O coração de Isabela. escrita por Laris


Capítulo 13
Capítulo 13 – Sozinha de novo.




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“- Téo?

— O que foi Manu?

— Posso te fazer uma pergunta, mas você promete que não vai ficar ofendido?

— Você nunca me ofende Manu!

— Ah é... Manu... (disse baixinho)

— O que você disse?

— Ah, não, é que eu queria te perguntar qual é a sensação de sentir a chuva sem poder ver?

— Pra mim, é como tomar um gelato de pistache sem nunca saber qual que é a cor dele, entendeu?

— Mais ou menos...

— Me dá sua mão. – Ela dá a mão para ele. - Agora fecha os olhos e sente as gotas caindo nela.

Ela e ele fecham os olhos.

— Tá sentindo?

— Não.

— Eu sim, a cada gota que bate na palma da minha mão, tem um peso e uma temperatura diferente. Eu sinto elas batendo e escorrendo pelo meu braço, daí eu penso que são notas musicais, cada uma é um acorde. Dó, ré, mi, fá... É isso.

— Legal.

Ele dá um beijo nas mãos de Isabela e ela sorri.

— Você é uma grande amiga Manu.

— Dó, ré, mi, fá... Vem Manu, canta comigo.

Os dois falam juntos.

— Dó, ré, mi, fá...”

 

 

Acordei de manhã cedo e fui tomar café e alguém bateu na porta, todos levantamos da mesa e a Manuela entrou na casa.

— Eu sou a Manuela, ela enganou todos vocês! – Ela disse para mim e todos e eles foram abraçar ela. Depois disso todos se viraram para mim e começaram a me acusar.

— Impostora! Você mentiu para nós!

— Saí daqui!

Eu saí correndo da casa e encontrei com o Téo e ele me acusou também.

— Você me enganou, eu não gosto de você!

 

Acordei assustada na minha cama e vi que tudo tinha sido um pesadelo, foi igual ao que tive no outro dia, só o final mudou. Eu estava toda suada. A Rebeca ainda estava dormindo, devia ser umas 3:00 da manhã, resolvi me levantar para tomar uma água. Quando olhei pela janela vi estava chovendo lá fora e eu resolvi ir lá.

Fiquei na chuva por um tempo e me lembrei daquele dia na chuva com o Téo, eu nem conhecia ele direito, mas me senti feliz com ele por perto. E eu lembrei de novo de ontem quando ele falou que estava apaixonado pela Manuela, queria tanto que ele gostasse de mim...

Fechei os olhos e abri as palmas da minha mão assim como aquele dia para sentir a chuva batendo nela e o peso das gotas.

A chuva foi boa para clarear a minha mente, mas agora eu estava toda molhada.

Quando entrei no quarto a Rebeca acordou e se assustou quando olhou para mim.

— Querida, o que aconteceu? Você está toda molhada!

— Nada, só fui lá fora e está chovendo. Pode continuar deitada, eu vou tomar um banho, trocar de roupa e já volto para a cama.

Depois que saí do banho, antes de ir para a cama fui até o canto do quarto e peguei o relicário que eu ganhei do Téo e guardei dentro da gaveta da mesinha de cabeceira e fui deitar.

 

 

Quando acordei de manhã a Rebeca não estava em casa, eu fui em uma loja de produtos de beleza que tinha no vilarejo, precisava de alguma coisa da minha vida antiga para lembrar de quem eu era. Comprei o que precisava e voltei para casa, como hoje era sábado e eu tinha tempo.

Lavei meu cabelo e passei os produtos que eu tinha comprado, espero que fique como antes.

Depois que eu enxaguei e olhei no espelho eu vi que ficou ótimo. Quando saí do banheiro a vó Nina estava no quarto e se assustou quando olhou para mim.

— O que você fez no seu cabelo?

— Só estava querendo mudar. – Eu disse passando a mão no cabelo. – Você gostou vózinha?

— Mechas roxas Manuela? Você não podia ter feito uma coisa menos rebelde?

— Eu gostei. – Disse para ela. Estava feliz com minhas mechas de volta, me deixavam mais Isabela.

— Sua mãe que não vai gostar nadinha disso.

Eu dei de ombros e sai do quarto para ir tomar meu café da manhã.

À tarde eu fiquei na sala tentando ver algo de interessante na TV, mas não estava passando nada de bom.

— Manu, cheguei! – A Rebeca disse chegando em casa e foi andando até o sofá que eu estava deitada.

— Oi mãe. – Eu disse para ela, e quando ela me olhou mais de perto ela fez uma expressão assustada.

— O que você fez com seu cabelo? – Ela chegou mais perto de mim.

— Só estava querendo uma mudança, não é nada demais.

— Nada demais Manuela? Você não podia ter feito isso com seu cabelo, tinha que ter pedido minha permissão.

— Nossa mãe que chata! São só umas mechas!

— Vou ir comprar uma tinta agora para você tirar isso do seu cabelo! – Ela me disse brava.

— Nem pensar, o cabelo é meu e eu faço o que quiser, e eu vou ir para o meu quarto porque aqui tá chato!

Me levantei e fui para o quarto.

 

A Rebeca ficou o resto do fim de semana tentando me convencer a voltar com o meu cabelo sem graça, acabou que desistiu me falando que ia me deixar ficar com ele assim por um tempo, mas que era para eu pintar depois.

 

 

Na segunda fui desanimada para a aula e tentei ficar longe dos amigos da Manuela, consegui por um tempo até que a Dóris chegou.

— O que você fez no cabelo Manu? - Ela me perguntou, o Téo e o Mateus também estavam com ela.

— Só queria mudar. - Eu disse saindo, não queria me aproximar deles de novo.

A Dóris tentou falar comigo mais algumas vezes só que eu saía de perto. Eu via que eles me olhavam de longe as vezes, mas não disse nada para eles.

Aqui nesse vilarejo fica mais chato ainda quando não tenho ninguém para conversar.

 

O Omar chegou perto de mim.

— Brigou com os caipiras?

— Nem começa Omar. – Não teria paciência para lidar com ele hoje.

— Calma, nem vou falar nada. Gostei do seu cabelo. - Ele disse passando os dedos pelo meu cabelo e eu empurrei a mão dele. Pelo menos alguém elogiou! 

 

— Só vou te dar uma dica, se eu fosse você eu prestava atenção porque você vai acabar perdendo eles para a Sabrina. Só foi você não estar perto que ela já foi pra cima. - Ele me disse quando viu que eu não estava falando nada.

Eu olhei e ela estava chegando perto deles. Nem falei nada para ele, mas eles nem estavam dando atenção para a Sabrina e eu gostei disso.

— Nem ligo. – Eu disse saindo.

 

 

A Dóris e o Mateus tentaram falar comigo mais alguns dias na semana, mas como eu não respondia direito eles acabaram desistindo. Melhor assim. O Téo nem tentou, eu observava ele de vez em quando e ele não parecia muito bem.

 

 

O Omar também continuou tentando falar comigo a semana toda.

— Você só me ignora Manuela, quero ser seu amigo. – Ele me disse um dia.

— Você não entendeu até agora, então vou te dizer diretamente, não quero ser sua amiga, desde aquele dia do acidente você perdeu a chance de ser!

— Sobre aquele dia Manuela, me desculpa. – Ele parecia sincero, mas ainda assim não acreditei nele.

— Não acredito em você. – Eu disse saindo de novo.

 

 

Mais tarde aquele dia eu olhei minha página no computador e o Joaquim tinha me mandado uma mensagem que meu padrinho iria para a cidade logo. Estava na hora de eu fazer alguma coisa, comecei a pensar em algum plano enquanto estava deitada.

Tinha que dar um jeito de falar com a Marina, ela era a única pessoa que eu tinha agora, porque eu também voltei a ignorar a Rebeca e estava chateada com isso, eu comecei a criar sentimentos por ela que eu não queria ter, foi até bom eu ter me afastado.

 

 

No dia seguinte à tarte vi o Mateus, o Téo e a Dóris conversando na praça e a Sabrina ainda estava lá com eles e eu sabia que a Dona Fiorina e o marido estariam trabalhando agora, era a hora perfeita para falar com a Marina.

Bati na porta e ela abriu e eu já fui entrando.

— Marina preciso falar com você. Eu sei que não tem ninguém aqui agora.

Nos sentamos no sofá e antes de falar sobre o Raul e ela ficou me perguntando se eu estava bem, que ela não me via falando com o pessoal mais e que eu parecia triste.

Acabei falando sobre o que estava acontecendo, falei de tudo, falei que estava gostando do Téo mas ele gostava da Manuela, falei que deixei meus sentimentos me controlarem e que acabei me magoando por isso, por isso me afastei de todos. Ela me abraçou e eu já me senti um pouco melhor.

— Minha menina, não fique triste, eles também são seus amigos e sua família, porque você não percebe isso? - Ela sempre falava isso, mas eu nunca acreditava. Ela continuou falando. – Você devia contar a verdade para eles.

— Não posso contar. Eu não confio neles. – Era mentira, eu confiava neles, mas eu tinha medo de contar que eu não era a Manuela, medo do que eles iriam pensar e achar de mim.

— Você sabe que pode confiar neles, pelo menos esses seus amigos, tenho certeza que eles iriam te apoiar.

— Tudo bem Marina, não quero mais falar sobre isso, agora vamos falar o que interessa. – Eu disse porque queria mudar de assunto, mas ela continuou me olhando preocupada. – Soube pelo Joaquim que logo o meu padrinho Raul vai estar na cidade, é a hora perfeita para falarmos com ele, só temos que dar um jeito de ir na cidade.

— Boa ideia, vamos tentar dar um jeito.

— Quando ele chegar eu te aviso então.

A porta abriu e o Téo entrou, que droga!

Tentei fazer um sinal para a Marina fingir que eu não estava lá, mas não adiantou muito.

— Oi Antonela! – Ele disse. – Tem mais alguém aqui?

Droga, ele percebeu que eu estava lá.

— Oi Téo. – Eu disse e ele ficou tenso.

— Oi Manuela. – Ele disse chegando perto do sofá em que estávamos sentadas. – Tudo bem?

— Tudo. – Eu disse e ficamos calados por um tempo, aquele silêncio estranho. – Bom, eu já vou embora. – Eu disse indo me levantando e indo para a porta.

— Queria conversar com você Manuela. – Ele me disse, mas eu não queria conversar com ele, ainda mais que eu já sabia sobre o que seria a conversa.

— Não posso conversar agora, eu tenho que ir, falei para minha mãe que não ia demorar. Tchau Téo, tchau Antonela! – Eu disse abrindo a porta e saindo rápido, meu coração estava acelerado.

 

 

—----------> No próximo capítulo <---------

 

— Não mexe comigo Sabrina.

 

 

— Se querem acreditar nela, tudo bem, nem ligo. – Disse e saí andando.

 

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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo pessoal!! Espero que gostem!

Sobre o capítulo, eu não sei vocês, mas eu adorava as mechas roxas da Isabela, são super parte da personalidade e estilo dela, então pra poder dar um toque de rebeldia para essa nova fase eu resolvi fazer ela pintar o cabelo por um tempo.. kkk gostaram?

Como vocês viram o novo amigo dela vai ser o Omar sim, mas a Isabela não vai ser fácil, ele vai ter que se aproximar dela aos poucos...
Eu gosto do Omar na novela, ele é chato as vezes mas acho ele divertido!

Talvez eu demore a postar o próximo capítulo porque vou viajar no carnaval, mas vou tentar postar de lá!

Até o próximo capítulo!! Tenham um bom feriado de carnaval!! ;D
Beijos!! ♥



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