Love In Stars escrita por Hannah


Capítulo 1
Capítulo Único - Para Sempre


Notas iniciais do capítulo

A fic era inicialmente uma história completa, mas por fim resolvi deixar assim. Não conseguiria terminar ela, então coloquei a parte que realmente me motivou a ter madrugadas em branco somente imaginando essas cenas.
Espero que gostem do trabalho, apesar de incompleto. :3



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—------------------Capítulo Final-------------------

Agora, exatamente agora, sinto que isso é o certo, sinto que é desse sentimento que eu preciso, esse que ao mesmo tempo me destrói aos poucos mas que também me faz sonhar acordado, onde minha mente insiste em se prender sem o meu consentimento.

A chuva que bate contra a janela me parece algo tão belo, muitos devem pensar o quanto idiota é isso, mas são esses pequenos detalhes que transformam o dia, como uma chuva inesperada em um dia comum de verão, você apareceu com seu charmoso terno.

Não sei se devo descrever o quão maravilhoso você chega a ser, será que existem palavras certas para descreve-lo?

Não devo dizer que és perfeito, porque amo cada um de seus defeitos, como seu péssimo costume de coçar sua nuca quando está mentindo ou até a arranhar seu braço quando fala de si mesmo.

Mas devo admitir que acho lindo esses pequenos detalhes, devo comentar que sou um observador, cada mero detalhe me é intrigante, e esses pequenos gestos que nem mesmo a pessoa percebe que demonstra quem ela é realmente.

Há uma ilusão quanto ao amor, dizem que o verdadeiro amor é quando encontra a pessoa perfeita. Discordo disso, ninguém é perfeito. Amar de verdade é saber dos seus defeitos e ama-la do jeito que ela é.

Mesmo agora enquanto escrevo essa pequena reflexão, ainda olho para ele de canto enquanto ajuda aos clientes a escolher a refeição. Como não amar alguém que sorri para qualquer estranho e acha tão normal uma conversa casual com empresários que vieram em uma sexta-feira?

Sim, é verdade. Me apaixonei por cada mínimo detalhe. O sorriso que aparece em seu rosto sem um motivo aparente, seus olhos escuros que transmitem paz a qualquer um que cruze o olhar com você.

Talvez também seja seus formosos cabelos com um simples topete, dando um toque especial aos seus lindos fios macios e morenos, quase pretos.

Não é como se você fosse magnífico, você é simples e gentil, não se importa se a pessoa te odeia, você trata ela com o mesmo carinho e dedicação. Por onde passa, devo comentar, deixa um caminho radiante de alegria.

Olhadas de canto a mim, um pequeno sorriso na beirada de seus lábios finos. Um singelo suspiro vindo da minha parte, isto poderia ser mais perfeito?

Ah sim, poderia. Como quando estávamos no colegial, onde não havia exatamente um amor, mas uma admiração mútua. Elogios e brincadeiras de quem seria o mais esperto, ou quem queria ser o mais burro. Sim, não tinha uma amizade ou um amor, apenas uma ligação.

Seu amor pela música me impressiona a cada instante. Nunca gostei do seu estilo musical, mas era prazeroso sentar na sua frente e ouvi-lo tocar e cantar. Naqueles momentos eu não sentia que era algo tão profundo, somente sentia que deveria continuar ali.

Ah! Também tem aquela vez em que fomos na praia, cortesia de sua família. Você sabia muito bem que eu odiava praia ao mesmo nível do seu estilo musical. Mas você não se importou.

Mesmo sabendo disso, me convidou a uma caminhada perto do mar. Não gosto da praia, mas o mar em si me fascina. Fico envergonhado que embaixo daquele Sol usava uma bermuda e camisa ¾ enquanto você andava somente de sunga.

Verdade seja dita, após a formatura, essa foi à primeira vez que ficou sem camisa perto de mim. Ainda não era um amor, mas era algo mais forte. Mas quem está contando com isso? Você não estava nem um pouco.

Pegar meu livro e sair correndo não fora algo muito divertido de momento, tentei correr atrás mas não dava, você praticava esporte enquanto o máximo que eu me arriscava a fazer era uma caminhada durante a semana.

Apesar disso, você não me deixou para trás, voltou com aquele sorriso único balançando o livro como se exibisse um troféu. Ironia do destino foi o Sol começar a se por naquele momento, ressaltando seu corpo pardo. Seu sorriso estampado junto de dentes perfeitamente brancos e alinhados, sei que até parece uma história de romance.

Acredito que naquela tarde, eu ri mais do que pela vida inteira. Parecia que era somente nós e o mundo que agora se coloria de uma nova forma.

Ao anoitecer, na varando do hotel, sentados em cadeiras confortáveis enquanto você tocava uma música qualquer, não olhando para mim e sim para o horizonte. O café que estava entre meus dedos já esfriava, esquecido por mim enquanto admirava-te.

Creio que nunca fora um amor à primeira vista, ele foi se formando conforme os anos se passaram. Decidimos morar juntos em São Paulo, em um apartamento pequeno. Eu fazia faculdade enquanto você se dedicava somente à música.

Cito que eram dias maravilhosos. Café da manhã juntos, almoços e jantares combinados. Mas o momentos mais mágico era no fim da noite, onde nos sentávamos na pequena varanda e cantarolávamos uma música qualquer que nos vinha a mente.

Acho que nunca brigamos de fatos, eram somente divergências de ideias que eram logo resolvidas com copo de chocolate quente embaixo das estrelas e o luar. A briga mais chata que tivemos foi quando decidi ir viver ao Canadá, admito que achei muito cômico você bater o pé dizendo que eu não iria, não ia deixar você.

Eis que fomos juntos ao Canadá. Sim, após mais uma noite de conversas paralelas, me convenceu que iria vir junto, sem mais nem menos.

O apartamento não era grande, mas nada como alguns shows seus e um meu emprego de empresário não pagassem. Fomos crescendo junto, quando percebi estávamos morando em um apartamento duplex no centro de Toronto.

Nesse meio tempo, entre as transições de apartamentos, acho que começamos a sentir aquela acelerada no peito, aquele formigamento no estomago. Nos adaptamos ao horário de cada um, sempre juntos quando em folgas ou tempos livres. Também tem aquelas conversas sem nada a se dizer, como se nossos olhares conversassem. Amigo, isso realmente tornou-se um sonho.

Saímos em alguns encontros ao acaso, mas nunca nada muito próximos. Até que um dia, na mesma varanda do nosso novo apartamento você sentou-se do meu lado e gaguejava sem parar.

Mesmo achando tão fofo a maneira como gaguejava, sorri de canto e segurei seu queixo fazendo-o parar de falar, por fim selei nossos lábios, como se falassem tudo o que era preciso no momento.

Não fora nada combinado, nada forçado. Mantivemos a rotina, mas um selinhos aqui ou ali. E pela última vez a varanda realizou mais um desejo. Conversando animados e descontraídos, formou-se um momento de silencio e aproveitamento da noite. E então como se fosse a coisa mais normal do mundo, você disse aquilo que eu esperava confirmar.

 

 

~4 anos atrás~

Em meio ao silencio da noite, somente o som da respiração pairando sobre o espaço, olhou para mim segurando seu violão, aquele mesmo de quando éramos adolescentes.

Era como se o momento falasse por nós, nunca foram ditas palavras de amor em nosso relacionamento. Não porque não queríamos, mas sim porque não parecia tão importante se já sabíamos o que o outro sentia.

—Ei, amanhã quero ir até ao High Park...

—Claro! Seria muito diverti...

—E-Eu te amo sabia? - Ele disse com a maior naturalidade do mundo, como se fosse algo do cotiado.

—... - Não sabia o que falar, se devia retribuir ou não. Lágrimas desciam pelo meu rosto enquanto encarava seu rosto fitando o céu estrelado.

Aquela pequena resposta que deveria ser dada rodeava minha cabeça, mas minha boca se recusava a soltá-las. Por fim focalizei o céu e a lua que parecia tão grande e brilhante hoje.

—Superlua... Fazia tempo que não víamos uma dessas não? - Seu tom de voz era de normalidade, não de magoado ou até de felicidade.

—Sim fazia muito tempo mesmo, até tinha esquecido quão bonita era. - Não sabia se deveria responder a sua confissão, qual era meu medo afinal? Eu já sabia o que sentia, mas não conseguia dizer.

Diga, diga, diga! Repetia diversas vezes tentado forçar as palavras a saírem, até que suspirei e parei de forçar, desistindo da ideia.

—O que é amor? - Perguntei sem qualquer ressentimento, como se as palavras fluíssem sozinhas sem minha permissão.

—Não sei, me diga você, gosto de ouvir você refletir sobre algo - Dito isso, aproximou sua cadeia da minha encostando seu cabeça em meu ombro e me olhando, com aqueles olhos curiosos como se alguém fosse contar um segredo somente para ele.

—Acho que amor é.... Quando duas pessoas se encontram, não importa em qual momento, e seus corações pararem por alguns segundos, suas respirações falharem e as mãos começar a suarem... Quando os olhares se cruzarem, há um brilho intenso... E depois de se conhecerem, os defeitos se tornarem algo para apreciar, como se fossem algo que faz dela única no mundo. Acho que é você saber que a pessoa não é perfeita, mas que fará sua vida melhor e você pode até imaginar um futuro acolhedor junto dela ou algo assim. Basicamente, para mim, amar é aceitar do jeito que ela é e mesmo com todos os defeitos do mundo, seu coração continuar acelerado de uma forma inumana. ~ Suspiro, como se uma faca atingisse meu coração a cada palavra.

—B-Bonitas palavras idiota. Acho que você seria um bom musico, e juro que se você não seguir a carreira eu mesmo pego essas palavras e uso em alguma música minha - Ele sorrio, formando sua covinhas fracas.

Seus pequenos gaguejos sem ele nem mesmo perceber me encantavam. Enquanto ele tagarelava sobre um assunto em que eu não prestava atenção, segurei seu queixo surtindo como reação o silencio.

Naquele momento, o mundo parou. As luzes da cidade se ofuscaram enquanto a das estrelas parecia mais cintilante. Seus olhos refletiam o próprio céu. Sim, aquele momento tornou-se o melhor que já tive.

E com receio, aproximei meus lábios do seu, sem qualquer reação sua além da respiração ofegante contra meu rosto e seus olhos fechando-se aos poucos.

Ao encostar dos lábios, as luzes pareceram se ofuscar completamente e como se uma melodia calma tocasse pelo soar dos ventos. Os olhos fecharam-se aproveitando somente o momento, como um calor fluir de dentro para fora.

O separar dos lábios fora como a partida de um ente querida, me corroeu por dentro e parecia o fim. Mas quando abri os olhos, deparei-me com seu sorriso de canto encantador e suas ônix.

—Presente-

 

 

É engraçado quando me lembro do momento. Foi naquele lugar que decidimos que iriamos passar o resto da vida juntos. E se pensar bem, sempre fora na varanda em meio ao luar que nossos melhores momentos ocorreram.

Formamos uma nova vida, uma que onde ambos estavam incluídos sem qualquer pretensão de viverem em casas diferentes. É maravilhoso cada dia ao seu lado.

Muitos devem estar se perguntando o porquê de não citar nomes aqui... Bom, acho que não citei pensando que quem encontrar esse livro não precisa de nomes mas sim de algo para ter uma ponta de esperança.

Não digo para correr, mas também não fique parado. Creio que ninguém deva correr atrás tentando alcançar a pessoa mas sim andar lado a lado, enfrentando ao que vier juntos.

Não gosto da palavra perfeito, prefiro definir nosso relacionamento como feliz. Sim, feliz. É a melhor palavra para definir, parece uma palavra com tão pouco significado porém guarda com ela aventuras e descobrimentos.

Acredito que já te ensinaram que a esperança é a última que morre... Mas, para mim, a última coisa que morre é o amor verdadeiro, aquela alma gêmea que fora destinada a estar em conjunto com você. Ainda não descobri se ele é minha alma gêmea, mas tenho certeza que não é somente mais um amor.

E finalizo assim, com uma mensagem vinda de mim e do meu noivo, que provavelmente iremos usá-la em nossos cartões de casamento e até nos nossos votos.

“Um fio vermelho, pode embaraçar, emaranhar, mas ele nunca quebra. É invisível, mas é permanente desde o nascimento. Quanto mais longo estiver, mais longe estão os destinados e mais tristes estarão. Sequer a Morte o rompe, apenas o alarga para se encontrarem em outra vida.”

—------------------Fim-------------------

—Ei, vamos para casa?

—Sim sim!

—O que estava escrevendo?

—Nada! É somente o último capítulo do livro.

—Mentira! Ah eu quero ler! Adoraria reviver todos os momentos!

—Shiu! Vamos logo, vai se atrasar para o show se ficar enrolando!

—Ei!

—?

—Te amo Mika

—Idiota, também te amo Victor...

Segurei sua mão e o puxei de encontro ao meu corpo, abracei seu pescoço com os pulsos enquanto ele colocava suas mãos em minha cintura. Não tinha o porquê disso, mas meu coração pulsava forte.

Selei nossos lábios, passando para um beijo mais íntimo enquanto emaranhava meus dedos em seu cabelo curto e macio.

—Assim não iremos chegar mesmo a tempo! Anda Mika, quero um pedaço do bolo que você fez...

—Só mais um pouco Vi...

Assim ficamos nos encarando na varanda do restaurante dos seus pais, com o vento soprando levemente e o frio do inverno atingir todo meu corpo. Mas quem liga?

Não era um encarar desconfortável, na verdade era pelo contrário, sempre nos entendemos melhor nesse silencio do que com palavras. E sem motivo algum, não que ele tivesse precisado em algum momento da sua vida, deu mais um de seus sorrisos sinceros.

Para muitos, era somente mais um sorriso. Para mim, aquele sorriso significava meu lar, meu conforto.

—Vamos - Digo apertando seus ombros e me virando para ir embora, com meus papeis e caneta na mão.

—Ei, não está esquecendo nada? - Sua pergunta me parecia debochada, irônica.

—Acho que não... - Viro-me para o mesmo e vejo em suas mãos nossa aliança. Sorrio sem graça por esquecer algo tão importante para ambos, significava tudo para nós.

—Mikael, você aceita se casar comigo novamente? - Ele se ajoelha no chão em meio a pequena neve que caia, se acumulando sobre suas roupas e cabelo.

—Sim, aceito. E você sabe que sempre aceitarei. - Me agacho e selo nossos lábios uma última vez antes de colocar a aliança e depois caminhar em direção ao carro.

—Acho que eu deveria casar com aquela mulher no restaurante, ela iria ter uma reação mais escandalosa. - Disse por fim entrando no banco de motorista sorrindo.

—Claro, claro. Vai lá, idiota. - Faço um bico enquanto olho pela janela sem observar seu rosto.

—Idiota é você, sabe que eu não te trocaria nem pelo meu violão. Porque ela não pode me dar os momentos e sentimentos que você me trouxe...

—... - Fico em silencio por uns 5 minutos sem ter alguma reação. Depois de terminar de raciocinar o que ele tinha dito, sinto meu rosto formigar e a respiração ficar alterada - Só vamos para casa logo Vi...

Recebo em troca uma gargalhada enquanto liga o carro e começa a dirigir pelas ruas brancas de Toronto.

Sim... Pela última vez sim... Me casaria com você quantas vezes fosse preciso, repetiria as mesmas decisões caso fossem necessárias. E não mudaria nada, porque sinto que assim não está nada forcado, mas sim ao seu tempo...

 

“Encontrar alguém que você ame e que o ama é um sentimento maravilhoso. Mas encontrar a verdadeira alma gêmea é um sentimento ainda melhor. A alma gêmea é alguém que o entende como ninguém mais, o ama como ninguém mais, estará com você para sempre, não importa o que aconteça. Dizem que nada dura eternamente, mas creio firmemente que, para alguns, o amor continua mesmo depois de termos partido. Sei uma coisa ou outra a respeito de ter uma pessoa assim.”

 

Coloco minha mão sobre a sua que estava em minha perna, juntando ambas as alianças, passando uma calma sem igual.

—Para sempre Vi? - Pergunto olhando nossas mãos enquanto ele prestava atenção a rua.

—Sim Mika, para sempre...

E com um sorriso de canto, ele vira sua mão para entrelaçar seus dedos aos meus.

 

 

“É maravilhoso sentir que o nosso amor está presente em todos os momentos. Em cada coisa que fazemos, a qualquer hora. Sei que esse sentimento me estimula para enfrentar qualquer barreira, qualquer obstáculo. Nosso amor vai além das fronteiras do pensamento e acontece em cada ato que fazemos, em cada gesto. Sou feliz por isso e vejo que você também é. A felicidade é isso, pequenos momentos, pequenos gestos, a certeza da parceria, do companheirismo, do carinho e do afeto. Saber que existimos um para o outro a todo momento é a coisa mais linda que alguém pode sentir. A vontade de estarmos juntos, de planejar a vida, de fazer todas as coisas bem simples, porém repletas de amor. Eu gostaria que cada dia tivesse 25 horas, só para curtir mais um pouquinho tudo aquilo que venho curtindo ao seu lado. Como é gostoso estar com você: ouvir a sua voz e curtir esse seu olhar tão especial, tão diferente.

Somos duas metades que se completam, que se abraçam e se amam e que ficaram unidas 25 horas por dia e para sempre. Você é minha alma gêmea.”


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