A Lagarta escrita por Vatrushka


Capítulo 1
Introdução


Notas iniciais do capítulo

Bem-vindos, tenham uma boa leitura!



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Lana analisava o instigante livro. Lewis, de fato, cumprira sua promessa ao escrevê-lo.

"Não se preocupe," prometeu o escritor, antes de partir do País das Maravilhas. "vou fazer caricaturas de todos vocês. Na minha história, alguns de vocês virarão animais, outros, objetos... Até imagino." Admitira, rindo.

'Ora...' Pensou, ao ouvir a declaração. 'Vai inventar seres mais fantasiosos ainda? A magia do País das Maravilhas já não era surreal o suficiente?'

"Suponho que correspondam com os traços de nossas personalidades." Sugeriu Lana.

"Com certeza! Mudar a essência dos meus personagens seria um desperdício!" Exclamou Lewis. "O personagem que vai me representar, por exemplo, será uma garotinha curiosa que caiu no buraco por engano... Seguindo um coelho branco."

"Um coelho?" Surpreendeu-se Lana, rindo. Ryan ficaria estupefato quando soubesse. "Sim... Creio que tem muito a ver com ele."

Os dois se encararam por um tempo, risonhos.

"E eu?" Perguntou, por fim. "O que tem reservado para mim?"

Lewis sorriu. "Espero que não se irrite."

Lana ergueu a sobrancelha, exigindo para que prosseguisse.

"Mas você será uma lagarta."

A moça ficou sem reação por um tempo. Uma lagarta? Com tantos seres, tanto no mundo de Lewis quanto no País das Maravilhas... E ele escolhera uma lagarta?

"Uma lagarta extremamente sábia... Que tem todas as respostas." Completou. "Que ensinou a Alice o preço do tamanho... Ensinou também que ser pequeno é diferente de não ser grande e que ser grande é diferente de não ser pequeno."

"Me pergunto o porquê desta escolha." Declarou Lana, pensativa. Os olhos de Lewis a estudavam atentamente.

"Porquê a lagarta é um ser pequeno. Discreto, silencioso... Se esconde na floresta. Dificilmente encontrado." Lewis diz, piscando. Naquilo Lana era obrigada a concordar. "Parece ter várias mãozinhas, que realizam tudo com perfeição e ao mesmo tempo...

E também... Porquê ela espera. Aguarda o momento certo e o lugar certo para tecer seu casulo." Lana sentiu suas bochechas corarem. Maldito escritor. Por quê deixara que ele conhecesse sua alma tão bem? "E tem paciência. Muita paciência. Sai de lá somente quando se sente segura... E com asas."

Lana inclina a cabeça, brincando. "Pare de tentar poetizar tanto. A mania é minha."

Ambos dão uma risada que termina com um suspiro. Nenhum dos dois queria admitir, mas estava na hora da despedida.

"Alice nunca teria seguido em frente sem a lagarta." Admitiu, por fim.

"Lewis, tolinho." Zombou. "Não existe frente no País das Maravilhas."

"Percebi. Obrigado por ter me enviado na minha frente, de qualquer forma."

Os dois se abraçam. Sabiam que não voltariam a se encontrar pessoalmente, mas não queriam pronunciar tal sina em voz alta.

Por fim, trocaram um olhar repleto de agradecimentos. Lewis pisou em direção à sua frente e entrou no portal - voltando, assim, para o seu mundo. O mundo superior. O mundo humano. O mundo normal.

O mundo entediante.

'Lagarta, hãn?' Concluiu, consigo mesma. 'Não é um apelido tão ruim assim, afinal de contas.'


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