Depois da conversa com a diretora fui para a sala de aula e fiquei lá escrevendo a redação, mas eu comecei escrevendo assim: Se eu tivesse roubado as provas isso seria errado porque... eu sei como é errado mentir, por isso eu não menti quando disse que não fui eu quem roubou as provas...

Alguém bateu na porta e à abriu, quando entrou eu vi que era o Omar.

— Como você está Manuela? – Ele pareceu preocupado, eu demorei um pouco para responder.

— Nada bem, não acredito que a Sabrina teve coragem de fazer isso, ela passou dos limites, e o pior de tudo é que ninguém acredita em mim!

— Eu acredito em você. – Ele disse sorrindo.

— Obrigada pelo voto de confiança, mas infelizmente não adianta nada para a professora.

— É, eu vi como você ficou, se tivesse como ajudar eu ajudava. – Ele pareceu triste por mim.

— Eu sei disso. - Eu disse e dei um abraço nele, precisava de um abraço de um amigo agora.

Escutei alguém falando da porta:

— Manuela? – Era o Téo, eu sai rápido do abraço do Omar, mesmo sabendo que o Téo não poderia ter visto nada.

— Estou aqui Téo.  – Ele entrou na sala.

— Eu já vou indo, depois conversamos mais Manu.  – O Omar disse meio irritado e o Téo percebeu que ele estava lá comigo.

O Omar saiu da sala.

— Desculpa, acho que interrompi vocês.

— Você não interrompeu nada. – Eu disse rápido.

— Posso te fazer uma pergunta, se você não se importar? – O Téo sempre educado, será que ele ia me perguntar sobre a prova?

— Pode perguntar.

— Você e o Omar estão namorando? – Ele me perguntou, não era a pergunta que eu esperava.

— Claro que não! – Eu respondi rápido e ele ficou pensativo.

Ficamos calados por um tempo e ele enfim perguntou:

— Você está bem?

— Estou sim. – Eu disse e nós ficamos em silencio de novo. Depois de um tempo eu resolvi dizer. – Na verdade não estou bem não, eu não fiz aquilo e vocês não acreditaram em mim.

— Não sei Manuela, é que você está diferente e você sabe como o Mateus é, mas eu acredito que não foi você.

— Sério? – Eu disse surpresa.

— Sim... Você fez coisas erradas ultimamente, mas não acho que faria isso.

— É, aquilo que eu fiz com a Sabrina foi uma estupidez. – Eu disse confessando.

— Porque você fez então? – Eu não sabia o que dizer, estava envergonhada pelo que eu fiz, queria dar alguma explicação, mas não sei se eu deveria falar a verdade. – Pode me contar.

— Eu estava só brincando com ela. – Eu disse fingindo.

— Manu, me conta a verdade. – Ele tentou se aproximar de mim e eu me afastei.

Fiquei um tempo calada e resolvi dizer:

— Eu estava com ciúmes, tá?! – Eu disse alto e ele pareceu confuso.

— Mas eu pensei.. – Ele disse e eu não deixei ele terminar.

— Não quero mais falar disso, eu vou ir embora agora, já terminei o que precisava fazer. – Eu disse indo em direção a porta e dei um tchau.

Passei na sala da diretora para deixar minha redação e fui para casa, chegando em casa a Rebeca estava me esperando. Não acredito que ia ter que ouvir mais uma bronca!

— Manuela, vamos conversar sério agora. – Ela disse colocando a mão na cintura e com expressão de brava. – O que você fez foi muito errado, não acredito que minha filha teve coragem de fazer uma coisa dessas.

— Eu já disse que não fui eu.

— Eu não sei se acredito em você Manuela, você mudou totalmente esses meses, fica fazendo brincadeirinhas de mal gosto com os seus colegas, fica me dando má respostas, não quer ajudar mais em casa e não conversa mais comigo. Não sei mais o que posso fazer. – Ela disse se sentando no sofá e colocando as mãos no rosto.

— Calma mãe, eu só não estou muito bem, mas logo vai passar. – Estava preocupada com ela, desde que voltei não tinha percebido como ela parecia triste.

— Não sei se vai passar, tentei te dar espaço, tentei conversar, estou tentando de tudo e não está parecendo que você está melhorando. Por um tempo pareceu que você estava, mas depois do seu aniversário você ficou ainda pior. – Ela disse e parecia que estava prestes a chorar.

Não sabia o que fazer, estava me sentindo muito mal por ela...

— Mãe, eu te amo e prometo que logo as coisas vão ficar melhores. – Eu disse e dei um abraço nela, me assustei com as palavras que saíram da minha boca, eu disse sem pensar. – E eu também juro que não fui eu que roubou a prova.

— Eu também te amo querida!

Ela pareceu bem melhor depois do que eu disse. Será que eu estava sendo injusta com ela? Será que ela realmente me entregou por dinheiro? Eu precisava descobrir isso rápido porque eu já estava assustada com os sentimentos que estava tendo.

— Eu preciso te contar uma coisa também Manuela, desde ontem queria te contar, mas quando cheguei em casa você já estava dormindo e hoje teve esse problema da prova.

Ela parecia feliz, o que será que ela vai me contar? Esperei ela dizer.

— Ontem, como você sabe, eu saí com o Otávio e ele me levou em um restaurante lindo que fica no topo de um prédio muito alto. Então ele aproveitou e me pediu em casamento.

Fiquei muito feliz com o que ela me contou! O Otávio era uma pessoa ótima e desde aquele dia que ele conversou comigo eu estava esperando o pedido dele.

— Que ótimo mãe! Estou super feliz por vocês! Você disse sim para ele né?! – Disse animada.

— Eu ainda não respondi, ele me disse que conversou com você e que você estava de acordo. Mas eu precisava ouvir da sua boca.

— Claro que sim mãe! – Quer dizer, eu achava que sim, não sabia se a Manuela teria a mesma opinião, mas eu acho que sim. A Rebeca parecia ser muito feliz com o Otávio e sei que a Manuela só quer o melhor para a mãe dela.

— Tem certeza Manuela? – Ela ainda parecia estar em dúvida.

— Absoluta! – Eu disse e dei um abraço nela, e me senti um pouco mal também pelo acontecido da escola ter arruinado o momento dela, mas parecia que ela tinha acreditado em mim e superado.

Depois da nossa conversa a Rebeca disse que ia sair para trabalhar e eu fiquei em casa sem nada para fazer.

Me assustei quando o Téo entrou em casa querendo falar comigo, ele parecia estranho. Eu me levantei do sofá.

— Manuela precisamos conversar e dessa vez você não vai fugir.

—----------> No próximo capítulo <---------

Ele estava estranho, nunca vi o Téo agindo assim, ele sempre era tranquilo.

Será que eu contava a verdade? Será que ele me perdoaria por ter mentido todo esse tempo?

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