do lado de fora.

— Quié menino? - comecei a andar pra sentar, porque o professor não deixaria entra essa hora na sala, ainda mais que é o abaitolado do professor de inglês. Ele me ama.

— Você só me fode.

— É mesmo? - falei sem importância. Sentei e ele sentou do meu lado - Ai, não tem outro lugar pra você sentar não?

— Quero ficar aqui - falou e cruzou os braços igual uma criança mimada.

— Então fica ai - falei e fui pro meu lugar secreto que não é mais secreto.

Da árvore eu via o Ben me encarando, mandei meu lindo dedo do meio para ele e ele riu e parou de me olhar.

[...]

Já estávamos na ultima aula e eu estava louca pra sair da aula e tentar fugir do castigo. Mas quando bateu o sinal e eu fui cruzar a porta dei de cara com a Baleia ambulante do inspetor.

— A diretora me mandou buscar vocês na porta todas as segundas e quartas - falou pra mim e pro palmitao que estava do meu lado.

— Ninguém perguntou - falei brava porque meu plano de fugir não deu certo.

— Fala direito comigo se não eu te levo pra diretoria de novo - fodáse, falei em pensamento. Gordo babaca. Chegamos na cozinha e tava uma nojeira que só - Está aí, podem começar, as coisas estão aqui atrás e o esfregão lá no deposito. Já já eu volto, pra ver se não fizeram besteira - ele retirou aquela bunda gorda da cozinha me dando espaço para respirar, mas em compensação me deixou com o Picolé de leite tarado.

— Eu fico com o chão - falei antes que eu tivesse que lavar aquela montanha de louça.

— Vamos revezar, quarta você fica com a louça e eu com o chão.

— Tá bom - meu cu, odeio lavar louça. Vou levar nada não.

Três horas esfregando esse chão imundo. Mentira faz uma hora mais ou menos, o que pareceu três horas, mas terminei finalmente. Fui ver se o Ben tinha terminado a louça e ele estava guardando os pratos. Fiquei olhando ele terminar, e ele me encarou.

— Já terminou o chão? - perguntou.

— Não interessa.

— Para de estresse, eu também vou ter que limpar isso - disse.

— Mas eu só estou aqui por sua causa.

— Vamos fazer assim então. Trégua. Ninguém faz brincadeira com ninguém, pela menos até o castigo acabar - justo.

— Não.

— Para de ser chata vai - ele se aproximou de mim e eu fiquei olhando com cara de cu pra ele.

— Tá bom, até o castigo acabar.

— Isso garota - falou e colocou as mãos na minha cintura. Olhei pra ele e o azul do olho dele me chamou. Os olhos dele pareciam o mar, fazia ondas e balançava e eu estava hipnotizada com isso. Até sentir sua boca na minha, não tive reação. Ele foi calmo e eu estava paralisada, até começar a mexer a língua no ritmo da dele e elas se entrelaçarem me fazendo sentir uma sensação doida. Segurei sua nuca querendo sentir mais daquilo, ele me levantou ainda me beijando e me colocou sentada em cima do balcão, passei minhas pernas em volta da cintura dele que apertou minha coxa. Meu Deus o que está acontecendo comigo? Brincávamos um com a língua do outro e rimos no meio do beijo.

— Ei, podem parar com isso - o Willi voltou e atrapalhou o primeiro e melhor beijo da minha vida. Qual é gente?! Qual o problema desse ter sido meu primeiro beijo? Eu nunca tive muita intimidade com os meninos, na verdade eles tinha era medo de mim. Sai de cima do balcão e fingi estar limpando o armário com um paninho que eu achei - Já podem ir, e se eu ver vocês se agarrando de novo, vou ser obrigado a dar uma advertência.

— Você não pode, quem da isso é a diretora - falei desafiando ele.

— Quer apostar? - melhor não. Sai de lá e vi o Ben vindo atrás.

— Eai, não vai falar nada do que houve lá? - que menino estupido gente.

— Ué, você nunca lavou uma louça e quer conversar sobre isso? - ricos são outra coisa né.

— Eu estou falando do beijo Claire - ata.

— O que tem? Foi só um beijo ué - esnobei, não ia dar o gostinho de falar que eu adorei o beijo.

— Não parecia que foi só um beijo pra você. Estava bem animadinha, estava até rindo.

— Eu estava era com dor porque você não sabe beijar e me machucou - menti na cara de pau.

— Eu sei que você gostou Claire - parei em frente de casa e ele parou junto. O menino chato - Se quiser a gente pode continuar já que o inspetor atrapalhou... - ele foi chegando perto e eu me afastei.

— Eu prefiro beijar um cavalo de dentadura podre - falei e entrei pra casa com vontade de voltar e apagar meu fogo com outro beijo gostoso daquele.