As Desventuras Da Garota Desastre escrita por Lola Rain


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá, mais uma vez.
Espero que goste e seja bem vindo.
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/673937/chapter/1

Se por um acaso você não deseja ser despedida do seu emprego nunca, mas nunca mesmo, deixe de dar comida para o peixe do seu chefe que, por consequência do seu esquecimento faleceu. Nesse momento estou na rua, ensopada e com todos os meus pertences numa pequena caixa e para completar nenhum taxi para me levar até em casa.
A chuva aumenta e resolvo me abrigar para tentar ligar para alguém, ou seja, Aidem meu único e melhor amigo. Consigo me abrigar embaixo de uma pequena cobertura, remexo minha bolsa a procura do meu celular.

— Que saco Bob, resolve se perder logo agora. - sussurro um pouco alto demais, o que faz umas pessoas me olharem estranho e sim, Bob é meu celular.- Se eu pelo menos fosse bruxa, faria igual em Harry Potter, era só falar "Accio Bob" e você pularia pra fora dessa maldita bolsa.- falei mais alto dessa vez, assustando uma senhora que me olhava com... medo. Sorrio amarelo pra ela. -Achei! - gritei fazendo ela pular e sussurrar um "maluca".

Chama uma, duas, na terceira ele atende.

— Alô? - Sua voz levemente rouca invade meus ouvidos, suspiro aliviada.- Lola?

— O-oi Aidem, olha, sei que te acordei, mas será que você poderia vir me buscar? - falei o mais rápido possível

— Buscar? Mas o que houve? Você está bem? Te atropelaram de novo? Lola? Já são cinco vezes nesse mês! Meu Deus Lol...- Jesus, como ele pergunta.

— Não amigão, não fui atropelada. - falei orgulhosa dessa proeza.

Realmente, nesse mês já tinha sido atropelada umas cinco vezes, era incrível minha capacidade de estar no lugar errado ou de atrair atropeladores, que iam de motoristas de carro, de motos, de bicicletas, de charretes a assaltantes ou mendigos correndo atrás do cachorro que roubou seu pão do café da manhã. Mas, também não era só isso. Eu conseguia ser a pessoa mais azarada da face da terra.

—Fala logo Lola. - Pois é, eu não queria falar pro Aidem que tinha sido demitida, ele ia começar seu discurso de que eu tinha que ser mais responsável e blá, blá, blá. Por isso resolvi mentir.

— Tá Aidem! O caso é que, faz uma semana que o Matuzalém está tristinho e isso me deixou tristinha também.- Matuzalém é o meu gato.- Então, o caso é que... équeeuesquecidedarcomidapropeixedomeuchefe.- falei muito rápido

— Não entendi. - meu amigo é um idiota.

Suspirei.

— Eu esqueci de dar comida para o peixe do meu chefe e aí ele morreu.

— Henry morreu? - gritou o babaca do meu amigo

— Não idiota. O peixe! Vem me buscar ou não? Eu estou em uma cobertura que tá mais pra uma caixa de fósforo e ainda tem umas velhas que me olham como quem vai comer minhas víceras!- Ai, acho que falei alto demais.

— Tá, já vou.-Suspirou.

Falei aonde estava e ele disse que estava chegando.

— Aidem, não fale nada, por favor.- pedi com a minha melhor cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança.

—Mas, Lola...

— Por favor, Aidem. - pedi de novo. - Só quero ir pra casa, comer chocolate e ficar gorda, chorar e dormir, ver comédia romântica e ter a certeza de que minha vida é um desastre total. - falei sentido meus olhos arderem.

— Tudo bem, Lola, eu vou ver um filme com você e me entupir de sorvete e chocolate também com você. - falou suspirando. Lhe dei o meu maior sorriso, eu sempre faço isso e sempre funciona.

Minha relação de amigo-irmão com o Aidem começou há muito tempo, no jardim de infância. Estava eu lá, um criança feliz e saltitante, me achando o máximo com meu desenho maravilhosissimo quando vem um garoto loiro e puxa meu cabelo, eu abro o berreiro e logo em seguida um garotinho se senta ao meu lado e segura minha mão, esse foi o início da nossa "irmanzade" e ele é meu salvador.

Tá. Eu sei, sou péssima para contar história mas, é basicamente isso que descrevi. Depois do episódio do garoto que puxou meu cabelo, me colei ao Aidem de uma forma até assustadora. Fizemos jardim de infância, pré-escola e colegial juntos, fomos para a mesma universidade, eu cursando moda e ele jornalismo. Eu uma atrapalhada e ele todo centrado.

Éramos inseparaveis. Quando falo isso vocês devem pensar que nunca brigamos, não é? Pois é, não é verdade, brigavamos sim, tudo por minha culpa, só que nunca adimitirei isso para ele. Ficávamos no máximo dois dias sem se falar, até ele vir e me pedi desculpas, e eu correr chorando e fazendo maior escândalo dizendo que nunca mais brigariamos e, um tempo depois eu provocava mais uma discurssão boba e expulsava ele de casa, até da própria casa dele! Só pra deixar claro, me envergonho disso.

Aidem é um cara lindo, cabelos castanhos, alto, corpo bem definito embaixo da camisa e terno que ele sempre usa. Seus grandes olhos azuis e castanho, pois ele tem heterocromia, boca bem desenhada e nariz delicado, lhe dá um ar angelical e deixam as mulheres babando. Mas Aidem, na maioria das vezes nem se importa e finge que não as vê

Segundo ele, não é gay, nem nada, só não fica se atracando com qualquer uma. Já eu? Bom, melhor nem comentar. Ele critica minha posição de romântica incurável e minha incrível capacidade de me apaixonar tão rapidamente e me ferrar todas as vezes.

O tempo passou até rápido, desde a ligação.

— Lola? - Aidem me chamou. Estavamos deitados no sofá, quer dizer, eu deitada, com as pernas sobre as pernas do Aidem e ele com metade do corpo sei lá como.

— Hum? - olhei pra ele e esperei ele continuar.

— Hum... Ér... hum.. - ficou enrrolando e eu já sem paciência.

—Fala logo, criatura. - incentivei

—É, bom. Eu estou apaixonado. - Falou meio bobo. E eu? Bom, eu engasguei com a coca-cola. - Lola? Você está bem?

Ah! Estou ótima! Aidem, meu melhor amigo me diz que está apaixonado, eu engasgo com a coca e você ainda pergunta se estou bem?

— Estou sim. - falo voltando a me sentar, já que levantei pra dar uns pulinhos. - E quem é a prost...digo, pessoa?

— Você não a conhece, mas ela é ótima, o nome é Emmily e é estudante de moda, ela disse que quer te conhecer. - falou todo sorridente.

— M-me conhecer? - gaguejei. Meu Deus, eu não devia ter gaguejado.

— Isso! E ai, topa? - Meu amigo é um idiota.

— Hãm, claro! - sorri sem ânimo.

— Então tá, amanhã ás 8:00hs venho te buscar. Desculpa Lola, mas realmente preciso ir. Deixei a Emmy lá em casa quando você me ligou e ela já deve estar preocupada. - Espera, lá na casa dele? Preocupada? Emmy? Que é isso!

— Tudo bem. - Lhe dei um abraço, ele retribuiu e saiu porta a fora pra ir atrás da tal Emmy.

Realmente, meu amigo é um idiota.

Me deitei no sofá e deixei o filme passar, mas não prestei atenção, já sabia o filme mesmo. E aí o que me resta? Pensar na vida. Pensei no meu emprego que era ótimo, mas eu dei um jeito de perder. Pensei no Matuzalém que anda por aí parecendo um zumbi e nem me dá mais carinho. Pensei no meu carro que está no concerto e estou a pé. Pensei no Aidem que há anos não se apaixonava, mas que agora tá todo bobo por causa da tal Emmy. Eu não o culpo, apaixonar-se é ótimo, eu particulamente, adoro. Sempre me dou mal, mas é a vida. Vai que uma hora eu esbarro no homem da minha vida, tenho que me permitir, Aidem sempre me criticou por eu sempre viver em busca da pessoa certa. Mas, quem não busca a pessoa certa? Quem é que não busca a outra pessoa do outro lado do fio? Eu vivo em busca disso, porque sem amor sou vazia. Faz dois meses que não me apaixono por ninguém, e isso já está me preocupando.

Meu último relacionamento durou uma semana, o nome dele era Jason mas ai ele confessou que era gay e que ficou comigo porque achou meu cabelo fabuloso e queria descobrir a marca do meu shapoo e meu cabeleleiro. Confesso que meu ego deu um salto com o elogio, mas perdi o namorado. Até que ele era jeitosinho.

O meu relacionamento que durou mais tempo foi com um italiano chamado Lorenzo. Mas, ele teve que voltar para a Italia para assumir os negocios da família e terminamos nosso relacionamento na paz.

Me concertei no sofá e dormi.

Pov Aidem

Acordei com o meu celular tocando, virei e me deparei com a visão de uma bela loira dormindo ao meu lado, Emmily. Alta, magra, olhos azuis, o desejo de muitos homens ou, quase todos.

Olho a tela do celular e vejo a foto da Lola, ela estava especialmente linda nesse dia. Era natal e andavamos pelas ruas de Nova Iorque com sacolas e mais sacolas, culpa da Lola. Ela sorria e saltitava como uma criança, toda boba com a decoração natalina e as luzes que iluminava a cidade.

—Eu amo o natal, Aidem. Eu amo o natal. É tudo tão mágico.-rodopiava e seus cabelos castanhos longos voavam tapando seu pequeno rosto.- Tire uma foto, Aidem.

Sorri, fazendo pose, aquele sorriso sempre me fascinou, seus pequenos olhos castanho brilhavam refletindo a luz, usava um cardigã azul marinho, uma meia calça e botas de coro, um cachecol vermelho e um gorro cinza. Seu corpo pequeno e esguio poderia passar despercebido por qualquer lugar, se não fosse ela. Seu encanto era natural, ela possuía magia em cada olhar. Aquela foto conseguiu capturar todo o seu brilho e inocencia, ela conseguia ser tão encantadora e nem sabia disso.

— Alô. - falei já levantando, ai vinha problema. Lola era um desastre se tratando de comportamento.

—O-oi Aidem. Olha, sei que te acordei, mas será que você poderia vir me buscar? - Não falei? Problema.

— Buscar? Mas o que houve? Você está bem? Te atropelaram de novo? Lola? Já são cinco vezes nesse mês! Meu Deus Lol...-Lola tinha a capacidade incrível de ser atropelada, fiquei preocupado. Peguei a chave do carro e desci para o estacionamento.

— Não amigão, não fui atropelada. - disse com um orgulho evidente.

— Fala logo, Lola.- Eu sabia que ela devia ter feito alguma bobagem, era horário de trabalho.

—Tá Aidem! O caso é que, faz uma semana que o Matuzalém está tristinho e isso me deixou tristinha também.- Matuzalém é o gato dela. Nome estranho não é? Pois é, Lola é estranha, ela coloca nome em tudo, conversa com as coisas...

Avisto Lola de longe, seu corpo pequeno... Ela estava concentrada em olhar para o céu, sempre que estava pensativa ela olhava para o céu e ficava um tempão fitando a imensidão azul.

— Aidem, Não fale nada, por favor. - pediu assim que entrou no carro, sua cara triste e cabisbaixa me deixou no chão.

— Mas Lola...- tentei falar e reclamar um pouco pra não perder o costume, mas ela me interrompeu.

— Por favor, Aidem. - sorri fraco. -Só quero ir pra casa comer chocolate e dormir, ver comédia romântica e ter certeza de que minha vida é um desastre total.

Suspirei pesadamente.

— Tudo bem, Lola. Eu vou ver um filme com você e me entupir de sorvete e chocolate também com você. - suspiro, ela sorri... um sorriso doce e singelo, só ela consegue.

Umas duas horas depois resolvi contar a Lola que eu estava namorando, o que ocasionou em olhos quase saltando das óbitas, coca-cola sendo cuspida por toda a sala e uma Lola meio catatônica. Por fim ela aceitou bem, bem até demais. Marquei um encontro, iria apresenta-lá a Emmily.

O caso é que, eu não amo a Emmily, nem estou apaixonado por ela, só estou tentando me apaixonar, ela é uma garota incrível e gosta de mim, devo dar uma chance. Só rezo para Lola se comportar no encontro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Queria saber a opinião de vocês. Os vejo nos comentários, e/ou próximo capítulo. Beijos de luz.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Desventuras Da Garota Desastre" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.